PROJETO DE PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR. AS LINGUAGENS DA CIDADE: mapas espaciais e mapas sociolinguísticos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LINGUÍSTICA PROJETO DE PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR AS LINGUAGENS DA CIDADE: mapas espaciais e mapas sociolinguísticos Goiânia, 2019

Introdução De acordo com De Certeau (2002,p. 163), as práticas de espaço tecem com efeito as condições determinantes da vida social, o que faz com que os pedestres e transeuntes da cidade enunciem o espaço ao transitar por ele. De acordo com esse autor, portanto, as práticas de espaço estão direta e intrinsecamente ligadas às práticas enunciativas, pois criamos os espaços ao enunciálos, seja ao caminhar por eles, seja ao dizê-los. Com base nas reflexões desse autor, esse projeto de Prática como Componente Curricular (PCC) se propõe a pensar essas práticas enunciativas espaciais, colocando-as em relação a percepção sociolinguística da diversidade linguística de Goiânia-GO, visando uma reflexão sobre como percebemos sociolinguisticamente os espaços urbanos e os possíveis impactos dessa percepção para o ensino de língua portuguesa. Para tanto, faremos uso da metodologia dos mapas mentais, já amplamente desenvolvida na geografia, para propor a produção de um mapa sociolinguístico de Goiânia a partir das práticas enunciativas espaciais percebidas no cotidiano da cidade. Produziremos, ao fim da investigação, além desses mapas, um relato de experiência acerca de como essas percepções se relacionam com a prática docente. justificativa Costuma-se chamar de virada espacial o processo ocorrido nas pesquisas em humanidades, principalmente em geografia, ao se pautarem a partir da ideia de produção social do espaço. A ideia de que o espaço é produzido sociohistoricamente, e não apenas dado, como parte da natureza, faz com que pensemos o espaço, como todos os âmbitos da realidade social, como constituído por uma dupla articulação: a das estruturas macrossociais tais como os estudos que mostram como o modo de produção capitalista constrói/articula as cidades como meio e produto desse modo de produção,- e a das subjetividades que, por meio das práticas socioespaciais e linguísticas do cotidiano das pessoas, constroem os lugares tais como os estudos desenvolvidos pela vertente fenomenológica do espaço 1. Esse movimento coloca em voga, entre muitas outras coisas, o conceito de lugar. Nesse projeto, partilhamos da conceituação proposta por Tuan (1983), para quem é a partir de como vivenciamos os espaços e passamos a valorá-los, nos familiarizando com eles, atribuindo a eles sentimentos e emoções, transformando-os em realidade ou os inserindo na realidade em que vivemos - que transformamos este espaço sociohistoricamente constituído em lugar. Assim, o lugar 1 A discussão acerca da produção social do espaço em suas muitas vertentes pode ser encontrada nas produções de Lefbvre (1999, 2001), de Milton Santos (1999), David Harvey (2014) e de Kozel (2001) entre outros. Dada a natureza do projeto não nos delongaremos aqui nos pormenores das formulações de cada autor.

é espaço conhecido pela experiência as maneiras através das quais uma pessoa conhece e constrói a realidade (p. 9), experiência que se inicia com a percepção do corpo no espaço e que quando o deixa inteiramente familiar, ele é lugar (p. 83), pois lugares são centros para organizar mundos (p. 200), é um mundo de significado organizado (p. 198). Sendo um mundo de significados, os lugares, assim como os espaços, são também sociolinguisticamente constituídos e incluem em sua construção a nossa percepção e as nossas posturas sociolinguísticas diante dos elementos que constituem esses lugares. Assim, a forma como os lugares são construídos incluem a nossa percepção sociolinguística dos espaços urbanos (fazem parte da construção social deles, na verdade) e refletem nas práticas docentes, pois a docência não está desvinculada dessa construção social da realidade. Entendendo aqui que a prática docente de ensino de língua portuguesa não pode ser desvinculada de como se entende as práticas linguísticas cotidianas, tanto dos professores quanto dos estudantes, este projeto permite uma reflexão acerca dessas práticas a partir das percepções sociolinguísticas dos próprios estudantes. OBJETIVOS GERAIS: Discutir as relações entre práticas de espaço e práticas sociolinguísticas e suas consequências para o ensino de português. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Discutir a relação entre práticas e posturas sociolinguísticas e suas implicações na construção de lugares. Refletir sobre as percepções sociolinguísticas implicadas nas práticas de espaço e no ensino de língua portuguesa. METODOLOGIA Neste projeto, partimos da metodologia dos mapas mentais, pois como atestou Lynch (apud MICRUTE; KASHIWAGI, 2014, s/p), a produção de mapas a partir das perspectivas cartográficas individuais, ou seja, de como o espaço é entendido como lugar, não só [apresenta] a representação da paisagem, mas também uma realidade que não está escrita em nenhum lugar, mas na vivência de cada um, mostrando que os indivíduos têm visões próprias sobre os lugares, territórios e do seu cotidiano, o que envolve tanto os significados subjetivos [ ] sobre lugar quanto os universos

simbólicos, sendo estes produzidos através dos acontecimentos históricos sociais e econômicos divulgados. A partir dessa metodologia, propomos aqui a formulação de mapas sociolinguísticos, focando-nos em como percebemos a diversidade e as práticas linguísticas cotidianas no espaço da cidade. Para isso, propomos inicialmente a construção de um mapa espacial, no qual, posteriormente, serão inseridas as percepções linguísticas dos lugares apontados. Por fim, se propõe uma análise desses mapas a partir das posturas sociolinguísticas que eles implicam e como elas refletem na prática docente. CRONOGRAMA Primeira reunião de apresentação do projeto e primeira orientações: 02/04, às 14:00. As demais reuniões serão definidas nesse primeiro encontro, de acordo com os horários e disponibilidades dos estudantes inscritos. Entrega do produto final pelos estudantes: 30/10/2019. PRODUÇÃO FINAL O produto final previsto neste projeto é um relato de experiência no qual serão apresentados os mapas mentais produzidos pelas percepções do espaço urbano de Goiânia, o cruzamento deles com os mapas sociolinguísticos e as possíveis reflexões que isso gera acerca das nossas posturas diante da(s) língua(s) que são ensinadas nesses espaços e lugares. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 2012. HARVEY, David. Cidades rebeldes: Do direito à cidade à revolução urbana. São Paulo: Martins Fontes, 2014. LEFBVRE, Henry. O direito à cidade. São Paulo: Contexto, 2001. LEFBVRE, Henry. A revolução urbana. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1999. LIMA, Angélica Macedo Lozano, KOZEL, Salete. Lugar e mapa mental: uma análise possível. Geografia - v. 18, n. 1, jan./jun. 2009 Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Geociências. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/. Acesso em 11/04/2019. SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. Técnica e Tempo. Razão e Emoção. Hucitec, São Paulo, 1996.

KOZEL, Salete. As linguagens do cotidiano como representação do espaço: uma proposta metodológica possível. Disponível em: http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/ Teoriaymetodo/Metodologicos/04.pdf. Acesso em 11/04/2019. Regina Lucia Rocha Micrute1 Helena Midori Kashiwagi2 O USO DOS MAPAS MENTAIS NA CONSTRUÇÃO DA PERCEPÇÃO ESPACIAL In: OS DESAFIOSDA ESCOLAPÚBLICAPARANAENSE NAPERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE. Vol 1. Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/ 2014/2014_ufpr_geo_artigo_regina_lucia_rocha_micrute.pdf, acesso pela última vez em 11/04/2019. TUAN, Yi-- Fu. Espaço e Lugar: A Perspectiva da Experiência. Tradução de Lívia De Oliveira, São Paulo, Difel. 1983.