COMISSÃO EUROPEIA Representação em Portugal NEWSLETTER ALARGAMENTO Sumário: Romano Prodi considera que o processo de Alargamento foi um êxito Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD) investiu em 47 projectos relacionados com o Alargamento em 2003 Franz Fischler insiste que a qualidade é a chave para o êxito da agricultura na União alargada Um novo estudo revela que o risco de um surto de migração proveniente dos novos Estados membros é baixo Franz Fischler assegura aos agricultores dos novos Estados membros que estarão melhor na UE do que fora da UE Os pré-requisitos necessários para que avancem as negociações de adesão com a Croácia As capitais europeias da cultura após o Alargamento: duas por ano entre 2009 e 2018 NEWSLETTER Nº 14 23.3.2004 Romano Prodi considera que o processo de Alargamento foi um êxito Quando fui nomeado Presidente da Comissão tomei a decisão de levar por diante o Alargamento da UE, afirmou Romano Prodi, em Bruxelas, na primeira semana de Março. Sinto-me orgulhoso por poder afirmar que consegui concretizar esse objectivo, acrescentou. Dentro de algumas semanas, dez novos Estados membros aderirão à União e, pela primeira vez, o continente será unificado em paz e em democracia. Quanto à Bulgária e à Roménia, cujas negociações de adesão ainda decorrem a adesão está prevista para 2007 o Presidente afirmou-se convicto de que os responsáveis políticos de ambos os países terão a vontade política necessária para ultrapassar as dificuldades que ainda subsistem. Aludindo à recomendação que a Representação da Comissão Europeia em Portugal, Largo Jean Monnet, 1-10º, 1269-068 Lisboa - Portugal Telefones geral (+351)21 3509800. Fax: (+351)21 3509801/2
Comissão formulará em Outubro próximo sobre se as negociações com a Turquia devem ou não ser lançadas, Romano Prodi sublinhou que foram dados passos importantes em matéria de reformas, destacando-se a abolição da tortura, os progressos no que respeita à liberdade religiosa, bem como à liberdade de expressão e de associação, e a redefinição do estatuto das forças armadas no sistema político. O presidente insistiu, no entanto, que a UE espera que a Turquia adopte as regras e princípios fundamentais que regem a nossa sociedade, em especial o respeito pelos direitos humanos, garantindo que, aquando da avaliação das condições da Turquia para encetar negociações, esta beneficiará do mesmo tratamento que foi concedido a todos os outros países que pediram para aderir à União. Romano Prodi referiu-se ainda às perspectivas de adesão dos países dos Balcãs Ocidentais, afirmando que as portas da adesão se encontram abertas. Quanto à Croácia, que já apresentou um pedido formal de adesão, o Presidente da Comissão mostrou-se confiante de que as negociações possam iniciar-se em breve, na condição de Zagrebe cumprir os critérios necessários. Manifestando o seu pesar pela morte do Presidente da Macedónia, Boris Trajkovski, vitimado por um desastre de avião, Romano Prodi disse que a melhor forma de o povo macedónio honrar a memória do Presidente será avançar com determinação no caminho da integração europeia e levar a cabo as reformas indispensáveis para o conseguir. Numa perspectiva mais alargada da UE, o Presidente da Comissão frisou que o êxito do Alargamento também acarreta novos problemas uma vez que existe um número crescente de países que desejam aprofundar as suas relações com a UE. A adesão não pode, e não deve, ser a única solução para aqueles que querem aprofundar os seus laços com a União Europeia. Daí que a UE tenha desenvolvido uma política coerente para enquadrar as relações com os futuros vizinhos da UE. Uma política destinada a criar um espaço de estabilidade e prosperidade um círculo de países amigos em torno da União, que irá de Marrocos à Rússia. Pretendemos partilhar tudo com esses países, excepto as nossas instituições, e estabelecer com eles relações fundadas numa comunidade de valores e de interesses. Cumpriremos, assim, o nosso compromisso de não erigir mais barreiras na Europa.. Por último, o Presidente reiterou a sua promessa de apresentar, no próximo mês de Maio, as propostas que concretizarão na prática a nova política europeia de vizinhança. Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD) investiu em 47 projectos relacionados com o Alargamento em 2003 Os países em vias de adesão e os países candidatos da Europa Central e Oriental representaram no ano de 2003 45% dos empréstimos autorizados pelo BERD. Dos 3 700 milhões de euros autorizados pelo banco, foram pagos 2 100 milhões de euros, num total de 47 projectos. Os projectos incidiram em áreas tão diversificadas como a gestão de tráfego na Lituânia, a privatização da banca na Roménia e o tratamento de águas residuais na Polónia. 2
O BERD autorizou 1,17 mil milhões de euros para os países em transição avançados o BERD classifica os países onde opera em função do seu estádio de adiantamento na transição para uma economia de mercado. São eles a Croácia, a República Checa, a Estónia, a Hungria, a Letónia, a Lituânia, a Polónia, a Eslováquia e a Eslovénia. A Bulgária e a Roménia encontram-se num estádio intermédio em termos de transição. Em 2003, o interesse dos investidores cresceu, em especial em matéria de operações de co-financiamento: as instituições financeiras investiram 2 700 milhões de euros em conjunto com o BERD. Franz Fischler insiste que a qualidade é a chave para o êxito da agricultura na União alargada Segundo o Comissário Franz Fischler, responsável pela Agricultura, o Desenvolvimento Rural e as Pescas, a qualidade da agricultura vai ser crucial na União alargada. Esta ideia tem vindo a ser desenvolvida com uma insistência crescente à medida que avançam as reformas da PAC e se aproxima a adesão dos novos Estados membros. Com 75 milhões de novos consumidores a entrarem na União em 1 de Maio próximo, cujo poder de compra crescerá, segundo as previsões dos especialistas, a um ritmo duas vezes superior ao dos actuais Estados membros, a procura de produtos com valor acrescentado irá sem dúvida aumentar, afirmou o Comissário num encontro com produtores espanhóis em Barcelona. Dirigindo-se aos muitos agricultores que se sentem ameaçados com a perspectiva da concorrência gerada por mais 4 milhões de produtores com custos gerais e custos de produção consideravelmente mais baixos, o comissário garantiu que os agricultores dos novos Estados membros podem ter vantagens neste campo, mas têm desvantagens em matéria de normas de produção e de transformação. Não há dúvida de que os agricultores dos novos Estados membros percorreram um longo caminho desde que tiveram início as negociações de adesão, mas ainda há muito a fazer. E em matéria de normas, os consumidores europeus não estão dispostos a fazer concessões, nem ao nível das técnicas de produção, nem do produto final, afirmou o comissário. Os produtores dos países em vias de adesão debatem-se com problemas estruturais e, não obstante os esforços e os investimentos realizados, os problemas administrativos e de infraestruturas continuarão a limitar as capacidades de produção. Competirá, por conseguinte, aos produtores dos actuais Estados membros adequar a procura à oferta nos primeiros anos após a adesão, concluiu. Um novo estudo revela que o risco de um surto de migração proveniente dos novos Estados membros é baixo O receio de que se verifique uma vaga de migração de grandes proporções proveniente dos novos Estados membros depois de 1 de Maio de 2004 é infundado, afirma a Comissão Europeia, com base num novo estudo divulgado recentemente. Ainda que existisse liberdade total de circulação das pessoas, apenas 1% da população dos novos Estados membros trocaria os seus países pelos países da UE actual nos próximos cinco anos, ou seja, 220 mil pessoas por ano. Além disso, as características dessa migração 3
será mais susceptível de gerar oportunidades do que riscos nos actuais Estados membros. Todavia, o estudo realizado pela Fundação para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho, com sede em Dublin, e pela Comissão, recomenda que sejam tomadas medidas ao nível das políticas regionais e estruturais para estimular o crescimento e incentivar os jovens trabalhadores qualificados a permanecerem nos seus países. O maior risco não é que os actuais Estados membros sejam invadidos por migrantes desempregados, mas que os novos Estados membros percam muitos dos seus melhores talentos durante os próximos anos. O estudo prevê que os potenciais migrantes terão o seguinte perfil: jovens mulheres licenciadas, ou estudantes, que vivem sozinhas e sem familiares a seu cargo. Este estudo, que defende que a mobilidade da mão-de-obra é uma das condições para o êxito do Alargamento, foi apresentado em Bruxelas pela Comissária Margot Wallström, actualmente responsável pelo Emprego e os Assuntos Sociais: Os novos Estados membros fornecerão mão-de-obra altamente qualificada que contribuirá de forma decisiva para o desenvolvimento da economia europeia afirmou a comissária. Para mais informações pode consultar o seguinte endereço: http://www.eurofound.eu.int/newsroom/mi gration.htm Franz Fischler assegura aos agricultores dos novos Estados membros que estarão melhor na UE do que fora da UE É claro que a UE não é o paraíso, mas está longe de ser o inferno, afirmou na semana passada, em Bruxelas, o Comissário Franz Fischler, responsável pela Agricultura, o Desenvolvimento Rural e as Pescas. E acrescentou: Os agricultores estarão obviamente melhor na UE. Segundo o Comissário, que analisou numa conferência de imprensa as perspectivas para os agricultores dos novos Estados membros após a adesão, os rendimentos dos agricultores aumentarão cerca de 30%, graças às medidas a favor do mercado, não esquecendo os pagamentos directos que serão introduzidos de forma gradual. O acordo sobre a agricultura concluído em Copenhaga é, na opinião de Franz Fischler, vantajoso para os agricultores dos novos Estados membros. Os agricultores beneficiarão de pagamentos directos introduzidos gradualmente ao longo de um período de dez anos, começando em 2004 a uma taxa de 25%. A adesão significará também ajudas ao rendimento, estabilidade dos preços e uma rede de segurança em caso de crise no mercado. E caso os agricultores se comprometam a contribuir para a protecção do ambiente e para uma melhoria da qualidade dos produtos alimentares, haverá mais contrapartidas monetárias. Os dez novos Estados membros podem esperar dotações financeiras proporcionalmente superiores às dos Quinze 5 100 milhões de euros para o desenvolvimento rural entre 2004 e 2006. O reforço das economias rurais poderá contrabalançar os efeitos negativos do processo de reestruturação, tornando as zonas rurais mais atraentes para viver e trabalhar, defendeu o Comissário. A agricultura foi, sem dúvida, um dos aspectos mais importantes e delicados das negociações de adesão. Provavelmente é também a parte mais complexa da legislação comunitária quando se trata da sua 4
aplicação afirmou ainda o comissário. Quando falo com os agricultores fico por vezes chocado com a sua falta de informação. Gostaria que os nossos amigos e parceiros nos novos Estados membros, nomeadamente os responsáveis regionais e as organizações de agricultores, dessem aos seus agricultores um retrato fiel da situação e ajudassem a desmistificar o velho «cliché» de que o acordo de adesão lhes é prejudicial. Há ainda muito trabalho a fazer, antes e depois da adesão, segundo o comissário. Existem sectores que estão a causar-nos sérias dores de cabeça, como por exemplo, a criação das Agências de Pagamento e do Sistema Integrado de Gestão e de Controlo. Sem eles, os subsídios não poderão ser pagos. Franz Fischler advertiu que não há tempo a perder e que novos atrasos poderão privar os agricultores das ajudas comunitárias. Os pré-requisitos necessários para que avancem as negociações de adesão com a Croácia A Comissão de Assuntos Externos do Parlamento Europeu considera que a Croácia deve, entre outras medidas, intensificar os esforços no sentido de fazer regressar os refugiados. De entre os prérequisitos referidos pela Comissão parlamentar, para que as negociações de adesão possam ter início, destaca-se ainda a necessidade de uma maior cooperação com o Tribunal Penal Internacional para a ex- Jugoslávia Os julgamentos nos tribunais nacionais de alegados criminosos de guerra são considerados uma iniciativa positiva pela comissão, mas devem fazer-se independentemente da origem étnica dos suspeitos. Simultaneamente, a Croácia deve assegurar a independência do sistema judicial e garantir a independência e a liberdade dos media, reforçar o combate à corrupção e avançar com as reformas económicas e estruturais. Outras áreas que mereceram reservas por parte da Comissão de Assuntos Externos, e que a Croácia deve resolver, são os diferendos com a Eslovénia, sobre a fronteira comum, e com a Itália. A comissão recorda também que a Croácia deve estar preparada para fazer cedências no que respeita aos seus planos de criação de uma zona ecológica no Adriático. A Comissão Europeia está a preparar o seu parecer formal sobre o pedido de adesão da Croácia, apresentado no ano passado. As capitais europeias da cultura após o Alargamento A UE está a rever os seus planos no que respeita às capitais europeias da cultura, a fim de permitir a participação dos novos Estados membros. A Comissão da Cultura do Parlamento Europeu deu um parecer favorável à proposta da Comissão no sentido de se estabelecer duas capitais europeias da cultura por ano a partir de 2009 (uma de um actual Estado membro e outra de um novo Estado membro). O calendário seria o seguinte: 2009 Áustria - Lituânia 2010 Alemanha - Hungria 2011 Finlândia - Estónia 5
2012 Portugal - Eslovénia 2013 França - Eslováquia 2014 Suécia Letónia 2015 Bélgica - República Checa 2016 Espanha - Polónia 2017 Dinamarca - Chipre 2018 Países Baixos - Malta As capitais europeias da cultura foram lançadas em 1985 para dar a conhecer a riqueza das culturas europeias e promover a dimensão europeia de um património muito diversificado. 6