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Publicado no Diário Oficial n o 4.412, de 10 de julho de

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RESOLUÇÃO : Nº 31/11 CÂMARA DE JULGAMENTO SESSÃO : 44ª EM: 22/07/2011 PROCESSO : Nº 0132/2010 RECORRENTE : DIVISÃO DE PROCEDIMENTOS ADM.

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Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

Transcrição:

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS ACÓRDÃO N o : 068/2015 IMPUGNAÇÃO Nº 113 PROCESSO N o : 2012/6010/501013 AUTO DE INFRAÇÃO N o : 2012/003723 IMPUGNANTE: J. SOL TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS LTDA. INSCRIÇÃO ESTADUAL N o : 29.431.192-0 IMPUGNADA: FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL EMENTA ICMS. APROVEITAMENTO INDEVIDO DE CRÉDITO. SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE CARGAS PRESTADO A EMPRESA QUE NÃO UTILIZAVA OS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS PELO TARE É legítima a exigência fiscal quando a apropriação de créditos do ICMS sobre fretes ocorreu sem opção prévia para redução da carga tributária, exigida pelo termo de acordo. RELATÓRIO Contra o sujeito passivo acima qualificado a Fazenda Pública formalizou o auto de infração nº 2012/003723, para reclamar o ICMS no valor de R$ 265.100,19 (campo 4.11) sobre a prestação de serviços de transporte no exercício de 2012. Juntaram-se aos autos mídia eletrônica CD contendo os livros fiscais, Nota Explicativa, levantamento especial com a descrição dos Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Cargas CTRC e cópias dos mesmos. A ciência ao sujeito passivo deu-se por via direta, conforme se vê à fls. 03. Tempestivamente e, nos conformes da lei, este oferta impugnação direta alegando, em síntese, que: A partir de 2010 começou a realizar transporte, em caráter de exclusividade para a empresa CDA Cia de Distribuição Araguaia, que é detentora do TARE 2.269/2010, que lhe confere os benefícios fiscais instituídos pela Lei 1.385/2003 (Pró-Indústria). Referido Termo concede um crédito presumido de 100% aos prestadores de

serviço de transporte nas saídas de mercadorias industrializadas e remetidas pela CDA Cia de Distribuição Araguaia. Que o agente fiscal considerou que as compras realizadas pela CDA em outros estados não poderiam ser albergadas pelo benefício do crédito presumido de 100%. A afirmação do levantamento fiscal é temerária, pois, não podemos concluir que mercadorias compradas em outras unidades da federação devem automaticamente ser excluídas do processo industrial da CDA. Ao final, pediu seja o auto de infração julgado improcedente. Em despacho às fls. 165/167 a Representação Fazendária solicitou a juntada de cópias das notas fiscais de saídas emitidas pela empresa contratante CDA; notas fiscais feitas constar nos CTRC da empresa contratada; cópias dos livros de entrada, saídas e apuração do ICMS da empresa contratante CDA; exposição de motivos sobre se as mercadorias remetidas são industrializadas pela CDA, no que foi atendido, com a juntada à fls. 169 de Termo de Aditamento, de Nota Explicativa de fls.170/172 e documentos de fls. 173 a 872. No parecer de fls. 888/895 a Representação Fazendária disse que a autuada emitiu os Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Cargas CTRC com o destaque do imposto sem, no entanto, recolhê-lo nem registrá-lo a título de crédito presumido de 100%. Trouxe à colação a Cláusula Sétima do TARE 2.269/2010 firmado entre a SEFAZ e a contratante dos serviços de transporte da autuada para dizer que o benefício do crédito presumido é para as saídas de mercadorias industrializadas pela acordada e vinculado a desconto no preço do serviço prestado pelo contratado. Mencionou a nota Explicativa dos autuantes de fls. 170/172 que assevera que parte dos produtos não sofreu industrialização neste estado. Disse que o Sujeito Passivo não aduziu razões nem carreou provas em contrário capazes de afastar a reclamação tributária. Recomenda ao final, negar provimento à impugnação e julgar a reclamação procedente. Instada a se pronunciar, a Procuradoria Geral do Estado, nos termos do art. 5º-B, inciso IV, da Lei 1.288/01, na pessoa do douto Subprocurador que subscreve o parecer SFT nº 091/2014 (de fls. 896), adota, na íntegra, a manifestação do nobre Representante Fazendário. VOTO A presente lide se configura por apropriação de crédito presumido de ICMS sobre serviços de transportes, concedido para empresa portadora de Termo de Acordo de Regime Especial TARE. Em sua impugnação, a autuada alega realizar transporte, em caráter de exclusividade para a empresa CDA Cia de Distribuição Araguaia, que é detentora do TARE 2.269/2010, que lhe confere os benefícios fiscais instituídos pela Lei 1.385/2003 (Pró-Indústria). Referido Termo concede um crédito presumido de 100% aos prestadores de serviço de transporte nas saídas de mercadorias industrializadas e remetidas pela CDA Cia de Distribuição Araguaia. Que o 2

agente fiscal considerou que as compras realizadas pela CDA em outros estados não poderiam ser albergadas pelo benefício do crédito presumido de 100%. A afirmação do levantamento fiscal é temerária, pois, não podemos concluir que mercadorias compradas em outras unidades da federação devem automaticamente ser excluídas do processo industrial da CDA. Ao final, pediu seja o auto de infração julgado improcedente. Em contra razões, a Representação Fazendária, após solicitação e cumprimento de diligência, afirma que a autuada emitiu os Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Cargas CTRC com o destaque do imposto sem, no entanto, recolhê-lo nem registrá-lo a título de crédito presumido de 100%. Trouxe à colação a Cláusula Sétima do TARE 2.269/2010 firmado entre a SEFAZ e a contratante dos serviços de transporte da autuada para dizer que o benefício do crédito presumido é para as saídas de mercadorias industrializadas pela acordada e vinculado a desconto no preço do serviço prestado pelo contratado. Mencionou a nota Explicativa dos autuantes de fls. 170/172 que assevera que parte dos produtos não sofreu industrialização neste estado. Para melhor entendimento, vejamos o que diz o referido TARE: CLÁSULA SÉTIMA O presente Termo de Acordo autoriza também aos prestadores de serviços devidamente inscrito no Cadastro de Contribuintes da Secretaria da Fazenda, crédito presumido de 100%, nas prestações de serviços de transportes nas saídas de mercadorias industrializadas pela acordada. SUBCLÁUSULA ÚNICA O benefício previsto no caput, está vinculado a desconto no preço do serviço conforme disposição contida na cláusula anterior. Observa-se que para usufruir do benefício concedido pelo TARE, algumas condições devem ser cumpridas tais como: as mercadorias a serem transportadas devem ser industrializadas pela acordada (CDA COMPANHIA DE DISTRIBUIÇÃO ARAGUAIA). E que o desconto obtido pelo transportador seja vinculado ao preço contratado, ou seja, diminuído do valor do frete. Acontece que o transportador não trouxe aos autos nenhuma prova do referido desconto, isto é, não demonstra que concedeu ou que abateu no valor do frete o desconto obtido. Por outro lado, constam provas que varias operações vieram de outros estados. Ou seja, não foram industrializadas pela empresa portadora do TARE. Descumprindo desta forma tanto a Clausula Sétima, como sua Subcláusula Única. Porém, se isso não bastasse, a empresa CDA detentora do TARE, se absteve da utilização dos benefícios do termo de acordo, renunciando ao mesmo, apurando seu encargos pelo regime normal de tributação. Desta forma, a empresa CDA, ao renunciar dos benefícios, não poderia a transportadora utilizar-se desses benefícios, um está vinculado ao outro, não cabendo à empresa transportadora alegar ignorância aos fatos, pois a empresa CDA 3

emitiu declaração de não utilização dos benefícios fiscais para ser apresentada ao fisco em trânsito, além de descrever no próprio corpo do documento fiscal que acoberta a operação, os seguintes dizeres: INFORMAÇÕES ADICIONAIS DE INTERESSE DO FISCO: A empresa possui TARE nº 2.269/2010, mas não usufrui dos benefícios, apurando o ICMS na modalidade débito crédito assim, as vendas para outras UF não estão proeminentes a cobrança de pagtos antec. de glosa de crédito Portanto o Estado ao conceder um benefício fiscal o objetivo principal é reduzir a carga tributária, melhorando a concorrência de mercado e diminuindo o preço ao consumidor final. Sendo o ICMS um tributo de natureza indireta, por incorporar o preço do produto, torna o contribuinte de fato consumidor final da mercadoria ou do serviço prestado, que suportou de forma efetiva a carga tributária, enquanto que a empresa é o contribuinte de direito, que ao repassar no preço das operações o tributo incidente, se incumbe de recolher aos cofres públicos o imposto incluso no valor pago pelo consumidor. Analisados os presentes autos, e pelas provas carreadas aos autos, resta claro que o sujeito passivo, se apropriou de ICMS indevidamente, agindo em desacordo com a Legislação Tributária do Estado do Tocantins, na conformidade de art. 45, inciso XVIII, da Lei 1.287/2001, a seguir: Art. 45. É vedado ao contribuinte e ao responsável: (...) XVIII aproveitar créditos do imposto em desacordo com a legislação tributária; Diante do exposto, conheço da impugnação direta, apresentada tempestiva, nego-lhe provimento, e voto pela procedência do auto de infração de n o 2012/003723, mais os acréscimos legais. DECISÃO Decidiu o Conselho de Contribuintes e Recursos Fiscais, no mérito, por unanimidade, conhecer da impugnação e negar-lhe provimento para julgar procedente a reclamação tributária constante do auto de infração n o 2012/003723 e condenar o sujeito passivo ao pagamento do crédito tributário no valor de R$ 265.100,19 (duzentos e sessenta e cinco mil, cem reais e dezenove centavos), referente ao campo 4.11, mais os acréscimos legais. Os Senhores Daniel Almeida Vaz e Heverton Luiz de Siqueira Bueno fizeram sustentação oral pela Recorrente e Fazenda Pública, respectivamente. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rui José Diel, Valcy Barboza Ribeiro, Ademar Andrade de Oliveira, João Gonçalo dos Santos, José Wagner Pio de Santana e com voto vencedor Luiz 4

Carlos da Silva Leal. Presidiu a sessão de julgamento aos 12 dias do mês de fevereiro de 2015, o conselheiro Edson Luiz Lamounier. PLENÁRIO DO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS, em Palmas, TO, aos 27 dias do mês de fevereiro de 2015. Edson Luiz Lamounier Presidente Rui José Diel Conselheiro Relator Luiz Carlos da Silva Leal Conselheiro autor do voto vencedor 5