ANATOMIA QUANTITATIVA EM REGIÕES DO HIPOCÓTILO EM TRÊS PASSIFLORÁCEAS UTILIZADAS NA MICROENXERTIA INTERESPECÍFICA

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Transcrição:

ANATOMIA QUANTITATIVA EM REGIÕES DO HIPOCÓTILO EM TRÊS PASSIFLORÁCEAS UTILIZADAS NA MICROENXERTIA INTERESPECÍFICA. Lorena Melo Vieira 1, Wilson Vicente Souza Pereira 1, Túlio Gabriel Soares Oliveira 1, Flávia Fernandes Aquino 1, Maria Olívia Mercadante-Simões 1, Leonardo Monteiro Ribeiro 1. (Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Montes Claros Unimontes, Avenida Dr. Ruy Braga, s/n, Vila Mauricéia, 39400-000, Montes Claros, MG, e-mail: lmelovieira@hotmail.com). Termos para indexação: anatomia, microenxertia, Passiflora edulis, Passiflora cincinnata, Passiflora setacea. Introdução O gênero Passiflora é originário da América Tropical e possui mais de 150 espécies nativas do Brasil, concentradas nas regiões Central e Norte, que é considerado o principal centro de diversidade genética (Alexandre et al, 2004; Dhawan et al, 2004). Passiflora edulis conhecida como maracujazeiro-azedo é uma trepadeira sub-lenhosa, glabra, de caule cilíndrico e vigoroso (Cunha et al; 2004). A espécie tem seu cultivo dificultado devido à suscetibilidade a doenças sistêmicas causadas por fungos (Junqueira et al; 2006) e vírus, tais como o Cowpea aphid borne mosaic vírus (CABMV) (Kitajima; 2001). A microenxertia representa uma alternativa viável para a eliminação de patógenos em espécies de maracujazeiros, e consiste em se enxertar ápices caulinares a partir de plantas matrizes em porta-enxertos oriundos de sementes (Ribeiro et al; 2008). Passiflora cincinnata é definida botanicamente como uma trepadeira glabra ou levemente pilosa de caule cilíndrico (Cunha et al; 2004). Passiflora setacea é uma planta de caule roliço, sutilmente revestido de tomento pardacento. No início do seu desenvolvimento, as plântulas são delicadas e de caule delgado. Em cultivo, apresentam crescimento inicial lento e posteriormente vigoroso (Oliveira & Ruggiero; 2005). Ambas são nativas do bioma Cerrado possuem resistência a patógenos sistêmicos como o CABMV e Fusarium (Oliveira & Ruggiero; 2005), o que aumenta o seu interesse no sentido da produção de porta-enxertos não só na enxertia convencional, como na microenxertia. A anatomia quantitativa pode ser uma importante ferramenta para a compreensão de

processos fisiológicos que medeiam à junção entre ápice e porta-enxerto na microenxertia. O objetivo deste trabalho foi avaliar quantitativamente características anatômicas em regiões do hipocótilo de P. edulis; P. cincinnata e P. setacea como subsídio ao maior entendimento do processo de pegamento da microenxertia. Material e Métodos O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Anatomia Vegetal e Micropropagação da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), sendo as plantas obtidas a partir da germinação de sementes de P. cincinnata e P. edulis obtidos em população da região de Montes Claros, MG e as plantas de P. setacea originados de frutos coletados em fisionomia de transição cerrado-caatinga, em populações da região de Capitão Enéas, MG. Após a semeadura em recipientes tipo gerbox o material foi conduzido à câmara de nebulização com irrigação controlada. As plantas utilizadas (possuíam cotilédones e uma folha permanente) obedecendo ao mesmo padrão utilizado na microenxertia (Ribeiro et al; 2008). Realizaram-se secções transversais em micrótomo de mesa na região mediana de 20 hipocótilos de cada uma das espécies estudadas. Os cortes foram clarificados em hipoclorito a 20%, corados com azul de Alcian e Safranina e montados em lâminas permanentes com gelatina glicerinada. Em seguida procedeu-se a contagem das camadas celulares das regiões da epiderme, córtex, fibras do floema (quando presente), floema, xilema primário, xilema secundário e o número de células no maior diâmetro da medula. Para a documentação fotográfica foi utilizada câmera digital Sony DSC-P52, acoplada a microscópio óptico Nikon modelo eclipse E-200. Os dados foram obtidos segundo análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey, quando observadas diferenças significativas entre as regiões das espécies. Resultados e Discussão Todas as espécies apresentaram epiderme unisseriada (Figura 1A-C). Quanto ao número de camadas celulares do córtex as espécies apresentaram diferenças significativas (p<0,0001; cv=8,59). P. setacea apresentou reduzida espessura do córtex o que pode dificultar a execução da abertura para deposição do ápice sem dano ao sistema vascular. (Tabela 1 e Figura 1D-F)

Tabela 1. Número médio de camadas celulares nas regiões do hipocótilo de três Passifloráceas. Espécie Córtex Fibras Floema Xilema Primário Xilema Secundário Medula P. edulis 8,6a 0c 4,75a 3,05a 2,55b 9,7a P. cincinnata 7,2b 3,45b 4,4a 2,85a 4,5b 9,1a P. setacea 4,3c 4,2a 5,0a 2,7a 5,4a 8,6a *As letras iguais na mesma coluna indicam ausência de diferenças entre as espécies pelo teste de Tukey com 5% de probabilidade.

No que se refere às fibras floemáticas, as espécies apresentaram diferenças significativas (p<0,0001; cv=36,01). P. setacea apresentou um maior número de fibras do floema. Em trabalhos realizados no Laboratório de Anatomia Vegetal e Micropropagação da Unimontes (dados não publicados), verificou-se ausência de pegamento na microenxertia interespecífica de P. edulis em porta-enxertos de P. setacea. Esses resultados podem estar relacionados à grande quantidade de feixes de fibras presentes o que dificulta a junção do ápice enxertado ao porta-enxerto. Segundo Raven et al (2007) as fibras esclerenquimáticas são células com paredes espessadas com deposição de lignina que perderam sua capacidade de condução e a esclerificação está associada a menor atividade fisiológica dos tecidos. Mayer et al (2006) observaram em trabalhos realizados com enraizamento de Vitis L. que a disposição das fibras no floema secundário e a permanência das fibras do floema primário podem estar relacionadas com a incapacidade de enraizamento. (Tabela 1 e Figura 1D-F). Desse modo em P. setacea pode haver restrição do transporte de substâncias e estabelecimento da conexão vascular entre ápice e porta-enxerto e inviabilizando o sucesso da microenxertia. Barbosa et al (1996) em trabalhos de enxertia interespecífica verificaram que a incompatibilidade, a qual se caracteriza, principalmente, pelo impedimento ou ineficiência de translocação de líquidos, constitui fenômeno altamente variável, freqüente nas enxertias intergenérico-específicas. O número de camadas de células do floema não apresenta diferenças entre as espécies estudadas (p=0,2001; cv=22,20) (Tabela 1 e Figura 1D-F) da mesma forma que o número de camadas celulares no xilema primário (p=0,35; cv=26,82). Em relação ao xilema secundário as espécies apresentaram diferenças significativas quanto ao número de camadas celulares (p<0,0001; cv=28,16) (Tabela 1 e Figura 1D-F). A espécie P. setacea apresentou maior número de camadas de xilema secundário, evidenciando maior grau de diferenciação. As espécies não apresentaram diferenças significativas no que se refere ao número de células no maior diâmetro da medula (p=0,17; cv=17,17). Como pode ser observado na Tabela 1 e na Figura 1G-I.

Conclusão Foi possível concluir que as espécies são diferentes quanto à espessura do córtex, fibras e xilema secundário. Referências Bibliográficas ALEXANDRE, R. S.; JUNIOR, A.W.; NEGREIROS, J.R. da S.; PARIZZOTTO, A.; BRUCKNER, C. H. Germinação de sementes de genótipos de maracujazeiros. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília, v.39, n.12, p.1239-1245, dez. 2004. BARBOSA, W.; CAMPO-DALL ORTO, F. A.; MARTINS, F. P.; CASTRO J. L. de. Desenvolvimento de cultivares e espécies de pereira enxertados em plântulas de Taiwna Naschi-C na fase de formação de mudas. Bragantia, Campinas. v. 55, n. 2, p.341-345, 1996. CUNHA, M. A. P. da; BARBOSA, L. V.; FARIA G. A. Botânica. In: LIMA, A. de A.; CUNHA, M. A. P. da. Maracujá: Produção e qualidade na passicultura. Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, p. 15-35, 2004. DHAWAN, K.; DHAWAN, S.; SHARMA, A. Passiflora: a review update. Journal of Enthnopharmacology. v. 94, p. 1-23, 2004. JUNQUEIRA, N. T. V.; LAGE, D. A. da C.; BRAGA, M. F.; PEIXOTO, J. R.; BORGES, T. A.; ANDRADE, S. R. M. de.; Reação e produtividade de um clone de maracujazeiro-azedo propagado por estaquia e enxertia em estacas herbáceas de passiflora silvestre; Revista Brasileira de Fruticultura; v.28, n.1, 2006. KITAJIMA, E. W.; REZENDE, JORGE A. M.; Enfermidades de etiologia viral e fitoplasmática, In. BRUCKNER, C. H.; PICANÇO, M. C. (Eds). Maracujá, tecnologia de produção, pós colheita, agroindústria e mercado, Cinco Continentes, p. 277-282, 2001. MAYER, J. L. S.; BIASI, L. A.; BONA, C. Capacidade de enraizamento de estacas de quatro cultivares de Vitis L. (Vitaceae) relacionada com os aspectos anatômicos. Acta Botânica Brasileira. v. 20, n.3, p.563-568, 2006. OLIVEIRA, J. C., RUGGIERO, C.; Espécies de maracujá com potencial agronômico. In FALEIRO, F. G. JUNQUEIRA, N. T. V. BRAGA, M. F. (Eds.) Maracujá: Germoplasma e melhoramento genético. Embrapa Cerrados. p. 141-158 Disponível em: <http://www.cpac.embrapa.br/ivrtpm/homepage/capitulos/cap_6.pdf> acesso em 23/05/2007. 2005. RAVEN, P.H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E.; O Sistema Caulinar: Estrutura Primária Desenvolvimento. In: RAVEN, P.H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E.; (Eds.) Biologia Vegetal, Guanabara Koogan, p.565-597, 2007.

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