X Semana de Estudos da Engenharia Ambiental UNESP Rio Claro, SP.

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Capítulo IX - Conclusões. IX - Conclusões

Transcrição:

APLICAÇÃO DO MÉTODO AHP PARA HIERARQUIZAÇÃO DE CONDICIONANTES DE CORRIDAS DE MASSA Fernanda Asseff Menin, Fábio Augusto Gomes Vieira Reis, Lucilia do Carmo Giordano, Leandro Eugenio da Silva Cerri, Oswaldo Augusto Filho. Universidade Estadual Paulista (UNESP), Rio Claro (SP). INTRODUÇÃO A corrida de massa é um caso de movimento de massa, assim como o rastejo, escorregamento e a queda de blocos. É um movimento gravitacional composto por água, rocha e solo que se desloca dependendo da viscosidade, movimentando-se ao longo de linhas de drenagem e se compõe de grandes volumes de material. Conforme o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT, 2006) no Mapeamento de Riscos do município de Osasco (SP), a corrida possui um alto poder destrutivo, devido ao extenso raio de alcance e alta velocidade até em áreas planas. Os condicionantes geológico-geotécnicos, como solo, rocha, clima e geomorfologia agravam os casos como citado acima. Entre eles também estão o regime pluvial, uso e ocupação do solo e, principalmente, influências antrópicas regionais. A ação do homem, como obras e construções civis é capaz de modificar uma região em curto espaço de tempo. Considerando todos esses fatores, é complexo prever um futuro movimento de massa. Cada condicionante geológico-geotécnico identificado pode suceder uma situação de risco diferente. Suas soluções podem variar desde intervenções na obra de engenharia até elaboração de um plano mitigador. Considerando toda a complexidade do assunto, pode-se tomar decisões baseadas em critérios qualitativos e quantitativos. As tomadas de decisão consistem em selecionar caminhos alternativos de ação, com base em critérios para alcançar um ou mais objetivos. Para este processo, é preciso analisar a situação problemática, identificar aspectos relevantes que permitam avaliar as possíveis soluções e aplicar o modelo de decisão para obter resultados globais. Dentre essas técnicas que auxiliam a tomada de decisões tem-se a AHP - Analytical Hierarch Process (AMARAL, 2007). O Processo Hierárquico Analítico (AHP) foi elaborado pelo matemático Thomas Saaty para solucionar problemas práticos em tomadas de decisão multi-criteriais. Ele atua em três estágios para escolha entre alternativas: decomposição, decisão comparativa e síntese de prioridades. Portanto, o presente projeto fundamenta-se na hierarquização de condicionantes associados a corridas de massa por meio da utilização da técnica AHP. MÉTODOS A metodologia usada para desenvolver o projeto é baseada na aplicação do método AHP de tomada de decisão. O uso de técnicas de suporte a decisão, como AHP, auxiliam na organização e estabelecem um modelo racional de combinação de dados. Oliveira et al (2009) elaboraram estudo utilizando, com êxito, a AHP como ferramenta na análise de vulnerabilidade à erosão. Portanto, a metodologia do presente projeto é baseada em Oliveira et al (2009), por meio da comparação par a par de variáveis, levando em consideração as diferentes influências exercidas por cada condicionante de corridas de massa no contexto de uma bacia hidrográfica. Esta análise possibilita ainda congregar, dentro de uma única avaliação, um grande número de variáveis. Considerando as etapas de trabalho do projeto, primeiramente, foi desenvolvida uma ampla revisão bibliográfica sobre o tema corridas de massa para estabelecer os principais condicionantes considerados na bibliografia especializada. Em seguida, foi elaborado questionário para aplicação a 5 especialistas que trabalham com o processo com a finalidade de se estabelecer a importância de cada fator no processo de corridas de

massa por meio da aplicação do método AHP, sendo atribuídos valores de potencialidade (relativos e empíricos) ao processo analisado considerando aos diferentes condicionantes anteriormente definidos. No método AHP os diferentes fatores que influenciam a tomada de decisão são comparados par a par, na mesma ordem de importância estabelecida, conforme escala pré-definida por Saaty (1980) apresentada no Quadro 1. Quadro 1. Escala pré definida por Saaty (1980) para aplicação do método AHP. Grau de Definição e Explicação Importância 1 Importância igual: os dois fatores contribuem igualmente 3 Importância moderada: um fator é ligeiramente mais importante que o outro 5 Importância essencial: um fator é fortemente mais importante que o outro 7 Importância demonstrada: um fator é fortemente favorecido e sua maior relevância é demonstrada na prática 9 Importância extrema: a evidência que diferencia os fatores é da maior possível 2, 4, 6, 8 Valores intermediários entre julgamentos Nesse contexto, as variáveis com um número maior de importância influenciam as variáveis menos importantes, em níveis hierárquicos mais baixos, que por sua vez contribuem também com a funcionalidade e coerência nos níveis superiores. Para obtenção do modelo hierárquico, são construídas matrizes quadradas recíprocas positivas, cuja ordem será igual ao número de alternativas. Em seguida, para cada critério ou sub-critério faz-se o mesmo, progressivamente. Essas comparações por pares fornecem pesos para cada alternativa, dentro de cada critério ou sub-critério, após comparações recíprocas. Esses pesos são obtidos por meio do cálculo do autovetor principal de cada matriz quadrada. Ao final do processo, esses pesos geram uma função de agregação aditiva, na qual, para cada alternativa específica, atribuiu-se um valor final que possibilitou a ordenação global de todas as alternativas (OLIVEIRA et al, 2009). A partir da escolha dos critérios para comparação e do estabelecimento da importância relativa de cada plano de informação, o modelo AHP informa uma razão de consistência (CR). Essa é utilizada para determinar o grau de coerência, ou seja, indica a probabilidade de que as comparações tenham sido geradas aleatoriamente. A razão de consistência deve ser inferior a 0,10, e, quando ocorrem valores superiores a esse é necessária a realização de revisões nas comparações realizadas. Atualmente, o projeto está na fase de análise dos resultados obtidos pelas respostas aos questionários e cálculo da razão de consistência para cada especialista. A partir desses resultados será estabelecida a hierarquização em termos de importância entre os condicionantes geológico-geotécnicos para corridas de massa. RESULTADOS ESPERADOS Pela análise bibliográfica foi possível estabelecer uma série de condicionantes indutores de processos de corridas de massa. Pela análise dos resultados preliminares verificou-se a necessidade de se definir condicionantes conforme a escala de trabalho, pois, identificou-se a existência de condicionantes que precisam de uma abordagem em escalas regionais pelo seu caráter mais generalista, como é o caso de alguns condicionantes geológicos e geomorfológicos, e outros que podem somente ser aplicados em escalas de detalhe, principalmente, relacionados a condicionantes geotécnicos. O quadro 2 relaciona os condicionantes selecionados a partir da análise bibliográfica e separados por escala de trabalho. Os intervalos de escala de trabalho foram definidos da seguinte forma: Regional (intervalo de 1:250.000 a 1:100.000): referem-se aos condicionantes mais ligados a

parâmetros fisiográficos e geológicos do terreno, que possibilitam uma abordagem mais generalista do processo. A função principal dos estudos nessa escala é definir áreas com maior potencialidade de ocorrência do evento para realização de estudos mais detalhados e específicos, de forma a abranger uma área ampla. Semi-Detalhe (Intervalo de 1:50.000 a 1:25.000): os parâmetros fisiográficos e geológicos ainda continuam sendo usados, mas com um detalhamento maior, como, por exemplo, no caso da topografia, possibilitando uma confiabilidade maior para os resultados das áreas potenciais. Em complemento, são incluídos parâmetros relacionados as variáveis hidrológicas, de pluviosidade, de uso e cobertura da terra, localização de barragens, perfil de alteração do solo, entre outros. Destacase que alguns parâmetros listados para a escala de semi-detalhe também podem ser aplicados na, contudo, entende-se que em áreas de estudo de grandes dimensões, há uma dificuldade maior para obter os valores desses parâmetros e validá-los com trabalho de campo, demandando um tempo maior para sua realização, como, por exemplo, o uso e ocupação da terra, presença de barragens e os perfis de alteração do solo. Detalhe (1:10.000 ou maior): focam mais parâmetros geotécnicos, seguindo uma abordagem mais quantitativa por meio da realização de ensaios específicos e instrumentalização. A análise de relevo está mais associada aos perfis de encostas e ao talvegue das drenagens e os condicionantes geológicos a caracterização geotécnica dos perfis de alteração do solo e dos depósitos de material transportado. Já os parâmetros das barragens focam as características do projeto do empreendimento relacionadas aos parâmetros hidráulicos e geotécnicos. A partir dessa relação de condicionantes pode-se elaborar as planilhas com os questionários para aplicação do método AHP aos especialistas. Atualmente, os resultados dessas respostas estão sendo analisados e tratados para ao final definir a relação de hierarquização entre os diferentes condicionantes para corridas de massa. Quadro 2. Variáveis selecionadas para corridas de massa (origens primária e secundária). VARIÁVEIS / VARIÁVEIS / PARÂMETROS PARÂMETRO S / ESCALAS Escala Regional (1:250.000 a 1:100.000) Escala de Semi-Detalhe (1:50.000 a 1:25.000) Escala de Detalhe (1:10.000 ou maior) Chuvas Tempo de concentração Onda de Cheia (Área de inundação) e Vazões de Pico Intensidade Duração Período de retorno Índice de circularidade Declividade da bacia Padrão de drenagem Uso e cobertura do solo Tipo de substrato (solo/rocha) Densidade de Drenagem Diferença de cotas Comprimento e declividade do talvegue Área de drenagem da bacia Coeficiente de escoamento superficial Velocidade de escoamento Seção do canal Vazões de pico Topografia de detalhe Seção do canal de drenagem Barramentos naturais e artificiais Planícies de inundação s escalas regional s com exceção ao padrão de drenagem s com exceção ao índice de rugosidade e densidade de drenagem

Suscetibilidade a escorregamento (encostas) Desenvolvimento nas drenagens e Deposição Curvatura da encosta Intensidade das chuvas Duração das chuvas Tempo de concentração Área de drenagem da bacia Densidade de Drenagem Terraços Inclinação Perfil Perfil de alteração (materiais inconsolidados e rocha) Textura dos materiais inconsolidados Profundidade do nível d água s com exceção ao índice de rugosidade s com exceção índice de rugosidade e densidade de drenagem CONSIDERAÇÕES FINAIS Pelos resultados obtidos até o momento no projeto pode-se estabelecer uma relação de condicionantes para os processos de corridas de massa, sendo verificada a necessidade de separar esses condicionantes conforme a escala de trabalho, pois, alguns somente podem ser usados em escala mais regionais e outros são específicos aplicados em escala de detalhe. O uso do método AHP possibilita a hierarquização dos condicionantes a partir da resposta de especialistas no tema, contribuindo para ponderação desses condicionantes em estudos multicriteriais de mapeamento da suscetibilidade à ocorrência de corridas de massa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, B. D. do. Modelagem da paisagem orientada ao processo decisório da gestão socioambiental na bacia hidrográfica do Rio Manso (MT). Dissertação (Mestrado em Geociências e Meio Ambiente) Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Rio Claro, SP. 2007. IPT INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Apoio à Prevenção e Erradicação de Riscos em Assentamentos Precários. Definição dos processos do meio físico e reavaliação do mapeamento de risco do município de Osasco (SP). RELATÓRIO IPT nº 90.050-205. 2006. OLIVEIRA, P.T.S. de; RODRIGUES, D.B.B.; ALVES SOBRINHO, T.; PANACHUKI, E. Processo analítico hierárquico aplicado a vulnerabilidade natural a erosão. São Paulo: UNESP. Revista Geociências, v. 28, n. 4, p. 417-424, 2009. REIS, F.A.G.V.; CERRI, L.E.S. (Coord.) Projeto Metodologia para avaliação de áreas sujeitas à ocorrência de ondas de cheia e corridas de massa/detritos: Estudo piloto no duto OSBRA no Estado de São Paulo. [Rio Claro]: UNESP; PETROBRAS, 2012. (Relatório de Pesquisa, 1). SAATY, T.L. The analytical hierarchy process: planning, priority setting, resource allocation. New York: McGraw-Hill, 287 p., 1980.