QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS PARA AVALIAR QUALIDADE DE VIDA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Documentos relacionados
O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSAS PARTICIPANTES DE UMA OFICINA DE DANÇA

BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO PARA AUTONOMIA FUNCIONAL DO IDOSO

ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA NOS GRUPOS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS

AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA GLOBAL DE USUÁRIOS DE UM AMBULATÓRIO DE FONOAUDIOLOGIA

IMPACTOS DA GINÁSTICA FUNCIONAL NA AUTOESTIMA DE IDOSOS NA MAIOR IDADE

AGILIDADE E EQUILIBRIO DINÂMICO EM ADULTOS E IDOSOS

A IMPORTÂNCIA DOS GRUPOS DE CONVIVÊNCIA PARA A QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS

A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE IDOSO DO DISTRITO DE MORORÓ

Tutorial de Pesquisa Bibliográfica- BVS. 2ª. Versão 2012

ENVELHECIMENTO ATIVO ASSOCIADO À QUALIDADE DE VIDA E GÊNERO

TÍTULO: INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS: LIMITAÇÕES DO ENFERMEIRO

METODOLOGIA CIENTÍFICA PATRÍCIA ALVAREZ RUIZ

MOTIVAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA EM CORREDORES AMADORES DE RUA NA REGIÃO DO ALTO TIETÊ

INSTITUIÇÃO(ÕES): CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS - FMU

I Workshop dos Programas de Pós- Graduação em Enfermagem

Atividade física no envelhecimento: uma contribuição para a qualidade de vida

PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM PERIÓDICOS ONLINE: UMA REFLEXÃO SOBRE O SIGNIFICADO DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E/OU BEM-SUCEDIDO

QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA, EM HEMODIÁLISE: UMA REVISÃO

INFLUÊNCIA DA CAMINHADA ORIENTADA EM PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS 1

PALAVRAS-CHAVE: Amamentação. Amamentação exclusiva. Enfermagem.

USO DA INTERNET PARA BUSCA DE LITERATURA CIENTÍFICA Principais sites, Bases de Dados e Periódicos on-line

INDICADORES DE BEM-ESTAR SUBJETIVO E QUALIDADE DE VIDA EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE1 METHODS FOR EVALUATING THE QUALITY OF LIFE IN OLD AGE1

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

Bases de dados na literatura médica. Fernando M. Aarestrup, MD, PhD

HIV/AIDS E QUALIDADE DE VIDA: ESTUDO COMPARATIVO EM PESSOAS ACIMA DE 50 ANOS

GESTÃO DO CONHECIMENTO EM ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE: REVISÃO SISTEMÁTICA E LITERATURA

Marcelo Pio de Almeida Fleck Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Faculdade de Medicina.

RELAÇÃO ENTRE QUALIDADE DE VIDA E ATIVIDADE FÍSICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA NACIONAL

PAPEL DA NUTRIÇÃO NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL: UMA REVISÃO NA LITERATURA

A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA SAÚDE E MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS DA UNIVERSIDADE ABERTA À MATURIDADE - UAMA

VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Graduada em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande- FCM,

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE COM ESTIMULAÇÃO COGNITIVA PARA SÉNIORES

INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FISICA SOBRE OS COMPONENTES DA CAPACIDADE FUNCIONAL

RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E APTIDÃO FUNCIONAL EM IDOSAS DO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO CORRENTE

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA

ATIVIDADE FÍSICA X ENVELHECIMENTO HUMANO: IMPORTÂNCIAS PARA A QUALIDADE DE VIDA

INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL DE DEFICIENTES FÍSICOS

ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PROMOÇÃO DO BEM- ESTAR DA PESSOA IDOSA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS: revisão integrativa da literatura. científica

Qualidade De Vida De Idosos Portugueses E Brasileiros

Professor Ms. Rodrigo Bozza

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular EXERCÍCIO E SAÚDE Ano Lectivo 2010/2011

Busca por informação e evidência científica na Biblioteca Virtual em Saúde

TÍTULO: QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO COM ALZHEIMER ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO ASSISTENCIAL.

A literatura em saúde pública: validade dos documentos e os sistemas de informação. Angela Maria Belloni Cuenca

INCAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS: ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA

Fontes de produção científica

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO Ano Lectivo 2017/2018

TÍTULO: ADOLESCENTE DEPENDENTES DE DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS: ACOLHIMENTO DA ENFERMAGEM

Pesquisa Bibliográfica em Bases de Dados Nacionais e Internacionais. 10/09/2015 Renan Hiagon

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular EXERCÍCIO E SAÚDE Ano Lectivo 2018/2019

INDEPENDENCIA FUNCIONAL NA PERSPECTIVA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA

AULA 3. Busca em bases de dados e estratégia de busca

APTIDÃO FÍSICA DE IDOSAS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE: PRODUÇÃO CIENTÍFICA NO CAMPO DA SAÚDE

PREFERÊNCIA DESPORTIVA DE IDOSOS NA ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS PARA A TERCEIRA IDADE

RELAÇÃO ENTRE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS E ATIVIDADE FÍSICA EM INDIVÍDUOS SENESCENTES DE MEIA IDADE E IDOSOS

EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO EM IDOSOS HIPERTENSOS

Relação entre qualidade de vida e tempo de prática paradesportiva em praticantes de Tênis em Cadeira de Rodas

QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: REVISÃO SISTEMÁTICA

NÍVEL DE MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA ESPORTIVA DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DOS IDOSOS DA CIDADE DE MOSSORÓ-RN INTRODUÇÃO

A ATIVIDADE FISÍCA COMO DETERMINANTE NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO HUMANO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

NÍVEL DE DEPENDÊNCIA DE INTERNET E QUALIDADE DE VIDA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO CORRELACIONAL

Projecto MobES, Mobilidade e Envelhecimento Saudável

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS ATENDIDOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM BELÉM, PA

Introdução à busca de artigos científicos

EFEITOS DA PRÁTICA DA HIDROGINÁSTICA NA APTIDÃO FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO CUIDADO A FAMÍLIA E AO IDOSO COM ALZHEIMER: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

CONCEITO DE AUTONOMIA EM IDOSOS NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Objetivo: Avaliar a percepção da capacidade funcional de idosos, em relação as ABVD e AIVD.

FATORES ASSOCIADOS A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES FACTORS ASSOCIATED WITH BURNOUT SYNDROME IN TEACHERS

Fontes de Acesso Livre

O IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS

Sistema de Gestão de Qualidade. Modelo de Qualidade de Vida. APPACDM de Matosinhos. Fevereiro de 2015

Ingrid Mikaela Moreira de Oliveira¹ Samyra Paula Lustoza Xavier 2

A Implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente em Unidades do SUS

ROMILDA DE SOUZA FONSECA GUIMARÃES

APLICAÇÃO DO SF-36 EM ILP: atividade de extensão.

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO FÍSICA Ano Lectivo 2017/2018

Correlação dos anos de escolaridade com o estado cognitivo em idosas

CARACTERIZAÇÃO DOS IDOSOS QUANTO AO GRAU DE DEPÊNDENCIA EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA-PB

APTIDÃO FUNCIONAL, QUALIDADE DE VIDA E ENVELHECIMENTO

Secção Autónoma de Ciências da Saúde Universidade de Aveiro. Programa Doutoral em Ciências e Tecnologias da Saúde. Provas Públicas

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Bases de dados na área de Ciências da Saúde

Pesquisa realizada no Laboratório de Atividade Física e Promoção à Saúde da UNIJUÍ - Campus Santa Rosa-RS. 2

Prevalência da Atividade Física em Portugal

O VALOR DA ATIVIDADE FÍSICA SOB A PERSPECTIVA DE MULHERES IDOSAS: MEMÓRIAS E SIGNIFICADO

IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA

TÍTULO: SAPATILHAS, UMA LUZ NA ESCURIDÃO: A QUALIDADE DE VIDA DE BAILARINAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

ESTUDO COMPROBATÓRIO DE GERAÇÃO DE ECONOMIA COM A BREVIDADE DE GERENCIAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS

Revisão de Literatura: como fazer?

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA O IDOSO NO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

BIREME/OPAS/OMS Comitê Assessor Nacional do Convênio de Manutenção da BIREME I Reunião do ano 2004, BIREME, São Paulo, 06 de agosto de 2004

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E SAÚDE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Revisão de literatura realizada por acadêmicos do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria, campus Palmeira das Missões 2

Transcrição:

QUESTIONÁRIOS UTILIZADOS PARA AVALIAR QUALIDADE DE VIDA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA GALVAO, B. M. F. 1 ; FONTANA, R. 2 ; ROSA, B. P. S. 3 ¹Acadêmica do curso de Educação Física do Centro Universitário Luterano de Palmas CEULP/ULBRA. E-mail: barbara_mgalvaob@hotmail.com. 2 Acadêmico do curso de Educação Física do Centro Universitário Luterano de Palmas CEULP/ULBRA. 3 Professora do curso de Educação Física do Centro Universitário Luterano de Palmas CEULP/ULBRA. RESUMO: O objetivo deste estudo foi fazer um levantamento de publicações nas principais bases de dados, sintetizar e analisar as evidências da literatura sobre a qualidade de vida e atividade física utilizando os questionários WHOQOL e IPAQ. Desta forma, seguiu-se os passos necessários para estruturar uma Revisão Integrativa sobre o tema. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: SciELO, MEDLINE, PubMed, LILACS, BVS e Portal de Periódicos CAPES. Foram encontrados inicialmente nas bases de dados 96 artigos. Depois da análise dos artigos, foram selecionados 7 estudos que atenderam aos critérios de inclusão. Os resultados apresentados demonstram a relação positiva entre o nível de atividade física e a melhoria da percepção de qualidade de vida. Afinal, a percepção de qualidade de vida pode estar diretamente relacionada com a capacidade funcional do idoso e sua independência que por sua vez é influenciada pela prática de atividade física. PALAVRAS CHAVE: qualidade de vida, atividade física, idosos. INTRODUÇÃO: O crescimento do número de idosos em termos absolutos e relativos vem acompanhando o desenvolvimento mundial e é caracterizado por taxas cada vez menores de fecundidade e por taxas maiores da esperança média de vida (CARVALHO, 2006; MATSUDO et al., 2000). O envelhecimento é um processo multidimensional que engloba mecanismos de reparação e de destruição, desencadeados ou interrompidos em momentos e ritmos diferentes para cada ser humano, sendo a velhice entendida como um processo inevitável e perfeitamente natural (BERGER, POIRIER, 1995). Ilano et al. (2004) descrevem os efeitos do envelhecimento, ou seja, as consequências deste processo involutivo no organismo do indivíduo, o que afeta fundamentalmente três dimensões básicas: o plano psico-afetivo, o social e o físico. Em geral, o envelhecimento é um processo que envolve um declínio das funções psicológicas, cognitivas, sociais, fisiológicas e funcionais (SPIRDUSO et al., 2005). É justamente na tentativa de amenizar os efeitos associados ao processo do envelhecimento que, para Mota (2008), atualmente o maior desafio dos profissionais da área é proporcionar para essa população um envelhecimento ativo, saudável, independente e com qualidade de vida. A maior característica do conceito de qualidade de vida é a sua natureza multidimensional. Sendo que é definida por um conjunto de dimensões: disposição física, bem-estar emocional, socialização; além de outras atividades, tais como: satisfação de vida e percepção de saúde (CARVALHO, MOTA, 2002). Além de depender da realidade que está sendo empregada depende ainda de variáveis humanas (domínio bio-psico-social), materiais (econômicos) e do envolvimento (naturais e artificiais) (MOTA, 2008). Ao longo do processo de envelhecimento, os idosos sofrem mudanças no seu dia-a-dia, neste sentido, a atividade física é uma forma de garantir a independência e qualidade de vida dos idosos. MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo utilizou-se da metodologia da Revisão Sistemática e sua respectiva sucessão de etapas bem definidas. Iniciando pela identificação do tema (definição do

problema); estabelecimentos dos critérios de inclusão e exclusão (uso da base de dados e busca dos estudos pelo título e critérios); identificação dos estudos selecionados (leitura dos resumos e palavraschave); categorização dos estudos selecionados (leitura e análise crítica dos estudos selecionados), análise e interpretação dos resultados, apresentação da síntese do conhecimento. (BOTELHO, CUNHA, MACEDO, 2011). Assim, a importância de estudar a estreita relação entre os fatores essenciais na vida do idoso: qualidade de vida e atividade física. Neste estudo para investigar os dois eixos propostos serão investigados os diversos estudos que utilizaram os dois questionários usados internacionalmente WHOQOL (World Health Organization Quality of Life) e IPAQ (International Physical Activity Questionnaire). Portanto, a pergunta central: Quais são as evidências científicas da associação entre qualidade de vida e atividade física, utilizando os questionários WHOQOL e IPAQ? O objetivo deste estudo foi fazer um levantamento de publicações acadêmicas nas principais bases de dados, sintetizar e analisar as evidências da literatura sobre a associação entre qualidade de vida e atividade física utilizando os questionários WHOQOL e IPAQ. Desta forma, seguiu-se os passos necessários para estruturar uma Revisão Integrativa sobre o tema. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: SciELO (Scientific Electronic Library Online); MEDLINE PubMed (produzido pela National Library of Medicine do National Institutes of Health); LILACS (Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde); BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e Portal de Periódicos CAPES/MEC (Portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Para a busca das evidências foi determinado os termos ou palavras-chave (descritores): WHOQOL E IPAQ. A combinação dos termos foi realizada com a utilização do operador AND. Foram encontrados inicialmente nas bases de dados 96 artigos (11 artigos no SciELO; 8 artigos PuBMed; 15 artigos LILACS; 6 artigos BVS; 56 artigos portal CAPES). A partir dessa pesquisa inicial, foram excluídos dissertações e teses, estudos de cartas ao editor, resumos de congressos, livros ou capítulos de livros. Foram considerados os artigos nos idiomas Espanhol, Inglês e Português e que tenham sido publicados nos últimos dez anos. Após a leitura dos títulos foram excluídos os artigos repetidos. Após a leitura dos resumos foram excluídos os artigos que não reportaram a utilização de ambos os instrumentos de coletas, e artigos que não tinham a população idosa na sua amostra. Foram considerados somente os artigos disponíveis na íntegra. Depois da análise dos artigos, foram selecionados sete estudos que atenderam aos critérios de inclusão. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No que diz respeito a amostra dos estudos selecionados, quatro estudaram somente mulheres idosas (CONTE E LOPES, 2005; MAZO et al., 2008; CARCALHO et al., 2010; VAGETTI et al., 2012) e três estudaram mulheres e homens idosos (GUEDES et al., 2012; PORTO et al., 2012; GUTIERRES et al., 2014). Somente um estudo (MAZO et al., 2008) definiu a amostra com idosos com idade igual ou superior a 65 anos, isso talvez devido ao fato do estudo ter sido publicado em Portugal, os demais definiram a idade a partir de 60 anos. Afinal de acordo com a OMS são considerados idosos nos países desenvolvidos aqueles com idade igual ou superior a 65 anos e nos países em desenvolvimento indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos. De forma, geral os estudos se caracterizaram com uma amostra grande, só dois estudos tinham menos de 60 idosos, os demais tinham acima de 190 idosos, destacando o estudo dos autores Guedes et al. (2012) com 1204 idosos. Sobre o questionário para avaliar a percepção de qualidade de vida, podemos dizer que dentre os artigos selecionados, três utilizaram o WHOQOL-Bref (CONTE e LOPES, 2005; MAZO et al., 2008, PORTO et al. 2012), um estudo utilizou o WHOQOL-Old (CARVALHO et al., 2010) e dois estudos utilizaram o WHOQOL-Bref junto com WHOQOL-Old (VAGETTI et al., 2012; GUTIERRES et al., 2014). A partir de um projeto para elaborar um instrumento internacional que avaliasse a qualidade de vida foi criado o WHOQOL-100 composto por 100 itens, que está traduzido para 20 idiomas. Este instrumento foi desenvolvido na versão em português, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob a coordenação do Dr. Marcelo Pio de Almeida Fleck (FLECK et al., 1999). Na intenção de desenvolver um questionário curto e de rápida aplicação, foi desenvolvido o módulo WHOQOL-BREF que contém 26 questões (WHOQOL GROUP, 1998). O WHOQOL-BREF foi validado no Brasil por Fleck (2000). Tendo em vista os diversos estudos e pesquisas com idosos o Grupo WHOQOL elaborou um módulo para adultos idosos (WHOQOL-OLD) com intuito de complementar os instrumentos já existentes, na mesma perspectiva internacional e transcultural (CHACHAMOVICH e FLECK, 2006). O módulo WHOQOL-OLD foi traduzido para o português sob a supervisão dos autores Chachamovich e Fleck (2006). Sobre o questionário para perceber o nível de

atividade física, três estudos utilizaram a versão 8, na forma curta (CONTE e LOPES, 2005; VAGETTI et al., 2012; PORTO et al., 2012), três estudos utilizaram o questionário na versão longa (MAZO et al., 2008; CARVALHO et al., 2010; GUTIERRES et al., 2014) e um estudo não foi possível identificar o seu formato. O Questionário Internacional de Atividade Física (International Physical Activity Questionnaire IPAQ), versão 8, forma longa, foi adaptado para idosos por Mazo e Benedetti (2010), validado para a população brasileira por Matsudo et al. (2001) e validado para população idosa por Benedetti et al. (2004) e Benedetti et al. (2007). O questionário pode ser aplicado em entrevista por telefone ou auto aplicação, pode ser na versão longa e curta. A versão curta do IPAQ refere-se aos últimos 7 dias, a forma longa, refere-se à semana usual e é recomendada para investigação que exige uma avaliação mais minuciosa (MARSHALL e BAUMAN, 2001). As pesquisas selecionadas de forma geral tinham como um dos seus objetivos a relação, comparação ou associação entre a percepção de qualidade de vida e o nível de atividade física. Apenas o estudo dos autores Vagetti et al. (2012), utilizou o IPAQ para caracterizar a amostra, sendo o objetivo central a predição da qualidade de vida global idosas ativas. Gutierres et al. (2014) se destaca por se tratar de um grupo de idosos com deficiência em instituições de longa permanência. Os autores Gutierres et al. (2014) concluíram que os idosos com maiores escores nos domínios da autonomia e da intimidade, menor tempo sentado, menor escore no domínio morte estão associados com maiores escores de qualidade de vida. Porto et al. (2012) perceberam que a melhoria da autopercepção de qualidade de vida está significativamente associada à atividade física e que somente o domínio meio ambiente (WHOQOL-Bref) não foi associado com inatividade física. No estudo de Mazo et al. (2008) verificaram que idosas com piores resultados no domínio físico da qualidade de vida têm um risco três vezes maior de serem menos ativas fisicamente, e ainda que a atividade física desempenha um papel importante na qualidade de vida das mulheres idosas. Para Conte e Lopes (2005) o nível de atividade física apresentou-se associado positivamente com o domínio físico. Carvalho et al. (2010) constataram que as mulheres despendem muito tempo na posição sentada e relacionou a prática de exercícios físicos para contribuir para uma melhor qualidade de vida. Vagetti et al. (2012) entenderam que nos programas de atividade física é importante ter um envolvimento social para uma melhor qualidade de vida. Guedes et al. (2012) averiguaram que os resultados indicaram que o alto nível de atividade física pode contribuir para uma melhoria da qualidade de vida. CONCLUSÃO: Os resultados apresentados demonstram a relação positiva entre o nível de atividade física e a melhoria da percepção de qualidade de vida. Afinal, a percepção de qualidade de vida pode estar diretamente relacionada com a capacidade funcional do idoso e sua independência que por sua vez é influenciada pela prática de atividade física. A participação em atividade física regular pode retardar declínios funcionais, pode reduzir o início de doenças crônicas tanto em idosos saudáveis como nos doentes crônicos. Uma vida ativa melhora a saúde mental e frequentemente promove contatos sociais (OMS, 1997). Já é consenso na literatura que a atividade física regular e orientada ajuda a minimizar os efeitos degenerativos no organismo durante o processo de envelhecimento (ACSM, 2006; RIKLI e JONES, 2001; FIATARONE et al., 1990). REFERÊNCIAS: ACMS American College of Sports Medicine. ACSM s Guidelines for Exercise Testing and Prescription. 7ª ed. Philadelphia: ACSM s Publications, 2006. BENEDETTI T. R. B.; ANTUNES P. C.; RODRIGUEZ-ANEZ C. R.; MAZO G. Z.; PETROSKI E. L. Reprodutibilidade e validade do questionário internacional de atividade física (IPAQ) em homens idosos. Revista Brasileira Medicina do Esporte; 13(1):11-6. 2007. BENEDETTI, T.; MAZO, G.; BARROS, M. Aplicação do Questionário Internacional de Atividade Físicas para avaliação do nível de atividades físicas de mulheres idosas: validade concorrente e reprodutibilidade teste/reteste. Revista Brasileira Ciência Movimento, 12(1):25-33. 2004. BERGER, L.; MAILLOUX-POIRIER, D. Pessoas Idosas: uma abordagem global. Lisboa: Lusodidacta, 1995.

BOTELHO, L.L.R.; CUNHA, C.C.A.; MACEDO, M. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Revista eletrônica Gestão e Sociedade, v.5 n.11 p. 121-136, 2011. CARVALHO, E. D.; VALADARES, A. L. R.; COSTA-PAIVA, L. H.; PEDRO, A. O.; MORAIS, S. S.; PINTO-NETO, A. M. Atividade física e qualidade de vida em mulheres com 60 anos ou mais: fatores associados. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v.32 n.9, p. 433-40, 2010. CARVALHO, J.; MOTA, J. A Actividade Física na Terceira Idade. Justificação e Prática. Portugal: Câmara Municipal de Oeiras, Divisão do Desporto, 2002. CARVALHO, M. J. A actividade física na terceira idade e relações intergeracionais. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v.20 n.5 p. 71-72. 2006. CHACHAMOVICH, E.; FLECK, M. P. Tradução do Manual WHOQOL-OLD para o português. Genebra: World Health Organization, 2006. CONTE, E. M. T.; LOPES, A. S. Qualidade de vida e atividade física em mulheres idosas. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, Passo Fundo, p.61-75, 2005. FIATARONE, M. A.; MARKS, E. C.; RYAN, N. D.; MEREDITH, C.N.; LIPSITZ, L. A.; EVANS, W. J. High-Intensity Strength Training in Nonagenarians: Effects on Skeletal Muscle. The Journal of the American Medical Association, v.263 n.22 p. 3029-3034. 1990. FLECK, M. P. O instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100): características e perspectivas. Revista Ciências Saúde Coletiva, v.5 n.1 p.33-8, 2000. FLECK, M.P.A. et al. A avaliação de qualidade de vida: guia para profissionais da saúde. Porto Alegre: Artmed, 2008. GUEDES, D.P.; HATMANN, A.C.; MARTINI, F.A.N.; BORGES, M.B.; BERNARDELLI JR, R. Quality of life and physical activity in a sample of brazilian older adults. Journal Aging Health, v.24 n.2 p. 212-226, 2012. GUTIERRES FILHO, P. J. B.; GERALDO, T. L.; BENTO, G. G.; SILVA, F. C.; ARANCIBIA, B. A. V.; SILVA, R. Qualidade de vida de idosos com deficiência e prática de atividade física em instituições de longa permanência. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v.17 n.1 p. 141-151, 2014. ILANO, M.; MANZ, M. & OLIVEIRA, S. Para Envelhecer Saudavelmente: guia prático da actividade física na 3ª idade. 2ª ed. São Paulo: Manz, 2004. MARSHALL, A.; BAUMAN, A. The International Physical Activity Questionnaire. Summary Report of the Reliability & Validity Studies. Comitê Executivo do IPAQ, 2001. MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. K. & NETO, Turíbio L. B. Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da capacidade física. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.8 n.4 p. 21-32. 2000. MATSUDO, S.; ARAÚJO, T.; MATSUDO, V.; ANDRADE, D.; ANDRADE, E.; OLIVEIRA, C.; BRAGGION, G. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Revista Brasileira Atividade Física Saúde,v. 6 n.2 p. 5-12. 2001. MAZO, G. Z. Atividade física, qualidade de vida e envelhecimento. Porto Alegre: Sulina, 2008. MAZO, G. Z. e BENEDETTI, T. R. B. Adaptação do questionário internacional de atividade física para idosos. Revista Brasileira de Cineantropometria Desempenho Humano, v.12 n.6 p. 480-484. 2010.

MAZO, G. Z.; MOTA, J.; GONÇALVES, L. H. T.; MATOS, M. G.; CARVALHO, J. Actividade física e qualidade de vida de mulheres idosas da cidade de Florianópolis, Brasil. Revista Portuguesa Ciência e Desporto,v.8 n.3 p. 414-423, 2008. MOTA, J. Qualidade de vida do idoso a importância e o papel da actividade física. In: A. Albuquerque, L.V. Santiago, N. L. Fumes (Eds.) Educação Física, Desporto e Lazer: perspectivas luso-brasileiras. p. 19-22, 2008. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). The Heidelberg guidelines for promoting physical activity among older adults. Journal of Aging and Physical Activity, 1997. PORTO, D.B.; GUEDES, D.P.; FERNANDES, R.A.; REICHERT, F.F. Perecepção da qualidade de vida e atividade física em idosos brasileiros. Motricidade, v.8 n.1 p. 33-41, 2012. RIKLI, R. E. & JONES, C. J. Senior Fitness Test Manual. Champaign: Human Kinetics Publisher, 2001. SILVA, P. A. Envelhecimento e decréscimo da potência aeróbia máxima. In: J. Barreiros, M. Espanha, P.P. Correia (Eds.) Actividade Física e Envelhecimento (pp. 29-48). Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana, Serviço de Edições, 2006. SPIRDUSO, W. W.; FRANCIS, K.L. & MACRAE, P.G. Physical Dimensions of Aging. 2ª ed. Champaign: Human Kinetics Publisher, 2005. VAGETTI, G.C.; OLIVEIRA, V.; BARBOSA FILHO, V.C.; MOREIRA, N.B.; CAMPOS, W. Predição da qualidade de vida global em idosas ativas por meio dos domínios do WHOQOL-BREF e do WHOQOL-OLD. Motricidade, v.8 n.2 p 709-718, 2012. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Development of the World Health Organization WHOQOL-bref. The Whoqol Group: Quality of Life Assesment Psychol Med, v.28 p. 551-8. 1998. WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHOQOL: measuring quality of life. Genebra: WHO, 1997.