CONCEPÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR: PARTICIPAÇÃO DOS COLEGIADOS ESTUDANTIS IFRN/CAMPUS MACAU

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Transcrição:

CONCEPÇÃO DE GESTÃO ESCOLAR: PARTICIPAÇÃO DOS COLEGIADOS ESTUDANTIS IFRN/CAMPUS MACAU Susane Lúcia de Sousa Queiroz¹; Maria Aparecida dos Santos Ferreira² 1. Licenciando em Biologia - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. (susanequeiroz1@gmail.com) 2. Orientador Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte Introdução O presente estudo foi idealizado através da disciplina de Organização e Gestão da Educação Brasileira. As discursões sobre gestão democrática estão cada vez mais presentes nas instituições de ensino, por ser o modelo de gestão mais adequada para os dias atuais, onde é cada vez mais importante a participação como instrumento de luta de toda a comunidade escolar. Com este estudo, tem-se a intenção de analisar a participação e a concepção de gestão dos membros dos colegiados estudantis do IFRN, Campus Macau. É importante que os membros de tais colegiados tenham a compreensão desse modelo de gestão, já que são representantes dos discentes na instituição. De acordo com (OLIVEIRA, MORAIS e DOURADO, 2018), a gestão democrática é um termo usado para falar da gestão participativa, descentralizada, coletiva, não somente no âmbito educacional, porém há uma luta de educadores para que esse tipo de gestão venha a ser vigente nas escolas. Na Constituição Federal de 1988 tem estabelecido alguns princípios para a educação, sendo eles igualdade, liberdade de expressão, gratuidade e gestão democrática. (OLIVEIRA, MORAIS, DOURADO, 2018). No Plano Nacional de Educação (PNE-2014 a 2024) trata da gestão democrática na Meta 19 onde define que: Assegurar condições, no prazo de dois anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto. (BRASIL, 2014, p.83). O Plano Nacional de Educação (2014-2024) tem uma validade de dez anos, porém, em apenas dois anos a gestão democrática teria de estar efetivada nas escolas públicas de todo o Brasil. Vemos, portanto, a importância desse modelo de gestão para o melhor funcionamento das instituições de ensino. Na Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDB), Lei, nº 9.394/96 (BRASIL, 1996, p.15), define a gestão democrática no Art. 14: Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios : I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL, 1996, p.15 ). A gestão escolar assume um importante papel como um espaço promotor de sistema de renovação e melhoria dos processos de formação dos docentes. Não basta somente obedecer e assumir às normas ou a legislação, todas elas são necessárias, porém, a filosofia da

gestão democrática leva a um novo rumo para garantir variados contextos produtores de respostas e eficazes na solução dos problemas emergentes nas instituições. (MASCARENHAS, 2015). Segundo Oliveira, Morais e Dourado (2018, p.04) A democratização da gestão é defendida enquanto possibilidade de melhoria na qualidade pedagógica do processo educacional das escolas, na construção de um currículo pautado na realidade local. De acordo com o referido autor, a maneira mais adequada de se desenvolver uma gestão democrática é envolvendo toda a comunidade escolar e focar na realidade daquela determinada instituição de ensino, da localidade aonde a mesma está inserida. A comunidade escolar não se dá somente por pessoas que trabalham na instituição, os pais e comunidade local também devem participar da realidade da escola. A cada ano letivo ao ser realizado o plano anual de trabalhos ou atualizar/ elaborar o Projeto político pedagógico (PPP), deve-se também incluir quais serão os meios para o fortalecimento da democracia na instituição de ensino. (ANTUNES, 2016). Os colegiados são um ótimo meio para se trabalhar a democracia e a gestão participativa nas escolas, visto que os alunos se candidatam e também votam, despertando assim um senso crítico e cidadão. Conforme o autor citado acima, se a escola pretende ser democrática, formar cidadãos que pensam na democracia como um valor, prática e princípio, que sejam autônomos e donos das suas histórias, ela precisa realizar uma gestão que atenda a esses requisitos e objetivos. A gestão democrática é construída a partir de canais de participação social e popular. É importante que tenhamos a clareza de que a democracia é algo que se aprende ao longo do tempo e, para aprender é necessário, principalmente, praticá-la e vivenciá-la. Os projetos desenvolvidos nas escolas devem estar associados a sociedade. Se buscarmos a uma democracia mais justa, igualitária, não é necessário apenas discursos e, sim, vivê-la no maior número de lugares e a escola é um dos melhores lugares para a democracia ser posta em prática. (ANTUNES, 2016). De acordo com Menezes (2001), o colegiado é um órgão interno coletivo, consultivo e fiscalizador das questões técnicas, pedagógicas, administrativas e financeiras de uma instituição visando à melhoria da qualidade do ensino. Sua constituição se dá pela união de membros (professores, estudantes, responsáveis e servidores) ligados à comunidade escolar em questão. A escolha dos membros do colegiado deve ser feita de maneira democrática, através de eleição. Os membros não recebem remuneração pela atividade desenvolvida individualmente ou coletivamente, como por exemplo, reuniões ordinárias ou extraordinárias. (BRASIL, 2016). As escolas devem fazer campanhas de esclarecimentos sobre o que são os colegiados, como funciona estruturalmente, quais seus objetivos e atribuições, para que assim todos possam entender a sua importância. É importante que o processo de candidatura e eleição para os colegiados estudantis respeitem os princípios da gestão democrática, garantindo que os alunos possam escolher os seus representantes. Uma vez constituídos, deve-se envolver todos os participantes nas definições das pautas, e refletir sobre os temas com os alunos. As reuniões não podem atrapalhar os horários de aulas dos alunos, deverão ser realizadas em horários acessíveis a todos. Nas reuniões todos os membros têm o direito de fazer suas considerações e votar. (ANTUNES, 2016). Uma das suas competências mais importantes é acompanhar o desenvolvimento da prática educativa, mais precisamente, o processo de ensino-aprendizagem, sua função é

político-pedagógica. Política porque estabelece transformações desejáveis na prática escolar. Pedagógica, porque indica os meios necessários para que a transformação realmente aconteça, por meio de discussões a respeito da prática educacional a ser desenvolvida na escola, para que se torne uma prática democrática com a qualidade social referenciada. (VEIGA; LUNARDI, 2011). Metodologia Foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre gestão democrática com autores que tratam do tema, tais como Mascarenhas (2015), Antunes (2016), Menezes (2001), e documental, na legislação, tais como: Lei de Diretrizes de Bases da Educação (LDB), Lei nº 9.394/96 e no Plano Nacional de Educacional (2014-2024). Também realizou-se uma pesquisa empírica, tendo como lócus, o IFRN, Campus Macau, partindo da aplicação de um questionário com os membros dos colegiados Grêmio Estudantil, representantes dos alunos do Ensino Médio e Centro Acadêmico, representantes dos alunos do Ensino Superior. Foram enviados 6 questionários para cada colegiado, correspondente ao total de membros participantes. Resultados e Discussão No cumprimento de uma gestão democrática, o IFRN Campus Macau dispõe dos seguintes colegiados estudantis: Centro Acadêmico e Grêmio Estudantil. O Centro Acadêmico de Biologia Composto pelos cargos de: Presidente, Vice-presidente, Secretário 1, Secretário 2, Tesoureiro 1, Tesoureiro 2, e Provedor. O centro acadêmico de Biologia trata de assuntos voltados e melhoria da qualidade do curso de licenciatura em Biologia, sempre de forma transparente e democrática, com a participação dos alunos, professores e servidores do campus. A chapa que compõe o centro acadêmico foi eleita através de votação realizada no próprio campus atendendo todas as normas legais. Grêmio Estudantil Benito Barros Composto pelos cargos de: Presidente (Dois membros, obrigatoriamente, com paridade de gênero); Secretária Geral; Diretor de Finanças; Diretor de Comunicação, Marketing e Relações Externas; Diretoria de Mulheres; Diretoria de Arte e Cultura; Diretoria de Esporte, Lazer e Qualidade de Vida; Diretoria de Formação Política e Sustentabilidade; e Diretoria de Assistência Estudantil. (IFRN, 2015). O Grêmio realiza reuniões e planejamentos de ações voltadas aos interesses dos alunos do nível técnico integrado, almejando a manutenção da qualidade dos cursos de Recursos Pesqueiros, Química e Informática, e o bem-estar escolar dos discentes. Na perspectiva de compreender as concepções dos conselheiros dos Colegiados Estudantis acerca dos demais conselhos e da gestão da instituição, aplicamos um questionário, conforme os dados abaixo. Num total de 54,5% dos entrevistados não conhecem todos os colegiados que compõe a gestão do IFRN campus Macau, e 45,5% possuem esse conhecimento. Podemos observar a partir dessas respostas que as pessoas que compõem esses colegiados não têm uma visão macro sobre a gestão da instituição e sim, apenas os mais conhecidos. Apesar de não ser uma obrigação direta dos envolvidos nos colegiados estudantis, compreendemos que conhecer a gestão e os seus caminhos proporcionará melhores condições de reivindicações dos direitos dos estudantes. A escolha dos representantes e membros dos colegiados no IFRN Macau acontece de forma democrática e participativa. Todos os entrevistados afirmam que a escolha dos representantes foi realizada por meio de eleição. Apresentando uma característica marcante da

gestão democrática, a escolha dos representantes de forma democrática e transparente e com participação dos membros interessados da instituição, como por exemplo, na votação do grêmio estudantil todos os alunos do Ensino Médio Integrado estão aptos a votar e, na votação do Centro Acadêmico todos os alunos de Licenciatura em Biologia participaram do processo de escolha dos seus dirigentes. É de suma importância a voz do aluno para assim compreendermos o melhor caminho para a aprendizagem dos mesmos. Assim também surge a necessidade de promover o exercício da participação cidadã como elemento formativo dos alunos nas tomadas de decisões escolares. Criar neles o senso político de pertencimento sobre o papel político social que devem exercer como cidadãos é fundamental para que assim sintam-se membros participativos da instituição escolar. (MASCARENHAS, 2015). Ainda com enfoque da gestão democrática, os entrevistados também responderam sobre se as decisões no seu colegiados se dava de forma democrática e, todos os membros afirmaram que as decisões são tomadas a partir de votação de todo o conselho, de forma democrática e coletiva, fazendo com que todos os membros participantes tenham voz ativa e possam participar. No que se refere a concepção de gestão dos conselheiros dos colegiados, é importante que as pessoas que compunham um colegiado de uma instituição saibam sobre gestão democrática para entender o seu papel dentro da instituição. Os conselheiros do Centro Acadêmico afirmaram que: A gestão escolar de uma instituição de ensino é toda a organização administrativa que nela acontece, e é executada por todos os membros que à compõe (gestores, servidores e corpo discente). O Centro Acadêmico, do IFRN Campus Macau, é uma organização estudantil que participa dos processos relacionados ao Curso de Ensino Superior da Licenciatura em Biologia, auxiliando e orientando os alunos durante todas as etapas da graduação e servindo como um melhor veículo de comunicação entre o corpo discente da Biologia e todos os outros setores do campus (ENTREVISTADO 1, 2018). Corroborando com a concepção do entrevistado anterior, o (ENTREVISTADO 2, 2018), afirma que é uma participação de suma importância para a Licenciatura. Procuramos sempre atender as necessidades do curso, só que nem sempre é possível, porque dependendo de várias pessoas. O Centro Acadêmico através do referido participante demonstra em sua fala as dificuldades de participação e de encaminhamentos para solução de alguns problemas referentes ao curso de Biologia. Conforme a participação do Entrevistado 3, acerca da concepção sobre gestão escolar, afirmou que: Gestão escolar é o sistema de organização da escola que tem como finalidade garantir avanços no âmbito escolar. A participação dos colegiados na gestão escolar é de grande importância para uma gestão democrática e participativa e o colegiado do curso de Licenciatura em Biologia procura se integrar à gestão sempre visando a melhoraria do curso (ENTREVISTADO 3, 2018). Analisando a concepção de gestão escolar e da participação do Centro Acadêmico de Biologia, uma fala chamou atenção, [...] procura se integrar a gestão [...]. Será que o papel do CA é realmente se integrar a gestão? Será que se aliar a gestão é o papel dos representantes do CA? Nesse sentido, será que os interesses dos discentes estão sendo garantidos pelos seus

representantes? Estas são indagações que necessitam de reflexões para estudos posteriores, considerando que neste momento não temos como responder estes questionamentos. Na participação do Entrevistado 4 apresenta uma confusão em relação ao seu papel no Centro Acadêmico, confundindo-se como membro da gestão e não como conselheiro de um colegiado que compõe a gestão, representante do segmento dos estudantes. Vivenciar a gestão escolar é tentar resolver da melhor forma possível os problemas e tentar dar celeridade aos processos e burocracias necessárias para um bom desempenho da instituição, tanto para os docentes, como para discentes e técnicos administrativos. Nas reuniões de colegiado tudo é discutido e decididos para se chegar a um consenso. (ENTREVISTADO 4, 2018). Esta confusão, no que se refere qual o seu papel como representante do CA é complicado porque corre o risco de defender muito mais os interesses dos gestores, do que mesmo, os interesses dos estudantes. A falta de clareza dos seus representantes denota uma necessidade de processos formativos que proporcionem uma participação qualificada e clara na defesa dos direitos estudantis. No que se refere a dinâmica de organização do CA, são realizadas reuniões ordinárias semanais e extraordinárias quando necessário. Os assuntos são relacionados a problemas do curso ou alguma outra questão a ser discutida. No que se refere ao colegiado Grêmio Estudantil, representes dos estudantes do Ensino Médio Integrado, o Entrevistado 1 afirma que: A gestão escolar é responsável por organizar, mobilizar e discutir os direitos dos alunos para um bom ensino e uma boa educação. O colegiado, do qual faço parte, discute os direitos e deveres dos alunos, além de melhorar o acesso entre discentes e docentes, como também tentar melhorar a qualidade de vida dos estudantes no ambiente escolar (ENTREVISTADO 1, 2018). A fala do Entrevistado 1, do Grêmio Estudantil apresenta uma maior clareza do seu papel junto a gestão da escola, na defesa dos direitos e deveres dos discentes. O Entrevistado 2 analisa a gestão, como sendo algo fundamental para organização dos processos institucionais, ajudamos a gestão nos assuntos relacionados aos alunos. O Entrevistado 3 afirma considerar que a gestão deva ser democrática. A gestão escolar para começar deve ser democrática, visando ser um tipo de grupo que por meio de reuniões e construções de ideias organizam a instituição de maneira coletiva dividindo e organizando tarefas à fins de uma trazer boa qualidade de educação. Diretoria financeira do órgão grêmio estudantil (ENTREVISTADO 4, 2018). O grêmio tem as suas reuniões ordinárias semanais e bimestrais, porém também acontecem reuniões extraordinárias sempre que possível. Observa-se que parte do grêmio tem uma concepção sobre o que de fato é a gestão democrática e qual o papel do mesmo nessa gestão. A frequência das reuniões é semanal e quinzenal, isso nos mostra que a maioria dos colegiados estão ativos e preocupados com o bom funcionamento da instituição e dos alunos. Porém, não existe uma unanimidade nas respostas, significa que os participantes de ambos os colegiados deram respostas diferentes para uma questão que deveria ter uma única resposta por todos os participantes. Neste sentido, não ficou claro qual a periodicidade das reuniões de ambos os colegiados.

Conforme os entrevistados de ambos os colegiados, os principais assuntos abordados nas reuniões são às dificuldades nas disciplinas, atuação docente, administração acadêmica, aulas e eventos relacionados ao curso. Os colegiados podem ter reuniões extraordinárias, de acordo com a necessidade do momento. Conclusões É de suma importância que a gestão democrática escolar esteja inserida em todas as instituições de ensino para que as mesmas possuam um sistema aonde todos os segmentos tenham voz e participação. No IFRN campus Macau detectamos esse modelo de gestão democrática, através dos colegiados estudantis, onde os mesmos foram eleitos de forma democrática e participativa pelos alunos da instituição, porém ainda falta bastante clareza em ambos os colegiados, tanto o Grêmio Estudantil, como o Diretório Acadêmico de qual o seu papel na condução dos colegiados. Ficando evidente a necessidade de investimento na formação dos seus participantes para uma participação mais qualitativa. Referências ANTUNES, ÂNGELA. O conselho de escola, a associação de pais e mestres e o grêmio estudantil como espaço do exercício de cidadania participativa. 2016. BRASIL. LDB 9.394/96. Disponível em <www2.planalto.gov.br> Acesso em: 26 jan. 2018. BRASIL. Plano Nacional De Educação (2014-2024). Disponível em <www2.planalto.gov.br> Acesso em: 26 jan. 2018. BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Histórico. 2016. Disponível em: <http://redefederal.mec.gov.br/historico>. Acesso em: 14 jan. 2018. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE. Edital n 01/2015-DG/MC-IFRN. Disponível em: <http://portal.ifrn.edu.br/campus/macau/noticias/edital-eleicoes-para-gremio-macau> Acesso em: 20 de jan. 2018. MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete Colegiado Escolar. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: <http://www.educabrasil.com.br/colegiado-escolar/>. Acesso em: 20 de jan. 2018. MASCARENHAS, Ana Rita Rios de Oliveira. O fortalecimento do conselho escolar como instrumento de mudança: a participação efetiva do estudante no exercício da gestão democrática. 2015. Projeto Vivencial (Especialização) Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015. OLIVEIRA, J.V; MORAIS, K. N; DOURADO, L.F. Gestão democrática: definições, princípios e mecanismos de implementação. Disponível em: http://escoladegestores.mec.gov.br. Acesso em 24 de jan. 2018. VEIGA, Célia de Fátima Rosa; LUNARDI, Elisiane. Órgãos Colegiados. 2011. Disponível em: <http://www.unifra.br/eventos/sepe2012/trabalhos/5761.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2018.