Reconhecimento de pessoas ou coisas arts. 226 a 228. Reconhecimento de pessoas
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- Lucca Schmidt Casqueira
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1 Reconhecimento de pessoas ou coisas arts. 226 a Reconhecimento de pessoas Conceito: Meio de prova formal, por intermédio do qual alguém é chamado a verificar e confirmar a identidade de uma pessoa ou coisa, que lhe é apresentada, com outra já vista anteriormente. Procedimento: Art. 226, o reconhecimento deve ser realizado ao vivo, já o reconhecimento fotográfico é uma das provas inominadas, não podendo, isoladamente, ser base de sentença condenatória. Fase extrajudicial a) descrição prévia do suspeito; b) sua colocação ao lado de pessoas com características físicas assemelhadas (se possível); c) lavratura de auto relatando o procedimento, firmado por duas testemunhas. Fase judicial Dispensa do procedimento (Doutrina) em sentido contrário STF/HC , de 26/05/98, rel. Min. Marco Aurélio. Reconhecimento de coisas Armas, instrumentos e objeto material do crime, objetos de qualquer forma ligados ao crime etc. Deve-se obedecer ao disposto em relação ao reconhecimento de pessoas no que for cabível. Acareação Conceito: Ato processual consistente na colocação face a face de duas ou mais pessoas (acusado, vítima, testemunhas) que fizeram declarações distintas sobre o mesmo fato, destinado a oferecer ao juiz o convencimento sobre a verdade fática. Procedimento: Pode ser requerida ou de ofício, por determinação judicial ou da autoridade policial. Pode ser feita por meio de precatória. A negativa do juiz ou autoridade não enseja necessariamente nulidade.
2 Documentos 2 Conceito: Art. 232 CPP consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. Parágrafo Único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original Instrumentos são confeccionados já com a finalidade de provar determinados fatos; Papéis não são confeccionados com finalidade de provar determinados fatos, mas eventualmente, servem como meio de prova. Classificação: Quanto ao autor: Documento Público: expedido na forma da lei, por funcionário público, no exercício das suas atribuições. Têm a seu favor a presunção juris tantum de autenticidade. Documento Particular/privado: feito e assinado por particulares. Quanto ao conteúdo: Escritos: compõem prova literal de determinado fato, certidão de determinado fato. Gráficos: representam idéias ou fatos por sinais gráficos, desenho, pintura etc. Quanto ao grau de referência ao fato probando: Direto: transmitem diretamente o fato representado, fotografias, filmes. Indireto: dizem respeito a fatos dos quais se possa, por inferência dedutiva, concluir pela existência do fato relevante. Quanto à originalidade: Originais ou cópias, as cópias autenticadas tem o mesmo valor do original. A produção de prova documental somente encontra limites nas interceptações criminosas ou ilícitas de forma geral, já que não admitidas no processo, CF/art. 5º, LVI. * = documento, não acobertada pela limitação de inviolabilidade de correspondências, e de comunicações telefônicas e telegráficas, já que a garantia diz respeito ao fluxo da comunicação. Momento de apresentação no processo: Em regra os documentos podem ser apresentados em qualquer fase do processo, providenciando-se a ciência da parte contrária.
3 Exceções: Procedimento do Júri Judicium accusationis - juntada de documentos com 3 a resposta à acusação (art. 406, caput e 3º, CPP) e no Judicium causae, não se admite apresentação de documento não juntado aos autos pelo menos 3 dias antes do julgamento, com ciência do adversário, conforme art. 479, CPP. Art As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo. Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário. V. art. 5º, XII e LVII, da CF. Falsidade e incidente: Arguida a falsidade, ou levantada de ofício pelo juiz, suspendese o processo e se abre prazo de 48 horas para resposta da parte contrária, seguido do prazo de 3 dias para a produção de provas e posterior determinação de diligências (via de regra perícia) para a final sentença sobre a falsidade. Da sentença cabe Recurso em Sentido Estrito. Indícios e presunções Indício é toda circunstância conhecida e provada, a partir da qual, mediante raciocínio lógico, pelo metido indutivo, obtém-se a conclusão sobre um fato. *Indução: é o raciocínio no qual de dados singulares ou parciais suficientemente enumerados se infere uma verdade universal Jacques de Maritain, A ordem dos conceitos. A indução não produz verdade absoluta, entretanto, também não o faz qualquer outro meio de prova. *Exemplo de raciocínio: a) o réu confessou, na polícia, a prática do crime; b) ostenta antecedentes criminais; c) a apreensão da res furtiva se deu na residência do réu; d) instrumentos normalmente usados em prática de furto foram encontrados na residência do réu; e) o réu foi visto nas imediações do local onde ocorreu o furto no dia dos fatos; Ninguém presenciou o fato, o réu negou em juízo. Entretanto, os indícios (prova indireta) fazem com que o juiz conclua, por indução (amplia o conhecimento), que o réu
4 é o autor do furto, finalizando com a dedução (não amplia o conhecimento) de que deve 4 ser condenado. *Miguel Reale, Filosofia do Direito: todo raciocínio até certo ponto implica em uma sucessão de evidências. [...] O certo é que, na indução amplificadora, realizamos sempre uma conquista, a conquista de algo novo, que se refere a objetos reais e relações entre objetos reais, tendo como ponto de partida a observação dos fatos. Na base da indução está, portanto, a experiência, a observação dos fatos que deve obedecer a determinados requisitos, cercada de rigorosas precauções críticas, tal como exige o conhecimento indutivo de tipo científico, inconfundível com as meras generalizações empíricas. Regra de experiência: Sujeito encontrado logo após o fato com objetos de furto é o autor do delito (premissa maior). O réu foi encontrado com a res furtiva em seu poder (premissa menor) (Dedução) o réu é o autor de furto = Insuficiente para a condenação. Acrescentando-se outros indícios, o réu ostenta antecedentes criminais, confessou na polícia, porta objetos normalmente utilizados em furto, daí se amplia o conhecimento, utiliza-se a (Indução) para concluir que o réu é o autor do furto. Contra-indícios: São circunstâncias provadas, que servem para justificar ou fundamentar a invalidade dos indícios produzidos contra alguém. O álibi é um contra-indício ou indício negativo. Presunção é o conhecimento fundado sobre a ordem normal das coisas, e que dura até prova em contrário (presunções relativas = juris tantum), já as presunções legais absolutas não admitem prova em contrário jure et de jure. Têm natureza de prova indireta, já que fruto de raciocínio lógico, mas somente quando a lei autorizar. Valor probante: por se tratar de juízo de probabilidade, indica-se a validade da prova indiciária somente em fase processual em que vigore o princípio in dúbio pro societate. Entretanto, há julgados sustentando que uma série de indícios e ausência de um álibi podem sustentar uma decisão condenatória.
5 5 Indícios e corpo de delito indireto: Lauria Tucci: Embora igualmente utilizáveis em processo penal, não se prestam, também, à comprovação do corpo de delito, os indícios, que lato sensu considerados, representam a probabilidade de convicção judicial, mesmo à falta de qualquer prova direta, inclusive testemunhal.
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