Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

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Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo. Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo I-RELATÓRIO

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Supremo Tribunal Administrativo:

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FORMALIDADE AVISO DE RECEPÇÃO ASSINATURA DO AVISO POR PESSOA DIVERSA DO DESTINATÁRIO

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DO ACTO TRIBUTÁRIO DECLARAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO LIQUIDAÇÃO CORRECTIVA PRAZO

Acordam, em conferência, nesta Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

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Acordam na Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: - Relatório -

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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IMPUGNAÇÃO JUDICIAL LIQUIDAÇÃO IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS TEMPESTIVIDADE DA IMPUGNAÇÃO

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PRAZO DE ARGUIÇÃO PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL FALTA ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ACTO PENHORA

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Nas alegações, conclui o seguinte:

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Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo

NOTIFICAÇÃO DO ACTO DE LIQUIDAÇÃO NOTIFICACÃO POR CARTA REGISTADA COM AVISO DE RECEPÇÃO PRESUNÇÃO OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL

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Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo

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Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo. Acordam, em conferência, na Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

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Acordam nesta Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo:

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2 Não foram apresentadas contra alegações. 4 - Colhidos os vistos legais, cabe decidir.

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REVERSÃO DE EXECUÇÃO OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL IMPUGNAÇÃO JUDICIAL CONVOLAÇÃO

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Tribunal de Contas. Acórdão 4/2008 (vd. Acórdão 2/06 3ª S de 30 de Janeiro) Sumário

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1.1. Terminou a alegação de recurso com as seguintes conclusões:


Transcrição:

Acórdãos STA Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Processo: 0895/13 Data do Acordão: 25-09-2013 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: DULCE NETO Descritores: OMISSÃO DE PRONÚNCIA Sumário: Nº Convencional: JSTA000P16233 Nº do Documento: SA2201309250895 Data de Entrada: 20-05-2013 Recorrente: A... Recorrido 1: FAZENDA PÚBLICA Votação: UNANIMIDADE Aditamento: I - A nulidade da sentença por omissão de pronúncia está directamente relacionada com o dever que é imposto ao juiz, pelo art. 660º nº 2 do CPC, de resolver todas as questões que as partes tenham submetido à sua apreciação, e de não poder ocupar-se senão das questões suscitadas pelas partes, salvo se a lei lhe permitir ou impuser o conhecimento oficioso de outras. II - As alegações previstas no artigo 120º do CPPT destinam-se a discutir a matéria de facto e as questões jurídicas que são objecto do processo. III - A caducidade do direito à liquidação invocada apenas nas alegações finais previstas no art. 120º do CPPT, não constituindo facto subjectivamente superveniente nem matéria de conhecimento oficioso, teria de ser suscitada em sede de petição inicial, pelo que, não o tendo sido, estava vedado ao tribunal conhecer dessa questão. Texto Integral http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e0...b5e0fb5780257bf800593dea?opendocument&expandsection=1 (1 of 10)15-10-2013 15:01:09

Texto Integral: Acordam, em conferência, na Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo: 1. A, com os demais sinais dos autos, recorre para o Supremo Tribunal Administrativo da sentença proferida pelo TAF de Penafiel que julgou improcedente a impugnação judicial que instaurou contra o acto de indeferimento do recurso hierárquico que, por sua vez, interpusera do acto de indeferimento da reclamação graciosa deduzida contra a liquidação oficiosa de IRS referente ao ano de 2006 e respectivos juros compensatórios, no montante total de 17.829,34. 1.1. Rematou as alegações de recurso com as seguintes conclusões: a) A, aqui Recorrente, recorre para o Supremo Tribunal Administrativo da sentença proferida pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel, de improcedência da impugnação judicial que deduziu contra o acto de liquidação oficiosa de IRC referente ao exercício de 2006 e respectivos juros compensatórios. b) A Recorrente alegou em sede de alegações nos termos e para os efeitos do art. 120º do CPPT da impugnação judicial, a caducidade da liquidação do IRS de 2006, por estar ultrapassado o prazo previsto no nº 2 do art. 45º da Lei Geral Tributária. c) E, conforme consta dos factos dados como provados no seu artigo 3º, a aqui Recorrente foi notificada da liquidação oficiosa objecto dos presentes autos em 11.02.2010, no que concerne ao IRS de 2006. d) Desde logo, afigura-se que a douta sentença recorrida não se pronuncia sobre questões alegadas na impugnação judicial, nomeadamente sobre a invocada CADUCIDADE DA LIQUIDAÇÃO do IRS de 2006. e) Segundo a lei processual, é nula a sentença quando o juiz deixe de se pronunciar sobre questões que devia apreciar ou conheça de questões de que não devia tomar conhecimento [artigo 668º, nº 1, alínea d), do CPC]. f) Efectivamente, dos artigos 660º nº 2 do CPC e 95º nº 1 do CPTA resulta que o juiz deverá decidir, na sentença ou acórdão, todas as questões que as partes tenham submetido à sua apreciação, exceptuadas aquelas cuja solução esteja prejudicada pela solução dada a outras, e não pode ocuparse senão das questões suscitadas, salvo quando a lei lhe permita ou imponha o conhecimento oficioso de outras. g) No presente caso, uma vez que foi invocada pela Recorrente a http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e0...b5e0fb5780257bf800593dea?opendocument&expandsection=1 (2 of 10)15-10-2013 15:01:09

caducidade da liquidação, em sede de alegações, antes da proferida a sentença, era uma questão a Meritíssima Juiz teria pois, de se pronunciar. h) Não o tendo feito, temos e em face a esse prejuízo de conhecimento, uma situação a omissão de pronúncia. i) A Sentença recorrida incorre em omissão de pronúncia, quando não se pronuncia sobre a alegada caducidade da liquidação, pelo que deve ser considerada nula. j) Conforme o Supremo Tribunal Administrativo vem entendendo, haverá omissão de pronúncia sempre que o tribunal, pura e simplesmente, não tome posição sobre qualquer questão que devesse conhecer, inclusivamente, não decidindo explicitamente que não pode dela tomar conhecimento - cf. neste sentido Acórdãos de 09.04.2008, recurso 756/07, e de 23.04.2008, recurso 964/06, in www.dgsi.pt. k) Ora a recorrente havia suscitado nos artigos 32º a 35º das alegações (art. 120º do CPPT), a referida questão da caducidade da liquidação, argumentando que a liquidação enviada à Impugnante o foi, para além do prazo de três anos, atento o nº 2 do art. 45º da LGT. l) Assim sendo e atento o disposto nos citados art. 660º, nº 2 e 668º, nº 1, al. d) do CPC e 125º do CPPT, deve-se concluir pela nulidade da sentença, por omissão de pronúncia, em consequência, dando provimento ao presente recurso. NESTES TERMOS E NOS DEMAIS DE DIREITO, e com o douto suprimento de Vossas Excelências, deve o presente recurso ser procedente, por provada a invocada nulidade de omissão de pronúncia, anulando a decisão recorrida. Porém, como sempre, V. Exas. farão a sempre acostumada JUSTIÇA. 1.2. Não foram apresentadas contra-alegações. 1.3. O Exmo. Procurador-Geral-Adjunto junto do STA emitiu parecer no sentido de que o recurso não devia ser provido, argumentando o seguinte: «1. O princípio da estabilidade da instância e o ónus imposto ao autor de exposição dos factos e das razões de direito que fundamentam o pedido exigem que todas as questões que o tribunal deva apreciar sejam suscitadas na petição de impugnação judicial; exceptuam-se questões de http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e0...b5e0fb5780257bf800593dea?opendocument&expandsection=1 (3 of 10)15-10-2013 15:01:09

conhecimento oficioso e factos subjectivamente supervenientes, dos quais o impugnante não tenha conhecimento no momento da apresentação da petição (art. 268º CPC, art. 108º nº 1 CPPT; cfr. Jorge Lopes de Sousa Código de Procedimento e de Processo Tributário anotado e comentado Volume I 2006 p. 783). 2. Este entendimento funda a conclusão de que, no caso concreto, a sentença não enferma da alegada nulidade por omissão de pronúncia, em consequência da conjugação das seguintes premissas: a) a questão da caducidade do direito à liquidação apenas foi suscitada nas alegações que culminam o encerramento da discussão da causa no tribunal de 1ª instância (art. 120º CPPT); b) segundo jurisprudência consolidada a questão da caducidade não é e conhecimento oficioso, sendo causa de anulabilidade do acto tributário inquinado pelo vício (acórdãos STA-SCT Pleno 18.06.2003 proc. nº 503/03; 7.07.2004 proc. nº 546/02; 18.05.2005 proc. nº 1178/04; STA- SCT 25.11.2009 proc. nº 761/09. ( )». 1.4. Colhidos os vistos dos Exmºs Juízes Conselheiros Adjuntos, cumpre decidir em conferência. 2. Na sentença recorrida deu-se como assente a seguinte factualidade: 1.º- Em 26.07.2007 (data do registo dos CTT RYR 2007 413639345: 23/07/2007), a ora impugnante foi notificada, ao abrigo do art.76º, nº3 do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS), para cumprir a obrigação em falta - entregar a M3-IRS do exercício de 2006. 2.º- Decorreu o prazo concedido, sem que a falta fosse sanada. 3.º- Em 11.02.2010 (data do registo dos CTT RY493993378PT: http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e0...b5e0fb5780257bf800593dea?opendocument&expandsection=1 (4 of 10)15-10-2013 15:01:09

08/02/2010), foi a impugnante notificada da liquidação objecto da presente impugnação. 4.º- A ora impugnante, apresentou reclamação graciosa contra a liquidação em causa - cf. resulta do Processo Administrativo (PA), apenso aos autos. 5.º- Em 18.11.2010, a ora impugnante foi notificada, através do ofício n. 76.630/0403 do teor do projecto de despacho proferido em 25.10.2010, para exercer, querendo, no prazo de 10 (dez) dias, o seu direito de audição antes do indeferimento total ou parcial das reclamações graciosas - cf. doc. de fls.18, 19 e 22 do PA apenso aos autos. 6.º- Face à ausência do direito de audição (por parte da ora impugnante), manteve-se a decisão comunicada no projecto - cf. teor do doc. de fls.22 do PA apenso aos autos. 7.º- Por despacho de 17.12.2010, foi indeferida a reclamação graciosa, apresentada pela ora impugnante - cf.doc. de fls.23 do PA apenso a estes autos. 8.º- Decisão da qual a ora impugnante foi notificada - cf. docs. de fls.23 a 25 do PA apenso a estes autos. 9.º- A ora impugnante apresentou recurso hierárquico em 18.01.2011 - cf. doc. de fls.26 a 33 do PA apenso a estes autos. 10.º- Por despacho de 18.04.2011, foi o mesmo indeferido - cf. doc. de fls. 53 do PA apenso a estes autos. 11.º- Do qual a impugnante foi notificada - cf. doc. de fls. 54 a 55, do PA apenso a estes autos. 12.º- A ora impugnante está colectada desde 08.03.2006, no regime simplificado de determinação dos rendimentos empresariais e profissionais (IRS). 13.º- A impugnante não entregou a M3-IRS, do exercício de 2006. 14.º- A liquidação (objecto da presente impugnação) foi efectuada com base nos elementos de que a Direcção Geral de Contribuições e Impostos dispunha, sobre os rendimentos da categoria B (IRS), determinada com as regras do regime simplificado de tributação, com aplicação do coeficiente mais elevado previsto no nº 2 do art. 31º - cf. teor do doc. de fls. 48 do PA apenso aos autos. 15.º- Foi dispensada a audição da recorrente (ora impugnante) no âmbito do procedimento do recurso hierárquico - cf. teor do doc. de fls. 52 do PA apenso aos autos. http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e0...b5e0fb5780257bf800593dea?opendocument&expandsection=1 (5 of 10)15-10-2013 15:01:09

3. Vem o presente recurso interposto da sentença que julgou improcedente a impugnação judicial deduzida pela ora Recorrente contra o despacho de indeferimento do recurso hierárquico que interpusera na sequência do indeferimento da reclamação graciosa que deduzira contra a liquidação oficiosa de IRS referente ao ano de 2006 e inerentes juros compensatórios, liquidação que provém da falta de entrega da respectiva declaração de rendimentos. Tal impugnação tinha por causa de pedir o vício de preterição do direito de audição no âmbito do recurso hierárquico e a errónea quantificação da matéria tributável. Com efeito, na petição inicial a Impugnante insta, por um lado, pela anulação da decisão proferida em sede de recurso hierárquico por preterição da formalidade prevista no art. 60º, nº 1, al. b), da LGT, e, por outro lado, pela anulação do acto de liquidação em si por errónea quantificação da matéria tributável, na medida em que face à sua actividade de comércio a retalho em supermercados e hipermercados e o que dispõe o art. 31º do CIRS, o rendimento tributável devia ter sido calculado segundo o coeficiente 0,20 do valor de vendas e mercadorias, e não através do coeficiente de 0,65 aplicado na liquidação impugnada. Todavia, a sentença recorrida julgou a impugnação improcedente, por entender, em suma, que «Resulta dos factos provados que, no processo de reclamação graciosa foi concedido à ora impugnante o direito de audição prévia. Direito esse, que a ora impugnante não exerceu. Da análise da reclamação graciosa e do recurso hierárquico, resulta que os factos e o direito em que se baseou a decisão de recurso hierárquico foram os mesmos em que se baseou a decisão de reclamação graciosa. Pelo que, a não concretização do direito de audição prévia no recurso hierárquico não consubstancia formalidade essencial conducente a vício de procedimento, por ausência de fundamentos novos. ( ). Acresce que, a lei prevê a dispensa da audição do contribuinte no caso de a liquidação se efectuar oficiosamente, com base em valores objectivos previstos na lei, desde que o contribuinte tenha sido notificado para apresentar a declaração em falta, sem que o tenha feito - cf. art.60º, nº 2, alínea b), da LGT», e que, «( ) resulta dos http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e0...b5e0fb5780257bf800593dea?opendocument&expandsection=1 (6 of 10)15-10-2013 15:01:09

autos que, a administração tributária socorreu-se dos elementos quantitativos existentes, fornecidos pela impugnante, em sede de IVA. Deste modo, pode dizer-se que, fez prova plena dos pressupostos da liquidação impugnada. A aplicação do coeficiente mais elevado aos rendimentos conhecidos a tributar em sede de IRS, face à não apresentação da declaração de rendimentos por parte da impugnante, resulta do disposto nos n.ºs 2 e 3 do art.76º do CIRS.». No presente recurso, sem pôr em causa a argumentação e o conteúdo decisório da sentença, a Recorrente limita-se a sustentar que ela é nula por omissão de pronúncia, porquanto não apreciou a questão da caducidade da liquidação que suscitara nas alegações finais que apresentou nos termos e para os efeitos previstos no art. 120º do CPPT. Daí que a única questão que a ora Recorrente coloca à apreciação deste Tribunal seja a de saber se a sentença é nula por omissão de pronúncia por não ter apreciado a questão da caducidade da liquidação por si suscitada nas alegações previstas no art. 120º do CPPT. Vejamos. Segundo o disposto no art. 125º, nº 1, do CPPT, em consonância, aliás, com o disposto no art. 668º, nº 1, al. d), do CPC, é nula a sentença quando ocorra «a falta de pronúncia sobre questões que o juiz deva apreciar ou a pronúncia sobre questões que não deva conhecer». Esta nulidade está directamente relacionada com o dever que é imposto ao juiz, pelo artigo 660º nº 2 do Código de Processo Civil (CPC), de resolver todas as questões que as partes tenham submetido à sua apreciação, e de não poder ocupar-se senão das questões suscitadas pelas partes, salvo se a lei lhe permitir ou impuser o conhecimento oficioso de outras, determinando a violação dessa obrigação a nulidade da sentença. Significa isto que, nos termos do art. 660º, nº 2, do CPC, impende sobre o juiz a obrigação de conhecer de todas as questões que sejam suscitadas pelas partes, nos termos definidos no art. 264º do CPC, bem como daquelas que sejam do conhecimento oficioso. No caso vertente, trata-se de uma impugnação judicial, cujo formalismo http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e0...b5e0fb5780257bf800593dea?opendocument&expandsection=1 (7 of 10)15-10-2013 15:01:09

processual vem definido nos arts. 103º a 134º do CPPT, iniciando-se com a entrega de uma petição inicial com os contornos definidos no art. 108º do referido diploma legal. É nesta peça processual que o impugnante desenha e define os contornos do pleito, expondo as questões de facto e de direito que fundamentam o pedido, colocando, em suma, as questões que pretende ver dirimidas e que, com excepção daqueloutras que sejam do conhecimento oficioso, balizam a pronúncia do tribunal. Ora, como se evidencia na petição inicial, a fls. 4 e segs., a impugnante invocou, como fundamentos da sua pretensão, a preterição do direito de audição e a errónea quantificação da matéria colectável. E apenas suscitou a questão da caducidade do direito à liquidação nas alegações que produziu nos termos e para os efeitos do art. 120º do CPPT. Todavia, tais alegações destinam-se a discutir a matéria de facto e as questões jurídicas que são já objecto do processo, o que torna, em princípio, inadmissível a invocação superveniente de novos vícios nessa peça processual. Conforme muito bem refere JORGE LOPES DE SOUSA, no Código de Procedimento e de Processo Tributário, Anotado e Comentado, 5ª ed., Vol. I, pág. 783, «A indicação do pedido ou pedidos e dos factos em que se fundamentam, bem como a indicação dos vícios que o impugnante imputa ao acto impugnado deve ser feita na petição, não podendo, posteriormente, em regra, formular-se novos pedidos ou invocados novos factos ou imputados outros vícios, designadamente nas alegações previstas no art. 120º deste Código. Este entendimento, que tem vindo a ser adoptado quase generalizadamente pelo STA, baseia-se no princípio da estabilidade da instância (art. 268º do CPC) e no ónus imposto ao impugnante de expor na petição de impugnação os factos e as razões de direito que fundamentam o pedido (nº 1 deste art. 108º). Por outro lado, os vícios geradores de mera anulabilidade, só podem ser arguidos no prazo previsto na lei (art. 136º, nº 2, do CPA), pelo que se não forem imputados ao acto nesse prazo, o interessado perderá o direito de os arguir. Assim, só em casos excepcionais, quando se esteja perante questões de conhecimento oficioso ou quando factos http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e0...b5e0fb5780257bf800593dea?opendocument&expandsection=1 (8 of 10)15-10-2013 15:01:09

subjectivamente supervenientes para o impugnante lhe proporcionem a tomada de conhecimento de vícios de que não podia ter conhecimento no momento da apresentação da petição, será permitido ao impugnante invocar novos factos ou imputar novos vícios ao acto impugnado, o que está em sintonia com o preceituado no art. 506º do CPC, sobre a admissibilidade de articulados supervenientes, que deve ser subsidiariamente aplicável, com adaptações, ao processo de impugnação judicial, por força do disposto na alínea e) do art. 2º do CPPT.». Ora, a questão da caducidade do direito à liquidação do imposto, tal como vem configurado pela Impugnante - traduzida no facto de a liquidação lhe ter sido notificada para além do prazo de três anos - representa uma questão jurídica e não um facto subjectivamente superveniente. Constitui, aliás, um vício de violação de lei susceptível de levar à anulação do acto de liquidação quando invocado no prazo legal para a dedução de impugnação judicial previsto no art. 102º do CPPT. Tal vício não foi, porém, invocado nesse prazo pois que não foi articulado na petição inicial nem se mostra alegado ou indiciado que a impugnante não teve nem podia ter tido conhecimento dos factos que sustentam tal vício na data da apresentação da petição. Por outro lado, como é jurisprudência uniforme deste STA (Cfr., entre outros, os acórdãos nº 503/03, nº 564/02, nº1178/04, proferidos pelo Pleno respectivamente em 18/6/2003, 7/7/2004 e 18/5/2005, e os acórdãos nº 361/05, nº 913/05, nº 458/08, nº 264/09, nº 761/09, nº 1018/11 e 251/12, proferidos pela Secção, respectivamente em 2/11/2005, 25/1/2006, 29/10/2008, 13/5/2009, 25/11/2009, 25/1/2012 e 26/9/2012.), a questão da caducidade do direito à liquidação não é do conhecimento oficioso, e, por conseguinte, teria de ser suscitada pelo impugnante em sede de petição inicial. E, não o tendo sido, era vedado ao tribunal conhecer de tal questão. Deste modo, e uma vez que a omissão de pronúncia só ocorre quando o tribunal não se pronuncie sobre questão de que devesse conhecer, não pode proceder a arguida nulidade. Improcedem, consequentemente, as conclusões das alegações do recurso. 4. Face ao exposto, acordam os juízes da Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo em negar provimento ao http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e0...b5e0fb5780257bf800593dea?opendocument&expandsection=1 (9 of 10)15-10-2013 15:01:09

recurso. Custas pela Recorrente. Lisboa, 25 de Setembro de 2013. Dulce Neto (relatora) Isabel Marques da Silva Pedro Delgado. http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e0...b5e0fb5780257bf800593dea?opendocument&expandsection=1 (10 of 10)15-10-2013 15:01:09