PREFEITURA MUNICIPAL DE OLINDA



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Transcrição:

PREFEITURA MUNICIPAL DE OLINDA Junho 2011 Junho de 2011

LISTA DE ABREVIATURAS COMPESA DATASUS EE ETE IBGE INEP PIB RMR Companhia Pernambucana de Saneamento Banco de Dados do Sistema Único de Saúde Estação elevatória de esgoto Estação de tratamento de esgoto Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Produto Interno Bruto Região Metropolitana do Recife 1

SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO... 4 2 INTRODUÇÃO... 5 2.1 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA REGIONAL DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO... 5 2.2 SITUAÇÃO ATUAL DO ESGOTAMENTO... 7 3 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE OLINDA... 9 3.1 DESCRIÇÃO DO MUNICÍPIO... 9 3.1.1 GENERALIDADES... 9 3.1.2 NÍVEL DE INTEGRAÇÃO EM RELAÇÃO AO RECIFE... 9 3.1.3 ASPECTOS FÍSICO-NATURAIS... 9 3.1.4 ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS... 10 3.1.5 INFRA-ESTRUTURA URBANA E SERVIÇOS PÚBLICOS... 10 3.2 PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO... 11 3.2.1 DADOS POPULACIONAIS PRELIMINARES... 11 3.2.2 ESTUDOS DE PROJEÇÃO POPULACIONAL... 12 4 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO... 15 4.1 GENERALIDADES... 15 4.2 ESTUDOS DE DEMANDA E DE CONSUMO... 15 4.2.1 DEFINIÇÃO DAS POPULAÇÕES POR SUBSISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO... 15 4.2.2 ESTUDOS DE DEMANDA... 16 4.3 CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS PROPOSTOS... 17 4.4 SITUAÇÃO DAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS... 23 5 OBJETIVOS, METAS E PROGRAMAS DE AÇÃO... 24 6 AÇÕES EMERGENCIAIS E DE CONTINGÊNCIA... 27 7 METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO... 30 8 CARACTERIZAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS RECURSOS NECESSÁRIOS... 32 9 PEÇAS GRÁFICAS... 33 10 ANEXOS... 34 2

IMAGENS IMAGEM 3.1. CURVAS DE REGRESSÃO PARA O MUNICÍPIO DE OLINDA 13 IMAGEM 4.1. LOCALIZAÇÃO DA ETE JANGA (PROJETADA) 18 IMAGEM 4.2. LOCALIZAÇÃO DA ETE MINERVA 18 IMAGEM 4.3. LOCALIZAÇÃO DA ETE OLINDA 19 IMAGEM 4.4. LOCALIZAÇÃO DA ETE PAULISTA 19 IMAGEM 4.5. LOCALIZAÇÃO DA ETE PEIXINHOS 20 QUADROS QUADRO 2.1. RELAÇÃO ENTRE SISTEMAS, SUBSISTEMAS E MUNICÍPIOS A QUE PERTENCEM 6 QUADRO 2.2. SITUAÇÃO ATUAL DE ESGOTAMENTO DOS SUBSISTEMAS COMPONENTES DA RMR E DE GOIANA 8 QUADRO 3.1. POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ESTUDO 11 QUADRO 3.2. TAXAS MÉDIAS ANUAIS DE CRESCIMENTO DE POPULAÇÃO POR MUNICÍPIO 11 QUADRO 3.3. TAXAS MÉDIAS DE URBANIZAÇÃO POR MUNICÍPIO 12 QUADRO 3.4. POPULAÇÃO URBANA EM 2045 E TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO ANUAL ENTRE 2010 E 2045 14 QUADRO 4.1. POPULAÇÃO PREVISTA POR SUBSISTEMA PARA 2010 E 2045 16 QUADRO 4.2. ÍNDICE DE CONSUMO DIÁRIO DE ÁGUA PER CAPTA E NÍVEIS DE COBERTURA POR SUBSISTEMA 16 QUADRO 4.3. DADOS DE VAZÃO POR SUBSISTEMA PARA 2010 E 2045 17 QUADRO 4.4. RESUMO DOS SISTEMAS E SUBSISTEMAS ABRANGIDOS PELO MUNICÍPIO DE OLINDA 17 QUADRO 4.5. EXTENSÃO DOS RAMAIS DOS SUBSISTEMAS ABRANGIDOS PELO MUNICÍPIO DE OLINDA 20 QUADRO 4.6. EXTENSÃO DAS REDES COLETORAS DOS SUBSISTEMAS ABRANGIDOS PELO MUNICÍPIO DE OLINDA 21 QUADRO 4.7. EXTENSÃO DOS COLETORES-TRONCO DOS SUBSISTEMAS ABRANGIDOS PELO MUNICÍPIO DE OLINDA 21 QUADRO 4.8. QUANTIDADES DE ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS EXISTENTES E PROJETADAS POR SUBSISTEMAS ABRANGIDOS PELO MUNICÍPIO DE OLINDA 21 QUADRO 4.9. DADOS DAS ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS EXISTENTES E PROJETADAS POR SUBSISTEMAS ABRANGIDOS PELO MUNICÍPIO DE OLINDA 21 QUADRO 4.10. EXTENSÃO DOS EMISSÁRIOS POR DIÂMETRO DOS SUBSISTEMAS ABRANGIDOS PELO MUNICÍPIO DE OLINDA 23 QUADRO 4.11. SITUAÇÃO DAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO POR SISTEMA ABRANGIDO PELO MUNICÍPIO DE OLINDA 23 QUADRO 5.1. AÇÕES E NÍVEIS DE CUMPRIMENTO PARA AS METAS I E J 26 QUADRO 8.1. SÍNTESE DAS NECESSIDADES DE RECURSOS PREVISTAS PARA ESTE PLANO 32 3

1 APRESENTAÇÃO O presente documento corresponde ao Plano Municipal de Saneamento do município de Olinda, situado no Estado de Pernambuco, na região Nordeste do Brasil (ver Figura 01). O Plano se centra no âmbito do esgotamento sanitário. Para a elaboração deste Plano utilizou-se a metodologia e os dados contidos no relatório dos Estudos e Anteprojetos de Engenharia Necessários à Formatação de uma Parceria Pública Privada para Coleta e Tratamento de Esgotos na Região Metropolitana do Recife, da ABF Engenharia, Serviços e Comércio Ltda., além de estudos desenvolvidos pela Trento Engenharia conforme solicitação da COMPESA. O Plano está organizado em um único volume, conformado por nove capítulos e pelos Anexos. O capítulo 2 consiste em uma breve apresentação da proposta regional de saneamento definida pela Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), onde estão indicados os sistemas e subsistemas planejados por esta instituição referentes à Região Metropolitana do Recife e ao município de Goiana. No capítulo 3 consta a caracterização do município de Olinda segundo seus aspectos naturais, sócio-econômicos, de infra-estrutura e de prestação de serviços públicos, bem como constam os estudos populacionais e de demanda estabelecidos a partir da projeção do crescimento demográfico até o horizonte de final de plano. Neste capítulo também estão indicados os critérios de cálculo que subsidiaram os resultados encontrados. O capítulo 4 refere-se ao diagnóstico dos sistemas e subsistemas de esgotamento sanitário existentes na área de estudo, inclusive com a apresentação da articulação entre tais unidades, do estado atual das mesmas e dos principais dispositivos já implantados (como estações elevatórias e de tratamento de esgotos). Os arranjos destes sistemas encontram-se ilustrados em fluxogramas constantes neste documento. No capítulo 5 estão indicados o objetivo central deste Plano, as metas de curto, médio e longo prazo pretendidas e, paralelamente, as linhas de ação definidas com o intuito de concretizar tais metas. No capítulo 6 constam recomendações para ações emergenciais e de contingência, concebidas para dirimir os impactos decorrentes de acidentes que venham a ocorrer na etapa de operação dos sistemas de esgotamento sanitário vinculados ao município. Os capítulos 7 e 8 apresentam, respectivamente, as proposições para a avaliação da aplicação deste Plano de Saneamento e a caracterização e quantificação preliminares dos recursos requeridos para a implantação das intervenções aqui recomendadas. No Capítulo 9 constam as peças gráficas, enquanto nos Anexos, por fim, estão apresentados os projetos de estações elevatórias de esgotos, em nível preliminar, de que já se dispõe. 4

2 INTRODUÇÃO 2.1 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA REGIONAL DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO A Região Metropolitana de Recife é composta pela capital do Estado de Pernambuco e outros treze municípios, dentre eles Olinda. Para esta região e mais o município de Goiana, a COMPESA estabeleceu um sistema regional de esgotamento sanitário, composto por quarenta e um sistemas independentes de esgotamento sanitário que se particularizam a partir da existência (ou proposta, onde ainda não houver) de uma estação de tratamento de esgoto. Estes sistemas estão compostos por cinqüenta e oito subsistemas de esgotamento sanitário. Os subsistemas foram inicialmente concebidos como unidades autônomas com estação de tratamento própria, porém, dada a escassez de áreas disponíveis para a implantação de estações desse tipo na região metropolitana, optou-se pela agregação dos cinqüenta e oito subsistemas nos quarenta e um sistemas referidos. Os limites desses quarenta e um sistemas ainda não abrangem a totalidade dos aglomerados urbanos existentes nem todas as áreas em processos de urbanização ou potencialmente urbanizáveis. Interpretações de imagens de satélite e inspeções de campo foram importantes para definições precisas destas informações adicionais. Estas áreas estão indicadas nos desenhos constantes na Figura 02. Os assentamentos complementares a estes sistemas denominam-se, a título de proposta, áreas de expansão do sistema de esgotamento sanitário regional e para eles preconiza-se, a médio e longo prazo, a elaboração de projetos e a implantação de redes e dispositivos para o saneamento básico. Dividem-se em duas categorias: Áreas de expansão urbana efetiva (ou seja, já consolidada), como é o caso das localidades Marcos Freire e Curado I situadas no município de Jaboatão dos Guararapes; Áreas de expansão urbana em consolidação, como a localidade Pau Ferro no Recife e uma grande área circunscrita por bairros como Tabajara, Alto Jardim Conquista e Águas Compridas que se estende entre os municípios de Paulista e Olinda. Observa-se que as regionalizações das unidades de esgotamento sanitário (sistemas, subsistemas e áreas de expansão efetiva e em consolidação) foram definidas por meio de critérios topográficos, urbanísticos e técnicos, e por estas razões os limites dos sistemas e subsistemas transcendem, quase sempre, os limites político-administrativos dos municípios. O Quadro 2.1 (ver página a seguir) apresenta a relação entre sistemas, subsistemas e municípios a que pertencem, com a indicação da distribuição da superfície dos sistemas e subsistemas relativa a cada município. 5

Quadro 2.1. Relação entre sistemas, subsistemas e municípios a que pertencem Sistema Subsistema Município a que pertence Relativo ao subsistema de esgotamento Área (ha) % Araçoiaba Araçoiaba Araçoiaba 134 100,00% Bonança Bonança Moreno 199 100,00% Jaboatão dos Guararapes 8,00% Boa Viagem 910 Cabanga Recife 92,00% Cabanga Recife 2.851 100,00% Cabo de Santo Cabo de Santo Cabo de Santo Agostinho 921 100,00% Agostinho Agostinho Charnequinha Cabo de Santo Agostinho 28 100,00% Caetés Caetés Abreu e Lima 1.213 100,00% Apipucos Recife 416 100,00% Camaragibe 1 Camaragibe 628 100,00% Camaragibe 2 Camaragibe 99,90% 227 Recife 0,10% Camaragibe 93,50% Camaragibe Camaragibe 3 Recife 677 0,18% São Lourenço da Mata 6,32% Camaragibe Recife 1 Camaragibe 71,50% 1.170 Recife 28,50% Camaragibe Recife 2 Camaragibe 1,48% 649 Recife 98,52% Caxangá Recife 494 100,00% Cordeiro Cordeiro Recife 845 100,00% Curado Curado Jaboatão dos Guararapes 408 100,00% Gaibú Gaibú Cabo de Santo Agostinho 761 100,00% Goiana 1 Goiana 1 Goiana 492 100,00% Goiana 2 Goiana 2 Goiana 107 100,00% Goiana 3 Goiana 3 Goiana 25 100,00% Goiana 4 Goiana 4 Goiana 84 100,00% Goiana 5 Goiana 5 Goiana 453 100,00% Jaboatão dos Guararapes 28,00% Ibura de Baixo 2.401 Ibura Recife 72,00% Ignês Andreazza Recife 96 100,00% Igarassu 1 Igarassu 1 Abreu e Lima 24,58% 1.039 Igarassu 75,42% Igarassu 2 Igarassu 2 Igarassu 1.514 100,00% Imbiribeira Imbiribeira Recife 570 100,00% Ipojuca (Sede) Ipojuca (Sede) Ipojuca 102 100,00% Itamaracá 1 Itamaracá 1 Ilha de Itamaracá 273 100,00% Itamaracá 2 Itamaracá 2 Ilha de Itamaracá 364 100,00% Itamaracá 3 Itamaracá 3 Ilha de Itamaracá 979 100,00% Itapissuma Itapissuma Itapissuma 209 100,00% Ibura de Cima Jaboatão dos Guararapes 37,00% 601 Recife 63,00% Jaboatão Jaboatão 1 Jaboatão dos Guararapes 526 100,00% Jaboatão 2 Jaboatão dos Guararapes 1.001 100,00% Jaboatão 3 Jaboatão dos Guararapes 539 100,00% Janga Janga Olinda 0,20% 2.206 Paulista 99,80% Jardim São Paulo Recife 573 100,00% Jardim São Paulo Roda de Fogo Recife 183 100,00% San Martin Recife 357 100,00% Mangueira Mangueira Recife 115 100,00% Minerva Minerva Olinda 22,88% 1.061 Recife 77,12% 6

Quadro 2.1. Relação entre sistemas, subsistemas e municípios a que pertencem (continuação) Sistema Subsistema Município a que pertence Relativo ao subsistema de esgotamento Área (ha) % Moreno 1 Moreno 1 Moreno 232 100,00% Moreno 2 Moreno 2 Moreno 210 100,00% N. Senhora do Ó N. Senhora do Ó Ipojuca 123 100,00% Nova Cruz Nova Cruz Igarassu 15 100,00% Nova Descoberta Nova Descoberta Recife 429 100,00% Olinda Olinda Olinda 79,78% 2.080 Paulista 20,22% Parque Capibaribe Parque Capibaribe São Lourenço da Mata 562 100,00% Olinda 5,83% Paulista Paulista Paulista 1.043 93,77% Recife 0,40% Peixinhos Aguazinha Olinda 99,70% 451 Paulista 0,30% Peixinhos Olinda 35,00% 2.925 Recife 65,00% Ponte dos Carvalhos Ponte dos Carvalhos Cabo de Santo Agostinho 398 100,00% Porto de Galinhas Porto de Galinhas Ipojuca 269 100,00% Prazeres Curcurana Cabo de Santo Agostinho 4,00% 1.824 Jaboatão dos Guararapes 96,00% Prazeres Jaboatão dos Guararapes 92,00% 2.774 Recife 8,00% Camaragibe 15,00% São Lourenço 1 1.123 São Lourenço São Lourenço da Mata 85,00% São Lourenço 2 São Lourenço da Mata 499 100,00% 2.2 SITUAÇÃO ATUAL DO ESGOTAMENTO Os cinqüenta e oito subsistemas propostos encontram-se, atualmente, em diferentes condições quanto ao nível de atendimento. Devido a essa condição, definem-se três categorias acerca da situação atual de esgotamento, que compreendem os subsistemas em funcionamento (parcial ou completo), os subsistemas em projeto e os subsistemas sem projeto. Estão assim caracterizadas: As unidades que estão em funcionamento correspondem a dez subsistemas de esgotamento sanitário, que integram diferentes sistemas de esgotamento sanitário com estações de tratamento de esgotos já implantadas; Existem doze subsistemas predominantemente cobertos por projetos de esgotamento sanitário; Trinta e seis subsistemas estão predominantemente desprovidos de projeto básico ou executivo para a implantação de redes coletoras, coletores-tronco, interceptores e estações elevatórias. O Quadro 2.2 mostra os subsistemas segundo as três categorias de análise. A Figura 03 ilustra as informações contidas nesse quadro. 7

Quadro 2.2. Situação atual de esgotamento dos subsistemas componentes da RMR e de Goiana Sistema Subsistema Situação atual de esgotamento Araçoiaba Araçoiaba Subsistema sem projeto Bonança Bonança Subsistema com projeto Cabanga Boa Viagem Subsistema com projeto Cabanga Subsistema em funcionamento Cabo de Santo Cabo de Santo Agostinho Subsistema com projeto Agostinho Charnequinha Subsistema em funcionamento Caetés Caetés Subsistema em funcionamento Camaragibe Apipucos Subsistema com projeto Camaragibe 1 Subsistema sem projeto Camaragibe 2 Subsistema sem projeto Camaragibe 3 Subsistema sem projeto Camaragibe Recife 1 Subsistema sem projeto Camaragibe Recife 2 Subsistema sem projeto Caxangá Subsistema sem projeto Cordeiro Cordeiro Subsistema com projeto Curado Curado Subsistema sem projeto Gaibú Gaibú Subsistema sem projeto Goiana 1 Goiana 1 Subsistema sem projeto Goiana 2 Goiana 2 Subsistema sem projeto Goiana 3 Goiana 3 Subsistema sem projeto Goiana 4 Goiana 4 Subsistema sem projeto Goiana 5 Goiana 5 Subsistema sem projeto Ibura Ibura de Baixo Subsistema sem projeto Ignês Andreazza Subsistema em funcionamento Igarassu 1 Igarassu 1 Subsistema sem projeto Igarassu 2 Igarassu 2 Subsistema sem projeto Imbiribeira Imbiribeira Subsistema com projeto Ipojuca (Sede) Ipojuca (Sede) Subsistema com projeto Itamaracá 1 Itamaracá 1 Subsistema em projeto Itamaracá 2 Itamaracá 2 Subsistema em projeto Itamaracá 3 Itamaracá 3 Subsistema em projeto Itapissuma Itapissuma Subsistema sem projeto Jaboatão Ibura de Cima Subsistema sem projeto Jaboatão 1 Subsistema sem projeto Jaboatão 2 Subsistema sem projeto Jaboatão 3 Subsistema sem projeto Janga Janga Subsistema com projeto Jardim São Paulo Jardim São Paulo Subsistema sem projeto Roda de Fogo Subsistema em funcionamento San Martin Subsistema sem projeto Mangueira Mangueira Subsistema em funcionamento Minerva Minerva Subsistema com projeto Moreno 1 Moreno 1 Subsistema com projeto Moreno 2 Moreno 2 Subsistema em funcionamento Nossa Senhora do Ó Nossa Senhora do Ó Subsistema sem projeto Nova Cruz Nova Cruz Subsistema sem projeto Nova Descoberta Nova Descoberta Subsistema sem projeto Olinda Olinda Subsistema em funcionamento Parque Capibaribe Parque Capibaribe Subsistema em funcionamento Paulista Paulista Subsistema com projeto Peixinhos Aguazinha Subsistema sem projeto Peixinhos Subsistema em funcionamento Ponte dos Carvalhos Ponte dos Carvalhos Subsistema sem projeto Porto de Galinhas Porto de Galinhas Subsistema com projeto Prazeres Curcurana Subsistema sem projeto Prazeres Subsistema sem projeto São Lourenço São Lourenço 1 Subsistema sem projeto São Lourenço 2 Subsistema sem projeto 8

3 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE OLINDA 3.1 DESCRIÇÃO DO MUNICÍPIO 3.1.1 Generalidades Olinda é um município pernambucano que está localizado na mesorregião metropolitana e microrregião Recife. Tem superfície de 42 km 2 e faz limites com os municípios de Paulista e Recife, além do Oceano Atlântico. A sede municipal situa-se a 6 km da capital pernambucana, nas coordenadas 08 02 30 S e 34 53 42 W. O povoado foi criado logo da instalação das capitanias hereditárias por Duarte Coelho, donatário da capitania de Pernambuco. Em 1537 foi reconhecido como vila com a denominação de Olinda (ex-aldeia Marim) e cem anos depois a vila foi elevada à condição de cidade. A vila foi incendiada durante o período da ocupação holandesa em Pernambuco, na primeira metade do século XVII. Quando o território foi restaurado aos portugueses, retornou à condição de sede do governo, apesar do intenso crescimento urbano que se deu em Recife durante o governo do holandês Maurício de Nassau. Permaneceu como capital até no ano de 1827, quando a sede foi oficialmente transferida para Recife. Nesse momento estava constituída do distrito-sede e do distrito de Nazaré. Em 1833, o distrito de Nazaré foi emancipado. Por leis municipais de 1907 e 1908 foram criados os distritos de Paulista e de Beberibe e logo foram criados os distritos de Caboatam, Canoas, Jardim, Nobre e Praia da Conceição. Em 1928 foram desmembrados os distritos de Beberibe e Paulista, elevados à condição de município. Em 1930, o município de Paulista foi extinto e reintegrado ao município de Olinda, decisão revogada cinco anos depois. Os demais distritos foram extintos, integrados ao distrito-sede, assim permanecendo até a atualidade. 3.1.2 Nível de integração em relação ao Recife De acordo com o estudo desenvolvido pelo Observatório das Metrópoles (2006) 1, o nível de integração do município em relação à capital pernambucana é muito alto. 3.1.3 Aspectos físico-naturais O relevo de Olinda pertence à unidade geomorfológica das Superfícies Retrabalhadas, em que predominam os latossolos nos terrenos altos, solos podzólicos nas encostas e gleissolos de várzea nas áreas baixas. A parte leste do território se caracteriza por baixadas litorâneas, com solo arenoso e lençol freático elevado. O clima é tropical chuvoso, com elevado índice pluviométrico e período chuvoso compreendido prioritariamente entre os meses de outono e inverno. 1 FASE/UFPE. Como Anda a Região Metropolitana do Recife. Observatório Pernambuco de políticas públicas e práticas sócio-ambientais (UFPE/FASE): Recife, 2006. 9

A hidrografia do município caracteriza-se por cursos d água perenes, majoritariamente de curso restrito e padrão dendrítico, que contribuem para as bacias dos rios Beberibe e Paratibe, para as quais afluem cursos d água como o Fragoso, Morno e Ouro Preto. Em Olinda há pequenas lagoas circundadas pela ocupação urbana como as lagoas Azul e Artol, situadas no bairro Jardim Brasil. 3.1.4 Aspectos sócio-econômicos De acordo com o censo 2010 realizado pelo IBGE, a população residente no município é de 375.559 habitantes, o que perfaz uma densidade demográfica de 8.941,88 hab/km 2. A taxa de urbanização é de 98%. O PIB do município em 2008 e o PIB per capta eram de R$ 2.383.898.000,00 e de R$ 6.037,48 respectivamente, segundo informações do IBGE. O índice de desenvolvimento humano municipal é de 0,792, de acordo com o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil (2003). Conforme o censo escolar 2010 realizado pelo INEP, no município há 10.314 alunos matriculados na educação infantil, 56.286 no ensino fundamental, 17.568 no ensino médio, 500 no ensino técnico, 8.804 na educação para jovens e adultos (presencial ou semi-presencial) e 511 na educação especial. 3.1.5 Infra-estrutura urbana e serviços públicos Segundo o DATASUS, em 2009 o município contava com seis hospitais (um de domínio público, um filantrópico e quatro de domínio privado) com 354 leitos de internação (média de 0,9 leito a cada mil habitantes), 48 centros de saúde, oito policlínicas e 4 unidades de pronto-socorro. Quanto à educação básica, dados do IBGE indicam que o município possui estabelecimentos de ensino de âmbito municipal, estadual e privado. Cento e quarenta e três escolas atendem à educação infantil, 209 escolas atendem ao ensino fundamental e 58 ao ensino médio. O município conta também com escola técnica. Quanto à presença de estabelecimentos de ensino terciário, no município estão situados o Instituto de Ensino Superior de Olinda, a Faculdade de Ciências Contábeis de Recife, a Faculdade de Ciências Humanas de Olinda, a Faculdade de Comunicação e Turismo de Olinda, a Faculdade de Informática do Recife, a Faculdade de Olinda, as Faculdades Integradas Barros Melo e a União de Escolas Superiores da Funeso. Olinda possui 345,0 km de malha viária, sendo que 40% das vias estão pavimentadas. A principal rodovia que acessa o município é a PE-015. No que tange ao saneamento, dos 94.032 domicílios particulares permanentes existentes no ano 2000, 93,7% eram abastecidos pela rede de distribuição de água e 3,9% por poços ou nascentes na propriedade (os demais tipos de fonte abasteciam os 2,4% dos domicílios restantes). Nesse mesmo ano em 35,8% dos domicílios o lançamento dos efluentes se dava em redes coletoras de esgoto ou redes pluviais e em 50,7% em fossas sépticas ou rudimentares e 3,3% dos domicílios não possuíam nenhum tipo de instalação sanitária para o descarte dos esgotos. O restante dos domicílios lançavam seus esgotos por meio de soluções particulares. A coleta de lixo urbano atendia a 86,6% dos domicílios nesse período com freqüência diária. A deposição dos resíduos se dá em aterro sanitário existente dentro da área urbana. 10

Estima-se que os canais urbanos de macro drenagem existentes no município totalizem 25 km de extensão, sendo que o percentual de canais revestidos é de 15%. 3.2 PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO 3.2.1 Dados populacionais preliminares 3.2.1.1 Definição da população residente entre 1970 e 2010 O estudo populacional aqui apresentado está fundamentado em dados obtidos junto ao IBGE referentes aos censos realizados nos anos 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. O município apresentou as populações urbana, rural e total registradas no Quadro 3.1. Quadro 3.1. População do município de estudo. Créditos: Censos IBGE 1970 a 2010. Município Olinda Categorias População calculada por censo (hab) 1970 1980 1991 2000 2010 Total 196.342 282.207 341.394 367.902 375.559 Urbana 187.429 266.753 341.394 360.554 368.119 Rural 8.913 15.454-7.348 7.440 3.2.1.2 Definição das taxas de crescimento populacional O Quadro 3.2 apresenta as taxas anuais de crescimento populacional no município em estudo e demonstra elevadas taxas de crescimento anual no período 1970 / 1980 e uma trajetória de tendência declinante que se estende até o período 2000 / 2010. Quadro 3.2. Taxas médias anuais de crescimento de população por município. Créditos: Censos IBGE 1970 a 2010. Município Taxas médias anuais de crescimento populacional 1970 a 1980 1980 a 1991 1991 a 2000 2000 a 2010 Olinda 3,69% 1,75% 0,83% 0,21% Média da RMR e de Goiana 2,04% 2,40% 1,49% 1,00% No que diz respeito ao crescimento populacional na Região Metropolitana de Recife e em Goiana, é possível afirmar que as taxas estão predominante abaixo, ainda que ligeiramente, das taxas médias referentes ao Brasil como um todo. No caso de Olinda, excetuando-se o período compreendido entre 1970 e 1980, as taxas são significativamente menores que as médias brasileiras. Observa-se que estas taxas de crescimento populacional foram calculadas a partir do Quadro 3.1 e, portanto, estão passíveis das mesmas ressalvas estabelecidas acerca das dinâmicas geopolíticas. 3.2.1.3 Taxa de urbanização O Quadro 3.3 apresenta as taxas de urbanização referentes aos anos 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010 referentes ao município. A análise dos dados induz à interpretação de que a população urbana já é praticamente equivalente à população total de Olinda e que os índices de urbanização são maiores que a média da RMR e Goiana em todos os censos realizados. 11

Esta condição é típica dos municípios com elevado nível de integração com as capitais de seus respectivos Estados e condiz com a mudança no padrão da população do Brasil nas últimas três décadas. Suaves decréscimos podem ser explicados por fatores como uma maior taxa de natalidade no meio rural que no meio urbano. Quadro 3.3. Taxas médias de urbanização por município. Créditos: Censos IBGE 1970 a 2010. Município Taxas de urbanização 1970 1980 1991 2000 2010 Olinda 95,46% 94,52% 100,00% 98,00% 98,02% Taxa média de urbanização da RMR e de Goiana 89,91% 89,46% 93,75% 95,80% 96,84% 3.2.2 Estudos de projeção populacional 3.2.2.1 Metodologia empregada A metodologia empregada para a realização das projeções consiste no emprego de técnicas usuais de estimativa populacional. Do conjunto de curvas estimadas por mínimos quadrados ordinários, selecionam-se aquelas que apresentam maiores coeficientes de correlação linear (R 2 ) e se mostram mais compatíveis com a tendência real do crescimento, observável por meio das taxas geométricas médias anuais calculadas para o município. As curvas analisadas são a linear, parabólica, exponencial e logarítmica. A primeira implica em trajetória da taxa de crescimento decrescente; a parabólica produz, em certos casos, taxa de crescimento negativa para o período projetado; a exponencial implica em taxas de crescimento aproximadamente constante; a logarítmica, dadas as ordens de magnitude envolvidas, resulta em projeções similares às lineares. Estas funções possuem as seguintes expressões: Linear: Y = a + b.x Parabólica: Y = a + b.x + c.x 2 Exponencial: Y = a.xb Logarítmica: Y = a + b.logn(x) Em que a, b e c são os coeficientes calculados para as funções. Acerca desta análise pressupõe-se que o crescimento das populações do município seria afetado apenas por fatores endógenos semelhantes (econômicos, migratórios, culturais etc.). Não se consideram possíveis fatores exógenos como a realização de investimentos de grande porte, intensivo em mão-de-obra permanente e especializada, capazes de provocar significativas correntes migratórias. 3.2.2.2 Definição da curva de projeção A estimativa da população foi elaborada para o horizonte de 35 anos, tendo como início de plano o ano 2010 e final de plano em 2045. A curva selecionada para o município em estudo é do tipo linear, porque dela resultam os cenários mais conservadores para o crescimento populacional, em conformidade com os padrões de crescimento identificados no item 3.2.1 e constatados para o país 12

População (hab.) como um todo. A escolha desta alternativa repousa em considerações sobre a dinâmica populacional de municípios com características semelhantes, o quadro demográfico e as perspectivas de desenvolvimento econômico e social. Do ponto de vista da evolução real da população nesse município ao longo das últimas décadas, demonstrou-se um crescimento acentuado que vem se esgotando, na medida em que vem diminuindo a influência dos fluxos migratórios rurais sobre o comportamento das taxas de crescimento da população urbana. Além do mais, a redução das taxas de natalidade que vem se manifestando nesse mesmo período, impulsionada por políticas de planejamento familiar (dentre outras razões), contribui notadamente para a desaceleração do crescimento populacional. Do ponto de vista estritamente demográfico, estes declinantes padrões de migração e de fertilidade podem contribuir para uma trajetória com tendências a taxas declinantes de crescimento da população, expressa adequadamente pela função selecionada. A Imagem 3.1 mostra a linha de regressão para o município em estudo. Imagem 3.1. Curvas de regressão para o município de Olinda 600.000 Estudo populacional - 1970 a 2045 y = 1.394,58x - 2.432.945,60 R 2 = 0,93 400.000 200.000-1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 Ano Olinda Linear (Olinda) 13

A análise da curva de regressão permite a inferência das populações total, urbana e rural do município para o cenário de final de plano. O Quadro 3.4 apresentado a seguir mostra a estimativa da população urbana do município em questão para o horizonte de final de plano e a taxa média de crescimento por ano no período compreendido entre 2010 e 2045. Quadro 3.4. População urbana em 2045 e taxa média de crescimento anual entre 2010 e 2045 Município População urbana (hab) Taxa média de crescimento 2010 2045 anual Olinda 375.559 441.085 0,46% Total RMR e Goiana 3.660.735 5.191.893 1,01% 14

4 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 4.1 GENERALIDADES Conforme já observado, a abordagem da proposta de esgotamento sanitário de Olinda principalmente aquela relacionada a sua demanda urbana insere-se em uma proposta de âmbito regional estabelecida pela Compesa, que é a entidade concessionária dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no município. Observa-se que, segundo apresentado no capítulo anterior, a incidência da população residente nas áreas rurais ante a totalidade da população residente no município é pequena e, devido a este fator e ao elevado custo estimado para o atendimento do serviço de coleta e tratamento de esgotos nas áreas rurais, preconiza-se para estes setores do município a adoção de soluções particulares para o esgotamento sanitário, como o uso de fossas sépticas por exemplo. Este Plano Municipal de Saneamento foca, portanto, no sistema de esgotamento sanitário da cidade de Olinda, definido a partir de critérios técnicos e das condições topográficas e urbanísticas locais que determinaram a partição de seus esgotos nos sistemas denominados Janga, Minerva, Olinda, Paulista e Peixinhos (este, por sua vez, composto pelos subsistemas Aguazinha e Peixinhos). Nenhum destes sistemas está inserido exclusivamente em Olinda pois, como já foi dito, os limites dos sistemas muitas vezes transcendem os limites político-administrativos. O município os compartilha com os municípios vizinhos Recife e Paulista, destacando-se, inclusive, que há casos em que a porção do sistema situada dentro dos limites de Olinda é extremamente restrita (ver Quadro 2.1 exposto no Capítulo 2). A análise que se segue está apresentada então por sistemas abrangidos pelo município de estudo. Nesse sentido, cabe destacar que os dados referentes às demandas e consumos, aos dispositivos existentes / propostos, à extensão de redes e aos custos estão indicados também por sistemas, devendo ser distribuídos por município em etapa posterior. 4.2 ESTUDOS DE DEMANDA E DE CONSUMO 4.2.1 Definição das populações por subsistema de esgotamento sanitário Por meio da observação de mapas cartográficos disponíveis e de ações de geoprocessamento foram definidas as superfícies (e, logo, os percentuais) de cada subsistema em relação ao município. A contraposição entre esta distribuição e os estudos demográficos registrados no capítulo anterior possibilitou a determinação das populações abrangidas por sistema de esgotamento sanitário, conforme ilustrado no Quadro 4.1. 15

Quadro 4.1. População prevista por subsistema para 2010 e 2045 Sistema Subsistema População (hab) 2010 2045 Janga Janga 175.408 240.700 Minerva Minerva 113.554 138.692 Olinda Olinda 189.770 224.984 Paulista Paulista 111.883 168.236 Peixinhos Aguazinha 56.662 64.089 Peixinhos 413.739 500.073 Total 1.061.016 1.336.774 4.2.2 Estudos de demanda 4.2.2.1 Definição dos índices de consumo diário de água, coeficientes de retorno e majoração e nível de cobertura dos subsistemas Para a realização dos estudos de demanda, foram considerados os índices de consumo diário de água per capta transcritos no Quadro 4.2. No que tange aos coeficientes de retorno e majoração foram utilizados os seguintes valores: Coeficiente de retorno (c): 0,80; Coeficiente de majoração diário (k1): 1,20; Coeficiente de majoração horário (k2): 1,50. Os níveis de cobertura dos subsistemas componentes estabelecidos em estudos anteriores também foram preservados para a elaboração deste Plano. Para o horizonte de 2045 espera-se que todos os subsistemas e também as áreas de expansão (efetivas e em consolidação) devam apresentar níveis plenos de atendimento, tendo-se em base a premissa de universalizar o serviço de esgotamento sanitário na região. Quadro 4.2. Índice de consumo diário de água per capta e níveis de cobertura por subsistema Sistema Subsistema Consumo diário de água Nível de cobertura per capita (l/hab.dia) 2010 2045 Janga Janga 200,00 77,09% 100,00% Minerva Minerva 156,58 75,07% 100,00% Olinda Olinda 156,58 80,80% 100,00% Paulista Paulista 125,96 74,30% 100,00% Peixinhos Aguazinha 135,24 71,91% 100,00% Peixinhos 151,30 71,91% 100,00% 4.2.2.2 Cálculo das vazões médias e máximas horárias Na sequência dos trabalhos procedeu-se à multiplicação dos dados populacionais encontrados pelos respectivos índices de consumo diário de água e pelos coeficientes de retorno e de majoração diária e horária, de modo a determinar as vazões máximas horárias por subsistema. O Quadro 4.3 contém os dados de vazão média e de vazão máxima diária por subsistema para 2010 e 2045. 16

Quadro 4.3. Dados de vazão por subsistema para 2010 e 2045 Sistema Subsistema Vazões em 2010 (l/s) Vazões para 2045 (l/s) Média Máx. horária Média Máx. horária Janga Janga 230,38 414,68 445,74 802,33 Minerva Minerva 119,74 215,53 198,66 357,59 Olinda Olinda 200,00 360,00 298,48 537,26 Paulista Paulista 96,95 174,52 199,72 359,49 Peixinhos Aguazinha 51,02 91,84 81,94 147,49 Peixinhos 416,80 750,25 713,72 1284,69 4.3 CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS PROPOSTOS Nas páginas seguintes estão apresentadas as principais informações acerca dos sistemas e subsistemas de esgotamento sanitário abrangidos pelo município de Olinda. O Quadro 4.4 mostra um breve resumo dos sistemas e subsistemas no que tange às superfícies e aos percentuais que os subsistemas representam ante o sistema a que pertencem. Quadro 4.4. Resumo dos sistemas e subsistemas abrangidos pelo município de Olinda Sistema Área do Área do Subsistema sistema (ha) subsistema (ha) Área (%) Janga 2.206 Janga 2.206 100,00% Minerva 1.061 Minerva 1.061 100,00% Olinda 2.080 Olinda 2.080 100,00% Paulista 1.043 Paulista 1.043 100,00% Peixinhos 3.376 Aguazinha 451 13,35% Peixinhos 2.925 86,65% Total 9.766-9.766 - Total RMR e Goiana 43.358-43.358 - A seguir estão apresentadas as principais informações de cada sistema de esgotamento sanitário abrangido pelo município. Janga O sistema de esgotamento Janga é composto unicamente pelo subsistema de esgotamento sanitário de mesmo nome e está situado nos municípios de Paulista e Olinda. Sua área de abrangência corresponde a 2.206 hectares. O sistema ainda não se encontra em funcionamento porém já há projeto para implantação. Estima-se que no sistema Janga será necessário intervir em 316,71 km de ramais, 104,34 km de redes coletoras e 24,42 km de coletores-tronco; definem-se vinte e oito estações elevatórias, sendo que os emissários totalizam uma extensão de 22,19 km. Conforme apresentado no fluxograma esquemático apresentado para este sistema, cinco estações elevatórias (que recebem as contribuições das demais bacias e estações elevatórias) lançam os efluentes na ETE Janga (projetada), sendo que a montante da ETE os estudos recomendam construção de uma caixa de reunião dos esgotos. A localização da ETE está apresentada na Imagem 4.1. 17

Imagem 4.1. Localização da ETE Janga (projetada) Minerva O sistema de esgotamento Minerva é composto unicamente pelo subsistema de esgotamento sanitário de mesmo nome e está situado nos municípios do Recife e Olinda. Sua área de abrangência corresponde a 1.061 hectares. O sistema encontra-se em implantação. Estima-se que no sistema Minerva será necessário intervir em 157,44 km de ramais, 121,37 km de redes coletoras e 11,41 km de coletores-tronco; definem-se seis estações elevatórias, sendo que os emissários totalizam uma extensão de 5,37 km. Conforme apresentado no fluxograma esquemático apresentado para este sistema, a estação elevatória EE-3 recebe as contribuições das demais estações e lança seus efluentes na ETE Minerva. A localização da ETE está apresentada na Imagem 4.2. Imagem 4.2. Localização da ETE Minerva Olinda O sistema de esgotamento Olinda é composto unicamente pelo subsistema de esgotamento sanitário de mesmo nome e está situado nos municípios de Paulista e Olinda. Sua área de abrangência corresponde a 2.080 hectares. O sistema já se encontra em funcionamento. Estima-se que no sistema Olinda será necessário intervir em 59,89 km de ramais, 108,62 km de redes coletoras e 10,29 km de coletores-tronco; definem-se nove estações elevatórias, sendo que os emissários totalizam uma extensão de 11,00 km. 18

Conforme apresentado no fluxograma esquemático apresentado para este sistema, a estação elevatória EEJ-01 recebe as contribuições das demais estações elevatórias e lança seus efluentes na ETE Janga (existente). A localização da ETE está apresentada na Imagem 4.3. Imagem 4.3. Localização da ETE Olinda Paulista O sistema de esgotamento Paulista é composto unicamente pelo subsistema de esgotamento sanitário de mesmo nome e está situado nos municípios de Paulista, Olinda e Recife. Sua área de abrangência corresponde a 1.043 hectares. O sistema ainda não se encontra plenamente em funcionamento porém já há projeto para implantação; há pequenas áreas com sistema em funcionamento e outras sem projeto. Estima-se que no sistema Paulista será necessário intervir em 110,08 km de ramais, 52,89 km de redes coletoras e 11,85 km de coletores-tronco; definem-se treze estações elevatórias, sendo que os emissários totalizam uma extensão de 11,90 km. Conforme apresentado no fluxograma esquemático apresentado para este sistema, duas estações elevatórias (EE-5 e EE-7) lançam os efluentes diretamente na ETE Paulista, enquanto outras duas das demais estações elevatórias (EE-3 e EE-8) lançam em coletor-tronco que aflui para a ETE como conduto livre. A localização da ETE está apresentada na Imagem 4.4. Imagem 4.4. Localização da ETE Paulista 19

Peixinhos O sistema de esgotamento Peixinhos é composto pelos subsistemas de esgotamento sanitário Aguazinha e Peixinhos e está situado nos municípios de Olinda, Paulista e Recife. Sua área de abrangência corresponde a 3.376 hectares. O subsistema Aguazinha representa 13,35% do sistema e ainda não possui projeto para implantação; o subsistema Peixinhos representa 86,65% do sistema e já se encontra parcialmente em funcionamento. Estima-se que no sistema Peixinhos será necessário intervir em 398,41 km de ramais, 139,45 km de redes coletoras e 48,42 km de coletores-tronco; definem-se vinte e duas estações elevatórias, sendo que os emissários totalizam uma extensão de 22,75 km. Conforme apresentado no fluxograma esquemático apresentado para este sistema, o subsistema Aguazinha lança seus efluentes em rede coletora do subsistema Peixinhos que, por sua vez, contribui diretamente para a ETE Peixinhos através de diversas estações elevatórias. É proposta uma caixa de reunião a montante da ETE para onde convergem os recalques das estações elevatórias. A localização da ETE está apresentada na Imagem 4.5. Imagem 4.5. Localização da ETE Peixinhos O Quadros 4.5 a 4.10 expostos na sequência mostram os resumos das extensões de ramais, redes coletoras secundárias e coletores-tronco, bem como o resumo das estações elevatórias, dos emissários e das estações de tratamento por subsistema. Ainda no final deste capítulo estão apresentados os mapas referentes a cada sistema de esgotamento sanitário, além dos respectivos fluxogramas. Quadro 4.5. Extensão dos ramais dos subsistemas abrangidos pelo município de Olinda Sistema Subsistema Extensão dos ramais (m) Existente Implantar Recuperar Janga Janga - 316.706 - Minerva Minerva - 157.440 - Olinda Olinda - 59.889 - Paulista Paulista - 110.077 - Peixinhos Aguazinha - 111.150 - Peixinhos - 287.261 - Total - - 1.042.523-20

Quadro 4.6. Extensão das redes coletoras dos subsistemas abrangidos pelo município de Olinda Sistema Subsistema Extensão das redes coletoras secundárias (m) Existente Implantar Recuperar Janga Janga 109.848 99.045 5.290 Minerva Minerva - 121.370 - Olinda Olinda 190.650 89.559 19.065 Paulista Paulista 69.640 49.150 3.740 Peixinhos Aguazinha - 28.137 - Peixinhos 179.597 57.437 53.879 Total - 549.735 444.698 81.974 Quadro 4.7. Extensão dos coletores-tronco dos subsistemas abrangidos pelo município de Olinda Sistema Subsistema Extensão dos coletores-tronco (m) Existente Implantar Recuperar Janga Janga 1.820 22.597 1.820 Minerva Minerva - 11.411 - Olinda Olinda - 10.291 - Paulista Paulista 1.050 10.797 1.050 Peixinhos Aguazinha - 4.477 - Peixinhos 28.262 15.685 28.262 Total - 31.132 75.258 31.132 Quadro 4.8. Quantidades de estações elevatórias existentes e projetadas por subsistemas abrangidos pelo município de Olinda Sistema Subsistema Número de estações elevatórias Existente Projetada Total Janga Janga 08 20 28 Minerva Minerva - 06 06 Olinda Olinda 05 04 09 Paulista Paulista 05 08 13 Peixinhos Aguazinha - 01 01 Peixinhos 14 07 21 Total - 32 46 78 Quadro 4.9. Dados das estações elevatórias existentes e projetadas por subsistemas abrangidos pelo município de Olinda Sistema Janga Estações elevatórias Subsistema Vazão máxima Altura Potência Existente Projetada horária (l/s) manométrica (m) (cv) Janga EEJ-17 6,764 9,14 2,35 Janga EEJ-11 42,625 25,29 23,96 Janga EEJ-21 10,974 16,96 7,09 Janga EEJ-16 17,370 5,67 2,63 Janga EEJ-23 40,090 12,85 9,81 Janga EEJ-02 328,880 28,73 179,98 Janga EEJ-05 306,880 22,63 132,28 Janga EEJ-06 202,860 14,59 56,38 21

Quadro 4.9. Dados das estações elevatórias existentes e projetadas por subsistemas abrangidos pelo município de Olinda (continuação) Sistema Janga (cont.) Minerva Olinda Paulista Peixinhos Estações elevatórias Subsistema Vazão máxima Altura Potência Existente Projetada horária (l/s) manométrica (m) (cv) Janga EE-1 13,200 11,78 4,51 Janga EE-2 41,600 16,62 16,09 Janga EE-3 54,100 13,66 16,42 Janga EE-4 66,800 12,77 18,23 Janga EE-5 58,200 8,90 10,72 Janga EE-6 105,240 12,06 21,42 Janga EE-7 102,300 6,27 10,83 Janga EE-8 449,940 38,20 344,62 Janga EE-9 126,600 7,34 15,68 Janga EE-10 270,360 8,66 39,72 Janga EE-11 8,100 7,60 2,06 Janga EE-12 314,690 12,78 68,48 Janga EE-13 112,800 7,39 14,07 Janga EE-14 93,800 12,89 20,91 Janga EE-15 28,400 10,39 6,70 Janga EE-16 20,500 22,66 14,04 Janga EE-17 3,400 10,25 1,70 Janga EE-18 19,100 14,27 7,56 Janga EEJ-10 87,500 15,20 25,33 Janga EE-19 23,600 10,80 6,21 Minerva EE-3 106,600 13,2 25,61 Minerva EE-1 84,170 18,92 31,13 Minerva EE-2 36,840 11,42 9,35 Minerva EE-13 26,190 8,87 5,63 Minerva EE-15 72,900 21,98 33,02 Minerva EE-17 27,880 10,8 8,03 Olinda EETABAJ1 92,100 16,01 26,68 Olinda EETABAJ2 117,320 14,66 29,03 Olinda EEJ-01 754,073 20,25 300,00 Olinda EEJ-03 471,641 4,7 96,00 Olinda EEJ-08 61,113 4,12 9,40 Olinda EEJ-12 31,694 5,21 6,00 Olinda EEJ-13 58,811 5,56 5,00 Olinda EE-1 15,900 12,18 5,37 Olinda EE-2 41,600 11,7 10,81 Paulista EEJ-20 27,670 11,99 8,85 Paulista EEJ-15 9,120 14,41 4,38 Paulista EEJ-19 18,300 10,86 5,30 Paulista EEJ-7 113,850 17,71 38,41 Paulista EE-1 46,300 11,75 12,09 Paulista EE-2 6,600 17,90 5,25 Paulista EE-3 73,600 29,38 51,21 Paulista EE-4 23,900 9,60 5,56 Paulista EE-5 184,200 20,70 73,04 Paulista EE-6 8,230 9,64 2,64 Paulista EE-7 24,100 8,73 5,10 Paulista EE-8 89,900 59,22 117,14 Aguazinha EE-1 163,799 12,72 37,04 Peixinhos EEX-01 845,465 15,70 236,04 Peixinhos EEX-02 122,275 16,16 35,13 Peixinhos EEX-03 231,353 13,94 57,34 Peixinhos EEX-05 81,228 18,98 27,40 Peixinhos EEX-09 22,209 14,77 8,75 Peixinhos EEX-14 0,534 12,62 0,26 Peixinhos EEX-15 0,447 12,61 0,21 Peixinhos EEX-24 240,133 12,70 54,22 Peixinhos EEX-29 47,802 16,15 17,15 Peixinhos EEJ-14 157,771 16,94 47,52 Peixinhos EEJ-14A 60,387 14,43 19,36 22

Quadro 4.9. Dados das estações elevatórias existentes e projetadas por subsistemas abrangidos pelo município de Olinda (continuação) Sistema Peixinhos (cont.) Estações elevatórias Subsistema Vazão máxima Altura Potência Existente Projetada horária (l/s) manométrica (m) (cv) Peixinhos EEC-23 32,446 13,10 11,33 Peixinhos EE-SAR, 53,596 14,96 17,81 Peixinhos EE-1 104,900 15,18 28,31 Peixinhos EE-2 348,767 13,58 84,17 Peixinhos EE-3 35,900 13,76 13,17 Peixinhos EE-4 131,984 13,20 30,97 Peixinhos EE-5 36,535 13,34 13,00 Peixinhos EE-6 24,830 12,91 8,55 Peixinhos EE-7 31,128 13,89 11,53 Peixinhos EEX-11 30,988 16,43 11,31 Quadro 4.10. Extensão dos emissários por diâmetro dos subsistemas abrangidos pelo município de Olinda Extensão por diâmetro (m) Sistema Subsistema 75/ Total 100 150 200 250 300 350 400 500 600 700 1000 80 Janga Janga 210 832 2091 3.566 4.918 2.922 1.053 1.128 2.996 2.757 - - 22.473 Minerva Minerva - - - 2.261-1.843-1.262 - - - - 5.366 Olinda Olinda - - 190 1.644 715 975-301 - - 7.171-10.996 Paulista Paulista - 785 1088 1.284 517 7.088-1.138 - - - - 11.900 Peixinhos Aguazinha - - - - - - - - 137 - - - 137 Peixinhos 935 - - 988 2.882 3.585 2.698 2.696 3.661 1.356 896 2.913 22.610 Total - 1.145 1.617 3.369 9.743 9.032 16.413 3.751 6.525 6.794 4.113 8.067 2.913 73.482 Obs: as células sombreadas em cor cinza representam os casos em que estão considerados os emissários que possuem diâmetro variável. Nesses casos específicos, a extensão dos emissários foi atribuída para o maior diâmetro de cada linha. 4.4 SITUAÇÃO DAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS A situação dos sistemas quanto à existência de estação de tratamento de esgotos ou de projeto para a implantação das respectivas unidades está ilustrada no Quadro 4.11 exposto a seguir. Observa-se que predominantemente tais estações de tratamento se baseiam no emprego de caixa de areia convencional seguidas por reatores anaeróbios de fluxo ascendente, filtros biológicos, decantadores secundários e desinfecção por meio de raios ultravioletas. Quadro 4.11. Situação das estações de tratamento de esgoto por sistema abrangido pelo município de Olinda Sistema Situação da estação de tratamento de esgotos Quanto à condição atual Quanto à existência de projeto Janga Inexistente Sem projeto Minerva Em implantação Projeto elaborado Olinda Existente (a ser recuperada) Sem projeto Paulista Inexistente Sem projeto Peixinhos Existente (a ser recuperada) Sem projeto 23

5 OBJETIVOS, METAS E PROGRAMAS DE AÇÃO O objetivo primordial deste Plano consiste na superação das deficiências de ordem quantitativa e qualitativa da prestação do serviço de esgotamento sanitário no município de Olinda, mantendo-se os princípios definidos pela Lei Federal nº 11.445/2007 como a universalidade, eficiência e sustentabilidade econômica, uso de tecnologias apropriadas, transparência, segurança, regularidade e qualidade, entre outros. As principais metas estão aqui organizadas em três categorias (segundo os contextos institucional, administrativo e operacional) e identificadas pelas letras a a i. Para cada meta estão apresentadas as respectivas linhas de ação sugeridas para o cumprimento das metas. Contexto institucional a) Consolidar a Política Municipal de Saneamento As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem o estabelecimento de instrumentos para a articulação do serviço de saneamento com as diretrizes do planejamento municipal atribuídos para as áreas de interesse social, habitação, serviços públicos e mobilidade, a determinação de tecnologias apropriadas que considerem as particularidades locais, a definição de ações para a promoção da educação ambiental, saúde coletiva e saneamento ambiental e a institucionalização de instrumentos para a regulação dos serviços, entre outras. b) Conformar um sistema administrativo pluri-institucional para as ações de planejamento e gestão do serviço As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a criação de uma organização envolvendo representantes das três esferas governamentais e da empresa concessionária, técnicos e representantes da sociedade civil para a determinação de diretrizes para o planejamento e gestão do serviço e a definição de estratégias para a atuação em áreas onde se fará necessária a recuperação ou a qualificação integrada do território (drenagem urbana, esgotamento sanitário, pavimentação de vias e regularização dominial, por exemplo), entre outras. c) Estabelecer estratégias para uma maior participação social nos processos decisórios As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a criação de um plano de participação social, a convocação da sociedade civil com o objetivo de conscientizar acerca do sistema existente, de sua operacionalização e da prestação do serviço, a realização de consultas públicas para a identificação de carências e prioridades, a identificação de lideranças locais e seu treinamento enquanto agentes multiplicadores e agentes moderadores na relação entre os organismos vinculados à prestação do serviço e a comunidade, entre outras. Contexto administrativo d) Aprimorar os mecanismos de processamento de informações gerenciais 24

As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a elaboração de um Plano de Gestão da Informação, o desenvolvimento e a implementação de sistemas (banco de dados) para a coleta, carregamento, processamento e análise de informações, o treinamento periódico dos profissionais que irão utilizar tais sistemas, a definição de equipes de suporte técnico e a geração de relatórios estatísticos, boletins e demais publicações com os resultados desse processamento, entre outras. e) Consolidar e assegurar a revisão periódica do plano diretor de esgotamento sanitário As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a atualização dos estudos preliminares e anteprojetos existentes para o sistema de esgotamento sanitário, a execução de estudos e anteprojetos para áreas ainda não contempladas e a consolidação de estratégias para a ação integrada entre a entidade concessionária, o Município, o Estado e a União em áreas críticas ou de ocupação irregular (sejam elas de urbanização precária ou de ocupação de terrenos não edificáveis ou de domínio público) para a prestação do serviço nessas localidades, entre outras. f) Aprimorar os mecanismos de mapeamento da distribuição dos consumidores efetivos e potenciais As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a atualização periódica das bases cartográficas, a criação de bancos de dados associados a técnicas modernas de geoprocessamento e o desenvolvimento de ferramentas para a integração com o setor comercial, o desenvolvimento de pesquisas de mercado, entre outras. Contexto operacional g) Ampliar os níveis de cobertura da rede de coleta e dos sistemas de recalque de esgotos As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a elaboração de projetos básicos e, logo, de projetos executivos dos sistemas, a recuperação dos dispositivos existentes, a construção de ramais, redes, estações elevatórias e emissários e o adensamento (ou seja, a execução de redes intra-domiciliares) dos sistemas abrangidos pelo Município. No que concerne ao adensamento, definem-se linhas de ação como a consolidação de programas para a facilitação de pagamento ou subsídios para a execução das redes intra-domiciliares e a ampliação do programa de identificação e regularização de ligações clandestinas, entre outras. h) Ampliar a capacidade e a efetividade dos sistemas de tratamento, mediante a recuperação e a construção de novos dispositivos As linhas de ação estabelecidas para a concretização desta meta incluem a elaboração de projetos básicos e, logo, de projetos executivos dos sistemas, a recuperação dos dispositivos existentes, a construção de novos dispositivos, a modernização e otimização dos processos e métodos de tratamento e a criação de programas de qualificação da mão de obra técnica vinculada à operação dos sistemas de tratamento, entre outras. As metas aqui listadas, excetuando-se as duas últimas listados no contexto operacional (identificadas pelos códigos h e i ), deverão ser atendidas ainda no cenário de curto prazo, 25