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Transcrição:

Comunicado Técnico ISSN 332 1516-8654 Julho, 2016 Pelotas, RS Foto: Paulo Lanzetta BRS Pampeira: Cultivar de Arroz Irrigado de Elevado Potencial Produtivo Ariano Martins de Magalhães Júnior¹, Orlando Peixoto de Morais², Paulo R.R Fagundes 1, Antônio Carlos Cordeiro 3, Daniel F. Franco 1, José Almeida Pereira 4, José Manuel Colombari Filho 2, Andre Andres 1, Paula P. Torga 2, Cley D. Nunes 1, Francisco de Moura Neto 2, José A. Petrini 1, Paulo H. Rangel 2, José Francisco Martins 1, Marta C. de Filippi 2, Valácia L.S. Lobo 2, Altevir M. Lopes 5, Jaison F. de Oliveira 2, Péricles Neves 2, Veridiano Cutrin 2, Luis Alberto Staut 6, Raimundo R. Rabelo 2, Priscila Z. Bassinello 2, Daniel B. Fragoso 2, Roni de Azevedo 4. O Brasil é o maior produtor de arroz fora do continente asiático, colhendo aproximadamente 12,6 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul, responde por aproximadamente 66% da produção brasileira desse cereal (CONAB, 2015), sendo seu cultivo, no estado, realizado sob sistema irrigado, com lâmina de água permanente, o que se traduz em maior produtividade e estabilidade de produção. Produzido há mais de um século no Rio Grande do Sul, o arroz é um importante produto agrícola estadual, sendo, atualmente, a segunda cultura agrícola em importância, ficando somente atrás da soja (SILVA, 2004; CONAB, 2015). Ao longo dos últimos trinta anos a produtividade média do arroz irrigado no Rio Grande do Sul vem demonstrando uma evolução satisfatória, partindo de uma produtividade de 3.920 kg ha -1 na safra de 1982/83 e chegando, na safra de 2014/15, a 7.700 kg ha -1 (CONAB, 2015). Esse progresso na produtividade da orizicultura é consequência do desenvolvimento e interação de inúmeros fatores, entre os quais pode-se destacar, principalmente, a introdução das cultivares semi-anãs a partir do início da década de 1980, o aperfeiçoamento das práticas de manejo, além do desenvolvimento e recomendação de cultivares com elevado potencial produtivo, resistentes a estresses abióticos e bióticos e com alta adaptabilidade e estabilidade às condições edafoclimáticas de cada região de cultivo (GOMES; MAGALHÃES JÚNIOR, 2004). O rendimento de grãos é um caráter complexo, resultante dos efeitos multiplicativos de seus componentes primários, todos de natureza quantitativa e genética. Diversos processos ¹Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Melhoramento Genético, pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS. ²Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Melhoramento Genético, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Santo Antônio de Goiás, GO. ³Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Melhoramento Genético, pesquisador da Embrapa Roraima, Boa Vista, RR. 4 Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Melhoramento Genético, pesquisador da Embrapa Meio Norte, Terezina, PI. 5 Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Melhoramento Genético, pesquisador aposentado da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, PA. 6 Engenheiro Agrônomo, D.Sc. em Melhoramento Genético, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS.

2 BRS Pampeira: Cultivar de Arroz Irrigado de Elevado Potencial Produtivo podem ter influência direta ou indireta sobre o referido caráter, destacando-se o ambiente ao qual o genótipo está submetido. A avaliação de linhagens em diferentes regiões edafoclimáticas é de fundamental importância para discriminar constituições genéticas quanto à adaptabilidade e à estabilidade. Em função dos grandes avanços dos programas de melhoramento genético da cultura de arroz já alcançados, são grandes as dificuldades encontradas para a obtenção de progressos genéticos adicionais sobre o caráter rendimento de grãos (MAGALHÃES JÚNIOR. et al., 2003). Atualmente, o aumento de produtividade é um dos principais desafios do melhoramento genético do arroz irrigado, pois além das dificuldades advindas da complexidade desse caráter, o melhoramento deve ser perseguido considerandose os padrões industriais e culinários dos grãos aceitáveis pela atual demanda do consumidor brasileiro. É provável que a estreita base genética das populações utilizadas nos programas de melhoramento venha contribuindo para a estagnação dos patamares de produtividade. A principal consequência da limitação da diversidade genética é a redução das possibilidades de ganhos adicionais na seleção (CARVALHO et al., 2003). O Programa de Melhoramento Genético de Arroz Irrigado da Embrapa tem por desafio desenvolver cultivares que apresentem uma alta adaptabilidade e estabilidade aos diversos ambientes em que são cultivadas, e, que expressem elevado rendimento de grãos, associado a características agronômicas e industriais adequadas (MORAIS, et al., 2013). Os programas de melhoramento genético no decorrer das últimas décadas têm desenvolvido e disponibilizado aos agricultores novas cultivares de arroz irrigado, as quais apresentam tecnologias avançadas que auxiliam a superar os fatores abióticos e bióticos que limitam a produtividade da cultura. Neste sentido, a cultivar de arroz irrigado BRS Pampeira foi desenvolvida para suprir uma lacuna de cultivar de ciclo médio, com qualidade de grãos e elevado potencial produtivo. Origem A BRS Pampeira originou-se de cruzamento simples, envolvendo a variedade IR 22 (genitor feminino), introduzida do Instituto Internacional de Pesquisa em Arroz (IRRI), e a linhagem CNA 8502, que visava reunir maior resistência à brusone, rusticidade, potencial produtivo e qualidade de grãos. O cruzamento foi realizado em 2000 e registrado no livro de cruzamentos como CNAx8133. Após multiplicação das sementes F1, a geração F2 foi semeada no viveiro de seleção 1 (VS1), no primeiro semestre de 2001, em Goianira, GO. Após seleção de plantas individuais no VS1, suas progênies (F3) foram avaliadas no EOF, Ensaio de Observação de Famílias, safra 2001/02, também em Goianira. Em 2002/03, as progênies selecionadas (F2:4) foram reavaliadas no Ensaio de Rendimento de Famílias Tropical (ERFT), em Goianira, GO; Formoso do Araguaia, TO; e em Boa Vista, RR. Na análise conjunta desses ensaios, a família derivada da quarta planta selecionada em 2001 produziu 6.594 kg ha -1, em média, e se mostrou promissora quanto às demais características. Essa família, identificada como CNAx8133-B-4-B-B após sua colheita, foi então explorada, como fonte de linhagens no VS2, viveiro de seleção 2, ano 2003/04, quando foram selecionadas 15 plantas dentro da referida família. Suas progênies (F5:6) foram avaliadas no Ensaio de Avaliação de Linhagens (EOL) em Goianira, 2004/05. Nesse EOL sobressaiu, entre outras, a linhagem derivada da primeira planta selecionada na família anterior, que foi incluída no ensaio preliminar de rendimento de arroz irrigado da região tropical (EPT), do ano subsequente, com a identificação BRA051108. Sua média de produção de grãos no EPT foi similar à da Metica 1, até então uma das cultivares tropicais mais produtivas. Apresentava, além disso, adequada temperatura de gelatinização de grãos, similares à da IR22, um dos alvos desejados do processo seletivo em implementação. Em 2006/07 participou dos ensaios regionais de rendimento tropical (ERT), em cinco locais da região tropical, quando se classificou como a segunda linhagem mais produtiva, média de 7.401 kg ha -1. Nos anos de 2007/08 a 2012/13 participou de ensaios de VCU em todas as regiões brasileiras produtoras de arroz irrigado. Na análise conjunta de 71 ensaios de VCU (13 no Rio Grande do Sul, região subtropical; e 58 na região tropical) a BRA 051108 produziu significativamente mais que as testemunhas BR IRGA 409 e BRS 7 Taim (18,49% e 14,55%, respectivamente, no Rio Grande do Sul) e BRS Tropical (5,14% na média de toda a região tropical). Por suas características adicionais de boa qualidade de grãos, tanto no aspecto industrial

BRS Pampeira: Cultivar de Arroz Irrigado de Elevado Potencial Produtivo 3 como culinário, e de boa tolerância ao acamamento e a doenças, além de sua excelente performance produtiva, está sendo recomendada para cultivo, sob irrigação por inundação, inicialmente para o Rio Grande do Sul, porém com perspectiva de adoção também em toda a região tropical brasileira. Características A cultivar BRS Pampeira possui ciclo biológico ao redor de 133 dias da emergência à maturação no RS. As plantas são de porte moderno filipino, pilosas com folhas bandeiras eretas. A estatura média é de 91,5 cm no RS, que pode variar em função do manejo cultural e das condições ambientais encontradas nos demais estados do Brasil. Essa cultivar apresenta elevado perfilhamento, colmos fortes e resistência ao acamamento de plantas. Os grãos são do tipo longo e fino, com aspecto vítreo, com baixa incidência de centro branco, sendo o peso médio de mil grãos de 27g. A casca dos grãos tem cor amarelo palha, é pilosa e não apresenta aristas (Figura 1). O comprimento médio da panícula é de 23,9 cm. O rendimento industrial dos grãos, em condições normais de ambiente e manejo da lavoura, é superior a 62% de grãos inteiros polidos com renda total de 68%. Apresenta excelentes atributos de cocção, sendo comparada às melhores cultivares destacadas pela indústria. Nos testes indiretos de qualidade culinária, o grão apresenta teor de amilose (TA) classificado como alto e temperatura de gelatinização (TG) baixa, como é esperado para uma cultivar com boas características de cocção, conferindo padrão solto e macio após cozimento. Quanto à reação aos estresses bióticos, a BRS Pampeira apresenta reação que varia de intermediária a medianamente resistente à brusone (Pyricularia grisea) na folha e na panícula. O nível de resistência se refere ao observado na média dos ensaios de VCU e pode sofrer alterações em função das diferentes raças, as quais se alteram com as mudanças de ambientes (locais x anos). Apresenta ainda média resistência à escaldadura e média suscetibilidade à mancha parda e mancha de grãos. Em relação aos estresses abióticos como toxidez a ferro a cultivar é classificada como moderadamente tolerante. Apresenta desenvolvimento inicial lento após a emergência, característico de cultivares de ciclos mais longos, a exemplo da cultivar IRGA 424. Em estudos de estimativas dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade fenotípica, por meio do coeficiente de regressão e do desvio da regressão da produtividade média de grãos de arroz, em dez ambientes distintos do RS, constituídos por cinco locais em duas safras, a cultivar BRS Pampeira apresentou adaptabilidade específica a ambientes favoráveis, atingindo produtividades acima de 12 toneladas por hectare. Figura 1. Aspecto dos grãos da cultivar BRS Pampeira (em baixo) em comparação com grãos da cultivar BRS Pampa (em cima). Embrapa Clima Temperado, 2015. BRS PAMPA BRS PAMPEIRA Figura 2. Imagem das plantas da cultivar BRS Pampeira em vitrines tecnológicas no RS. Embrapa Clima Temperado, 2015. Fotos: Eduardo A. Streck Foto: Ariano M. de Magalhães Jr.

4 BRS Pampeira: Cultivar de Arroz Irrigado de Elevado Potencial Produtivo Descrição A cultivar BRS Pampeira atende a uma demanda de cultivares de ciclo médio tendendo para longo, com elevado teto produtivo e com qualidade de grãos, sendo opção aos produtores que utilizam a cultivar IRGA 424 (terceira cultivar mais semeada no RS). A descrição das principais características morfo-fisilógicas da cultivar é apresentada na Tabela 1, em comparação com a cultivar de arroz irrigado de ciclo precoce BRS Pampa (MAGALHÃES JÚNIOR et al., 2012). Nos testes de homogeneidade, a BRS Pampeira tem-se mostrado uniforme, sem a presença de plantas atípicas, demonstrando ser estável geneticamente. Os resultados de produtividade da cultivar BRS Pampeira nos ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU) no RS são apresentados nas Figuras 3 e 4. Conforme pode ser observado, a cultivar apresenta excelente potencial produtivo quando comparada com as testemunhas utilizadas. A produtividade da cultivar BRS Pampeira nos demais estados do Brasil, em comparação com as cultivares de arroz irrigado padrão para cada região, é apresentada na Tabela 2. Pode-se observar o potencial produtivo da cultivar e sua ampla adaptação. Tabela 1. Características das plantas e dos grãos da nova cultivar de arroz irrigado BRS Pampeira em comparação com a cultivar de arroz convencional BRS Pampa. CARACTERÍSTICAS (RS) CULTIVAR Plantas* BRS Pampeira BRS Pampa Tipo de planta moderno moderno Ciclo (dias da emergência a 50% floração)* 103 88 Maturação** 133 (médio) 118 (precoce) Estatura de planta (cm)** 91,5 96 Comprimento do colmo (cm)** 67,6 72 Comprimento da panícula (cm)** 23,9 24 Exserção da panícula* média média Cor da folha verde-escuro verde Angulo da folha bandeira ereto ereto Cor da aurícula verde-claro verde-claro Cor da língua Incolor a verde Incolor a verde Cor do internódio verde-claro verde-claro Coloração de antocianina no colmo ausente/muito fraca ausente/muito fraca Tipo de panícula intermediária intermediário Pubescência do limbo foliar presente presente Degrane* intermediário Intermediário Acamento* resistente moderadamente resistente Perfilhamento* alto alto Toxidez indireta por ferro** moderadamente tolerante moderadamente tolerante Brusone na folha ** moderadamente resistente moderadamente resistente Brusone na panícula** moderadamente resistente moderadamente resistente Mancha de grãos** moderadamente suscetível moderadamente suscetível Grãos Forma da cariopse longo-fino longo-fino Arista ausente ausente Cor das glumas palha palha Cor do apículo na floração branca branca Cor do apículo na maturação branca branca Pilosidade dos grãos presente presente

BRS Pampeira: Cultivar de Arroz Irrigado de Elevado Potencial Produtivo 5 Comprimento com casca (mm)** 9,2 9,82 Largura com casca (mm)** 2,1 2,2 Espessura com casca (mm)** 2,0 2,0 Comprimento sem casca (mm)** 7,15 7,19 Largura sem casca (mm)** 1,93 1,96 Espessura sem casca (mm)** 1,75 1,76 Relação comprimento/largura sem casca (mm)** 3,40 3,59 Peso de mil grãos (g)** 27 25,6 Renda de mil grãos (%)** 68,2 68 Inteiros (%)**** 62 62 Amilose alta alta Temperatura de gelatinização baixa baixa Produtividade potencial (t ha - ¹)*** 12 10 * Podem surgir plantas atípicas devido à ocorrência de cruzamentos naturais. ** Pode sofrer alterações em função das características do ambiente em que for cultivado. *** Grãos com casca, 13% de umidade, observada nos experimentos conduzidos pela Embrapa. **** Grãos descascados e polidos em engenho de prova Suzuki. Figura 3. Produtividade da cultivar BRS Pampeira em comparação com as cultivares testemunhas, no experimento de VCU, na safra 2011/12, nas diferentes regiões do RS. Embrapa Clima Temperado. 2015. Figura 4. Produtividade da cultivar BRS Pampeira em comparação com as cultivares testemunhas, no experimento de VCU, na safra 2012/13, nas diferentes regiões do RS. Embrapa Clima Temperado. 2015.

6 BRS Pampeira: Cultivar de Arroz Irrigado de Elevado Potencial Produtivo Tabela 2. Avaliação da produtividade da cultivar BRS Pampeira, em kg ha -1 de arroz em casca, a 13% de umidade, para cada local e ano, nas diferentes regiões do Brasil. Embrapa Clima Temperado. 2015. REGIÃO ANO LOCAIS Centro-Oeste 2007 2008 2009 2010 BRS Pampeira BRS Jaçana TESTEMUNHAS BR IRGA 409 BRS Tropical BRS Fronteira Média Goianeira, GO, Ensaio 1 7,050 6,537 5,900 - - 6,219 Goianeira, GO, Ensaio 2 7,475 7,441 6,029 - - 6,375 Goianeira, GO, Ensaio 1 11,292 10,766 8,965 - - 9,866 Goianeira, GO, Ensaio 2 9,581 6,473 5,070 - - 5,772 Goianira, GO 11,244 7,976-8,945-8,461 Miranda, MS 8,122 - - 6,605-6,605 Dourados, MS 7,566 - - 8,558-8,558 Rio Brilhante, MS 10,372 - - 10,153-10,153 Goianira, GO 5,717 4,773-5,631-5,067 Miranda, MS 7,198 6,545-4,676-5,611 Dourados, MS 8,552 8,926-6,668-7,797 Rio Brilhante, MS 7,298 5,231-6,270-5,751 Norte 2007 2008 Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 4 4,853 4,062 3,984 - - 4,023 7,516 6,492 6,281 - - 6,387 4,992 4,180 3,617 - - 3,899 6,758 5,172 4,348 - - 4,760 Belém, PA 7,512 6,078 5,350 - - 5,714 Bragança, PA 5,645 5,208 3,048 - - 4,128 Salvaterra, PA 6,067 6,191 5,651 - - 5,921 Cantá, RR, Ensaio 1 8,323 8,987 8,072 - - 8,530 Cantá, RR, Ensaio 2 7,616 9,147 8,738 - - 8,943 Cantá, RR, Ensaio 3 8,049 7,530 6,555 - - 7,043 Cantá, RR, Ensaio 4 8,695 7,365 6,103 - - 6,734 Ensaio 1 Ensaio 2 9,531 8,383 8,875 - - 8,629 5,453 3,937 4,195 - - 4,066 Lagoa da Confusão, TO 7,195 5,516 5,625 - - 5,571 Belém, PA 5,750 4,438 4,604 - - 4,521 Bragança, PA 5,481 7,331 7,323 - - 7,327 Salvaterra 4,702 4,699 3,302 - - 4,001 Cantá, RR, Ensaio 1 5,900 6,184-7,050-6,617 Cantá, RR, Ensaio 2 7,075 5,625-6,856-6,241 Cantá, RR, Ensaio 3 5,988 4,953-6,556-5,755 Cantá, RR, Ensaio 4 7,692 5,458-7,021-6,240

BRS Pampeira: Cultivar de Arroz Irrigado de Elevado Potencial Produtivo 7 Norte 2009 Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 4 5,983 5,875-5,570-5,723 7,578 7,281-7,750-7,516 6,727 6,031-6,226-6,129 8,359 8,664-8,703-8,684 Belterra, PA 9,707 8,500-9,148-8,824 Cantá, RR, Ensaio 1 5,902 6,184-7,050-6,617 Cantá, RR, Ensaio 2 7,075 5,625-6,856-6,241 Cantá, RR, Ensaio 3 5,988 4,953-6,556-5,755 Cantá, RR, Ensaio 4 7,692 5,458-7,021-6,240 2010 Formoso do Araguaia, TO 5,125 4,531-4,335 4,398 4,421 Lagoa da Confusão, TO 7,047 8,797-6,422 9,047 8,089 Belém, PA 8,710 6,588-5,604 6,666 6,286 Bragança, PA 3,883 4,500-3,430 3,726 3,885 Nordeste 2008 Arari, MA 5,672 - - 6,697-6,697 Buriti dos Lopes, PI 8,861 - - 5,518-8,518 Teresina, PI 9,848 - - 9,942-9,942 Iguatu, CE 6,520 - - 6,987-6,987 2009 Arari, MA 8,668 - - 8,488-8,488 Buriti dos Lopes, PI 8,052 - - 7,754-7,754 Teresina, PI 11,708 - - 11,399-11,399 2010 Arari, MA 9,451 - - 7,940-7,940 Buriti dos Lopes, PI 10,513 - - 9,156-9,156 Teresina, PI 8,056 - - 8,631-8,631 Iguatu, CE 11,758 - - 11,334-11,334 Limoeiro do Norte, CE 10,986 - - 10,624-10,624 2012 Buriti dos Lopes, PI 6,340 6,282-7,020 5,734 6,345 Teresina, PI 9,133 8,724-8,264 8,466 8,485 Igreja Nova, AL 5,254 5,048-5,503 4,567 5,039 Recomendações A época de semeadura da cultivar BRS Pampeira deve seguir o zoneamento agrícola para a cultura do arroz irrigado no Rio Grande do Sul e demais estados da União. No RS recomenda-se que a semeadura ocorra respeitando o ciclo da cultivar em interação com o ambiente de cultivo, de tal forma que a diferenciação da panícula ocorra até o dia 1 de janeiro ou o mais próximo possível dessa data. Neste caso, recomenda-se a semeadura do cedo para que a mesma possa expressar seu máximo potencial produtivo, que no RS é a primeira quinzena de outubro. A densidade de sementes aptas (100% PG) deve ser em torno de 60 sementes por metro linear (aproximadamente 100 kg ha -1 ) para o sistema em linha, de forma a garantir uma população de plantas entre 200 e 300 plantas por metro quadrado (SOSBAI, 2014). Em testes de germinação e emergência de plântulas realizados em baixas temperaturas a cultivar apresentou resposta intermediária ao frio. A cultivar BRS Pampeira apresenta resposta positiva a diferentes níveis de adubação de base

8 BRS Pampeira: Cultivar de Arroz Irrigado de Elevado Potencial Produtivo e de cobertura, sem que ocorra acamamento de plantas. A colheita dessa cultivar, para minimizar o degrane natural e evitar a quebra de grão durante o processo de industrialização, deve ser realizada quando a umidade do grão estiver entre 23% e 18%. A cultivar BRS Pampeira é recomendada para semeadura nas seis regiões orizícolas do RS, tendo a Fronteira Oeste como região preferencial, onde apresentou maior adaptabilidade ao ambiente favorável. No registro junto ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a cultivar também foi recomendada para os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul (região Centro- Oeste); Tocantins, Pará e Roraima (região Norte); Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe (região Nordeste). Referências CARVALHO, F. I. F de; LORENCETTI, C.; MARCHIORO, V. S.; SILVA, S. A. Condução de população no melhoramento genético de plantas. Pelotas: UFPel. 2003. 230 p. CONAB (Companhia Nacional de abastecimento). Levantamento de safras Grãos. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/olalacms/uploads/ arquivos/> Acesso em: jun 2015. Boletim grãos. GOMES, A. S.; MAGALHÃES JÚNIOR., A. M. de. Arroz Irrigado no Sul do Brasil. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2004. 899p. MAGALHÃES JÚNIOR., A. M. de; FAGUNDES, P. R.; FRANCO, D. F. Melhoramento genético, biotecnologia e cultivares de arroz irrigado. In: MAGALHÃES JÚNIOR, A. M. de; GOMES, A. da S. Arroz irrigado: melhoramento genético, manejo do solo e da água e prognóstico climático. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2003. (Embrapa Clima Temperado.: Documentos, 113). p.13-33. MAGALHÃES JÚNIOR, A. M. de; MORAES, O. P.; FAGUNDES, P. R. R.; MOURA NETO, F.; FRANCO, D. F.; NEVES, P.; NUNES, C. D.; RANGEL P. H.; PETRINI, J. A.; SEVERO, A. C. BRS Pampa: cultivar de arroz irrigado de alta produtividade e excelência na qualidade de grãos. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2012. (Embrapa Clima Temperado. Comunicado Técnico, 282). MORAIS, O. P.; FAGUNDES, P. R. R.; MAGALHAES JUNIOR, A. M. de; NETO, F. P. M.; MARSCHALECK, R.; NEVES, P. F. C.; COLOMBARI FILHO, J. M; SOARES, D. M.; SEVERO, A. C. M.; SOUZA, J. A. C. Ganhos em dez anos de melhoramento da população elite de arroz irrigado da Embrapa na região subtropical. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO, 8. -, 2013, Santa Maria. Avaliando Cenários para a Produção Sustentável de Arroz: anais.. Santa Maria: UFSM; Porto Alegre: Sosbai, 2013. v.01,. p. 105-108. SILVA, F. L. Análise competitiva do segmento de produção de arroz irrigado da cadeia agroindustrial do arroz no Rio Grande do Sul. 2004. 101 f. Trabalho de conclusão de curso (MBA em Gestão da Informação no Agronegócio) Universidade Federal de Juiz de Fora. SOSBAI (Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado). Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil /. Santa Maria: SOSBAI, 2014. 189 p. Comunicado Técnico, 332 Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Embrapa Clima Temperado Endereço: BR 392, Km 78, Caixa Postal 403 Pelotas, RS - CEP 96010-971 Fone: (53)3275-8100 www.embrapa.br/clima-temperado www.embrapa.br/fale-conosco/sac 1ª edição 1ª impressão (2016): 30 exemplares Comitê de Publicações Presidente: Ana Cristina Richter Krolow Vice-Presidente: Enio Egon Sosinski Júnior Secretária-Executiva: Bárbara Chevallier Cosenza Membros: Ana Luiza Barragana Viegas, Fernando Jackson, Marilaine Schaun Pelufê, Sonia Desimon Expediente Revisão do texto: Bárbara C. Cosenza Normalização bibliográfica: Marilaine Schaun Pelufê Editoração eletrônica: Amanda Andrade (estagiária) CGPE 12953