ARQUITETURA VERNACULAR NO SÉCULO XXI 1 VERNACULAR ARCHITECTURE IN THE 21ST CENTURY

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Transcrição:

ARQUITETURA VERNACULAR NO SÉCULO XXI 1 VERNACULAR ARCHITECTURE IN THE 21ST CENTURY Caroline Pertile Viana 2, Ana Maria De Almeida Lunardi 3 1 Projeto de pesquisa realizado no curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIJUÍ 2 Aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIJUÍ. 3 Aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIJUÍ. INTRODUÇÃO A expressão arquitetura vernacular muitas vezes é confundida com termos semelhantes, porém distintos. Atualmente tem adquirido uma ligação com arquitetura sustentável e para alguns, pode simplesmente ser classificada como arquitetura do passado ou arquitetura popular. No entanto, a arquitetura vernacular é algo que vai além (VIEGAS; BARACHO, 2017). A arquitetura vernacular passou a ser analisada e estudada a partir do final do século XIX, apesar de existir desde sempre. Como define Ferreira (2010), a palavra vernáculo é mais usada em relação com a linguagem, determinando o idioma que é característico de uma região livre de influência de estrangeirismos, isto é, a língua nativa de um local. Deste modo, a arquitetura vernacular corresponde à construção com técnicas e materiais provenientes de uma região específica, conhecimento que geralmente é passado de geração a geração. Portanto, Cunha (2015) afirma que ela pode ser tratada como sustentável pois utiliza técnicas, as quais, não agridem o meio ambiente, bem como, materiais que demandam pouca energia em sua produção, contudo, nem toda arquitetura sustentável é vernacular. Primeiramente, a construção vernacular tem o objetivo de atender as necessidades das pessoas e do grupo e, não necessariamente, atingir um objetivo estético. É uma arquitetura na qual não existem excessos, simplificada conforme a mão de obra existente. Da mesma forma que está diretamente conectada ao local de implantação e aos hábitos locais, incorporada ao ambiente (SANT'ANNA, 2013). Devido ao grande território brasileiro, surgiram técnicas diferenciadas conforme a região. Assim, adquiriu-se uma vasta variedade de técnicas que são utilizadas até os dias atuais em locais mais remotos e distantes dos grandes centros, predominantemente na zona rural. Segundo Viegas e Baracho (2017) alguns dos principais exemplos são tijolos de adobe, bioconstrução, cob, pau-apique e taipa de pilão entre outros espalhados por todo o país. Tendo como maior exemplo desse tipo de arquitetura, a encontrada em aldeias indígenas. Devido a sua simplicidade, essas obras são, muitas vezes, vistas como casas de pobre, porém são a mais pura identidade arquitetônica brasileira. Projetos arquitetônicos contemporâneos poderiam incorporar seus procedimentos para solucionar questões bioclimáticas e construtivas, uma vez

que, atualmente, a construção no Brasil absorveu inúmeras técnicas e materiais bastante industrializados, além de ideias de países frios com diferentes preocupações. Sendo a sustentabilidade um assunto cada vez mais urgente, é essencial voltar a atenção a esse conhecimento local, no qual a arquitetura sempre foi sustentável. É errôneo pensar que tais técnicas podem estragar a estética arquitetônica (SANT'ANNA, 2013). Portanto, o presente trabalho busca salientar a importância de notar que os povos nativos já realizavam algo que atualmente a sociedade tem se empenhado para atingir: como levar a vida de maneira sustentável e como construir moradias que não agridam o meio ambiente. METODOLOGIA Com o intuito de embasar a pesquisa, desenvolver e explorar questões importantes sobre aspectos da Arquitetura Vernacular e sua relação com a sustentabilidade a pesquisa será do tipo exploratória. Utiliza no seu delineamento a coleta de dados em fontes bibliográficas em meios físicos e na rede de computadores. Para desenvolvimento deste resumo expandido, será utilizado o método de abordagem hipotético-dedutivo, observando a seleção de bibliografia e documentos afins à temática, visando atingir os objetivos propostos na pesquisa. Observando também leitura e fichamento do material selecionado, reflexão crítica e exposição dos resultados obtidos. RESULTADOS E DISCUSSÃO A arquitetura vernacular, maneira mais simples de atender às necessidades humanas, é aparentemente esquecida na arquitetura atual. No entanto, devido a aumentos recentes nos custos de energia, esse cenário tem se invertido. Arquitetos estão abraçando o regionalismo e as tradições culturais de construção, uma vez que essas estruturas provaram ser energeticamente eficientes e totalmente sustentáveis. Neste momento de rápido avanço tecnológico e urbanização, ainda existe muito o que aprender com os conhecimentos tradicionais da construção vernacular. Esses métodos de baixa tecnologia de construção perfeitamente adaptada à sua localização são brilhantes, pois esses são os princípios mais frequentemente ignorados pelos principais arquitetos (OMAR, 2014). Um exemplo desse modo de construir é a casa de taipa, popularmente conhecida como pau-a-pique, que pode ser observada na Figura 1:

Figura 1: Construção de casa de taipa (pau-a-pique) muito comum em regiões do Nordeste brasileiro. Fonte: GAM Grupo de Artistas de Maricá Esse modelo de arquitetura se originou quando a humanidade foi forçada a usar os recursos naturais ao seu redor para criar abrigo e conforto adequado ao clima. É uma reação pura às necessidades de construção de uma pessoa ou da sociedade e permitiu que, mesmo antes do arquiteto, o homem construísse o abrigo de acordo com suas circunstâncias. Tais tradições simples têm sido consideradas como atrasadas e foram substituídas por valores arquitetônicos parcialmente compreendidos e em grande parte inadequados (CUNHA, 2015). De outro modo, Oliver (2006, p. 411-425 apud Sant Anna, 2013, p.14) assume arquitetura vernacular como a arquitetura sustentável por excelência e ressalta seu caráter fundamental de adaptação às necessidades humanas, colocando-a como estratégica para a solução dos problemas do mundo no século XXI. Segundo Cunha (2015) a arquitetura vernacular segue os princípios básicos da arquitetura verde de eficiência energética e a utilização de materiais e recursos próximos do terreno. Essas estruturas reúnem o conhecimento nativo de como os edifícios podem ser projetados, e também de como aproveitar os materiais e recursos locais. Mesmo em uma época em que os materiais estão

disponíveis muito além da nossa região, é importante pensar na energia incorporada perdida no transporte desses bens para o canteiro de obras. A sustentabilidade da arquitetura vernacular se encontra no equilíbrio entre o uso e a preservação do ambiente. Conforme citado por Omar (2014) os habitantes destas casas vernaculares demonstram possuir grande conhecimento sobre o uso dos materiais disponíveis no local, pois, uma vez que são limitados, precisam evitar o desperdício, harmonizar com a natureza e se inspirar em suas formas. Uma vez que as pessoas constroem suas próprias habitações, praticamente não existem custos de mão-de-obra. O potencial de reutilização do material é outro grande aspecto sustentável do vernáculo. Na questão da sustentabilidade, Le Corbusier diz que a harmonia poderia ser criada usando os avanços tecnológicos modernos (os quais possuem potencial socialmente educativo) através da combinação com a arquitetura indígena. Hassan Fathy sentiu que a tecnologia deveria se subordinar aos valores sociais e adequar-se às necessidades da população. Ele encontrou na arquitetura vernácula a expressão mais verdadeira da tecnologia, pois acreditava que, assim, se resolveriam problemas funcionais, utilizando o material disponível e com o menor consumo de energia possível (OMAR, 2014). A vantagem da arquitetura sensível ao clima é evidente ao longo de sua vida, em menores custos de utilização e manutenção. Uma estrutura mal projetada que não considera os fatores ambientais pode custar ao ocupante, além do meio ambiente, mais recursos do que um edifício devidamente projetado. Como mencionado por Sant Anna (2013), ao aplicar estratégias vernaculares nas construções contemporâneas, uma edificação pode se tornar autossuficiente. CONCLUSÕES Se alguma coisa pode ser absorvida da arquitetura vernácula, é o fato dela proporcionar uma conexão vital entre os seres humanos e o meio ambiente. Traz de volta à parte particular do mundo de cada indivíduo e obriga-os a pensar em termos de sobrevivência pura (arquitetura antes do arquiteto). Essas estruturas apresentam uma abordagem sensível ao clima para a habitação e são soluções naturais e conscientes dos recursos para uma necessidade de habitação regional. Os benefícios da arquitetura vernácula foram percebidos ao longo de grande parte da história, diminuídos durante a era moderna, e agora estão fazendo um retorno entre arquitetos e arquitetura verdes. Para avançar no futuro da arquitetura e da construção sustentável, deve-se primeiro conquistar o conhecimento do passado e utilizar essas estratégias como um todo bemequilibrado e metódico para atingir a eficiência energética ideal. Palavras-chave: Eficiência energética; Natureza; Construções; Conforto térmico; Keywords: Energy efficiency; Nature; Construction; Thermal comfort;

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CUNHA, Francisca C. R. T. V. Arquitetura sustentável - Contributos da Arquitetura Vernacular Portuguesa. 2015. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) Universidade Católica Portuguesa Centro Regional das Beiras, Portugal; FERREIRA, Aurélio B. H. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 8 ed. Curitiba: Positivo, 2010; OMAR, Fouad Walid. Vernacular Architecture Approach to achieve sustainability In Informal Settlements. In: WORLD SB14 BARCELONA, 3., 2014, Barcelona. Paper... Egypt: Alexandria University, 2014. v. 1; SANT'ANNA, Márcia Genésia de. Arquitetura Popular: Espaços e Saberes. In: Congresso Internacional de História da Arquitetura Luso-brasileira, 1., 2013, Vitória. Artigo... Espírito Santo: Universidade Federal do Espírito Santo, 2013. v.1; VIEGAS, Anne Elize Resende; BARACHO, Anna Sophia Barbosa. Arquitetura vernacular: tipologia arquitetônica que agrega valores para as cidades históricas mineiras de São João Del Rei, Tiradentes e Vitoriano Veloso. In: Simpósio Científico ICOMOS, 1., 2017, Belo Horizonte. Artigo... Minas Gerais: Universidade Federal de São João del Rei, 2017. v. 1.