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Transcrição:

CENSO DE AVES COMUNS n o a rq u ip é la g o d o s Aç o re s Balanço dos primeiros três anos & resu ltados do período 2 7-2 8

2 C E N S O D E A V E S C O M U N S N O A R Q U IP É L A G O D O S A Ç O R E S Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do patrimó nio natural para usufruto das geraçõ es futuras. A S P E A S ociedade P ortu gu esa p ara o E stu do das Av es é uma org aniz aç ã o nã o g overnamental de ambiente que trabalha para a conservaç ã o das aves e dos seus habitats em P ortug al. Como associaç ã o sem fins lucrativos, depende do apoio dos só cios e de diversas entidades para concretiz ar as suas acç õ es. F az parte de uma rede mundial de org aniz aç õ es de ambiente, a BirdLife In tern a tio n a l, que actua em mais de 1 países e tem como objectivo a preservaç ã o da diversidade bioló g ica através da conservaç ã o das aves, dos seus habitats e da promoç ã o do uso sustentável dos recursos naturais. T orne-se hoje mesmo S ó cio da S P E A e contribua para esta missã o. Agradecimentos O projecto CAC é resultado de um trabalho quase inteiramente voluntário que envolve cerca de 1 colaboradores em todo o país. É devido um ag radecimento especial a todos os voluntários que faz em este projecto possível, nomeadamente aos colaboradores responsáveis pela recolha de dados nos Aç ores, sendo a eles que se destina este relató rio. E q u ip a C oordenaç ã o N acional R icardo M artins C oordenaç ã o R egional R egiã o N orte (V iana do C astelo, B raga, P orto, Av eiro, C oimb ra, V ila R eal, B raganç a, V iseu e G u arda) Carlos S antos R egiã o C entro (L eiria, L isb oa, S antaré m, C astelo B ranco e P ortalegre) Ana Isabel L eal R egiã o S u l (S etú b al, É v ora, B eja e F aro) Ana T eresa M arques Arq u ip é lago da M adeira Isabel F ag undes Arq u ip é lago dos Aç ores R icardo Ceia E lab oraç ã o, design e p aginaç ã o R icardo Ceia Aná lise de dados G eoff H ilton & Ana M eirinho F otografias R icardo Ceia Ap oio e su p erv isã o à C oordenaç ã o N acional D ata D ez embro de 2 9 L uís Costa (D irector E x ecutivo) D oming os L eitã o (Coordenador do P rog rama T errestre ) J osé P edro T avares ( Country P rog rammes Officer da R S P B para a T urquia, P ortug al e G récia)

C E N S O D E A V E S C O M U N S N O A R Q U IP É L A G O D O S A Ç O R E S 3 R esu mo A necessidade de monitoriz ar as populaç õ es de aves nunca foi seg uramente tã o importante como ag ora, com o rápido desenvolvimento, urbaniz aç ã o e industrializ aç ã o que se verifica em todo o mundo. A fim de estabelecer estratég ias adequadas de conservaç ã o, é fundamental conhecer em que medida as populaç õ es de aves aumentam ou diminuem e quais os factores responsáveis por essas flutuaç õ es. A sua monitoriz aç ã o apresenta ainda a vantag em de servir como valioso indicador do estado de conservaç ã o de outros g rupos faunísticos e dos habitats em g eral. H á alg uns anos, a BirdLife In tern a tio n a l, em parceria com o E u ro p ea n Bird C en s u s C o u n c il (E B CC), decidiu implementar um projecto europeu de censo de aves comuns, o P a n European Common Bird Monitoring Scheme (PECBMS). O principal objectivo é o de usar as aves comuns como indicadores do estado geral do meio natural através de dados científicos sobre as alteraç õ es nas populaç õ es nidificantes em toda a Europa. Em Portugal, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das A ves (SPEA ) iniciou o seu projecto Censo de A ves Comuns (CA C) em 2 4, associando se ao projecto europeu. Este projecto, para além de contribuir anualmente com os dados das espécies portug uesas para o P EC B M S, fornece o Índice de A v es C omuns incluído nas políticas nacionais de desenv olv imento sustentá v el e de desenv olv imento rural. N o arq uipélag o dos A ç ores o projecto C A C foi introduz ido em 27, sendo q ue até à presente data, estes dados nã o foram analisados para o cá lculo de índices ou tendê ncias populacionais específicas. Este é o primeiro relató rio q ue descrev e o estado das populaç õ es de av es comuns nos A ç ores no â mbito do projecto C A C. S ã o apresentados resultados de abundâ ncia para 29 espécies, baseados em dados preliminares referentes aos anos 27 e 28 recolh idos em 1 9 unidades de amostrag em. É certamente cedo para tirar g randes conclusõ es sobre tendê ncias populacionais, pois isso req uererá mais anos de amostrag em, no entanto, podemos ter já os primeiros resultados sobre a abundâ ncia das av es comuns nos A ç ores.

4 CENSO D E A V ES COM U NS NO A R Q U IP É L A G O D OS A Ç OR ES Introdução A inclusã o do Índice de A v es C omuns, fornecido pelo C A C, na Estratég ia N acional de D esenv olv i- mento S ustentá v el 25-21 5 ; O Ce ns o de Av e s Com uns (CAC) é um projecto lanç ado A inclusã o do Indicador de A v es C omuns de Z onas em 24 pela Soc ie da de Portug ue s a p a ra o Es tudo A g rícolas no P lano Estratég ico N acional para o da s Av e s (SPEA) e consiste num prog rama de monitoriz aç ã o a long o praz o de av es comuns nidificantes e seus A cedê ncia de informaç ã o para o R elató rio de D esenv olv imento R ural 27-21 3 ; h abitats, em P ortug al. Estado do A mbiente de 26, da A ssociaç ã o P ortug uesa do A mbiente, apresentado a 1 5 de J anei- O s principais objectiv os deste projecto sã o assim os seg uintes: ro de 28. 1. A nalisar as tendê ncias populacionais de um v asto conjunto de espécies de av es nidificantes numa g rande v ariedade de h abitats em todo o territó rio portug uê s (continente e reg iõ es autó nomas). A fim de estabelecer estratég ias adeq uadas de conserv aç ã o, é fundamental conh ecer em q ue medida as populaç õ es de av es aumentam ou diminuem. A sua monitoriz aç ã o apresenta ainda a v antag em de serv ir como v alioso indicador do estado de conserv aç ã o de outros g rupos animais e dos h abitats em g eral. 2. C ontribuir anualmente para o Esq uema P an-europeu O PECBMS é c om p os to p or 35 p a ís e s inc luindo Portug a l. de M onitoriz aç ã o de A v es C omuns (P EC B M S ), coordenado pela BirdLife International e pelo E u rop ean Bird C ens u s C ou nc il (EB C C ), com os dados das tendê ncias populacionais das espécies portug uesas. N o entanto, a importâ ncia do C enso de A v es C omuns ultrapassa o â mbito nacional, uma v ez q ue está integ rado no P EC B M S, sendo um objectiv o do C A C fornecer, a 3. P romov er a conserv aç ã o das av es e dos seus h abitats atrav és do env olv imento directo de um g rande nú mero este nív el, informaç ã o sobre as tendê ncias populacionais de v oluntá rios em projectos decisiv os de monitoriz aç ã o das espécies portug uesas. F oi publicada este ano pelo de av es. P EC B M S uma nov a broch ura com a actualiz aç ã o das U ma v ez q ue as políticas ambientais afectam a g estã o e tendê ncias populacionais de 1 3 5 espécies europeias, utiliz aç ã o do territó rio, a criaç ã o de um Índice de A v es com dados de 1 98 até 26, prov enientes de 21 países, incluindo os dados portug ueses de 24-26. C omuns por tipo de h abitat (ag rícola, florestal, etc.), constituirá uma ferramenta importante para medir a sustentabilidade das pró prias decisõ es políticas ao long o do Com o func iona o p roje c to? tempo e suportar medidas com v ista à conserv aç ã o de À semelh anç a do q ue acontece em g eral nos mais de 2 espécies com tendê ncias mais neg ativ as e q ue sejam países europeus q ue tê m esq uemas de monitoriz aç ã o de consideradas potencialmente mais ameaç adas. N este av es comuns, o C A C funciona numa base de participaç ã o sentido já foram concretiz adas alg umas metas, salientando-se: v oluntá ria de colaboradores de campo.

C E N S O D E A V E S C O M U N S N O A R Q U IP É L A G O D O S A Ç O R E S 5 Em P ortug al, cada colaborador fica responsá v el por uma q uadrícula U T M 1 x 1 k m, onde se pretende q ue asseg ure anualmente a realiz aç ã o de censos de av es, de forma a permitir uma monitoriz aç ã o continuada das av es e seus h abitats. O processo de atribuiç ã o de q uadrículas é aleató rio, dentro de cada distrito, mas também se tem em conta a disponibilidade e á rea de residê ncia dos colaboradores. O q ue se pretende neste projecto é q ue a amostra utiliz ada represente o melh or possív el a realidade do país e nã o os melh ores locais para observ ar av es. A metodolog ia assenta em pontos de escuta, com a duraç ã o de 5 minutos, efectuados durante as primeiras q uatro h oras da manh ã. Em cada q uadrícula dev em ser seleccionados 2 pontos, distanciados pelo menos 1 k m e distribuídos de acordo com a representativ idade dos diferentes tipos de h abitat, eleg endo sempre q ue possív el z onas de h abitat h omog éneo. A realiz aç ã o dos censos de av es é feita apenas duas v ez es por ano, durante a época de reproduç ã o da g rande maioria das espécies q ue ocorrem na g eneralidade do territó rio nacional. A primeira v isita é realiz ada em A bril e a seg unda em M aio, h av endo um interv alo mínimo de q uatro semanas entre ambas, o q ue g arante q ue no conjunto sejam detectadas as espécies q ue nidificam mais cedo e também as mais tardias. D e ano para ano, os censos nas q uadrículas sã o feitos sempre nos mesmos pontos (preferencialmente pelo mesmo observ ador), respeitando a ordem definida inicialmente e sendo reg istadas todas as alteraç õ es detectadas ao nív el do h abitat. Este projecto é dirig ido à s av es comuns, mas durante os censos sã o reg istadas todas as espécies de av es detectadas. N o entanto, para espécies mais raras ou com uma distribuiç ã o reduz ida, dificilmente se conseg uirá obter dados suficientes para determinar tendê n- cias populacionais com alg uma robustez. C ada nov o colaborador, no primeiro ano em q ue a q uadrícula é atribuída, necessita efectuar uma v isita prév ia à realiz aç ã o dos censos, para reconh ecimento da á rea e selecç ã o dos pontos de escuta, de acordo com os critérios definidos. Toda s a s e s p é c ie s de te c ta da s dura nte os c e ns os de v e m s e r re g is ta da s num a Fic h a de Ca m p o. Um a v e z c onc luído o tra b a lh o de c a m p o, é ne c e s s á rio p re e nc h e r um a Fic h a Re s um o, p or v is ita e p or q ua dríc ula, q ue é p os te riorm e nte e nv ia - da p a ra o Coorde na dor Re g iona l.

6 CENSO D E A V ES COM U NS NO A R Q U IP É L A G O D OS A Ç OR ES CAC Açore s Ba la nço dos p rim e iros trê s a nos T rê s anos apó s o início do projecto no continente e arq uipélag o da M adeira, o C A C é introduz ido no arq uipélag o dos A ç ores em 27. U ma v ez q ue esta reg iã o insular se disting ue ao nív el g eog rá fico, topog rá fico e ecoló g ico do q ue até à data h av ia sido contemplado para o restante territó rio nacional, foi necessá rio adaptar os conteú dos do C A C a esta nov a realidade. O s principais aspectos tidos em conta foram: D elimitaç ã o das unidades de amostrag em; D efiniç ã o do calendá rio de ex ecuç ã o; R ev isã o dos có dig os para preench imento da F ich a de H abitats. De lim ita ção da s unida de s de a m os tra g e m U ma v ez q ue os A ç ores sã o compostos por nov e ilh as h abitadas, os 2.3 3 3 k m 2 correspondentes à superfície deste arq uipélag o encontram-se frag mentados. F oi v erificado q ue um g rande nú mero de q uadrículas U T M 1 x 1 k m do arq uipélag o possuía menos de 5 % de superfície, o q ue, juntamente com a reduz ida rede de acessos em alg umas q uadrículas, impossibilitaria a selecç ã o de 2 pontos de escuta de acordo com os pressupostos metodoló g icos em q ue se baseia o C A C. A ssim sendo, foi efectuada uma aná lise atenta de cada q uadrícula, de modo a poder ag lomerar q uadrículas v iz inh as, nã o comprometendo a metodolog ia nos A ç ores. A s 73 q uadrículas U T M 1 x 1 k m q ue abrang em as nov e ilh as do arq uipélag o foram associadas em 3 2 unidades de amostrag em q ue podem env olv er até q uatro q uadrículas U T M 1 x 1 k m. N os casos em q ue h ouv e associaç ã o de q uadrículas U T M 1 x 1 k m optou-se por conferir à unidade de amostrag em final a desig naç ã o da q uadrícula com numeraç ã o inferior. Em semelh anç a ao efectuado no continente, nos A ç ores o processo de atribuiç ã o de q uadrículas é aleató rio, dentro de cada ilh a. Ta b e la 1. Lis ta de unida de s de a m os tra g e m nos Açore s c om p os ta s p or um m á x im o de q ua tro q ua dríc ula s UTM 1 x 1 k m. Ilh a Unida de de a m os tra g e m De s ig na ção S anta M aria P F 6 8 + P F 6 9 P F 6 8 P F 78 + P F 79 P F 78 P G 8 P G 8 P G 9 + P G 1 9 P G 9 P G 1 7 + P G 1 8 P G 1 7 P G 27 + P G 28 P G 27 S ã o M ig uel P G 3 7 + P G 4 7 P G 3 7 P G 3 8 + P G 3 9 P G 3 8 P G 4 8 + P G 4 9 P G 4 8 P G 5 7 + P G 5 8 + P G 5 9 P G 5 7 P G 6 7 + P G 6 8 + P G 6 9 P G 6 7 M H 6 8 + M H 78 + M H 77 M H 6 8 T erceira M H 6 9 + M H 79 + M H 8 9 M H 6 9 M H 8 7 + M H 8 8 M H 8 7 M H 97 + M H 98 + M H 99 M H 97 G raciosa M J 2 + M J 1 1 + M J 1 2 M J 2 L H 8 8 + L H 8 9 + L H 97 + L H 98 L H 8 8 M H 7 + M H 8 M H 7 S ã o J org e M H 1 6 + M H 1 7 + M H 1 8 M H 1 6 M H 26 + M H 27 + M H 3 6 + M H 3 7 M H 26 L H 6 5 + L H 75 L H 6 5 L H 6 6 + L H 76 L H 6 6 P ico L H 8 5 L H 8 5 L H 8 6 L H 8 6 L H 94 + L H 95 + L H 96 L H 94 M H 5 + M H 1 5 M H 5 L H 4 6 + L H 5 6 + L H 6 6 L H 4 6 F aial L H 4 7 L H 4 7 L H 5 7 + L H 6 7 L H 5 7 F lores F D 4 6 + F D 5 5 + F D 5 6 + F D 6 6 F D 4 6 F D 4 7 + F D 5 7 + F D 6 7 F D 4 7 C orv o F D 6 9 F D 6 9 De finição do c a le ndá rio de e x e c ução L ocaliz ado no meio do O ceano A tlâ ntico, o arq uipélag o dos A ç ores é caracteriz ado por um clima temperado oceâ nico com precipitaç ã o moderada, distribuída por todo o ano, elev ada h umidade relativ a e reduz ida v ariaç ã o de temperaturas. Em conseq uê ncia destes factores, a fauna ornitoló g ica residente nos A ç ores inicia mais tarde a época de reproduç ã o uma v ez q ue, nã o se v erificando condiç õ es climatéricas fortemente adv ersas, este período se pode estender até ao O utono. A dicionalmente,

C E N S O D E A V E S C O M U N S N O A R Q U IP É L A G O D O S A Ç O R E S 7 os ú nicos mig radores estiv ais q ue nidificam no arq uipélag o sã o av es marinh as q ue reg ressam com o início da P rimav era. D este modo, e apó s consultar a opiniã o de alg uns entendidos, para g arantir q ue no conjunto das duas v oltas sejam detectadas as espécies q ue nidificam mais cedo e também as mais tardias, o calendá rio anual de ex ecuç ã o do C A C nos A ç ores foi atrasado uma q uinz ena. Enq uanto q ue no continente e M adeira, a primeira v olta dev e ser feita entre 1 e 3 de A bril e a seg unda entre 1 e 3 1 de M aio, nos A ç ores, a primeira v olta dev e ser feita entre 1 5 de A bril e 1 5 de M aio e a seg unda v olta entre 1 6 de M aio e 1 5 de J unh o. Re v is ão dos c ó dig os p a ra p re e nc h im e nto da Fic h a de Ha b ita ts A s oito classes pertencentes ao nív el 1 da classificaç ã o de h abitats para o continente e M adeira foram também utiliz adas para os A ç ores. N o entanto, apenas os có dig os de h abitat correspondentes à s classes E Z onas h umaniz adas e H R och edos de interior foram conserv ados sem alteraç õ es. N a tabela 2 sã o apresentadas as modificaç õ es efectuadas a cada nív el da classificaç ã o de h abitats de modo a suprimir informaç ã o desajustada para os A ç ores e acrescentar nov os có dig os q ue tornassem possív el uma melh or descriç ã o dos h abitats aç orianos. As 73 q ua dríc ula s UTM 1 x 1 k m q ue a b ra ng e m a s nov e ilh a s do a rq uip é la g o dos Açore s fora m a s s oc ia da s e m 32 unida de s de a m os tra g e m q ue p ode m e nv olv e r a té q ua tro q ua dríc ula s UTM 1 x 1 k m.

8 CENSO D E A V ES COM U NS NO A R Q U IP É L A G O D OS A Ç OR ES Ta b e la 2. Re v is ão dos c ó dig os p a ra p re e nc h im e nto da Fic h a de Ha b ita ts nos Açore s. Pa ra c a da nív e l da c la s s ific a ção s ão indic a da s os c ó dig os de h a b ita t q ue fora m a dic iona dos (+) ou re m ov idos (-). Nív e l 1 Nív e l 2 Nív e l 3 Nív e l 4 + - + - + - A BOSQUES 1 3 Incenso 2 Q uercíneas de folh a march escente 1 4 O utras á rv ores de folh a persistente 3 Q uercíneas de folh a persistente 5 M isto de folh a caduca e march escente 8 M isto de coníferas e march escente 1 M isto de persistente e march escente B MATOS 6 Infestaç ã o por C onteira 3 M atag al de montanh a C PASTAGENS E AFINS 9 " T ípica" pastag em A ç o- riana 4 M atag al de média ou baix a altitude 5 O utros 1 P astag ens de montanh a 4 P astag ens secas 5 C aniç ais/c anav iais 6 J uncais 8 S apais (inundaç ã o perió - dica com á g ua salg ada) D TERRENOS AGRÍCOLAS 3 O liv ais 3 C om sebes v iv as 1 D e reg adio 3 C om v eg etaç ã o daninh a 1 C om sebes entre as culturas 7 A rroz ais 4 S em sebes v iv as 2 D e seq ueiro 4 S em v eg etaç ã o daninh a 2 S em sebes entre as culturas E ZONAS HUMANIZADAS F ZONAS HÚMIDAS INTERIORES 2 L ag oa (entre 5 e 4 5 m2; ex : 21 x 21 m = 4 4 1 m2) 5 A lbufeira (armanez amento de á g ua > 4 5 m2) 8 R io (mais de 2 m de larg ura) G COSTAS 7 F ajã 4 R ias e estuá rios H ROCHEDOS DE INTERIOR 8 F oz de ribeira 5 D unas 6 S alinas Nív e l 5 Eliminado Eliminado Eliminado

C E N S O D E A V E S C O M U N S N O A R Q U IP É L A G O D O S A Ç O R E S 9 N o início da difusã o do projecto, percebeu-se q ue a frag - mentaç ã o do arq uipélag o acrescia alg umas dificuldades em termos de formaç ã o e contacto com os colaboradores, uma v ez q ue o C oordenador R eg ional residia em S ã o M ig uel. S endo q ue alg uns colaboradores locais rev elav am menos ex periê ncia na identificaç ã o de av es, foi definido para alg uns casos um sistema de duplas em q ue estes eram acompanh ados por colaboradores mais ex perientes, q ue por sua v ez nã o poderiam continuar o C A C a long o praz o dev ido ao cará cter temporá rio da sua estadia nos A ç ores. Ta b e la 3. Qua dro re s um o da a trib uição e m onitoriz a ção de unida de s de a m os tra g e m nos Açore s. Unida de s de a m os tra g e m a trib uída s Unida de s de a m os tra g e m m onitoriz a da s 2 7 2 8 2 9 1 9 23 23 1 5 1 6 1 2 Ilh a s m onitoriz a da s 7 9 7 D esafortunadamente, neste terceiro ano nã o foram monitoriz adas 1 1 das 23 unidades de amostrag em atribuídas nã o h av endo amostrag em em S ã o J org e e no C orv o. Re s ulta dos do p e ríodo 2 7-2 8 D esde o término da época de campo até à aná lise dos dados decorre inev itav elmente um g rande praz o. D urante este interv alo de tempo os dados sã o resumidos e env iados pelos colaboradores ao C oordenador R eg ional para posterior v erificaç ã o e, subseq uentemente, remetidos ao C oordenador N acional para q ue sejam finalmente introduz idos na base de dados pela eq uipa de aná lise de dados. P or esta raz ã o, apesar de no presente relató rio se faz er o balanç o do primeiro triénio do projecto C A C nos A ç ores apenas se apresenta uma aná lise preliminar de dados do período 27-28. N a primeira época do C A C nos A ç ores, apó s uma activ a div ulg aç ã o do projecto e realiz aç ã o de uma saída de formaç ã o (F urnas - S alto de C av alo, S ã o M ig uel), foi possív el reunir 22 v oluntá rios interessados em colaborar na monitoriz aç ã o de 1 9 unidades de amostrag em. N o entanto, em q uatro das unidades de amostrag em atribuídas a monitoriz aç ã o nã o foi cumprida, faz endo com q ue o P ico e a G raciosa nã o fossem abrang idas pelo C A C neste ano inaug ural. Em 28, na seq uê ncia de uma contínua div ulg aç ã o do projecto e realiz aç ã o de uma saída de formaç ã o (S erra da T ronq ueira, S ã o M ig uel), foram ang ariados 29 v oluntá rios dispostos a monitoriz ar 23 unidades de amostrag em. A pesar de sete unidades de amostrag em nã o terem sido consumadas, neste seg undo ano do C A C nos A ç ores foram já reunidos dados procedentes das nov e ilh as. Em 29 foi realiz ada uma nov a saída de formaç ã o (R ibeira G rande, S ã o M ig uel) e, ainda q ue o nú mero de colaboradores interessados descesse para 26, o nú mero de unidades de amostrag em permaneceu ig ual a 28. O Es torninh o (Sturnus vulgaris) e o Pa rda l (P asse r d o m e stic us) s ão dua s e s p é c ie s tip ic a m e nte a s s oc ia da s a h a b ita ts urb a nos. A cobertura g eog rá fica dos A ç ores pelo C A C pode-se considerar fav orá v el, sendo q ue as unidades de amostrag em atribuídas se distribuem actualmente por todas as ilh as. A distribuiç ã o dos pontos de escuta permitiu obter uma boa cobertura das v á rias ilh as do arq uipélag o e dos principais tipos de h abitat ex istentes. A s pastag ens, seg uidas das z onas de costa, sã o o h abitat q ue reú ne maior nú mero de pontos de contag em, o q ue reflecte a sua g rande ex tensã o nos A ç ores.

1 CENSO D E A V ES COM U NS NO A R Q U IP É L A G O D OS A Ç OR ES N os dois anos iniciais deste projecto nos A ç ores foram contadas 3 1.3 4 3 av es pertencentes a 29 espécies distintas. Estas contag ens foram realiz adas durante 5 8 v oltas o q ue dá em média 5 4 av es/dia de contag em e 28 av es/ponto de escuta. D e modo a poder comparar o nú mero de detecç õ es em ambos os anos, uma v ez q ue o nú mero de pontos de escuta nã o foi uniforme, foi calculado o nú mero médio de indiv íduos detectados por ponto de escuta (T abela 4 ). Ta b e la 4. Nú m e ro m é dio de indiv íduos de te c ta dos p or p onto de e s c uta. O tota l de indiv íduos p a ra c a da e s p é c ie p ode s e r ob tido m ultip lic a ndo, p a ra c a da a no, os v a lore s indic a dos p e lo nú m e ro de p ontos de e s c uta. Es p é c ie 2 7 2 8 A lec toris ru fa -,3 A nas p laty rh y nc h os,1 1 - A rdea c inerea,5,1 A renaria interp res -,8 Bu teo b u teo,1 28,21 C alonec tris diom edea -,6 5 3 C ardu elis c ardu elis,1 1 4,21 C ardu elis c h loris,94,3 6 C olu m b a liv ia 2,72 3,1 3 5 C olu m b a p alu m b u s,1 1 6,296 C otu rnix c otu rnix,1 23,223 E g retta g arz etta,2 - E rith ac u s ru b ec u la,924 1,78 E s trilda as trild,5,5 F ring illa c oeleb s 4,3 6 8 4,8 G allinag o g allinag o,25,3 4 G allinu la c h lorop u s,2 - Laru s m ic h ah ellis 1,28 7 1,75 8 M otac illa c inerea 1,1 6,723 N u m eniu s p h aeop u s -,1 2 P as s er dom es tic u s 4,8 4 7 5,5 1 P y rrh u la m u rina,3 4,3 7 R eg u lu s reg u lu s,3 3 4,4 6 S erinu s c anaria 2,8 4 8 3,8 1 9 S terna h iru ndo,1 6 6,1 3 2 S trep top elia s p.,2 - S tu rnu s v u lg aris 1,4 3 5 1,6 6 5 S y lv ia atric ap illa 1,3 1 4 1,4 25 T u rdu s m eru la 3,4 5 8 3,3 94 Nº m é dio de a v e s p or p onto 24,971 29,6 26 Nº de p ontos de e s c uta 5 5 4 5 91 Da s 1 e s p é c ie s m a is c om uns, a Alv é ola -c inz e nta (M o tac illa c ine re a) foi a ú nic a q ue e m 2 8 a p re s e ntou m e nor nú m e ro de de te c çõ e s q ue C omparando os resultados dos dois anos v erifica-se q ue, apesar de nã o terem sido detectadas as mesmas espécies, tanto em 27 como em 28 foram detectadas 25 espécies. O nú mero de espécies por unidade de amostrag em foi também constante nos dois anos, com uma média de 1 5 espécies detectadas. A lg umas espécies nã o nidificantes no arq uipélag o (A rdea c inerea, A renaria interp res, E g retta g arz etta, N u m eniu s p h aeop u s, S trep top elia sp.) foram detectadas em poucas ocasiõ es, dev ido à sua ocorrê ncia irreg ular nos A ç ores. O nú mero má x imo de espécies detectadas num mesmo ponto de escuta foi ating ido nos pontos 1 5 e 1 8 da q uadrícula P G 8. A pesar destes pontos corresponderem a uma típica pastag em aç oriana com sebes v iv as e á rv o- res dispersas, no dia 1 de J unh o de 28 foram aí detectadas 1 5 espécies distintas! É de referir q ue em 28 foram detectados por ponto de escuta, em média, cinco indiv íduos mais q ue em 27 (+ 1 8 % ), presumiv elmente em conseq uê ncia de uma P rimav era com pouca ch uv a em 28 o q ue potencia uma maior activ idade das av es. A menor h umidade relativ a reg istada em 28 pode estar, no entanto, também relacionado com a menor abundâ ncia da A lv éolacinz enta (M otac illa c inerea) neste ano (-29% ), uma v ez q ue esta espécie se encontra associada maioritariamente a z onas com h umidade onde os insectos abundam.

C E N S O D E A V E S C O M U N S N O A R Q U IP É L A G O D O S A Ç O R E S 1 1 PF68* PF78 1 2 25 8 6 4 2 2 1 5 5 PG 8 PG 9 5 4 5 4 3 5 3 25 2 1 5 5 4 5 4 3 5 3 25 2 1 5 5 PG17 PG37 6 1 2 5 4 3 2 8 6 4 2 * O s valo re s nã o inc lue m d ad o s d a 2 ª vo lta d e c o ntage ns. Fig ura s 1-6. Tota l de indiv íduos de te c ta dos p or e s p é c ie e m c a da unida de de a m os tra g e m no p e ríodo 2 7-2 8 (Nota : os v a lore s a nua is s ão a s om a da s dua s v olta s de c onta g e ns ).

1 2 CENSO D E A V ES COM U NS NO A R Q U IP É L A G O D OS A Ç OR ES PG48 PG57* 3 25 2 1 5 5 4 3 5 3 25 2 1 5 5 PG67 MH69 25 2 1 5 5 1 6 1 4 1 2 8 6 4 2 MH97 MJ 2 4 3 5 3 25 2 1 5 5 3 25 2 1 5 5 * O s valo re s d e 2 7 nã o inc lue m d ad o s d a 2 ª vo lta d e c o ntage ns. Fig ura s 7-12. Tota l de indiv íduos de te c ta dos p or e s p é c ie e m c a da unida de de a m os tra g e m no p e ríodo 2 7-2 8 (Nota : os v a lore s a nua is s ão a s om a da s dua s v olta s de c onta g e ns ).

C E N S O D E A V E S C O M U N S N O A R Q U IP É L A G O D O S A Ç O R E S 1 3 MH16* LH65 6 5 4 3 2 4 3 5 3 25 2 1 5 5 LH66 LH46 4 3 5 3 25 2 1 5 5 25 2 1 5 5 LH47 FD46 25 2 1 5 5 2 1 8 1 6 1 4 1 2 8 6 4 2 * O s valo re s d e 2 8 nã o inc lue m d ad o s d a 1 ª vo lta d e c o ntage ns. Fig ura s 13-18. Tota l de indiv íduos de te c ta dos p or e s p é c ie e m c a da unida de de a m os tra g e m no p e ríodo 2 7-2 8 (Nota : os v a lore s a nua is s ão a s om a da s dua s v olta s de c onta g e ns ).

1 4 CENSO D E A V ES COM U NS NO A R Q U IP É L A G O D OS A Ç OR ES FD69 25 2 1 5 5 O Ca ná rio-da -te rra (Se rinus c anaria), p re s e nte e m toda s a s ilh a s do a rq uip é la g o, foi a q ua rta e s p é c ie m a is c om um dura nte a s c onta g e ns. Fig ura 19. Tota l de indiv íduos de te c ta dos p or e s p é c ie e m c a da unida de de a m os tra g e m no p e ríodo 2 7-2 8 (Nota : os v a lore s a nua is s ão a s om a da s dua s v olta s de c onta g e ns ). Ta b e la 5. Nú m e ro m é dio de indiv íduos de te c ta dos p or p onto de e s c uta e m c a da ilh a, c a lc ula do p a ra a s 1 e s p é c ie s m a is c om uns. Pos ição Sa nta Ma ria São Mig ue l Te rc e ira Gra c ios a São J org e Pic o Fa ia l Flore s Corv o Es p é c ie 1 P as s er dom es tic u s 4,25 6,4 2 6,5 5,5 3 4,22 3,1 5 4,8 5 2,4 4 1,3 8 2 F ring illa c oeleb s 2,7 4,4 8 1,3 4 2,6 1 3,4 6 6,3 1 2,8 2 4,4 8 1 1,23 3 T u rdu s m eru la 2,5 9 2,6 6 2,3 2,6 1,8 4 3,93 3,92 2,76 6,3 3 4 S erinu s c anaria 2,3 1 2,96 1,3 5 1,4 3 8,94 8,8 4 3,5 1,29 4,8 5 C olu m b a liv ia - 4,1 2,5 7,3 1,1 9 1,1 6,23 1,6 4 3,25 6 S tu rnu s v u lg aris 3,1 1 1,8 7,21 2,3 8,79,4 3,4 9,6 8 4,3 3 7 Laru s m ic h ah ellis,1 4 2,3 1,99 1,78 1,1 9,1 3 1,5,4 5 3,3 3 8 S y lv ia atric ap illa,1 7 1,4 6,6 1 1,5 1,3 3,1 1,1 8,74 4,8 3 9 E rith ac u s ru b ec u la,27 1,4 3,25,23 1,25 1,6 1,22 - - 1 M otac illa c inerea,3 4,98,3 9,5 3 2,1 4,6 5,5 1,4 4 2,6 8 Nº de p ontos de e s c uta À semelh anç a do v erificado no continente (H ilton 26 ) o tui um interessante caso de ev oluç ã o insular dev ido à P ardal-comum (P as s er dom es tic u s ) foi a espécie mais ocorrê ncia de trê s subespécies endémicas nos A ç ores. A abundante nos A ç ores, facto q ue pode estar parcialmente relacionado com a considerá v el h umaniz aç ã o dos M aria, foi a q ue apresentou menor abundâ ncia relativ a, subespécie R. r. s anc taem ariae, residente em S anta á reas amostrados (e.g. presenç a de estradas). N o entanto, tendo em conta os dados de abundâ ncia relativ os a escuta enq uanto q ue em S ã o M ig uel, onde reside a com um nú mero médio de,3 indiv íduos/ponto de cada ilh a (T abela 5 ), em S ã o J org e, P ico, F lores e C orv o subespécie R. r. az oric u s, foram detectados em média a espécie mais abundante foi o T entilh ã o (F ring illa c oeleb s ). m is, distribuída nas restantes ilh as do arq uipélag o,5 5 indiv íduos/ponto de escuta. A subespécie R. r. iner- A pesar de nã o constar entre as 1 espécies mais (ausente no C orv o) apresentou uma abundâ ncia relativ a comuns, a Estrelinh a-de-poupa (R eg u lu s reg u lu s ) consti- de,26 indiv íduos/ponto de escuta, sendo F lores

C E N S O D E A V E S C O M U N S N O A R Q U IP É L A G O D O S A Ç O R E S 1 5 e G raciosa as ilh as com menor nú mero médio de indiv í- duos por ponto de escuta, respectiv amente,1 e,5. O P ico foi a ilh a onde se v erificou uma maior abundâ ncia desta espécie fortemente associada a bosq ues e á reas de matos, sendo detectados em média,6 5 indiv íduos/ ponto de escuta. N o C orv o foi reg istada uma elev ada abundâ ncia relativ a de alg umas das espécies de passeriformes mais comuns, O síndrome da insularidade é uma possív el ex plicaç ã o para este caso, uma v ez q ue na ausê ncia de P isco-de-peito-ruiv o (E rith ac u s ru b ec u la) e Estrelinh a-de -poupa, as populaç õ es das outras espécies podem ating ir maiores densidades. A subespécie aç oriana de P ombo-torcaz (C olu m b a S ã o M ig uel. p alu m b u s az oric a), incluída no A nex o I da D irectiv a A v es, O Bic o-de -la c re (E strild a astrild ), um a e s p é c ie e x ó tic a re c e nte m e nte introduz ida no a rq uip é la g o a p a rtir de c a tiv e iro, foi s om e nte de te c ta da na ilh a de São Mig ue l. nã o foi reg istada em S anta M aria e nas F lores. N as ilh as do g rupo central v erificaram-se em média,4 1 indiv í- duos/ponto de escuta, enq uanto q ue em S ã o M ig uel e no C orv o esse nú mero diminuiu para,1 8 e,5, respectiv amente. D uas das espécies detectadas, o P intassilg o (C ardu elis c ardu elis ) e o V erdilh ã o (C ardu elis c h loris ), terã o sido introduz idas pelo H omem nos A ç ores na seg unda metade do séc. X IX. Enq uanto q ue o P intassilg o foi detectado em S anta M aria, S ã o M ig uel, S ã o J org e, P ico e F aial, o V erdilh ã o foi detectado em S ã o M ig uel, T erceira e S ã o J org e. J á o B ico-de-lacre (E s trilda as trild), prov av elmente introduz ido no final do séc. X X foi somente reg istado em O objectiv o primordial do C A C é a determinaç ã o das tendê ncias populacionais a long o praz o das espécies de av es mais comuns no territó rio portug uê s uma v ez q ue isso permitirá inferir acerca da saú de e sustentabilidade do ambiente. É ainda cedo para calcular as tendê ncias populacionais das av es mais comuns nos A ç ores. D e q ualq uer modo, v ale a pena analisar os dados já recolh i- dos, uma v ez q ue estes dados fornecem uma amostra do tipo de resultados q ue se poderã o esperar no futuro. Bib liog ra fia H ilton, G. 26 C ens o de A v es C om u ns em P ortu g al. D ados p relim inares de 2 4 e 2 5. S ociedade P ortug uesa para o Estudo das A v es, L isboa. M artins, R. 27 C enso de A v es C omuns. P ardela 28 : 1 4-1 5. M artins, R. 29 A s av es como B io-indicadores. P ardela 3 6 : 1 2-1 4.

Soc ie da de Portug ue s a p a ra o Es tudo da s Av e s - SPEA A v enida da L iberdade nº1 5-2ª Esq uerdo 1 25-1 4 L isboa w w w.s p e a.p t T el. (+ 3 5 1 ) 21 3 22 4 3 T lm. (+ 3 5 1 ) 96 3 99 8 9 95 / (+ 3 5 1 ) 91 93 8 27 22 F ax : (+ 3 5 1 ) 296 4 8 8 4 5 5 E-mail: spea@ spea.pt