Turma e Ano: Master A (2015) 30/03/2015 Matéria / Aula: Direito Processual Civil / Aula 07 Professor: Edward Carlyle Silva Monitor: Alexandre Paiol AULA 07 CONTEÚDO DA AULA: Competência: Conexão, Continência, Inércia e Vontade das Partes COMPETÊNCIA Atenção: Hoje é a nossa primeira aula com a publicação do novo código de processo civil (lei. 13.105/2015) de 16 de março de 2015 com vacatio legis de 1 ano. (art. 1.045 do NCPC) Art. 1.045. Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial. 4) Causas de Modificação da Competência: OBS: Não sofreram modificações e são elas: 1) Conexão (é a que mais ocorre) 2) Continência 3) Inércia (ausência de alegação da incompetência relativa). 4) Eleição de Foro 4.1) Conexão (art. 103 CPC/73 e art. 55 CPC/2015) Art. 103 CPC/73 Reputam se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir. Art. 55 CPC/2015 Reputam se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. (redação basicamente a mesma do CPC/ 73) adotou a teoria tradicional, porém nos parágrafos há um tratamento de uma forma distinta do que era tratava no CPC/1973. O motivo da reunião das ações é para evitar a prolação de decisões contraditórias e economia processual. No parágrafo primeiro do novo código de processo civil agora diz que a ações serão reunidas para decisão conjunta, ou seja, hoje é OBRIGATÓRIA A REUNIÃO. OBRIGATÓRIA. No CPC/1973 existia uma dúvida se essa reunião era FACULTATIVA oi
Uma primeira corrente majoritária falava que era Facultativa e uma segunda corrente minoritária que defendia que era obrigatória. Existia uma terceira corrente que parte que defendia as duas. Seria facultativa se tivesse o objetivo de economia processual e obrigatória se envolvesse prolação de decisões contraditórias. 1 o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. Nesse parágrafo manteve se o mesmo do CPC/1973 reunião das ações conexas para decisão conjunta 2 o Aplica se o disposto no caput: I à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico II às execuções fundadas no mesmo título executivo. 3 o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. Aqui o legislador diz que vai deixar a teoria tradicional de lado. Há uma autorização para mesmo que não haja uma identidade de pedido e causa de pedir, se o juiz identificar que a relação jurídica discutida é a mesma e que existe a possibilidade de prolação de decisões contraditórios, então os processo deverão ser reunidos. Agora temos ter que ter um critério. Na prática o que temos é o seguinte: Demandas 98 VCRJ 99 VCRJ Qual seria a vara que iria reunir os processos? É o critério da prevenção. (esse critério não foi alterado pelo NCPC/2015) Critério: Tínhamos na doutrina uma gama de discussões para saber se o juízo prevento era o que primeiro citou, se é no momento da demanda ou se era no despacho ou etc. (tínhamos o art. 106 e 219 CPC) Hoje O legislador para acabar com esse problema no novo critério, a prevenção é quem primeiro fez a distribuição (art. 59. CPC/2015). Quando eu digo hoje, é após a vacatio. Novo código (lei 13.105/2015) Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far se á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. Código 1973 (lei 5.869/73).
Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial, considera se prevento aquele que despachou em primeiro lugar. Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. No novo código, a citação já não torna prevento o juízo. (o art. 219 que no novo código é o 240). Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). 4.2) Continência (art. 104 CPC/73 e art. 56 CPC/2015) A continência nada mais é do que uma conexão qualificada: identidade quanto às partes e causa de pedir, mas o objeto (pedido) de uma por ser mais amplo abrange o da outra. Na continência, o critério de fixação de competência será a prevenção, nos termos dos arts. 106 e 219 CPC: (CPC/1973) Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial, considera se prevento aquele que despachou em primeiro lugar. Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. Art. 56. CPC/2015 Dá se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. Art. 104. CPC/1973 Dá se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de
pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. Obs: A quantidade de pedidos não é critério de prevenção, ou seja, o fato de um dos pedido ser mais amplo e compreender o outro não é critério de prevenção. 4.3) Inércia (ausência de alegação da incompetência relativa) No CPC/73 era ela alegada na exceção de incompetência relativa. Uma vez ela não sendo alegada, prorrogava se a competência do juízo relativamente incompetente.
Agora no CPC/2015 a incompetência relativa não é mais alegada por exceção de incompetência. Ela será alegada por preliminar de contestação Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. Agora é mais grave do que acontecia no código de 1973. Se o réu efetivamente quiser alegar a preliminar de contestação a incompetência relativa, ele só tem essa possibilidade. Ele vai ter que contratar advogado, apresentar contestação e alegar a incompetência somente na contestação. 4.4) Eleição de Foro (art. 63 NCPC) Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 1 o A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. 2 o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 3 o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 4 o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. É cabível eleição de foro. Não é cabível a eleição de juízo. Algumas situações especificas do NCPC Art. 53. NCPC/2015 É competente o foro: I para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
Pela CRFB/1988 haveria uma igualdade de homem e mulher e a redação do CPC/1973 deveria ser revogada por dizer que o foro era o da residência da mulher. (art. 100 CPC). O novo código fugiu da discursão sobre a igualdade da mulher. Fim da aula 07 Art. 100. É competente o foro: I da residência da mulher, para a ação de separação dos cônjuges e a conversão desta em divórcio, e para a anulação de casamento; (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 26.12.1977) II do domicílio ou da residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; III do domicílio do devedor, para a ação de anulação de títulos extraviados ou destruídos;