Análise de contingências e comportamento humano DEPARTAMENTO: Métodos e Técnicas em Psicologia PROFESSOR (A): Denigés M. Regis Neto, Maria de Lourdes Bara Zanotto, Thomas Woelz CARGA HORÁRIA: 51 JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA: A disciplina pretende dar continuidade à formação do aluno como psicólogo, na perspectiva da Análise do Comportamento, preparando-o para compreender e intervir em problemas humanos. Os conceitos fundamentais apresentados nos quatro semestres anteriores serão condição para o aprofundamento, na presente disciplina, da discussão sobre a análise de contingências como instrumento fundamental para a compreensão da complexidade das relações humanas em diversos contextos. EMENTA: Os problemas humanos na atualidade do ponto de vista da análise do comportamento; As origens, as condições de manutenção e as possibilidades de superação do sofrimento humano a partir de uma análise de contingências; A aplicação da análise de contingências em diversos contextos interpessoais e sociais como a psicoterapia e a educação e suas implicações para a cultura. OBJETIVOS: 1. Aplicar a análise de contingências na compreensão de problemas humanos na cultura, especialmente presentes nas práticas da psicoterapia e da educação; 2. Identificar as contingências perturbadoras do ambiente social que dão origem e mantêm o sofrimento humano; 3. Analisar e formular alternativas de intervenção coerentes com os avanços conceituais da abordagem comportamental. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Unidade 1 - A relevância de uma análise comportamental na compreensão do homem: ampliação do conceito de análise de contingências; 12
Unidade 2 - A análise das contingências envolvidas em processos psicoterápicos; Unidade 3 - A análise das contingências envolvidas em processos educacionais; Unidade 4 - Uma proposta teórico-conceitual para análise da cultura e suas relações com as práticas de intervenção do analista do comportamento. METODOLOGIA: O planejamento da disciplina prevê a participação ativa do aluno em discussões em pequenos grupos, em debates e na realização e apresentação de reflexões individuais. FORMAS DE AVALIAÇÃO: A avalição do aluno será contínua. Em cada unidade atividades de avaliação serão realizadas e as notas obtidas serão acumuladas de modo a somar 10,0 (dez) pontos. O total de pontos de cada unidade é de 2,5 e o aluno deve atingir pelo menos 50% destes pontos por unidade. BIBLIOGRAFIA BÁSICA SKINNER, B.F. (2007) Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1953). SKINNER, B.F. (1972) Tecnologia do ensino. São Paulo: E.P.U. (Trabalho original publicado em 1968). HOLLAND, J. (1983) Comportamentalismo: parte do problema ou parte da solução? Psicologia. v. 9, n. 1, pp. 59-75. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ANDERY, M.A.P.A.; MICHELETTO, N.; SÉRIO, T.M.A.P. (2005) A análise de fenômenos sociais: esboçando uma proposta para a identificação de contingências entrelaçadas e metacontingências. Em: Todorov, J.C.; Martone, R.C; Moreira, M.B. Metacontingências: comportamento, cultura e sociedade. Santo André, SP: ESETec Editores Associados, pp 129-147. DE ROSE, J.C. (2005) Análise comportamental da aprendizagem de leitura e escrita. Revista Brasileira de Análise do Comportamento, v.1, n.1, pp. 29-50. GUEDES, M.L. (2011) Porque o controle aversivo não é uma possibilidade na clínica. Acta Comportamentalia: Revista Latina de Análisis de Comportamiento, v.19, pp. 65-70. 13
SKINNER, B.F. (1991) Questões recentes na Análise Comportamental. Campinas: Papirus. (Trabalho original publicado em 1989). SKINNER, B.F. (2007) Seleção por Consequências. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. v. IX, n. 1, pp.129-137. (Trabalho original publicado em 1981). 14
Psicologia Sócio-Histórica: contribuições para o estudo do processo de consciência e alienação DEPARTAMENTO: Psicologia Social PROFESSOR (A): Graça Gonçalves, Ana Bock, Odair Furtado CARGA HORÁRIA: 51 JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA A perspectiva Sócio-Histórica em Psicologia é apresentada aos estudantes em Psicologia Social II, no 4º período do curso, como uma leitura teórica introduzida na Psicologia Social. Tal leitura é desenvolvida como produção nesta área de conhecimento em Psicologia. Considerando a presença dessa perspectiva na Psicologia, seja em termos de produção de conhecimento ou de subsídio para processos de intervenção, é importante oferecer um espaço na formação em que seja possível aprofundar o campo teórico da abordagem e seus fundamentos. EMENTA A Psicologia Sócio-Histórica e os pressupostos do materialismo histórico-dialético. Categorias fundamentais do estudo do psiquismo. O papel da linguagem na formação da consciência. Trabalho, estrutura social e alienação. Consciência e cidadania. OBJETIVOS Aprofundar o conhecimento e o estudo dos fundamentos epistemológicos e teóricos da Psicologia Sócio-Histórica, com especial atenção ao processo de constituição da consciência, tomada como uma das categorias fundamentais para a compreensão do psiquismo. Pretende-se garantir a compreensão do trabalho como categoria fundante da consciência humana e também sua definição a partir das relações capitalistas de produção. Conseqüentemente, pretende-se aprofundar o conceito de alienação, fundamental para o estudo do processo de consciência na sociedade capitalista e para a reflexão sobre o projeto de transformação social. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Elementos fundamentais do materialismo histórico dialético. A categoria historicidade. Trabalho e constituição do psiquismo. As categorias teóricas da Psicologia Sócio-Histórica. Atividade e consciência; significados e sentidos. 15
Formação e desenvolvimento da consciência. Desenvolvimento das relações capitalistas de produção na sociedade moderna, o trabalho estranhado e a alienação. Consciência e cidadania na contemporaneidade capitalista. METODOLOGIA Estudo de textos teóricos, aulas expositivas e dialogadas, exercícios grupais e produção de sínteses individuais. FORMAS DE AVALIAÇÃO Presença e participação nas aulas e discussões produzidas no curso. Elaboração de exercícios grupais. Produção teórica individual sob forma de questão síntese. BIBLIOGRAFIA BÁSICA BOCK, A. M. B.; GONÇALVES, M. G. M.; FURTADO, O. (Orgs.). Psicologia sóciohistórica: uma perspectiva crítica em psicologia. São Paulo: Cortez, 2001. KONDER, L. Os Sofrimentos do homem burguês. São Paulo: Ed. Senac, 2000 MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. (1845-1846). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR (5 obras) BOCK, A.M.B; GONÇALVES, M.G.M. (orgs.) A dimensão subjetiva da realidade. São Paulo: Cortez, 2009. DUARTE, N. Limites e contradições da cidadania na sociedade capitalista. Pro- Posições, Campinas, v. 21, n. 1 (61), p. 75-87, jan./abr. 2010 LEONTIEV, A. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Horizonte, 1978 MÉSZÁROS, I. Estrutura social e formas de consciência II: a dialética da estrutura e da história. São Paulo, Boitempo, 2011. VYGOTSKY, L.S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 16
Fenomenologia e Psicologia: afinidades e diferenças DEPARTAMENTO: Psicologia Social PROFESSOR (A): Hélio Roberto Deliberador CARGA HORÁRIA: 51 JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA Esta eletiva dá continuidade à apresentação e à possibilidade de aprofundamento da abordagem Fenomenológica aos graduandos em Psicologia. O curso é proposto novamente, também, pela avaliação favorável que os alunos têm apresentado no seu encerramento, valorizando o conjunto proposto pela coerência em busca do aprofundamento conceitual e sua posição pedagógica. EMENTA Com efeito, o esforço filosófico de Husserl em seu espiríto, destinou-se a resolver, simultaneamente, uma crise das ciências do homem e uma crise das ciências simplesmente, da qual ainda não escapamos. Por essa razão é necessário um permanente esforço de aprofundarmos as afinidades e diferenças entre a Psicologia e a Fenomenologia, questão essa que não está equacionada entre os estudiosos, permanecendo como tarefa a ser empreendida. OBJETIVOS Refletir as conseqüências do diálogo psicologia e filosofia Fenomenológica. As aproximações e distanciamentos. Tratar dos impactos do desenvolvimento técnico - científico sobre o homem e a sociedade globalizada ao final do século XX e início do século XXI. Conhecer os desdobramentos da Fenomenologia na psicologia: projeto da construção de uma Psicologia Fenomenológica Desenvolvimento histórico e modalidades conceituais. Avaliar o significado e as implicações da visão de homem para a Psicologia em geral e a partir disso, o sentido de uma possível psicoterapia Fenomenológica e existencial. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO O sentido e a necessidade do movimento fenomenológico. Origens e significados do movimento fenomenológico em Psicologia. O método científico e sua discutível adequabilidade para apreender o especificamente humano. Estudos Fenomenológicos da percepção e dos sentidos. A espacialidade e o movimento. Esclarecimentos da 17
constituição da vida cotidiana como possibilitadora através dos atos de observar, descrever, enumerar e medir. METODOLOGIA AULA DIALOGADA FORMAS DE AVALIAÇÃO - ESCRITA INDIVIDUAL. - ASSIDUIDADE/PARTICIPAÇÃO/PONTUALIDADE/PREPARAÇÃO E LEITURA PARA AULA. - TRABALHOS INDIVIDUAIS. BIBLIOGRAFIA BÁSICA CARMO, P.S. (2000) Merleau-Ponty: Uma introdução. São Paulo: EDUC MERLEAU-PONTY, M. (1948) Conversas. São Paulo, Ed. Martins Fontes. --------------------------(1976) Ciências do homem e fenomenologia. São Paulo: Ed. Saraiva --------------------------(1994) Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR FOUCAUT, M. (1975) Doença Mental e Psicologia. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro. FRAGATA, J. (1962) Problemas da Fenomenologia de Husserl. Livraria Cruz da Braga STRAUS, E.W. (1996) Psicologia Fenomenológica. Buenos Aires: Ed. Paidós 18
O normal e o patológico nas Psicologias DEPARTAMENTO: Métodos e Técnicas PROFESSOR (A): Maria Cecilia Vilhena e Paulo José Carvalho da Silva CARGA HORÁRIA: 51 JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA As definições de normal e patológico que orientam as práticas psicológicas atuais podem estar permeadas por ideologias científicas e interesses mercadológicos. Faz-se necessário, portanto, mostrar que as classificações não emergem diretamente dos fatos. Ou seja, também são contaminadas pelos próprios recursos metodológicos, filiações conceituais e doutrinárias, vieses teóricos, propósitos práticos e valores de profissão. EMENTA Este curso propõe uma reflexão sobre as referências conceituais e extra-científicas que fundamentam a teoria e a prática do psicólogo no que se refere à questão da normalidade. Focalizaremos aspectos histórico-conceituais, contexto de produção de modelos de investigação e psicodiagnóstico e o mercado das novas terapias. OBJETIVOS Discutir os limites epistemológicos, sociais e éticos das definições de normal e patológico. Examinar as semelhanças e diferenças entre diferentes categorias psicopatológicas do passado e do presente. Discutir a construção dos instrumentos de exame e de investigação clínica. Refletir sobre a pertinência das novas síndromes e o surgimento de diferentes terapias. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Problematização da noção de normal e patológico. Discussão da questão da ciência e da ideologia científica. Estudo da constituição histórica dos instrumentos de psicodiagnóstico. Estudo das transformações conceituais no âmbito da psicopatologia. Problematização da proliferação de novas classificações. Estudo da noção de novas afecções. Crítica ao mercado das novas terapias. 19
METODOLOGIA Aulas teóricas. Promoção de discussões e debates entre os alunos. FORMAS DE AVALIAÇÃO Os alunos serão avaliados a partir da frequência em aulas, participação nas atividades propostas e avaliação escrita. BIBLIOGRAFIA BÁSICA BOURDIEU, P. O poder simbólico. Trad. F. Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009. CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Trads. M. T. R. C. Barrocas, L. O. F. B. Leite. Rio de Janeiro: Forense Universitaria, 2000. PESSOTTI, I. Os nomes da loucura. São Paulo: Ed. 34, 2001. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR BERLINCK, M. T. & G. E. Berrios (org.). Erotomania. São Paulo: Escuta, 2009. HORWITZ, A. V. & J. C. Wakefield. A tristeza perdida: como a psiquiatria transformou a depressão em moda. Trad. J. Marcoantonio. São Paulo: Summus, 2010. SILVA, M. C. V. M. História dos testes psicológicos: origens e transformações. São Paulo: Vetor, 2011. SILVA, P. J. C. A dor enquanto paixão. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. 10, p. 51-62, 2007. WEINBERG, C. Do ideal ascético ao ideal estético: a evolução histórica da Anorexia Nervosa. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. 13, p. 224-237, 2010. 20
Clínica do autismo e das psicoses infantis DEPARTAMENTO: Psicologia do Desenvolvimento PROFESSOR (A): Silvana Rabello CARGA HORÁRIA: 51 JUSTIFICATIVA DA PROPOSTA Justifica-se por não constar na grade obrigatória deste uma disciplina acerca das psicopatologias graves da infância: autismo e psicoses infantis. Sabemos, hoje, da importância conferida ao estudo destas psicopatologias na infância, assim como de sua detecção e intervenção precoces, visando reduzir seu impacto no quadro do desenvolvimento global destas crianças. EMENTA Esta eletiva pretende contemplar a compreensão das psicopatologias graves da infância como o autismo e as psicoses infantis, assim como das estratégias para sua detecção e intervenção precoces, a partir da psicanálise lacaniana e dos últimos conhecimentos oferecidos pelas neurociências. OBJETIVOS Oferecer conhecimentos básicos acerca do: quadro das psicopatologias graves que possam se manifestar na infância, do seu impacto no desenvolvimento global destas; das condições para sua identificação precoce visando reduzir o impacto dos danos promovidos; dos elementos fundamentais acerca do processo de constituição subjetiva e das neurociências; da dimensão da clinica ampliada neste tratamento, a luz da interdisciplinaridade e da psicanálise lacaniana. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO. critérios diagnósticos via DSM IV e V e via compreensão psicanalítica da organização da subjetividade;. compreensão do processo integrado de constituição subjetiva e do desenvolvimento instrumental numa criança típica e nesses quadros psicopatológicos; 21
. detecção e intervenção precoce;. estratégias interventivas atuais. METODOLOGIA. Aulas expositivas e discussão de textos e casos clínicos através de filmes. FORMAS DE AVALIAÇÃO Será avaliado, o aluno, em função de sua presença, pontualidade, da qualidade de sua participação em aula e a qualidade de suas elaborações escritas. BIBLIOGRAFIA BÁSICA BERNARDINO, L. (2204) As Psicoses não-decididas da infância: um estudo psicanalítico. Casa do Psicólogo. LAZNIK-PENOT, M.C. (1997)Rumo à palavra: três crianças autistas em psicanálise. São Paulo: Editora Escuta. RABELLO,S. Dizeres de crianças: repetições e modulações tonais entoando jogos subjetivos. Tese de Doutorado em Psicologia Clinica PUCSP. 2004. Bibliografia complementar: KUPFER, M.C.M. (2007) Cap2: Tratamento e educação de crianças com transtornos graves : um encontro entre psicanálise e educação especial In: Educação para o futuro. São Paulo: Editora Escuta, 3a ed. (p.39 a 43) KUPFER, M.C.M. (2007) Cap2: O diagnóstico da psicose infantil e do autismo e suas conseqüências para o tratamento infantil, In: Educação para o futuro. São Paulo: Editora Escuta, 3a ed. (p.44 a 61) LAURIDSEN-RIBEIRO E TANAKA, Problemas de saúde mental das crianças: abordagem na atenção básica. ANNABLUME. MAZET E LEBOVICI (1991) Autismo e psicoses da criança. Artes Médicas. VIEIRA,M.C.T., VICENTIN, M.C.G.e FERNANDES, M.I.A.(orgs) (1999) Tecendo a rede: trajetórias da saúde mental em São Paulo. São Paulo: Cabral Editora Universitária 22