Plano de Ensino 13. Teoria geral da prova
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- Rafael Bentes Gomes
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1 Plano de Ensino 13. Teoria geral da prova (arts. 369 a 380)
2 Teoria Geral da Prova [Nº 369] Art As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. Conceito: a prova é todo meio destinado a convencer o juiz a respeito da verdade de uma situação de fato. [Vicente, 196.1] Nota: Art. 5º, CF, incisos LVI - provas por meios ilícitos e XII - inviolabilidade Possibilidade de gravação sem o consentimento da parte: SIM (STF RE SP) RT 743/208; RT 620/155 - NÃO RT 603/178; 649/65 e 654/132 Doutrina: Meios de prova são os instrumentos pessoais ou materiais trazidos ao processo para revelar ao juiz a verdade de um fato. [Vicente, 196.1] (Previstos nos arts. 381 a 484). Esse rol, porém, não é taxativo. [Vicente, 199.3] Meios moralmente legítimos. não se admitir a prova cuja obtenção tenha violado princípio ou norma de direito material, especialmente se a violada está inserida como garantia constitucional. [Vicente, 200.3] Exemplos: documento obtido por meio de furto ; testemunha que exige e recebe da parte importância em dinheiro para depor dizendo a verdade ; gravação obtida com violação do sigilo de comunicações telefônicas ; reconstituição de fato contra os bons costumes. [Vicente, 200.1]
3 Teoria Geral da Prova [Nº 370] Art Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Doutrina: O juiz, porém, deve cuidar para não comprometer sua imparcialidade na condução do processo. A necessidade da prova, ordenada de ofício, deve surgir do contexto do processo e não de atividade extra-autos, sugerida por diligências e conhecimentos pessoais ou particulares auridos pelo magistrado fora do controle do contraditório. [Humberto, 653] Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. Art O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. Importante: VGF, À parte incumbe o ônus da prova de determinados fatos (ônus subjetivo), mas ao apreciar a prova produzida não importa mais quem a apresentou, devendo o juiz levá-la em consideração (ônus objetivo) (Art. 371)
4 Teoria Geral da Prova [Nº 372] Art O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. Art O ônus da prova incumbe: Importante: VGF, À parte incumbe o ônus da prova de determinados fatos (ônus subjetivo), mas ao apreciar a prova produzida não importa mais quem a apresentou, devendo o juiz levá-la em consideração (ônus objetivo) (Art. 371) I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Atenção: a inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII, do CDC) não é automática, devendo ser analisada pelo juiz no contexto da facilitação da defesa. [RT 783/332; 770/210] Nota: A ocorrência do fato constitutivo é prova do autor, pois, seria diabólico exigir do fornecedor (réu) a prova negativa do fato passado fora de sua área de conhecimento e controle. Estar-se-ia, na verdade, a impor prova impossível, a pretexto de inversão de onus probandi, o que repugna à garantia do devido processo legal, com as características do contraditório e ampla defesa. [Humberto, 669] II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Atenção não existe, no processo civil, o princípio geral do in dubio pro reo VGF, 205.3
5 Teoria Geral da Prova [Nº 373] 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. Doutrina: A redistribuição do onus probandi pode decorrer de requerimento da parte ou ser decretada de ofício pelo juiz. [Humberto, 665] 2º A decisão prevista no 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 4º A convenção de que trata o 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo.
6 Teoria Geral da Prova [Nº 374] Art Não dependem de prova os fatos: I - notórios; Provado o fato, não há necessidade da prova do dano moral (STJ Súmula 479). VGF, Basta a notoriedade relativa, local ou regional e do pessoal do foro.... Porém, a divulgação na imprensa não é suficiente para tornar o fato notório. II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; III - admitidos no processo como incontroversos; IV - em cujo favor milita presunção legal deexistência oude veracidade. VGF, Em sendo a presunção relativa, a parte em favor de quem milita a presunção não precisa prová-lo, incumbindo à parte contrária o ônus de produzir, se for o caso, a prova contrária. Art O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.
7 Teoria Geral da Prova [Nº 376] Art A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. VGF, em se tratando de direito do local em que o juiz está exercendo suas funções, entende a doutrina que incumbe também ao juiz conhecê-los.... PROVAS: a) direito estrangeiro: compêndios de legislação atualizados, por certidão diplomática (VGF, 198.4); b) direito consuetudinário: Juntas Comerciais - certidões sobre o costume consagrado, registrado em livros próprios (Art. 8º, VI, da Lei nº 8.934/94 e arts. 87 e 88 do Decreto nº 1.800/96) em desuso. Art A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto suspenderão o julgamento da causa no caso previsto no art. 313, inciso V, alínea b, quando, tendo sido requeridos antes da decisão de saneamento, a prova neles solicitada for imprescindível. Parágrafo único. A carta precatória e a carta rogatória não devolvidas no prazo ou concedidas sem efeito suspensivo poderão ser juntadas aos autos a qualquer momento. Art Suspende-se o processo: V - quando a sentença de mérito: b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;
8 Teoria Geral da Prova [Nº 378] Art Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade. Porém, com as exceções previstas em lei (RT 607/110). Art A testemunha não é obrigada a depor de fatos: I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta, ou colateral, até terceiro grau; II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. Art Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte: I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado; O depoimento pessoal, assim, não é uma faculdade, mas um dever H479 II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária; Ninguém pode ser coagido ao exame ou inspeção corporal, para prova no cível (STF- Pleno HC RS), mas aplica-se a presunção legal no caso de recusar-se a parte, sem motivo justificado, a exame na sua pessoa (RSTJ 135/315) III - praticar o ato quelhe for determinado. Atenção para o art. 5º, II da CF
9 Teoria Geral da Prova [Nº 380] Art Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa: I - informar ao juiz osfatos e as circunstâncias de que tenha conhecimento; O Poder Judiciário não dispõe de força cogente para impor a sua revelação (sigilo profissional), salvo na hipótese de existir específica norma de lei formal autorizando a possibilidade de sua quebra. RT 762/194. Porém, a requisição judicial de prontuário do paciente é possível (RT 760/295). Na forma de depoimento testemunhal ou por correspondência, como no caso de empresa que informa o salário do alimentante. II - exibir coisa ou documento, que esteja em seu poder. Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de descumprimento, determinar, além da imposição de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias.
10 FIM DA APRESENTAÇÃO
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