DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO MÓDULO III FASE PROBATÓRIA. Prof. Antero Arantes Martins
DIREITO DO TRABALHO TEORIA GERAL DA PROVA Prof. Antero Arantes Martins
VOCÊ ESTÁ AQUI
Fase probatória. Teoria Geral. Encerrada a fase postulatória, existe a possibilidade de não haver fase probatória, passando-se direto para a fase decisória. Não se confunde com a tutela antecipada do art. 303 e 304 do CPC/2015. O Julgamento antecipado da lide ocorre quando a produção de provas é desnecessária. Contestação de mera interpretação de direito. Contestação de mérito cuja prova seja exclusivamente documental
Fase probatória. Teoria Geral. O QUE É PROVA? Prova é a soma dos fatores de convicção capazes de convencer o Julgador da existência de um fato. No Direito Brasileiro não existe hierarquia entre as provas, cabendo ao juiz sua livre convicção. Assim, por exemplo, não se pode dizer que um documento tenha maior valor do que o depoimento de uma testemunha.
Fase probatória. Teoria Geral. O QUE PROVAR? Regra geral: Fato: Acontecimento do mundo físico; Controvertido: Alegado por uma parte e não aceito por outro; Não confessado; Não seja público e notório; Exceção: Hipótese do art. 376 do Código de Processo Civil de 2015. Direito Municipal, Estadual ou Estrangeiro, à qual somamos direito decorrente de norma coletiva.
Fase probatória. Teoria Geral. Há que se ter em mente que, em regra geral, a prova tem por finalidade demonstrar um fato ao juiz. De regra não se faz prova do direito. ( Da mihi factum dabo tibi ius ). Exceção se faz apenas à hipótese do art. 376 do Código de Processo Civil. a parte que invocar direito municipal, estadual, estrangeiro ou de norma coletiva (convenção coletiva, acordo coletivo ou sentença normativa), deve provar ao juiz a existência deste direito, juntando aos autos cópia autenticada da norma que invoca. O juiz tem obrigação de conhecer apenas o ordenamento jurídico federal
Fase probatória. Teoria Geral. FATO CONTROVERTIDO Fato controvertido é aquele fato alegado por uma das partes que não é aceito pela parte contrária. Para o estudo do ônus da prova é fundamental saber identificar o fato controvertido. Vejamos dois exemplos:
Fase probatória. Teoria Geral. EXEMPLO 1 O empregado afirma que fazia horas extras e não as recebia. O empregador contesta afirmando que as horas extras foram pagas. Não resta mais dúvidas que as horas extras foram realizadas. A dúvida reside no pagamento das mesmas. EXEMPLO 2 O empregado afirma que nem todas as horas extras foram pagas. O empregador contesta afirmando que todas as horas extras foram pagas. Não resta dúvida que houve pagamento. A dúvida reside na existência de horas extras além das pagas.
DIREITO DO TRABALHO AULA 14 ÔNUS DA PROVA Prof. Antero Arantes Martins
ÔNUS DA PROVA. Sabendo então a finalidade da prova e seus princípios, resta saber A quem cabe a incumbência de prová-lo ao juízo? Qual a conseqüência de não conseguir realizar tal prova?
ÔNUS DA PROVA. A segunda pergunta é mais fácil de ser respondida. Se a parte deveria provar um fato e não o faz, terá uma decisão desfavorável naquele ponto. A primeira pergunta está ligada à teoria do ônus da prova, e é respondida com a análise do art. 818 da CLT combinado com o art. 373 do Código de Processo Civil de 2015. Se o fato controvertido for o constitutivo do direito, o ônus da prova é do reclamante; Se o fato controvertido for o modificativo, extintivo ou impeditivo do direito, o ônus da prova é da reclamada. Art. 373 do CPC/2015 e Art. 818 da CLT
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO X FATO MODIFICATIVO, EXTINTIVO E IMPEDITIVO
ÔNUS DA PROVA. Petição Inicial Os fatos narrados na inicial são os que constituem o direito pretendido no pedido. Fatos Constitutivos Contestação Negar o Fato Constitutivo. O fato constitutivo, neste caso, é o controvertido e, portanto, o ônus da prova é do reclamante. (CONTESTAÇÃO DE MÉRITO DIRETA) Aceitar o fato constitutivo e alegar outro, extintivo, impeditivo ou modificativo. Neste caso o fato constitutivo não é mais controvertido e, portanto, não precisa ser provado. Passa a ser do réu o ônus de provar o novo fato que alegou. (CONTESTAÇÃO DE MÉRITO INDIRETA)
ÔNUS DA PROVA. Exemplo de contestação de Mérito Direta: Inicial Trabalhou na Reclamada Sem Registro. Contestação Não trabalhou na Reclamada A contestação nega o fato constitutivo da inicial. Portanto o ônus da prova é da Reclamante.
ÔNUS DA PROVA. Exemplos de Contestação de Mérito Indireta: Inicial Fez horas extras e não recebeu Contestação As horas extras foram pagas A contestação apresenta uma um fato extintivo de direito do autor. Portanto o ônus da prova é da Reclamada
ÔNUS DA PROVA. Exemplos de Contestação de Mérito Indireta: Inicial Trabalhou na Reclamada sem Registro Contestação Trabalhou na Reclamada como autônomo A contestação apresenta uma um fato modificativo de direito do autor. Portanto o ônus da prova é da Reclamada
ÔNUS DA PROVA. Exemplos de Contestação de Mérito Indireta: Inicial Fazia as mesmas funções que o paradigma e recebia menos Contestação Quando o autor foi contratado o paradigma contava com mais de dois anos de função. A contestação apresenta uma um fato impeditivo de direito do autor. Portanto o ônus da prova é da Reclamada
ÔNUS DA PROVA. A Contestação determina de quem é o ônus da prova Contestação de Mérito Direta Ônus da Prova do Reclamante Contestação de Mérito Indireta Ônus da Prova da Reclamada
ÔNUS DA PROVA. FATO POSITIVO X FATO NEGATIVO e INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
ÔNUS DA PROVA. Aquele que afirma a existência do fato tem que provar. Isto porque obrigar à parte a provar que algo nunca aconteceu seria imprimir um ônus excessivo à ela. Por isso, via de regra, não se admite ônus da prova negativa no processo.
ÔNUS DA PROVA. Deve-se tomar cuidado ao distinguir um fato negativo de uma afirmação. Para se caracterizar fato negativo, devese considerar a universalidade do fato. Ex: Ao negar a prestação de serviço pelo Reclamante, a Reclamada nega a existência de qualquer relação de trabalho com o Reclamante. Assim, o ônus da prova é do Reclamante Ao contrário, quando a Reclamada nega o vínculo de emprego, ela não alega fato negativo. Na realidade ela faz uma afirmação: O Reclamante prestou serviços para mim, MAS não era de natureza empregatícia. Por isso o ônus da prova é da Reclamada.
ÔNUS DA PROVA. Algumas vezes, contudo, ocorre a inversão do ônus da prova. Ou seja, o ônus da prova que normalmente seria de uma parte, respeitando os artigos 373 do CPC/2015 e 818 da CLT, passa a ser de outra. Essa hipótese é uma exceção, admitida no processo do trabalho em dois casos, as súmulas 338, III e 212 do TST Tal inversão não se faz pela hipossuficiência do empregado, nem pela aplicação do princípio do In Dubio Pro Operario, mas sim pela existência de alguma presunção. Súmula 212 do TST Súmula 338, III do TST
ÔNUS DA PROVA. Outro caso específico de inversão do ônus da prova no Processo do Trabalho ocorre com a Súmula 443 do C. TST, no caso de dispensa de empregado portador de doença crônica que cause estigma ou preconceito. A inversão do ônus da prova ocorre quando existe uma presunção em favor daquele que normalmente teria a incumbência de provar a alegação. Assim, já se presume verdadeiro aquilo que a parte alega, cabendo a outra parte realizar a prova.
ÔNUS DA PROVA. O CPC de 2015 concedeu ao Juiz, explicitamente, a possibilidade de inverter o ônus da prova conforme as circunstâncias do caso concreto, acolhendo o Princípio da aptidão da prova. Anteriormente a hipótese mais próxima era encontrada no CDC em favor do consumidor. A Lei 13.467/2017 transpoôs tal previsão legal para a CLT no parágrafo 1º do art. 818. Vamos verificar o dispositivo:
ÔNUS DA PROVA. Art. 818. O ônus da prova incumbe: I ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. 1 o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 2 o A decisão referida no 1 o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. 3 o A decisão referida no 1 o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. (NR)
ÔNUS DA PROVA. Princípio da aptidão. Inversão do ônus da prova. Situação em que, pela regra anterior, seria de uma parte, passa à outra. 1 o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. De regra será aplicado em favor do trabalhador, por ter o empregador maior facilidade na produção da prova. 2 o A decisão referida no 1 o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. Questão: A decisão do Juiz instrutor em não inverter o ônus da prova o Juiz julgador está vinculado a esta decisão? E o Tribunal? Caso não esteja, qual a solução. 3 o A decisão referida no 1 o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. (NR)
ÔNUS DA PROVA. Além das duas regras anteriores (constitutivo x modificativo, impeditivo ou extintivo e não se admitir ônus da prova negativo), há também uma terceira regra. O magistrado se utilizará de seus conhecimentos comuns e técnicos, na ausência de regras particulares, para determinar o que deverá ser provado, conforme diz o artigo 375 do CPC/2015. É o dispositivo que traduz a máxima do direito: o ordinário se presume, o extraordinário se prova e o absurdo se rejeita de plano Art. 375 do CPC
DIREITO DO TRABALHO MEIOS DE PROVA (Prova oral) Prof. Antero Arantes Martins
Meios de Prova. MEIOS DE PROVA ADMTIDOS EM DIREITO PROVA ORAL: Depoimento pessoal das partes Oitiva de testemunhas PROVA DOCUMENTAL: Juntada de documentos pelas partes. Exibição de documentos em posse de terceiros. PROVA PERICIAL: Perícia Prova técnica simplificada.
Prova oral. Depoimento pessoal. É o meio de prova destinado a realizar o interrogatório das partes, no curso do processo. Sua finalidade é dupla: provocar a confissão e esclarecer os fatos. Na audiência os depoimentos serão tomados antes da oitiva das testemunhas, primeiro o autor, depois o réu. Por fim, considerando que o objetivo do depoimento pessoal é a obtenção da confissão, é vedado ao advogado pedir em Juízo o depoimento pessoal do próprio cliente como meio de prova, bem como é vedado ao mesmo inquirir seu cliente quando este está depondo.
Prova oral. Depoimento pessoal. Se a parte não comparecer, ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz lhe aplicará a pena de confissão que consiste em admitir como verdadeiros os fatos alegados pela outra parte e contrários ao interesse da parte faltosa. O ônus não é apenas o de depor, mas o de responder a todas às perguntas com clareza e lealdade. Assim, o juiz pode, conforme as circunstancias, considerar como recusa de depoimento, o depoimento prestado com omissões ou evasivas. E a conseqüência será a aplicação da pena de confesso.
Prova oral. Oitiva de testemunhas. PROVA TESTEMUNHAL É aquela que se obtém através do relato prestado, em juízo, por terceiro não envolvido no processo, desinteressado, que tem conhecimento do fato litigioso e sob compromisso. A inquirição da testemunha só não terá cabimento naqueles casos em que o próprio Código de Processo Civil veda esse tipo de prova (arts. 443 e 448) O depoimento testemunhal não é uma faculdade, mas um dever (art.380-i do CPC/2015.) vez que é dever de todo o cidadão colaborar com o Poder Judiciário na apuração da verdade. Art. 443 do CPC Art. 448 do CPC Art. 380-I do CPC
Prova oral. Oitiva de testemunhas. Até as impedidas ou suspeitas poderão ser ouvidas pelo juiz " sendo estritamente necessário". Mas, seus depoimentos serão prestados independentemente de compromisso e o juiz lhe atribuirá o valor que possam merecer. O compromisso é o ato judicial em que o juiz cientifica a testemunha que deve dizer a verdade, sob pena de incidir no crime de falso testemunho (art.342 do Código Penal) Cada parte poderá arrolar no máximo 03 testemunhas no procedimento ordinário, no máximo 02 no procedimento sumaríssimo e no máximo 06 no inquérito judicial para apuração de falta grave. Art. 342 do CP
Prova oral. Oitiva de testemunhas. A substituição de testemunhas depois de arroladas só é permitida por falecimento desta, enfermidade ou tiver mudado de residência e não foi localizada pelo Oficial de justiça. Antes de depor a testemunha será qualificada. Nessa fase é licito à parte contrária contraditar a testemunha. Sobre a contradita o juiz ouvirá a testemunha e a parte que a arrolou. Se reconhecida a procedência da argüição, a testemunha será ouvida como informante. Depois de compromissada a testemunha não mais pode ser contraditada, justamente porque o objetivo da contradita é impedir o compromisso. Se no curso do depoimento surgir fato que torne a testemunha impedida ou suspeita, o Juízo atribuirá ao depoimento o valor que este merecer.
Prova oral. Oitiva de testemunhas. No Processo do Trabalho as testemunhas não são arroladas a priori, como ocorre no Processo Civil. Cabe à parte a incumbência de convidar a testemunha a comparecer à audiência. Apenas se a testemunha não atender ao convite é que deve o juiz interromper a audiência, abrir prazo para a parte apresentar o rol de testemunhas e intimar as testemunhas arroladas. No procedimento ordinário basta a parte alegar que convidou a testemunha para obter a suspensão da audiência. No procedimento sumaríssimo a parte deve provar que convidou a testemunha.
Prova oral. Oitiva de testemunhas. Entretanto, a jurisprudência já tem admitido, e bem a meu ver, a validade da determinação para que o rol seja apresentado antes da audiência. Não porque se substitui a CLT pelo CPC, mas, sim, em prestígio aos Princípios: Da celeridade: As audiências não são marcadas com a brevidade que a CLT desejava; Da concentação: Evita-se o adiamento da audiência; Da boa-fé: Evita-se atuação de má-fé da parte autora que deseja ter acesso à contestação antes de produzir a prova e da parte ré que deseja adiar e procrastinar a solução do processo.
DIREITO DO TRABALHO MEIOS DE PROVA (Prova documental) Prof. Antero Arantes Martins
Prova Documental. PROVA DOCUMENTAL O documento é um instrumento capaz de representar um fato em sentido amplo. Documento compreende não apenas os escritos, mas toda e qualquer coisa que transmita diretamente um registro físico a respeito de algum fato: desenhos, fotos, filmes, gravações, etc. Há determinadas matérias em que se exige a prova documental, com a exclusão de qualquer outra. Como exemplo podemos citar o pagamento de salários, que deve ser feito mediante recibo ou depósito em conta. Logo, o empregador não pode pretender provar tal pagamento por outro modo que não seja o documento (recibo ou depósito em conta).
Prova Documental. Momento de produção. De regra a prova documental é produzida na fase postulatória, consoante art. 434 do CPC/2015. Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações. Entretanto, existem três exceções: Documentos novos; Documento cronologicamente novo; Documento cronologicamente velho; Contraprova; Exibição;
Prova Documental. Exibição pela parte contrária. Há poder do juiz em determinar a exibição de documento ou coisa que se ache na posse das partes, sempre que o exame desses bens for útil ou necessário para a instrução do processo. A parte contrária terá que se manifestar. E neste momento poderá: A) Exibir o documento ou coisa; B) Ficar silente e não exibir o documento ou coisa; C) Negar que possua documento ou coisa; D) Apresentar recusa na exibição do documento ou coisa. Art. 400 do CPC
Prova Documental. Exibição pela parte contrária. Consequências: A) A prova veio aos autos e será analisada com os demais elementos probatórios; B) O Juiz presume verdadeiro o fato que a parte pretendia provar com a exibição do documento ou coisa (art. 400, CPC); C) Abre-se dilação probatória a fim de que o requerente prove que a parte contrária detém o documento ou coisa. Se provar, aplica-se letra B supra. Se não provar a existência do documento ou coisa, nenhuma consequência processual; D) O Juiz julgará a recusa. Se a recusa for aceita, então nenhuma consequencia processual. Se a recusa não foi aceita, então aplica letra B supra. O Juiz não admitirá recusa: Se a parte tem a obrigação legal de manter o documento; Se a parte aludiu o documento ou coisa para fazer prova no processo; Se for documento comum às partes.
Prova Documental. Exibição por terceiros. O pedido de exibição formulado contra quem não é parte do processo principal provoca a instauração de um novo processo, em que são partes o pretendente à exibição e o possuidor do documento ou coisa. Pode ser preparatória ou incidental. O art. 378 do CPC/2015 tem a previsão de um dever cívico de qualquer cidadão em colaborar com o Poder Judiciário. Já o art. 380, II do CPC/2015 firma um dever legal. Art. 380, II do CPC/2015 Art. 378 do CPC/2015
Prova Documental. Exibição por terceiros. Esse feito incidental deverá ser processado em autos próprios, em apenso ao processo principal e será julgado por sentença. Entretanto, e na praxe, tem sido processado com os autos principais, dado o Princípio da Simplicidade do Processo do Trabalho. Se o terceiro destruir a coisa ou documento que deveria exibir, ficará responsável civilmente pelas perdas e danos que acarretar à parte, as quais serão demandados em ação ordinária de indenização.
Prova Documental. Exibição por terceiros. Em caso de recusa injustificada do terceiro, o Juiz fixará cominação para entrega da obrigação de fazer (art. 500 e 536, 1º CPC/2015) e o terceiro estará sujeito às penalidades do art. 77, 1º e 2º do CPC/2015: Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:... 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça. 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.
Prova Documental. Falsidade. Contudo, os documentos podem ser falsificados, ou na sua forma, ou no seu conteúdo. A parte contra quem foi produzido o documento poderá suscitar incidente de falsidade documental. Não existe previsão na CLT, devendo ser aplicado o art. 430 do CPC. Art. 430 do CPC
Prova Documental. Falsidade. Com a declaração de falsidade, cessa a fé que pudesse ter o documento (Art. 427 CPC/2015). Da decisão que decide pela falsidade ou pela autenticidade do documento não cabe recurso, pois consiste em uma decisão interlocutória. Art. 427 do CPC
Prova Documental. Falsidade. O Documento pode ser falsificado de duas maneiras: Material: Quanto à forma do documento Ideológico: quanto ao conteúdo do documento FORMA Blá blá blá blá blá blá blá blá blá CONTEÚDO
Prova Documental. Falsidade. Falsidade Material: Aquelas previstas nos incisos I e II do Art. 427 do CPC. Quando há vício nos aspectos exteriores do documento. A Falsidade Material poderá ser percebida por meio de perícia.
Prova Documental. Falsidade. Falsidade Ideológica: Ocorre quando o documento é verdadeiro, mas o seu conteúdo não é. A Falsidade Ideológica não pode ser averiguada por perícia, pois a falsidade reside na idéia que o documento traz, e não na sua forma
Prova Documental. Falsidade. Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, poderá: I - impugnar a admissibilidade da prova documental; II - impugnar sua autenticidade; III - suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de arguição de falsidade; IV - manifestar-se sobre seu conteúdo.
(Material para estudo) PRINCÍPIIOS
Fase probatória. Princípios. A Temática probatória é norteada por princípios. São eles: Contraditório e da ampla defesa Unidade da Prova Oralidade Proibição da Prova Obtida Ilicitamente Livre Convencimento do Juiz Necessidade da Prova Aquisição Persuasão Racional Imediação In Dubio Pro Operario Próximo
Fase probatória. Princípios. Princípio do contraditório e ampla defesa. Como em todos os atos processuais, estes princípios são igualmente aplicáveis às provas. Consistem na garantia conferida às partes de acompanhar todas as provas dos autos (contraditório) e sobre estas apresentar manifestação (ampla defesa). Ex: Realizar perícia de insalubridade sem permitir a entrada do empregado nas dependências da empresa viola o princípio do contraditório. Juntada de documento nos autos sem vista da parte contrária viola o princípio da ampla defesa. Voltar
Fase probatória. Princípios. Princípio do contraditório e ampla defesa. Como em todos os atos processuais, estes princípios são igualmente aplicáveis às provas. Consistem na garantia conferida às partes de acompanhar todas as provas dos autos (contraditório) e sobre estas apresentar manifestação (ampla defesa). Ex: Realizar perícia de insalubridade sem permitir a entrada do empregado nas dependências da empresa viola o princípio do contraditório. Juntada de documento nos autos sem vista da parte contrária viola o princípio da ampla defesa. Voltar
Fase probatória. Princípios. Princípio da necessidade da prova. É preciso que: a) o fato seja relevante para o deslinde da lide e; b) o fato não tenha sido confessado, não seja incontroverso e nem notório. Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. Voltar
Fase probatória. Princípios. Princípio da unidade da prova. A prova deve ser analisada em seu conjunto, ou seja, é a soma dos fatores probantes colhidos nos autos. Não deve ser interpretada isoladamente. Voltar
Fase probatória. Princípios. Princípio da Proibição da prova obtida ilicitamente. Art. 5º, LVI, CF: são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. Tem aplicabilidade mitigada pelos Princípios Gerais da razoabilidade e proporcionalidade, a ponto de não se invalidar totalmente a prova. Ex: Gravação clandestina feita pela empregada que se destina a provar assédio sexual. Voltar
Fase probatória. Princípios. Princípio do livre convencimento do Juiz. As provas não tem valor tarifado e sim aquele que é conferido a elas pelo Juiz quando do julgamento. (Art. 131, CPC). Arts. 371 e 372 do CPC/2015 Voltar
Fase probatória. Princípios. Princípio da Persuasão racional. Tem sido confundido com o Princípio do Livre convencimento do Juiz. Não é correto. Livre convencimento é a capacidade que o Juiz tem de atribuir mais valor a uma prova do que a outra, independentemente de sua natureza (oral, documental, pericial). Art. 489, 3º do CPC/2015: 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. Voltar
Fase probatória. Princípios. Princípio da Persuasão racional. Persuasão racional é a demonstração lógica do convencimento do Juiz no julgamento da causa. Está mais ligado ao Princípio da Motivação das decisões judiciais. Sempre existiu no ordenamento jurídico brasileiro, mas, o CPC de 2015, no art. 489, estabeleceu rigorosos critérios para tal demonstração, o que será estudado na aula própria. Voltar
Fase probatória. Princípios. Art. 489. São elementos essenciais da sentença: II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. Voltar
Fase probatória. Princípios. Princípio da Oralidade. Trata-se de Princípio Geral do Direito Processual do Trabalho. Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas. Voltar
Fase probatória. Princípios. Princípio da Imediação O Juiz, como diretor do processo, colhe direta e imediatamente as provas dos autos, sendo-lhe facultado interrogar os litigantes e determinar a produção de provas. Voltar
Fase probatória. Princípios. Princípio da Aquisição. Uma vez produzida, a prova é adquirida pelo processo, sendo irrelevante a parte que a produziu. Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. Voltar
Fase probatória. Princípios. Princípio in dubio pro operario Grande divergência jurisprudencial e doutrinária: 1ª corrente: É Princípio de Direito Processual que mitiga a teoria do ônus da prova de sorte que havendo prova inconclusiva há que se reconhecer o fato alegado pelo trabalhador. 2ª corrente: É Princípio de Direito Material que orienta a interpretação do direito, restando inabalável a teoria do ônus da prova. Voltar