PRODUÇÃO DE MUDAS NO BIOMA CERRADO
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- Aurélio Figueiroa Sabala
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1 PRODUÇÃO DE MUDAS NO BIOMA CERRADO O QUE MUDA? Maria Cristina de Oliveira Professora da Universidade de Brasília
2 ROTEIRO 1. Coleta de frutos e sementes 1.1. Época seca x Época chuvosa 1.2. Tipos de frutos/beneficiamento 2. Produção das mudas 2.1. Construção da sementeira 2.2. Substratos 2.3. Recipientes adequados (Cerrado x Mata x Ambiente mais alagados) 2.4. Semeadura direta x indireta 2.5. Irrigação das plântulas/mudas 2.6. Tamanho ideal para plantio no campo
3 Foto: M.C.Oliveira 1. COLETA DE FRUTOS E SEMENTES Quando coletar frutos e sementes no cerrado?
4 1.1. ÉPOCA SECA X ÉPOCA CHUVOSA Época seca Predominam os frutos que se abrem espontaneamente, liberando as sementes. Ex.: xixá, orelha de elefante, angicos, copaíba-vermelha, pau-santo... Sterculia striata (xixá) Aspidosperma macrocarpum (Orelha de elefante)
5 1.1. ÉPOCA SECA X ÉPOCA CHUVOSA Época chuvosa Foto: Manoel Cláudio da S. Júnior Predominam sementes protegidas por frutos carnosos. Ex.: pequi, araticum, mama-cadela, cagaita, mangaba... Caryocar brasiliense (Pequi) Annona crassiflora (Araticum) Brosimum gaudichaudii (Mama-cadela)
6 Foto:B.Walter COLETA DE FRUTOS PODERÁ SER FEITA DURANTE TODO O ANO! Meses de MARÇO à JUNHO apresentam o menor número de espécies com frutos maduros (Wetzel, 1997)
7 1.2. TIPOS DE FRUTOS Carnoso Seco Eugenia dysenterica (Cagaita) Brosimum gaudichaudii (Mama-cadela) P. emarginatus (Sucupira branca)
8 FRUTO CARNOSO São os frutos com polpa. Figura 1. Eugenia dysenterica (Cagaita) Brosimum gaudichaudii (Mama-cadela) Figura 2. Annona crassiflora (Araticum)
9 FRUTO SECO São os frutos sem polpa Figura 3. Aspidosperma macrocarpum (Orelha de elefante) Figura 4. Qualea grandiflora (pau-terra da folha larga)
10 Foto: M. C. Oliveira Foto: J. A.Silva Foto: M. C. Oliveira BENEFICIAMENTO Fruto carnoso Podem ser despolpados manualmente em água corrente ou mesmo por raspagem ou fermentação. Maceração Raspagem Fermentação
11 BENEFICIAMENTO Fruto seco - rompem-se sozinhos, naturalmente, muitas vezes na própria árvore sem necessidade de força externa. Figura 5. Aspidosperma macrocarpum (Orelha de elefante) Figura 6. Qualea grandiflora (pau-terra da folha larga)
12 Foto: J.F.Ribeiro PRINCÍPIO DE MANEJO SUSTENTÁVEL 50% dos frutos e sementes disponíveis em cada árvore pode ser coletado. Parte das sementes deixadas nas árvores deve ser retornada a natureza para originar plantas jovens via germinação, além de alimentar a fauna"
13 2. PRODUÇÃO DE MUDAS 2.1. CONSTRUÇÃO DA SEMENTEIRA 20 cm Figura 7. Plântula Figura % areia lavada peneirada Figura 9. Sementes cobertas com vermiculita
14 2.2. SUBSTRATO É dependente da fisionomia que a espécie ocorre Solos mais férteis. Drenagem deficiente em alguns locais. Solos mais pobres. Boa drenagem. (Fonte: Ribeiro & Walter, 2008)
15 SUGESTÕES Tipo 1: Espécies nativas do Cerrado sentido amplo Quatro carrinhos de mão ( 280 litros) de latossolo vermelho. Um carrinho de mão ( 70 litros) de esterco, curtido, de gado. Cinco pás ( 18 litros) de areia lavada e peneirada. Quinhentos gramas de adubo (NPK) da fórmula Rendimento: 90 saquinhos de 20 x 30 x 0,020 Cento e cinquenta gramas de calcário dolomítico.
16 TIPO 1.1: MANGABA (HANCORNIA SPECIOSA GOMES) Espécie que não tolera umidade no colo da muda! Um carrinho de mão ( 50 litros) de areia grossa de rio. Cinco litros de esterco, curtido, de gado. Cento e cinquenta gramas de adubo de liberação controlada da fórmula ( ). (Pereira et al. 2002)
17 TIPO 2: ESPÉCIES NATIVAS DAS FORMAÇÕES FLORESTAIS Três carrinhos de mão cheios ( 210 litros) de latossolo vermelho. Um carrinho de mão ( 70 litros) de esterco, curtido, de gado. Quatro pás ( 15 litros) de areia lavada e peneirada. Quinhentos gramas de adubo (NPK) da fórmula Duzentos gramas de calcário dolomítico Cinquenta gramas de FTE BR-12. Rendimento: 90 saquinhos de 20 x 30 x 0,020
18 TIPO 3: ESPÉCIES NATIVAS DE VEREDAS E LOCAIS BREJOSOS Quatro carrinhos de mão cheios ( 210 litros) de latossolo vermelho. Dois carrinhos de mão ( 140 litros) de esterco, curtido, de gado. Quinhentos gramas de adubo (NPK) da fórmula Duzentos gramas de calcário dolomítico. Cinquenta gramas de FTE BR-12. Rendimento: 90 saquinhos de 20 x 30 x 0,020
19 2.3. RECIPIENTES ADEQUADOS
20 VAI DEPENDER DO LOCAL DE ORIGEM DA ESPÉCIE Mata Seca Vereda Cerrado sentido restrito Mata de Galeria
21 Fonte: Fagg et al. (2008) DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA RADICULAR É DISTINTO Cerrado Mata Seca Mata de Galeria Figura 10. Mudas 12 meses Figura 11. Tubérculo (xilopódio) Figura 12. Mudas
22 Cerrado sentido restrito Mata de Galeria Figura 13. Tabebuia aurea (Ipê caraíba) Figura 14. E. contortisiliquum (tamboril)
23 ALGUNS RECIPIENTES DISPONÍVEIS NO MERCADO Sacos plásticos Tubetes Quanto tempo a muda vai ficar no recipiente? Bom senso Tubetes biodegradáveis Vasos
24 2.4. SEMEADURA DIRETA E INDIRETA Semeadura direta Semeadura indireta
25 SEMEADURA DIRETA As sementes deverão ser semeadas diretamente nos recipientes definitivos: sacos pretos, tubetes ou outro.
26 QUANDO DEVEMOS USAR A SEMEADURA DIRETA? Para espécies com germinação regular e alta (angicos, aroeira, tamboril, ipês...) Normalmente deve ser semeada duas sementes por recipientes, no caso das duas germinarem, uma deverá ser repicada para outro recipiente. Foto: M.C. Oliveira
27 SEMEADURA INDIRETA As sementes são semeadas em sementeira e a medida que as plântulas emergem são transferidas para sacos plásticos, tubetes ou outro recipiente, onde serão formadas as jatobá-da-mata mudas. REPICAGEM
28 QUANDO DEVEMOS USAR A SEMEADURA INDIRETA? Para espécies com germinação irregular e baixa (ex.: pequi, araticum, pinha do brejo, etc...) Espécies recalcitrantes Espécies cujo tratamento para quebra de dormência são desconhecidos
29 2.5. IRRIGAÇÃO DAS PLÂNTULAS/MUDAS Na sementeira Duas vezes ao dia: Início da manhã Meio da tarde
30 2.5. IRRIGAÇÃO DAS PLÂNTULAS/MUDAS No recipiente definitivo (sob sombrite 50%) Duas vezes ao dia: Início da manhã Meio da tarde (sps matas) Importância da setorização do viveiro!
31 2.5. IRRIGAÇÃO DAS PLÂNTULAS/MUDAS No recipiente definitivo (céu aberto) Duas vezes ao dia: Início da manhã Meio da tarde
32 2.5. IRRIGAÇÃO DAS PLÂNTULAS/MUDAS No período de rustificação Uma vez ao dia: Início da manhã
33 2.6. TAMANHO IDEAL PARA PLANTIO NO CAMPO Cerrado 12 meses Mata 5 meses 10 cm 30 cm Figura 15. Eugenia dysenterica (Cagaita) Figura 16. Tapirira guianensis (Paupombo)
34 PUBLICAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES NATIVAS DO CERRADO
35 CONSIDERAÇÕES Falamos sobre importantes pontos (substrato, sementeira, recipientes adequados, semeadura, irrigação e tamanho ideal) que devem ser levados em conta para o sucesso na produção de mudas espécies nativas do bioma Cerrado.
36 OBRIGADA! Maria Cristina de Oliveira
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