ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO ESPECTRO DE LUZ NO CRESCIMENTO INICIAL DE MUDAS DE ESPÉCIE FLORESTAL DO CERRADO

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Transcrição:

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO ESPECTRO DE LUZ NO CRESCIMENTO INICIAL DE MUDAS DE ESPÉCIE FLORESTAL DO CERRADO Amanda Mota Nunes¹; Ubaldo Martins das Neves² 1 Aluna do Curso de Engenharia Florestal; Campus de Gurupi; e-mail: amanda.mota@live.com PIVIC/UFT 2 Orientador do Curso de Engenharia Florestal; Campus de Gurupi; e-mail: neves@uft.edu.br RESUMO O presente trabalhou teve como objetivo a análise da influência da qualidade da luz no crescimento inicial de mudas de espécie florestal do cerrado e, consistiu na submissão de plântulas de Aroeira (Myracrodruon urundeuva) a dois tipos de tratamentos de luz (luz vermelha e luz azul), durante o período noturno, visando a observação da influência destes no crescimento inicial das mesmas. Através de medições, realizadas em três momentos, da altura das mudas observou-se, a partir das médias dos valores de cada tratamento, que os mesmos não apresentaram influência significativa quanto ao parâmetro analisado para a seguinte espécie. Assim, nota-se que o uso de luzes durante a produção de mudas de aroeira, pretendendo a aceleração do crescimento das mesmas não se faz viável, uma vez que este parâmetro, na espécie estudada, se mostrou não ser influenciado pela qualidade das luzes recebidas, visto que a testemunha apresentou crescimento igual ou superior àquelas tratadas. Palavras-chave: Aroeira; crescimento inicial; luz; espécie florestal; INTRODUÇÃO Como descreve PUÑA-RODRIQUES et al. 1990; WHITMORE 1990 apud CAUS 2000, o processo de regeneração natural das florestas tropicais se dá através de estágios sucessionais, onde as espécies ocorrentes em cada um destes estágios apresentam uma série de características similares que as fazem passíveis de serem reunidas em grupos ecológicos. Embora os parâmetros e a nomenclatura utilizados para caracterizar os diferentes grupos ecológicos sejam muito variados e complexos, de uma maneira mais simplificada as espécies podem ser enquadradas em três grandes grupos ecológicos: o das espécies pioneiras, que ocorrem em locais com muita radiação disponível, apresentando crescimento rápido; o grupo clímax, que ocorrem dentro da floresta estruturada, onde a luz é mais restrita, apresentando crescimento mais lento; e o das espécies intermediárias, que são espécies adaptadas à radiação

e crescimento intermediários entre os extremos de radiação e crescimento ocorrentes para os dois primeiros grupos. Segundo ALVARENGA et al (2003), a luz é um dos principais fatores, de característica ambiental, que influenciam no crescimento inicial de uma espécie, pois está relacionada ao processo fotossintético, através do qual a planta produz biomassa para o seu crescimento. Diferentes níveis de luminosidade causam mudanças fisiológicas e morfológicas na planta, e o seu sucesso depende da sua adaptação a esses diferentes níveis, o que está relacionado com as características genéticas e sua interação com o ambiente (MORAES NETO et al., 2000; SCALON et al., 2002). As informações sobre as respostas morfofisiológicas das plantas a condições distintas de luz podem ser críticas para determinar o seu potencial de crescimento e ocorrência e avaliar a sua capacidade competitiva em diferentes condições ambientais (DIAS-FILHO, 1997). O material biológico escolhido para o estudo consiste em sementes de aroeira. Segundo descreve ALMEIDA et al., (1998), Myracrodruon urundeuva (Aroeira) é espécie secundária tardia e aparece em agrupamentos densos. Sua densidade é maior em comunidades sobre solo calcário, sendo considerada uma espécie que exige quantidades significativas de cálcio no solo (calcífila). No DF, em uma Mata Seca Calcária encontrou-se 210 indivíduos/ha, enquanto em um Cerradão apenas 4 indivíduos/ha. Seu porte varia conforme a região de sua ocorrência (LORENZI, 1992; ANDRADE et al., 2000), podendo atingir 30 m de altura (RIZZINI, 1971). A aroeira apresenta grande uso farmacológico e sua madeira, em função da durabilidade e dificuldade de putrefação, é muito usada na construção civil como postes ou dormentes para cercas, na confecção de móveis de luxo e adornos torneados (ALMEIDA et al., 1998; LORENZI, 1992). Em decorrência desses múltiplos usos, a aroeira vem sofrendo um processo de exploração intensa, de forma predatória, causando a devastação de suas populações naturais. Além disso, deve-se salientar que a exploração seletiva da aroeira para uso na indústria madeireira praticamente extinguiu os indivíduos de grande porte (BRANDÃO, 2000), sendo, portanto, considerada ameaçada de extinção e categorizada como vulnerável (MENDONÇA e LINS, 2000).

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado na Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi, em área cedida pelo curso de Agronomia. As sementes de Aroeira foram adquiridas no Laboratório de Sementes do próprio Campus da Universidade. Como tal espécie não apresenta dormência, não houve necessidade da realização de procedimentos para induzir a germinação, sendo assim, de forma prática, as mesmas foram superficialmente enterradas em tubetes cheios com substrato comercial do tipo BIOFLORA, composto por casca de pinus/eucalipto, vermiculita, carvão vegetal, rocha calcária, superfosfato simples, nitrato de amônio, esterco bovino, farelos e tortas de origem vegetal. Durante o enchimento dos mesmos, atentou-se ao fato de que estes deveriam conter o mesmo volume de substrato para que durante a medição das mudas não ocorressem erros devido a diferença de profundidade das mudas nos mesmos. O molhamento das mudas foi feito de forma manual, com o auxílio de um regador, durante dois períodos do dia, de manhã e ao entardecer, momentos estes de temperaturas mais amenas onde a planta poderá absorver o máximo conteúdo de água possível. Uma vez que a irrigação em horários mais quentes só favorece a evaporação desta água, pois não é interessante para a planta dispor de certa energia para absorver água durante período de temperaturas relativamente altas. Para a realização dos tratamentos das mudas com a luz, instalaram-se as mesmas a certa distância da bancada, onde as bandejas de tubetes estavam dispostas, de maneira que a luz emitida atingisse de forma uniforme todas elas. Durante a implantação do experimento constatou-se que a fonte de luz usadas, LED s, não possuem potência luminosa suficiente para causar efeito significativo nas mudas. Optandose então pela utilização de lâmpadas fluorescentes como fontes de luz. Assim, para que as luzes fluorescentes tivessem a capacidade de emitir ondas nos comprimentos desejados, cobriu-se as mesmas com papel celofane nas cores vermelho e azul. As sementes, plantadas nos tubetes, foram acondicionadas em casa de vegetação cobertas com sombrite que bloqueia 50% da radiação solar. Sendo estes, submetidos ao longo do dia às condições naturais de luz, temperatura e umidade e à noite aos tratamentos de luz vermelha, de comprimento de onda em torno de 630 nm, e luz azul, de comprimento de onda de ao redor de 470nm.

Desde modo, para cada tratamento submeteu-se um total de 16 mudas. A avaliação do experimento foi feita através da comparação do crescimento das mudas após a implantação das luzes e, mediante dados obtidos a partir da observação do desenvolvimento e medição das mudas em intervalos estabelecidos, tendo como parâmetros para análise o tamanho/altura das mesmas. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com os dados de altura das mudas, adquiridos em medições em três momentos, submetidas aos seguintes tratamentos: luz vermelha (LV), luz azul (LA) e testemunha (TEST), fez-se a média dos valores para que se fizesse a comparação, o que pode ser observado no gráfico a seguir. Figura 1. Gráfico da comparação dos valores médios de altura das mudas (cm) submetidas a diferentes tratamentos de luz. Como pode se observar no gráfico, de um modo geral, não houveram diferenças significativas no crescimento das mudas submetidas aos tratamentos de luz daquelas ditas testemunhas. De tal modo, pode-se afirmar que o tratamentos das mudas com luzes de cores vermelho e azul no período noturno não favorece o crescimento da aroeira. REFERÊNCIAS ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: Embrapa-CPAC, 1998. ALVARENGA, A. A. et al. Effects of different light levels on the initial growth and photosynthesis of Croton urucurana Baill in southeastern Brazil. Revista Árvore, v.27, n.1, p.53-57, 2003. ANDRADE, M. W. et al. Micropropagação da aroeira (Myracrodruon urundeuva Fr. All.). Ciência e Agrotecnologia, v.24, n.1, p.174-180, 2000.

BRANDÃO, M. Caatinga. In: MENDONÇA, M. P.; LINS, L. V. (Orgs). Lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção da flora de Minas Gerais. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas e Fundação Zôo-Botânica de Belo Horizonte, 2000. p.75-85. CAUS C.; PAULILO, M. T. S. Influência da quantidade de luz no crescimento inicial de duas espécies arbóreas da mata atlântica. INSULA 2000. DIAS-FILHO, M. B. Physiological responses of Solanum crinitum LAM. to contrasting light environments. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.32, n.8, p.789-796, 1997. JOSÉ, A. C. E. A. Produção de mudas de Aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi) para recuperação de áreas degradadas pela mineração de bauxita. 2005. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. São Paulo: Plantarum, 1992. v.1. 368p. MENDONÇA, M. P.; LINS, L. V. (Orgs.). Lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção da flora de Minas Gerais. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 2000. 157p. MORAES NETO, S. P. et al. Crescimento de mudas de algumas espécies arbóreas que ocorrem na mata atlântica, em função do nível de luminosidade. Revista Árvore, v.24, n.1, p.35-45, 2000. RIZZINI, C. T. Árvores e madeiras úteis do Brasil. Manual de dendrologia brasileira. São Paulo: Edgard Blücher, 1971. p.296 AGRADECIMENTOS Agradeço à Universidade Federal do Tocantins pelo incentivo e apoio à Pesquisa; ao orientador Ubaldo M. Neves pela oportunidade e suporte oferecidos; e ao acadêmico do curso de Engenharia Florestal, e meu namorado, Jefferson R. Fernandes pela compreensão e dedicação quanto à ajuda para a realização do experimento.