AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA, RIO GRANDE DO SUL

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

ESTADO NUTRICIONAL E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE IDOSOS DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA, RIO GRANDE DO SUL

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS PERTENCENTES À ÁREA DE ABRANGÊNCIA DE UMA ESF NO MUNICÍPIO DE CÁCERES MT: ESCALA DE LAWTON E KATZ

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

Atividade Física na Terceira Idade. Prof. Dra. Bruna Oneda 2017

APTIDÃO FÍSICA DE IDOSAS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

ASPECTOS FUNDAMENTAIS E FUNCIONAIS DO ENVELHECIMENTO PARA DE IDOSOS DE UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA

IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA

ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA MELHORA DAS CAPACIDADES FUNCIONAIS DE IDOSOS NA ATENÇÃO BÁSICA

Atividade Física na Terceira Idade. Prof. Dra. Bruna Oneda 2018

TÍTULO: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO QUESTIONÁRIO HOLANDES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

TÍTULO: RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE COMPROMETIMENTO COGNITIVO E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSSOS

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados


ENVELHECIMENTO ATIVO: QUALIDADE DE VIDA, SAÚDE E ATIVIDADES FÍSICAS EM IDOSOS

Análise da demanda de assistência de enfermagem aos pacientes internados em uma unidade de Clinica Médica

Avaliação do suporte familiar, qualidade de vida e funcionalidade do idoso em tratamento fisioterapêutico

ASPECTOS FUNCIONAIS DE IDOSOS DE UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

HIV/AIDS E QUALIDADE DE VIDA: ESTUDO COMPARATIVO EM PESSOAS ACIMA DE 50 ANOS

PERFIL DOS IDOSOS INTERNADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EM CAMPINA GRANDE

PERFIL DO CUIDADOR NA VISÃO DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO

PREVALÊNCIA DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E FATORES ASSOCIADOS

OFICINA SOBRE OS 10 PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL REALIZADA PARA UM GRUPO DE IDOSOS, UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL: PERCEPÇÃO DO AUTOCUIDADO EM IDOSOS

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA NOS GRUPOS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS

AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DO IDOSO. Maria do Socorro Simões

PRÁTICAS DE AUTOCUIDADO E MEDICAÇÕES UTILIZADAS PELOS IDOSOS EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

PALAVRAS-CHAVE: crescimento e desenvolvimento. pré-escolar. enfermagem.

EFEITO DO TREINO DE EQUILÍBRIO NO SOLO E EXERCÍCIOS NA ÁGUA NAS ALUNAS DA UNATI- PUC GOIÁS

TÍTULO: ANÁLISE DO CONTROLE POSTURAL ENTRE IDOSAS COM E SEM DECLÍNIO COGNITIVO POR MEIO DO SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY: UM ESTUDO TRANSVERSAL

EFEITOS DO ENVELHECIMENTO SOBRE O EQUILÍBRIO DINÂMICO EM SUJEITOS SAUDÁVEIS

ESTUDO COMPARATIVO DA FORÇA DE PREENSÃO MANUAL EM IDOSAS PRATICANTES DE YOGA E GINÁSTICA MULTIFUNCIONAL DO SESC/SANTOS

CAPACIDADE FUNCIONAL DA PESSOA IDOSA E O CUIDADO DOMICILIAR: UMA REALIDADE DOS IDOSOS DA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA BONALD FILHO

DELINEAMENTOS E REFLEXÕES: IDOSOS E QUALIDADE DE VIDA

O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM IDOSAS PARTICIPANTES DE UMA OFICINA DE DANÇA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO BEM-SUCEDIDO

Qualidade de vida de pacientes idosos com artrite reumatóide: revisão de literatura

PERFIL SOCIAL E DA APTIDÃO FUNCIONAL DE IDOSOS RESIDÊNTES NO MUNICÍPIO DE TRIUNFO - PE

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE COLABORADORES DE UMA PANIFICADORA

Discente da Universidade Estadual de Goiás Escola Superior de Educação e Fisioterapia do Estado de Goiás, Goiânia/GO,

INFLUÊNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL DE DEFICIENTES FÍSICOS

BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO PARA AUTONOMIA FUNCIONAL DO IDOSO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO PACIENTE IDOSO INTERNADO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS ATENDIDOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM BELÉM, PA

FRAGILIDADE E CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

MOTIVAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA EM CORREDORES AMADORES DE RUA NA REGIÃO DO ALTO TIETÊ

IMPACTOS DA GINÁSTICA FUNCIONAL NA AUTOESTIMA DE IDOSOS NA MAIOR IDADE

AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DA PESSOA IDOSA NA ATENÇÃO BÁSICA

RELATO DE EXPERIÊNCIA: FEIRAS DE SAÚDE COMO INSTRUMENTO PARA VIGILÂNCIA E EDUCAÇÃO NUTRICIONAL DE ADULTOS E IDOSOS EM GOVERNADOR VALADARES - MG.

DOMÍNIOS EMOCIONAIS E SOCIAIS NA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS

QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS QUE PARTICIPAM DE UM GRUPO DE CONVIVÊNCIA NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE - PB

Risco de quedas em idosos institucionalizados: um estudo descritivo correlacional

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES MASTECTOMIZADAS QUALITY OF LIFE ASSESSMENT IN WOMEN MASTECTOMIZED RESUMO

PREOCUPAÇÃO EM RELAÇÃO À QUEDA EM IDOSOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE PREVENÇÃO NO MUNICÍPIO DE MACEIÓ

Multimorbidade e medidas antropométricas em residentes de um condomínio exclusivo para idosos

PROJETO QUEDAS IPGG REDE DE ATENÇÃO AO IDOSO COM RISCO DE QUEDA

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE CAMBIRA- PR

TÍTULO: ACURÁCIA DA ESTIMAÇÃO DO PRÓPRIO TAMANHO CORPORAL E DE OUTROS INDIVÍDUOS E ATIVIDADE FÍSICA EM UNIVERSITÁRIOS

CUIDADOS COM A MOBILIDADE Da infância à terceira idade

PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO COMO AUXÍLIO NA MELHORIA DA AUTONOMIA FUNCIONAL DA TERCEIRA IDADE 1

TÍTULO: EFEITOS DE UMA SESSÃO DE ATIVIDADE FÍSICA E CINSEIOTERAPIA PARA PESSOAS COM A DOENÇA DE ALZHEIMER

AVALIAÇÃO DO IDOSO. Prof. Ms.Helio Furtado

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO E SEDENTÁRIOS ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO SF-36 RESUMO

O MEDO DE CAIR EM IDOSOS DA COMUNIDADE URBANA DO MUNICÍPIO DE LONDRINA/PR.

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA: CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS DAS ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CAJAZEIRAS - PB

AUTOR(ES): BRUNO SANTORO FERNANDES, BRUNO LUIGI MANTOVANI, EDSON BARBOZA, MAYARA CRISTINA BAHIA DE SOUZA, RICARDO DOS SANTOS DINIZ

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

Subprojeto de Iniciação Científica

Avaliação do Índice de Massa Corporal em crianças de escola municipal de Barbacena MG, 2016.

AVALIAÇÃO GLOBAL DO IDOSO: INDICADOR DE QUALIDADE DE VIDA

QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES HIPERTENSOS E HIPERTENSO/DIABÉTICOS

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA

DOR CRÔNICA: PREJUÍZOS EM IDOSOS

PERFIL NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS DIABÉTICOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA

EFEITOS FUNCIONAIS EM IDOSOS SUBMETIDOS À ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA EM GRUPO

ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA DOS COSTUREIROS E SUA RELAÇÃO COM O VÍNCULO EMPREGATÍCIO

INCIDÊNCIA DE QUEDAS EM IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

TRABALHO, SUPORTE SOCIAL E LAZER PROTEGEM IDOSOS DA PERDA FUNCIONAL, ESTUDO EPIDOSO, SÃO PAULO,

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

Qualidade De Vida De Idosos Portugueses E Brasileiros

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM UM GRUPO DE IDOSOS DE UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE

PERFIL DA AUTOMEDICAÇÃO ENTRE IDOSOS USUÁRIOS DAS UNIDADES DE SAÚDES DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB INTRODUÇÃO

Promoção da saúde e prevenção: resultados da investigação. Beatriz Fernandes

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: RELAÇÃO ENTRE INATIVIDADE FÍSICA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS DA REDE MUNICIPAL DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO PE.

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO E SEDENTÁRIOS ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO SF-36

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO DE IDOSOS QUE PARTICIPAM DE GRUPOS DE SOCIALIZAÇÃO DA GRANDE SÃO PAULO

II Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da UniEVANGÉLICA Anais do IX Seminário de PBIC Volume Anápolis-Go

AUTOCONCEITO E CAPACIDADES FÍSICAS DE IDOSOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE PRÁTICAS CORPORAIS DE LONGA DURAÇÃO.

METODOLOGIA Participantes Procedimentos Instrumentos

IMAGEM CORPORAL DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

INTERNAÇÕES DE PESSOAS IDOSAS POR DOENÇA DE ALZHEIMER NO NORDESTE BRASILEIRO

ANÁLISE DO EQUILÍBRIO POSTURAL EM IDOSOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE CAPACIDADE COGNITIVA

PREVALÊNCIA DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM IDOSOS AUTÔNOMOS DE UMA UNIDADE BÁSICA EM CAMPINA GRANDE - PB

TÍTULO: A RELAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA COM OS SINTOMAS DEPRESSIVOS E DESEMPENHO FÍSICO FUNCIONAL EM IDOSOS

ANÁLISE DESCRITIVA DA MORBIMORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS EM IDOSOS NO BRASIL

6ª Jornada Científica e Tecnológica e 3º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 04 e 05 de novembro de 2014, Pouso Alegre/MG

Transcrição:

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA, RIO GRANDE DO SUL Grazielle Castagna Cezimbra Weis (1); Beatriz da Silva Rosa Bonadiman (2); Vanusa do Nascimento (3); Ana Maria Gules (4); Cristina Machado Bragança de Moraes (5) (1) Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil. grazielle.castagna@gmail.com (2) Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil. beadasilvarosa@gmail.com (3) Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil. vanusanascimento@gmail.com (4) Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, RS, Brasil. anamariagules@gmail.com (5) Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, RS, Brasil. c_bmoraes@yahoo.com.br Introdução A população mundial de idosos está crescendo acentuadamente. No Brasil, em decorrência da maior expectativa de vida e da diminuição da taxa de natalidade infantil, o aumento da população idosa segue a tendência mundial 1. O processo de envelhecimento está interligado com alterações nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais 2,3. Em decorrência dessas características próprias do envelhecimento, limitações de cunho físico e sensoriais podem ocorrer, podendo acarretar em alterações na composição corporal do idoso e, consequentemente, na capacidade funcional dos idosos 4,5. A capacidade funcional pode ser definida como a capacidade do indivíduo de cuidar de si próprio e viver de forma independente, ou seja, manter suas capacidades físicas e mentais em suas atividades básicas e instrumentais 6,7. Para as atividades básicas, a capacidade funcional consiste na aptidão de uma pessoa cuidar de si, tais como: comer, tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro, andar, mover-se da cama e controle de esfíncter 8. Para as atividades instrumentais consiste na habilidade dos idosos administrarem o ambiente em que vivem como: preparar os alimentos, lavar as roupas, cuidar da casa, fazer compras, ir ao médico, e compromissos sociais e religiosos 4. A capacidade funcional não está apenas associada a modificações clínicas ocasionadas pelo envelhecimento, mas também, pode ser utilizada para indicar complicações futuras relacionadas à saúde do idoso, tais como, incapacidade física, institucionalização e mortalidade 9. Além disso, as limitações funcionais, muitas vezes, apresentam maior repercussão na vida diária do que as doenças crônicas, desde que controladas 10. Desse modo, tendo em vista a transição do perfil epidemiológico da população brasileira e as alterações características do envelhecimento, o objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade funcional de idosos institucionalizados e não institucionalizados do município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.

Metodologia O estudo foi realizado no período de julho a novembro de 2014, tendo como população integrante da pesquisa, idosos de instituições de longa permanência (n = 314) e idosos não institucionalizados participantes de grupos convivências (n = 94) no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Foram incluídos no estudo os indivíduos maiores de 60 anos, sexo masculino e feminino, que estavam se alimentando por via oral e que aceitaram participar da pesquisa. Como critérios de exclusão foram considerados indivíduos portadores de doenças neurodegenerativas, usuários de próteses para membros inferiores ou que possuíam fraturas e que não conseguiram executar, em sua totalidade, os testes aplicados na pesquisa. A avaliação da capacidade funcional foi realizada pelo teste Short Physical Performance Battery (SPPB) que avalia o equilíbrio, a velocidade de marcha e a força de membros inferiores 11. De acordo com o SPPB pontua-se o equilíbrio em três posições: solicitou-se ao participante que ficasse com os pés juntos olhando para frente, se fosse capaz de se manter na posição durante 10 segundos era atribuído 01 ponto, caso não mantivesse a posição por 10 segundos nenhum ponto era atribuído. Em seguida realizou-se o teste com o participante em posição Semi Tandem (em pé, com a ponta de um dos pés encostado com o calcanhar do outro pé), com pontuação de 01 ponto. Finalizando o teste de equilíbrio, solicitou-se que o participante ficasse na posição Tandem (em pé, calcanhar de um dos pés encostado na metade outro pé); se fosse capaz de se manter na posição por 10 segundos eram atribuídos 02 pontos; se mantivesse na posição entre 3 a 9,99 segundos era atribuído 01 ponto e para um tempo menor que 3 segundos nenhum ponto é atribuído. Dessa forma, o valor total do teste de equilíbrio foi dado pela somatória entre as três posições, apresentando como pontuação máxima 04 pontos. Para avaliar a velocidade da marcha solicitou-se que o indivíduo caminhasse em seu ritmo habitual uma distância de três metros. Foram cronometrados os tempos de duas caminhadas e foi utilizado para pontuação o menor tempo de caminhada. A pontuação máxima foi de 04 pontos, atribuídos da seguinte maneira: tempo de caminhada menor que 4,82 segundos - 04 pontos; entre 4,82 e 6,20 segundos - 03 pontos; entre 6,21 e 8,70 segundos - 02 pontos; maior que 8,70 segundos - 01 ponto. Para avaliar a força dos membros inferiores foi realizado um teste que considerava o tempo do sentar e levantar-se da cadeira cinco vezes consecutivas, sem utilizar os membros superiores. Primeiramente foi realizado um pré-teste, em que se solicitou que o indivíduo cruzasse os braços no

tórax e se levantasse da cadeira. Se o paciente fosse capaz de se levantar da cadeira com segurança e julgasse ser capaz de realizar o teste, foi dado prosseguimento. Caso o indivíduo não realizasse o pré-teste com segurança, utilizasse os braços para levantar da cadeira ou não se julgasse capaz de realizá-lo, encerrou-se o teste. A pontuação máxima foi de 04 pontos atribuídos para um tempo de teste de 11,19 segundos ou menos; 03 pontos atribuídos para um tempo de teste de 11,20 a 13,69 segundos; 02 pontos para um tempo de teste de 13,70 a 16,69 segundos e 01 ponto para 16,70 segundos ou mais. Caso o indivíduo não conseguisse levantar-se as cinco vezes da cadeira ou se completasse o teste em tempo maior que 60 segundos não se atribuiu nenhuma pontuação. O escore total do SPPB foi obtido através da somatória entre os resultados dos testes de equilíbrio, velocidade de marcha e força dos MMII, variando entre zero a 12 pontos. A classificação do desempenho conforme a pontuação era: zero a 3 pontos - incapacidade ou desempenho muito ruim; 4 a 6 pontos - baixo desempenho; 7 a 9 pontos - moderado desempenho e 10 a 12 pontos - bom desempenho. Os dados foram processados no programa Microsoft Excel 2010 e no software Action de distribuição livre, obtendo-se média e desvio padrão. Para a comparação entre as médias foi aplicado o Teste t, com nível de significância de 5%. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Franciscano, sob o número 705.492, e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) número 30964114.7.0000.5306. A participação foi voluntária e todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, após especificados os objetivos e a proposta do estudo. Resultados e Discussão Participaram do estudo 33 idosos, sendo desses 10 indivíduos de instituições de longa permanência e 23 indivíduos não institucionalizados participantes de grupos de convivência. Entre os idosos institucionalizados, quatro indivíduos eram do sexo masculino (média de 71 ± 9,62 anos) e seis do sexo feminino (média de 75 ± 8,03 anos). Já entre os idosos não institucionalizados, integraram o estudo seis indivíduos do sexo masculino (média de 70,8 ± 5,94 anos) e 17 do sexo feminino (média de 69 ± 7,07 anos). A tabela 1 apresenta os resultados discriminados das variáveis avaliadas, equilíbrio, marcha e força, no teste Short Physical Performance Battery (SPPB) aplicado na população de idosos institucionalizados e não institucionalizados.

Tabela 1. Desempenho discriminado nos testes de equilíbrio, velocidade da marcha e força dos de membros inferiores que compõe o teste de avaliação da capacidade funcional. Variáveis do teste Idosos Idosos não Institucionalizados institucionalizados Teste de equilíbrio Média ± Desvio padrão 3.2 ± 1.1 4.0 ± 0.2 Máximo 4 4 Mínimo 1 3 Teste de marcha Média ± Desvio padrão 2.0 ± 0.94 2.4 ± 0.84 Máximo 4 4 Mínimo 1 1 Teste de força Média ± Desvio padrão 1.6 ± 0.52 3.0 ± 1.0 Máximo 2 4 Mínimo 1 1 O desempenho do grupo de idosos não institucionalizados mostrou-se maior que o dos idosos institucionalizados em todos os testes realizados. O somatório da pontuação dos testes, que corresponde a pontuação total na avaliação da capacidade funcional (Figura 1), indicou que os idosos institucionalizados apresentaram pontuação total média de 6,8 pontos, sendo classificado como baixo desempenho, enquanto os idosos não institucionalizados apresentaram valor médio de 9,4 pontos, indicando moderado desempenho, existindo assim, diferença estatística (p < 0,05) entre os grupos quanto à capacidade funcional. Em estudo realizado por Silva et al. 12, os idosos participantes de um grupo de atividade física apresentaram melhor desempenho funcional do que os idosos que não realizavam atividades físicas. O fato dos indivíduos não institucionalizados apresentarem melhor capacidade funcional do que os idosos institucionalizados pode estar relacionado às atividades desenvolvidas pelos idosos participantes dos grupos de convivência, os quais praticam caminhadas, dança, ginástica, jogo de carta, viagens, passeios, ações comunitárias e palestras com incentivo ao estilo de vida saudável.

Figura 1. Pontuação total dos idosos institucionalizados e dos idosos não institucionalizados no teste de avaliação da capacidade funcional Short Physical Performance Battery. Tendo em vista que a partir dos 30 anos de idade, devido ao processo fisiológico do envelhecimento, o desempenho funcional dos indivíduos declina progressivamente, é importante estimular as interações sociais dos idosos com a finalidade de promover a autoestima e independência quanto possível em relação as suas atividades diárias e rotina alimentar 13. Assim, sabendo o impacto das limitações funcionais na vida dos idosos, a capacidade funcional torna-se um paradigma na saúde do idoso, prezando pelo envelhecimento com qualidade de vida e autonomia para executar suas próprias atividades, refletindo em sua saúde física, saúde mental, integração social, suporte familiar e independência financeira 10. Conclusão A partir dos resultados obtidos no estudo, observou-se que os idosos participantes dos grupos de convivência apresentaram valores significativamente maiores que o dos idosos institucionalizados em relação à capacidade funcional. A avaliação da capacidade funcional dos idosos é de fundamental importância tendo em vista que esta não está apenas associada a modificações clínicas ocasionadas pelo envelhecimento, mas também, pode ser utilizada para indicar complicações futuras relacionadas à saúde do idoso, tais como, incapacidade física e mortalidade. Referências Bibliográficas 1. Carvalho JAM, Rodríguez-Wong LL. A transição da estrutura etária da população brasileira na primeira metade do século XXI. Cadernos de Saúde Pública. 2008; 24(1): 597-605.

2. Ferreira OGL, Maciel SC, Silva AO, Santos WS, Moreira MASP. O envelhecimento ativo sob o olhar de idosos funcionalmente independentes. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2010; 44(4): 1065-9. 3. Von Bonsdorff MB, Rantanen T. Progression of functional limitations in relation to physical activity: a life course approach. Eur Rev Aging Phys Act. 2011; 8(1): 23-30. 4. Brasil. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2006. 5. Chen Z, Wang Z, Lohman T, Heymsfield SB, Outwater E, Nicholas JS, et al. Dual-energy x-ray absorptiometry is a valid tool for assessing skeletal muscle mass in older women. Journal of Nutrition. 2007; 137(1): 2775 80. 6. Nakatani AYK, Silva LB, Bachion MM, Nunes DP. Capacidade funcional de idosos na comunidade e proposta de intervenção pela equipe da saúde. Rev Eletrônica Enferm. 2009; 11(1):144-50. 7. Fiedler MM, Peres KG. Capacidade funcional e fatores associados em idosos do sul do Brasil: um estudo de base populacional. Cad Saúde Pública 2008;24(2):409-15. 8. Brasil. Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2007. 9. Coelho CF, Burini RC. Atividade física para prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis e da incapacidade funcional. Rev Nutr. 2009; 22(6): 937-46. 10. Schneider RH, Marcolin D, Dalacorte PR. Avaliação funcional de idosos. Sci Med 2008;8(1): 4-9. 11. Nakano MM. Versão Brasileira da Short Physical Performance Battery SPPB: Adaptação Cultural e Estudo da Confiabilidade [mestrado]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas; 2007. 12. Silva TO, Freitas RS, Monteiro MR, Borges SM. Avaliação da capacidade física e quedas em idosos ativos e sedentários da comunidade. Rev Bras Clin Med. 2010; 8(5): 392-8. 13. Fazzio DMG. Envelhecimento e qualidade de vida uma abordagem nutricional e alimentar. Revista de Divulgação Científica Sena Aires. 2012; 1(1): 76-88.