AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E HÁBITO ALIMENTAR DE FUNCIONÁRIOS DO COMÉRCIO DE APUCARANA/PR

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E DIETÉTICO DE MILITARES DO DESTACAMENTO DE CALIFÓRNIA- PR

HÁBITOS ALIMENTARES DE HIPERTENSOS QUE FREQUENTAM UMA UBS DA CIDADE DE JANDAIA DO SUL /PR

PERFIL DIETÉTICO DE USUÁRIOS DE RESTAURANTE SAUDÁVEL EM APUCARANA PR

AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE ALIMENTOS COM CORANTES POR CRIANÇAS

COMPOSIÇÃO DAS LANCHEIRAS DE ALUNOS DE UMA ESCOLA PARTICULAR DE APUCARANA PR BARBARA CRISTINA HAUPTMANN FRANCO DE SOUZA 1 ; TATIANA MARIN, 2

PERFIL NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS QUE FREQUENTAM OS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE JANDAIA DO SUL PR

CONSUMO DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS E COM ALTO TEOR DE LIPIDEOS POR ESTUDANTES DE NIVEL SUPERIOR

ACEITAÇÃO DE REFEIÇÕES OFERECIDAS EM HOSPITAL PÚBLICO DO MUNICÍPIO DE ARAPONGAS-PR

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE CAMBIRA- PR

ESTADO NUTRICIONAL E FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

ANÁLISE DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE UNIVERSITÁRIOS DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ EM APUCARANA-PR

PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES HIPERTENSOS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA CIDADE DE APUCARANA- PR

CONSUMO ALIMENTAR DE ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO BÁSICA 1

PERFIL NUTRICIONAL DE IDOSOS QUE PARTICIPAM DE ATIVIDADES SOCIOCULTURAIS DA CIDADE DE SABÁUDIA - PR

HÁBITO ALIMENTAR E O ESTADO DE SAÚDE DO IDOSO FLÁVIA CARINA SILVA; ANA HELENA GOMES ANDRADE

A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO E DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: UM RELATO DE CASO

TÍTULO: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO QUESTIONÁRIO HOLANDES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

Erly Catarina de Moura NUPENS - USP

Incentivo à Alimentação Saudável. Julho de 2016

CONSUMO DE SUPLEMENTOS PROTEICOS EM FREQUENTADORES DE ACADEMIA

NUTRIÇÃO NA TERCEIRA IDADE. Como ter uma vida mais saudável comendo bem.

PERFIL NUTRICIONAL PESSOAL

CONSUMO ALIMENTAR HABITUAL DOS TRABALHADORES DE UMA EMPRESA DO VALE DO TAQUARI-RS

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

TÍTULO: ACURÁCIA DA ESTIMAÇÃO DO PRÓPRIO TAMANHO CORPORAL E DE OUTROS INDIVÍDUOS E ATIVIDADE FÍSICA EM UNIVERSITÁRIOS

AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES E CUIDADO DA SAÚDE DE ESCOLARES DE UMA REDE PÚBLICA DE ENSINO EM RECIFE- PERNAMBUCO

CONSUMO ALIMENTAR E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM FREQUENTADORES DE UMA ACADEMIA DO MUNICÍPIO DE BAGÉ-RS

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E DIETÉTICA DE PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS E COLABORADORES DE UMA ESCOLA PRIVADA DE CASCAVEL - PARANÁ

Perfil de Hábitos Alimentares e IMC dos Alunos dos Cursos de Educação Física e Tecnologia da Informação

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE COLABORADORES DE UMA PANIFICADORA

CONSUMO ALIMENTAR DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO NO MUNICÍPIO DE PALMAS TO

ESTADO NUTRICIONAL E HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES 1

Intervenção nutricional em indivíduos com sobrepeso e obesidade

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: NUTRIÇÃO INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL ENTRE HOMENS COM RISCO PARA DOENÇAS CRÔNICO DEGENERATIVAS

Marque a opção do tipo de trabalho que está inscrevendo: ( x ) Resumo ( ) Relato de Caso

DIETOTERAPIA INFANTIL DOENÇAS CRÔNICAS NA INFÂNCIA OBESIDADE

Unidade de Cuidados na Comunidade de Castelo Branco. Alimentação Saudável L/O/G/O.

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS POLICIAIS MILITARES DE UM BATALHÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO RIO DE JANEIRO

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE ITAQUI-RS - CÓDIGO 13121

DESTINO DAS SOBRAS DE ALIMENTOS DAS FEIRAS LIVRES DO MUNICÍPIO DE APUCARANA-PR

LANCHAR OU JANTAR? ESCOLHAS SAUDÁVEIS. Nutricionista: Patrícia Souza

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

QUAL O IMC DOS ALUNOS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS AO ENSINO MÉDIO NO IFTM CAMPUS UBERLÂNDIA?

ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM AS CRIANÇAS D E UM CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE CARÁTER FILANTRÓPICO DO MUNICÍPIO DE TUBARÃO SC

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE DOWN ATENDIDOS NO CENTRO DE ATENDIMENTO CLÍNICO E EDUCACIONAL EM HORIZONTE CE

AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR DE MULHERES QUE REALIZAM MASSAGENS COM FINALIDADE DE EMAGRECIMENTO

INFLUÊNCIA DOS HÁBITOS ALIMENTARES DOS RESPONSÁVEIS NAS CRIANÇAS

PERFIL NUTRICIONAL DOS PACIENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO

CONSUMO E PADRÃO ALIMENTAR DE ESCOLARES DE UMA ESCOLA PRIVADA 1

INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MENORES DE CINCO ANOS INSERIDAS EM FAMÍLIAS BENEFICIÁRIAS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA EM APUCARANA - PR

QUANTO CUSTA PARA AS FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA OBTEREM UMA DIETA SAUDÁVEL NO BRASIL?

Cardiovascular 29% Infectious & Parasitic 19% Other 3% Injury 9% Digestive 4% Respiratory. Respiratory Infections. 7% Neuropsychiatric

AVALIAÇÃO DO DESPERDÍCIO, QUALIDADE DO CARDÁPIO E PESQUISA DE SATISFAÇÃO DE CLIENTES EM UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

CONSUMO ALIMENTAR DE COLETORES DE LIXO DO MUNICÍPIO DE IMPERATRIZ- MA FOOD CONSUMPTION OF GARBAGE COLLECTORS OF MUNICIPAL IMPERATRIZ- MA

Nutrição Aplicada à Educação Física. Cálculo da Dieta e Recomendações dietéticas. Ismael F. Freitas Júnior Malena Ricci

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

Inquérito Alimentar. Profa. Assoc. Regina Mara Fisberg 2012

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE INDIVÍDUOS PARTICIPANTES DE UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO

PERFIL NUTRICIONAL E CONSUMO DE AÇÚCAR SIMPLES COMO FATOR DE RISCO NO DESENVOLVIMENTO DE OBESIDADE INFANTIL

DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES RESUMO

TÍTULO: INGESTÃO DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS RICOS EM SÓDIO E ADIÇÃO DE SAL ÀS PREPARAÇÕES PRONTAS

Lei8080,19set.1990-Art.3º(BRASIL,1990) A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes,

RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFÊRENCIA DE PESCOÇO E OUTRAS MEDIDAS INDICADORAS DE ADIPOSIDADE CORPORAL EM MULHERES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE ALEITAMENTO MATERNO DE GESTANTES NO MUNICÍPIO DE APUCARANA PR

Instrumentos Validados Para Avaliação Do Estado Nutricional

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO UNIRIO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE ESCOLA DE NUTRIÇÃO PROGRAMA DE DISCIPLINA

EMAGRECIMENTO: caso. Annie Bello PhD. Doutora em Fisiopatologia - UERJ Prof. Adjunto Nutrição clínica - UERJ Nutricionista Ensino e Pesquisa - INC

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE IDOSOS ASSISTIDOS POR CENTROS DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

Avaliação do Consumo Alimentar de Escolares da Rede Publica de Ensino Fundamental de Piracicaba

PERFIL NUTRICIONAL E CONSUMO ALIMENTAR DE ALUNOS DO CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA À EDUCAÇÃO EM GOIÁS

II Mostra de Trabalhos do Curso de Nutrição do Univag (ISSN )

PERCEPÇÃO ACERCA DO CONSUMO DE PRODUTOS HORTIFRUTÍCOLAS PELOS ACADÊMICOS DA UFFS CAMPUS CERRO LARGO

CONSUMO ALIMENTAR DAS MULHERES DO CENTRO DE MELHOR IDADE E SUA CORRELAÇÃO COM AS DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (OSTEOPOROSE)

CONSUMO DE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS E HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO EM ACADEMIAS DO MUNICÍPIO DE PONTE SERRADA/SC

PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS EM ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE PIRAQUARA NUTRITIONAL PROFILE OF PUBLIC SCHOOL CHILDREN IN THE TOWN OF PIRAQUARA

SEGUNDO RELATÓRIO 2007 AICR/WCRF

Frutas, Legumes e Verduras

AUTOR(ES): LUIS FERNANDO ROCHA, ACKTISON WENZEL SOTANA, ANDRÉ LUIS GOMES, CAIO CÉSAR OLIVEIRA DE SOUZA, CLEBER CARLOS SILVA

PERFIL NUTRICIONAL DOS ALUNOS DO 3 PERIODO DE NUTRIÇÃO

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

I I EITIC. Encontro de Inovação, Tecnologia e Iniciação Científica do IFAL. Resumo Ciências Humanas

3. Material e Métodos

SOBREPESO E OBESIDADE

SAÚDE COLETIVA: ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS PARA DIMINUIR OS DESAFIOS ENCONTRADOS NA CONTEMPORANEIDADE 1

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento ISSN versão eletrônica

Perder peso comendo bem. Melhores alimentos e chás para emagrecer.

Alimentação saudável

ESCOLA MAGNUS DOMINI

ANALISE E IDENTIFICAÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES DE CRIANÇAS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL DA CIDADE DE GUAXUPÉ/MG RESUMO

Bons hábitos alimentares. Coma cinco vezes por dia (menor quantidade de alimentos por refeição).

ROTULAGEM NUTRICIONAL. Nutricionista Geisa L. A. de Siqueira

Estudo avalia beneficiários de planos de saúde

Transcrição:

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E HÁBITO ALIMENTAR DE FUNCIONÁRIOS DO COMÉRCIO DE APUCARANA/PR MAYARA GIOVANA CERANTO FARIA¹; TATIANA MARIN² RESUMO Objetivo: Avaliar o estado nutricional e hábito alimentar de funcionários do comércio de Apucarana- Pr. Método: Pesquisa transversal, de caráter quantitativo e qualitativo, onde foram entrevistadas 35 pessoas com idade entre 18 e 45 anos, de ambos os gêneros, que trabalham no comércio da cidade. Resultados: O sobrepeso e obesidade grau I somaram 45,7% da amostra. Os hábitos alimentares foram considerados ruins. Conclusão: Há uma relação proporcional entre a qualidade da alimentação com o estado nutricional. Palavras-chave: perfil nutricional, perfil dietético, comércio. ABSTRACT Objective: To evaluate the nutritional status and eating habits of Apucarana-Pr employees. Method: A quantitative and qualitative cross-sectional survey, where 35 people aged 18-45 years, of both genders, were interviewed. trade in the city. Results: Overweight and obesity grade I accounted for 45.7% of the sample. Eating habits were considered bad. Conclusion: There is a proportional relationship between food quality and nutritional status. Key words: nutritional profile, dietary profile, trade. INTRODUÇÃO Vranjac (2008) diz que vários países em desenvolvimento, incluindo o Brasil vêm passando por uma transição nutricional onde se observa uma alteração do padrão alimentar, com a substituição do consumo de cereais, feijões, raízes e tubérculos por alimentos mais ricos em gorduras e açúcares. Como consequência da crescente globalização, o aumento da competitividade no mercado de trabalho, gera problemas com a saúde do trabalhador, principalmente, em função da má alimentação, do sedentarismo, e nesse meio, também, evidencia-se que muitas empresas já estão se 1 Acadêmica do Curso Bacharelado em Nutrição da Faculdade de Apucarana - FAP 1 Docente/Orientadora Mestre do Curso Bacharelado em Nutrição da Faculdade de Apucarana - FAP

conscientizando para a melhoria da qualidade de vida e das condições de trabalho dos seus empregados, tornando-se um investimento necessário. (BRASIL, 1999). A alimentação do trabalhador deve garantir as necessidades calóricas e também possibilitar melhores condições de saúde e qualidade de vida aos indivíduos. (BRASIL, 1999). Uma melhor qualidade de vida do trabalhador representa maior produtividade e maiores oportunidades de desenvolvimento que se relacionam, também, com uma alimentação adequada (GOUVEIA, 1999). Neste contexto, o exercício do trabalho no comércio exige grande gasto calórico, devido ao tempo que o funcionário permanece em pé, andando, dobrando roupas, limpando e arrumando superfícies e objetos, assim, uma alimentação saudável é imprescindível para a melhor qualidade de vida e prevenção de fadiga, cansaço precoce e diversas patologias. Para atingir uma alimentação balanceada, o indivíduo leigo no assunto necessita de informações que um processo educativo pode proporcionar. Portanto, a educação alimentar é um instrumento eficaz para evidenciar a importância da alimentação para a saúde e as patologias que podem surgir em função de uma alimentação inadequada. Para avaliar o estado nutricional de populações é importante estudar o produto da relação entre consumo alimentar e necessidades nutricionais (VASCONCELLOS, 1993). Para este fim, vários estudos vêm utilizando dados antropométricos que, conforme Gibson (1990), além de servirem de instrumento de avaliação nutricional, são úteis também para realizar comparações temporais em um mesmo grupo ou entre populações. Outro método muito utilizado é a aplicação do questionário de frequência alimentar (QFA), sendo importante para que se conheça o padrão de consumo alimentar de um grupo ou de um indivíduo. Sendo assim, o QFA mede o consumo alimentar, isso é, verifica a periodicidade do consumo de determinado alimento ou grupo alimentar (MACHADO, 2010). Conhecer o hábito alimentar, relacionando-o com o estado nutricional destes indivíduos permitirá o entendimento da relação entre estes aspectos e o impacto do cotidiano corrido na alimentação.

OBJETIVO Avaliar o estado nutricional e hábito alimentar de funcionários do comércio de Apucarana- Pr. MÉTODO Tratou-se de um estudo transversal, ou seccional, como também é chamado, com caráter quantitativo e qualitativo. A pesquisa foi realizada com 35 pessoas com idade entre 18 e 45 anos, de ambos os gêneros, que trabalham em alguma loja do comércio varejista de Apucarana- Pr e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), autorizando a participação na pesquisa. Foram excluídos dessa pesquisa pessoas com peso superior a 150 kg e os que não preencheram o questionário de maneira correta ou não conseguiram responder. A pesquisa foi realizada em 7 lojas presentes na área central da cidade, precisamente na rua Dr. Oswaldo Cruz, localizadas entre os números 415 e 1050 do lado direito da rua e entre 447 e 1051 do lado esquerdo da mesma, mesclando os artigos comercializados. Os responsáveis por estes estabelecimentos foram abordados e receberam explicação sobre o que se trata a pesquisa, após aceitarem, assinaram uma autorização institucional juntamente com o carimbo da empresa. A abordagem destes funcionários foi aleatória e questionou-se se o indivíduo aceitava participar da pesquisa, sendo entrevistados 5 funcionários de cada loja. A amostra da pesquisa respondeu um questionário para coleta de dados pessoais, clínicos e dietéticos; além disso, foi aferida a altura dos mesmos pelo método de envergadura; obtenção de peso com balança eletrônica portátil da marca Cadence com bateria e capacidade de 150 kg (precisão de 100g); obtenção de antropometria da circunferência da cintura e do quadril com auxilio de fita antropométrica inelástica de 200 cm da marca Cescorf após isso, foi feita entrega de folder educativo. Por fim, com os dados em mãos, foram realizados os cálculos de Índice de massa corporal (IMC) e Relação cintura/ quadril (RCQ). Esta pesquisa somente foi desenvolvida após aprovação do comitê de ética em pesquisa com seres humanos da FAP CETI-FAP, conforme a resolução 466/2012, cujo número do protocolo de aprovação é 2.696.755.

RESULTADOS Na amostra, formada por 33 mulheres (91%) e 2 homens (9%), cuja idade da maioria (45,70%) é de 18 a 30 anos, 57,14% da amostra possui renda familiar entre 1 e 3 salários mínimos e 51,40% da amostra possui grau de escolaridade de ensino médio completo. 51,42% dos entrevistados encontra-se em eutrofia, porém o resultado mais preocupante é que grande parte da amostra está em sobrepeso ou obesidade grau I, cuja soma representa 45,7% dos entrevistados. O risco de doenças cardiovasculares mostrou que grande parte da amostra (77%) está com risco moderado ou alto. Os resultados da pesquisa também mostraram que 62,85% da amostra pratica o almoço no local de trabalho. Na população estudada, conforme tabela abaixo, observou-se uma alimentação de baixa qualidade, onde 52,8% da população estudada afirma comer arroz de duas a três vezes por dia, mas em contrapartida apenas 37,10% comem feijão nesta mesma proporção, 85,70% afirmou nunca consumir arroz em sua versão integral e 71,45% nunca ou raramente consomem alimentos integrais. Em relação a carne vermelha, 48,60% afirmam ingerir de duas a três vezes por dia. Quanto às aves e ovos, 51,4% consome de 1 a 3 vezes por semana, apenas, 11,40% consome de 2 a 3 vezes por mês e 14,30% nunca consome. No grupo do leite e seus derivados, apenas 20% os ingere de 2 a 3 vezes por dia. A maioria (48,60%) os ingere uma vez ao dia. Este estudo mostra ainda, que 40,0% destes trabalhadores consomem frutas diariamente, porém a quantidade é reduzida, sendo que o consumo diário de frutas é de 1 a 3 porções, gerando uma média de 2 porções de frutas ao dia. Quanto às verduras e legumes, o consumo é diário pela maioria da amostra (45,70%), porém varia de 1 porção (20,0%) a 3 porções (25,70%) diárias. Sobre o consumo alimentar de frituras e guloseimas, o resultado foi o esperado pelas autoras, sendo alto consumo diário destes alimentos que são prejudiciais à saúde, sendo que 31,40% consomem frituras diariamente e 40,0% guloseimas diariamente. Já o consumo de refrigerante não foi predominantemente diário, mas 62,8% o ingere entre uma vez ao dia e 3 vezes por semana. A ingestão hídrica desta população também mostrou-se insatisfatória, sendo que a maioria (60%) ingere no máximo 1 litro de água por dia. Sobre o hábito

intestinal destes trabalhadores, observou-se que apesar de estar consumindo água em quantidades insatisfatórias, a amostra mostrou hábito intestinal satisfatório, sendo que a maioria (65,70%) evacua de uma a duas vezes por dia. CONSIDERAÇÕES FINAIS De modo geral, a dieta da população em estudo não está balanceada, estando os grupos alimentares fora das quantidades e frequência recomendadas pela pirâmide alimentar. Praticamente a metade da população de funcionários do comércio apresentou-se em eutrofia, porém, grande parte da amostra está em sobrepeso ou obesidade grau I. Sendo assim, fica claro que o trabalho nesta área exige grande dedicação e organização por parte das pessoas que desejam ter uma alimentação saudável. Por isso, a prática da educação nutricional para com estas pessoas foi importante para que as mesmas se conscientizassem de que seus hábitos alimentares do presente podem influenciar positiva ou negativamente a sua saúde no futuro. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho: Orientação da educação alimentar. Ministério do Trabalho: Brasília; 1999. GIBSON, R. S., 1990. Principles of Nutritional Assessment. Oxford: Oxford University Press. GOUVEIA EL. Nutrição, saúde e comunidade. Rio de Janeiro: Revinter; 1999. MACHADO, F.C.S. Reprodutibilidade e validade de um questionário de frequência alimentar baseado em grupos de alimentos, em população adulta da região metropolitana de Porto Alegre. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo, 2010. VASCONCELOS F.A.G. Avaliação nutricional de coletividades. Florianópolis: Ed. UFSC; 1993. VRANJAC, A.. Norma técnica do programa de imunização. São Paulo: CVM, 2008.