ABORDAGENS PRAGMÁTICAS SOBRE LINGUAGEM E ENSINO: A GRAMÁTICA E OS GÊNEROS TEXTUAIS NO PROCESSO DE LETRAMENTO

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110. ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( X ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA ABORDAGENS PRAGMÁTICAS SOBRE LINGUAGEM E ENSINO: A GRAMÁTICA E OS GÊNEROS TEXTUAIS NO PROCESSO DE LETRAMENTO FUCHS, Andrinelly Stacheski 1 CORREA, Djane Antonucci 2 RESUMO Por meio do presente trabalho pretende-se apresentar os resultados obtidos com o projeto de extensão Abordagens pragmáticas sobre linguagem e ensino, iniciado em 2011, cujos principais objetivos são aprofundar as discussões e buscar conexões que podem ser estabelecidas com ensino de língua(gem). A partir das leituras e reflexões sobre alguns autores tais como Rajagopalan (2010); Mattelart (2005), entre outros, cada integrante desse projeto de estudos criou uma proposta de intervenção visando a articular ensino, pesquisa e extensão. Dessa forma, com este trabalho, pretende-se apresentar algumas reflexões advindas de um dos sub-projetos, Ensino de gramática e os gêneros textuais no processo de letramento, originado das leituras e reflexões do grupo maior. A proposta de trabalho é de intervenção em uma turma de 5ª série (6ºano) do Ensino Fundamental, desenvolvida a partir dos estudos teóricos e da importância do tema no ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa, em especial com relação ao ensino da(s) gramática(s) por meio dos gêneros textuais, tendo em vista que essa não pode ser negligenciada, mas ensinada a fim de promover o grau de letramento do aluno. Todo o embasamento teórico bem como as reuniões de grupo foram realizadas no Laboratório de Estudo do Texto (LET-UEPG) tendo como eixo norteador a indissossiabilidade entre ensino pesquisa e extensão (FORPROEX, 2006). Como resultados têm-se até o momento as reflexões a partir das discussões de grupo que contribuem para a formação do professor, além da democratização do conhecimento entre a universidade e a comunidade. PALAVRAS CHAVE Extensão. Ensino/Aprendizagem. Língua Portuguesa. 1 Graduanda em Letras Português/Inglês, IC/PIBIC, andrinellysfuchs@hotmail.com. 2 Doutorado em Letras. Professora pesquisadora e extensionista da UEPG. ABORDAGENS PRAGMÁTICAS SOBRE LINGUAGEM E ENSINO, djanecorrea@uol.com.br.

210. Introdução Dada a importância de se abrirem discussões mais aprofundadas acerca dos estudos pragmáticos, este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados já obtidos com o projeto de extensão Abordagens pragmáticas sobre linguagem e ensino que teve início em 2011 e ainda se encontra em andamento. Com o projeto supracitado, pretende-se dar continuidade aos estudos iniciados no primeiro semestre de 2011, em um curso de extensão cujo título era Introdução aos estudos de Pragmática. Por meio desse estudo, busca-se o aprofundamento nas discussões acerca do ensino de língua(gem), construindo conhecimentos em parceria com a comunidade que está fora do universo acadêmico, sempre tendo por base o tripé universitário. E é nesse sentido que cada um dos integrantes do grupo elaborou uma proposta individual de trabalho visando a articular ensino, pesquisa e extensão, por meio de oficinas em escolas ou outras comunidades, ampliando assim o espaço dessas discussões fora dos muros universitários. Vale lembrar que por ser um projeto de extensão, tem-se como base norteadora o tripé universitário, visando sempre a articular o ensino a pesquisa e a extensão, pois conforme Nogueira (2005, p. 119) A extensão é um processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a universidade e a sociedade, assim, por meio dessa articulação a universidade pode contribuir de forma democrática para expansão do conhecimento não só acadêmico, mas de toda a comunidade que estiver envolvida no projeto. O sub- projeto Ensino de gramática e os gêneros textuais no processo de letramento, realizado por uma das integrantes do projeto maior, já citado acima, é uma proposta de trabalho a ser desenvolvida no Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente CAIC Reitor Alvaro Augusto Cunha Rocha, no município de Ponta Grossa com alunos de 5ª série/6ºano do ensino fundamental. Serviram de aporte teórico para os estudos bibliográficos autores como Marcuschi (2008; 2011), Antunes (2003; 2009), Soares (2003; 2009), DCEs (2008), Franchi (2006), Barbier (2002),entre outros. Conforme já foi citado, o sub-projeto aqui destacado está voltado para o ensino da(s) gramática(s) por meio da abordagem dos mais diversos gêneros textuais presentes no cotidiano dos alunos visando a elevar o grau de letramento dos sujeitos participantes. Convém ressaltar que o termo gramática está no plural justamente porque, infelizmente, quando se faz referência à ela, ainda vem na mente de muitas pessoas a gramática normativa, como se só existisse essa, no entanto, conforme Franchi (2006, p.24), Qualquer criança, tendo acesso à linguagem, domina rapidamente, logo nos primeiros anos de vida, todo um sistema de princípios e regras que lhe permite ativar ou construir inteiramente a gramática de sua língua. Nessa concepção, entende-se que todo ser humano tem conhecimento de uma gramática e essa vigora dentro do contexto em que o indivíduo está inserido, portanto há variações de acordo com a cultura de cada indivíduo, no entanto, ninguém chega à escola sem saber gramática. Dessa forma, embora seja função da escola ensinar a norma padrão, conforme as DCEs (2008, p. 55) o professor precisa ter clareza de que tanto a norma padrão quanto as outras variedades, embora apresentem diferenças entre si, são igualmente lógicas e bem estruturadas, não há uma variedade melhor que outra. Assim, os Gêneros Textuais tornam-se uma ferramenta essencial para os estudos gramaticais, uma vez que cada gênero tem uma composição, uma função e uma linguagem específica, consequentemente, uma gramática a ser estudada, nas palavras de Motta-Roth (2011, p. 156), os gêneros são formas recorrentes e significativas de agir em conjunto, que põem alguma ordem no contexto da vida em coletividade (nos termos de Clifford Geertz, 1983:21); como formas de vida que se manifestam em jogos de linguagem, de tal sorte que a linguagem é parte integral de uma atividade (nos termos de Ludwig Wittgenstein ([1953] 1958:88, 241) a ponto de o gênero tornar-se um fenômeno estruturador da cultura. para ela, em cada gênero textual há uma combinação de elementos linguísticos diversos, tais como fonológicos, pragmáticos, lexicais, sintáticos, morfológicos, discursivos e até ideológicos. Com isso, é notória a importância da abordagem dos mais diversos gêneros textuais no processo de letramento, pois, para Kleiman (2007, p.04),

310. Assumir o letramento como objetivo do ensino no contexto dos ciclos escolares implica adotar uma concepção social da escrita, em contraste com uma concepção de cunho tradicional que considera a aprendizagem de leitura e produção textual como a aprendizagem de competências e habilidades individuais. Objetivos Como já referenciado acima, o projeto de extensão Abordagens pragmáticas sobre linguagem e ensino tem por objetivo dar continuidade aos estudos iniciados no primeiro semestre de 2011. A partir desse, cada integrante criou uma proposta individual de trabalho. Dentre os sub-projetos que surgiram a partir do projeto Abordagens pragmáticas sobre linguagem e ensino, destaca-se o que tem o seguinte título Ensino de gramática e os gêneros textuais no processo de letramento, que objetiva destacar a importância do ensino da(s) gramática(s) por meio dos Gêneros Textuais visando a contribuir para o processo de letramento dos alunos de uma escola pública do município de Ponta Grossa, em turma de 5ª série/6ºano do Ensino fundamental. Ao trabalhar a partir dos gêneros textuais, será possível abordar as variedades linguísticas presentes nos textos, possibilitando assim ao aluno maior entendimento e reconhecimento dessa diversidade que ainda, infelizmente, tem sido alvo de preconceito, como se somente a variedade culta fosse correta, além de proporcionar melhor entendimento do porquê de se dar tanta importância à gramática normativa e a já mencionada norma culta. Além disso, por o trabalho estar alicerçado no tripé universitário, como já mencionado, o maior objetivo é a troca de conhecimentos por meio da participação dos alunos de graduação diretamente com a realidade escolar, não ficando estes somente restritos à teoria, pois por meio de trabalhos extensionistas, têm-se a oportunidade de interagir em situações reais de ensino/aprendizagem. Metodologia Além das leituras e reflexões realizadas com o grupo participante do projeto maior, foram realizadas leituras mais específicas, de acordo com os temas de cada sub-projeto. Feito o levantamento bibliográfico se dará a entrevista com professor (es) de língua Portuguesa de 5ª série/6ºano do Ensino Fundamental, a respeito da concepção de gramática e da forma como ela tem sido (ou não) ensinada. Na sequência serão realizadas observações não participativas nas aulas e posteriormente a intervenção, para a qual será elaborada uma proposta a partir das bases teóricas pesquisadas e de acordo com a realidade encontrada, que tenha por objetivo a compreensão (e produção) de alguns Gêneros Textuais e dos elementos gramaticais de acordo com as exigências do gênero; uma vez que, conforme Antunes (2003, p.110) Este objeto -o texto- é quem vai condicionar a escolha dos itens, os objetivos com que os abordamos e a escolha das atividades pedagógicas. O modelo de pesquisa adotado para este trabalho é o da pesquisa-ação, dando voz aos sujeitos envolvidos e ao mesmo tempo um retorno a eles, tendo em vista que esse tipo de pesquisa não trabalha sobre os outros, mas e sempre com os outros (BARBIER, 2002, p.14), além disso, trata-se de um projeto de extensão, daí a importância da construção do conhecimento em conjunto com a comunidade, neste caso, a comunidade escolar. Dessa forma, salienta-se a importância do contato dos alunos de licenciatura desde os primeiros anos da graduação com a comunidade escolar, pois segundo Saleh (2009), a experiência trocada enquanto professores em formação será muito satisfatória, já que aproxima a universidade da comunidade, ampliando o universo de investigação, concretizando assim o tripé ensino, pesquisa e extensão, ou seja, a Flexibilização Curricular, assim a formação acadêmica pode ocorrer de forma crítica e plural, a sociedade passa a ser parte integrante do conhecimento acadêmico, já que por meio da extensão pode haver uma troca mutua entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento da comunidade. Sendo assim, observa-se que É inevitável a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão enquanto eixo de formação do estudante, de uma perspectiva na qual a graduação vai alem de mera transmissão para se transformar em espaço de construção de conhecimento, em que o estudante passa a ser sujeito, critico e participativo, para o qual a Flexibilização aparece como um meio de viabilização

410. (FORPROEX, 2006. p44). Em outras palavras, a flexibilização abre espaço para reflexões, críticas e debates dentro do currículo universitário. Resultados Como o projeto encontra-se em andamento, ainda não se tem o resultado final, no entanto, pode-se apontar até o momento a relevância das reflexões obtidas com o grupo de integrantes do projeto, graduandos, mestrandos e professores atuantes, que vêm cada vez mais a contribuir para a formação do professor. Além disso, com projetos de extensão é possível dividir o conhecimento acadêmico com a sociedade, sendo essa uma forma de democratização do saber. Conclusões Entende-se que por meio de projetos de extensão comprometidos com a sociedade, podemse ter resultados positivos em relação ao ensino/aprendizagem, visto que os acadêmicos passam a ser mediadores do conhecimento entre a universidade e a sociedade e, com essa troca, ambos são beneficiados. Da mesma forma, com as reflexões obtidas com o grupo de discussão pôde-se perceber que a pragmática perpassa os estudos referentes à língua(gem) e é um fator muito presente quando se trata do processo de ensino/aprendizagem de línguas, em especial de Língua Portuguesa, daí a importância dessas discussões mais aprofundadas sobre o tema, que, apesar de ser tão presente quando se refere ao ensino, ainda não vem sendo amplamente discutido, daí a importância da ampliação, de estender cada vez mais essas discussões por meio de projetos extensionistas, como este. Referências: ANTUNES, I. Aula de Português: Encontro e interação. 2. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. ANTUNES, I.Língua, texto e ensino:outra escola possível. São Paulo: Parábola, 2009. BARBIER, R. A pesquisa-ação. Brasília: Líber Livro Editora, 2007. FRANCHI, C. Mas o que é mesmo gramática. In: FRANCHI, C.; NEGRÃO, E. V.; MÜLLER, A. L. Mas o que é mesmo gramática. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. FORPROEX. Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão e a Flexibilização Curricular: uma Visão da Extensão. Porto Alegre: UFRGS; Brasília: MEC/SESU. 2006. KLEIMAN. A. B Letramento e suas implicações para o ensino de Língua Materna. Santa Cruz do Sul, 2007. MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 3.ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. MATTELART, A. Diversidade cultural e mundialização. São Paulo: Parábola, 2007. MOTTA-ROTH, D. Questões de metodologia em análise de gêneros. In KARWOSKI,A. M; GAYDECZKA, B; BRITO, K.S (orgs). Gêneros textuais: reflexão e ensino. São Paulo: Parábola editorial, 2011. NOGUEIRA, M. D.P. Políticas de Extensão Universitária Brasileira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

510. PARANÁ. Governo do Estado. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a educação básica. Curitiba: Base, 2008. RAJAGOPALAN, K. Nova pragmática: fases e feições de um fazer. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. SALEH, P. B. O. Reformulação curricular, prática articuladora e produção. In:Estudos da Linguagem e Currículo: Diálogs (im)possíveis. In: CORREA, D. A; SALEH, P. B. O. (orgs.). Ponta Grossa: Editora UEPG, 2009. SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. 3.ed. Belo Horizonte:Autêntica, 2009. SOARES, M. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Minas Gerais:RBE, 2003.