O currículo na Educação Infantil: uma análise teórica



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Transcrição:

Resumo O presente artigo faz uma análise teórica acerca do currículo e sua construção na Educação Infantil, discussão esta que tem como aporte teórico os estudos de Barbosa (2009), Oliveira (2011), Sacristán (2000), Silva (2013), entre outros. Objetiva, explorar alguns conceitos de currículo à luz dos teóricos que discutem as teorias do currículo, bem como a concepção do currículo na Educação Infantil e na legislação educacional. Reflete, ainda, sobre o papel do professor enquanto mediador na construção do currículo numa perspectiva emancipatória, ou seja, como construção social. Os estudos realizados apontam a necessidade de dar voz às crianças nessa construção do currículo, bem como a necessidade de repensar as posturas dos professores nesse paradigma que se anuncia, que é deixar as crianças falarem. Nessa perspectiva, os professores ouvem a criança, refletindo acerca de suas ações que podem ser pautadas em um trabalho de cooperação e de escuta das vozes infantis, dando ênfase à autoria da criança. Ana Lucia de Araújo Claro IIESM Instituto de Ensino Superior Múltiplo ana.claro13@hotmail.com Simone Francescon Cittolin UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná sfcittolin@gmail.com Palavras chave: Educação. Currículo. Educação Infantil. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.1

Introdução Falar sobre a concepção de currículo não é tão simples, tendo em vista que há uma necessidade de distinguir algumas nomenclaturas que foram consolidadas, ao longo da história, na construção do currículo na Educação Infantil. Kramer (1995, p. 12) concebe o currículo como [...] uma palavra polissêmica, carregada de sentidos construídos em tempos e espaços sociais distintos. Por ser essa palavra carregada de sentidos e significados, ela vai sendo construída pelo significado e compreensão que cada ator do processo educativo lhe atribui. Nesse sentido, o currículo também é visto por Silva (2013, p. 55) como [...] um local, onde ativamente, se produzem e se criam significados sociais. Compreende se que tais significados contribuem para a construção das identidades e subjetividades pela mediação das relações intersubjetivas pelos seus pares. Nesse contexto, pensar em um currículo que contemple o universo da Educação Infantil implica analisar como as crianças são vistas nas Instituições de Educação Infantil, como também na família e na sociedade. Dessa forma, a elaboração e a construção do currículo para a Educação Infantil se fazem necessárias. Contudo, a sua elaboração envolve vários aspectos que são importantes, tais como: a formação dos professores, o perfil desses profissionais para a Educação Infantil etapa educacional que requer um cuidado e um olhar diferenciado da sua atuação em relação às crianças pequenas. O outro aspecto diz respeito às condições ambientais e organizacionais das Instituições de Educação Infantil. Todos esses elementos são essenciais quando se pensa em uma proposta pedagógica voltada para as crianças pequenas, uma vez que essa proposta se constituirá em um espaço relacional entre o currículo oficial e o currículo oculto que vai se constituindo pelas culturas de pares. Nesse sentido, tem se como objetivo desse estudo explorar alguns conceitos de currículo à luz dos teóricos que discutem as teorias do currículo, bem como a concepção do currículo na Educação Infantil e na legislação, fazendo um diálogo com os teóricos que discutem a questão do currículo. Em seguida, pretende se, ainda, refletir sobre papel do professor para mediação da construção do currículo em uma perspectiva emancipatória. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.2

Conceito de Currículo Conforme Pedra (1997), o termo currículo surgiu na literatura educacional a partir do processo de industrialização, no início do século XX, nos Estados Unidos. Com o impulso da industrialização, surgiu também a necessidade de mão de obra que atendesse aos princípios da industrialização. Dessa forma, o saber artesanal que era produzido em escala familiar, passou ao poder fazer industrial, bem como os conhecimentos técnicos dos operários deveriam atender a uma lógica de produção. O conhecimento, por sua vez, fora transformado sob o ponto de vista da indústria, sendo que nesse contexto, o operário e a família não detinham mais o saber fazer artesanal, e esse se tornou fragmentado e distribuído entre várias seções da indústria. Foi nesse contexto, segundo Pedra (1997), que se iniciou o primeiro estudo sobre o currículo, pois com o impulso da industrialização, os modos de produção foram se aperfeiçoando, e consequentemente influenciando o modo de pensar e de fazer o currículo. Nessa perspectiva, o currículo não pode ser entendido como [...] coisas dadas, coisas que estão aí, pertencentes à natureza [...]. São, antes disso, produções humanas, e, como tais, carregam as marcas do tempo e do espaço sociais de suas construções (PEDRA, 1997, p. 37). Nesse contexto, o currículo pode ser visto como uma construção social que influencia e é influenciada pelo poder, pela ideologia e pelo conhecimento que permeia o cotidiano das instituições de ensino. Pensar o currículo como uma construção social requer segundo Moreira (1999), compreender as complexas conexões entre currículo, cultura e poder na sociedade capitalista. Nessa perspectiva, Pedra (1997, p. 38) concebe o currículo como [...] um modo pelo qual a cultura é representada e reproduzida no cotidiano das instituições escolares [...], sendo que a forma como essas culturas são representadas é que vai constituindo as identidades individuais e coletivas que materializam o currículo. Para Giroux (1997, p. 10 11), [...] é preciso desenvolver um currículo que cultive o discurso teórico crítico sobre a qualidade e propósito da escolarização e vida humana, ou seja, que leve em conta as necessidades sociais e individuais e que as mesmas estejam mediadas sob uma perspectiva de emancipação humana. Corroborando com o X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.3

pensamento de Giroux (1997), Sacristán (2000) considera que o currículo realizado por meio de uma prática pedagógica, é o resultado de, [...] uma série de influências convergentes e sucessivas, coerentes ou contraditórias, adquirindo, dessa forma, a característica de um objeto preparado num processo complexo, que se transforma e constrói no mesmo. Por isso, exige ser analisado não como um objeto estático, mas como a expressão de um equilíbrio entre múltiplos compromissos. (SACRISTÁN, 2000, p. 102). Contudo, a construção desse currículo exige um tipo de intervenção ativa, discutida em um processo de deliberação por parte dos agentes participantes como: professores, alunos, pais, forças sociais e intelectuais, para que o mesmo não se torne apenas como reprodução de modelações implícitas (SACRISTÁN, 2000). Desse modo, o pensamento de Sacristán (2000) vem colaborar com as discussões em torno da construção do currículo na Educação Infantil, uma vez que o autor aponta a necessidade da participação dos sujeitos envolvidos no processo educativo. Tal pensamento vem ao encontro das discussões propostas para o currículo da Educação Infantil, pautadas na participação dos atores que compõem esse universo. Currículo e a Legislação na Educação Infantil As mudanças ocorridas na educação brasileira, sobretudo nas escolas nessas ultimas décadas, sofreram as influências das diferentes concepções das teorias do currículo, pois tais concepções teóricas influenciaram e ainda influenciam as construções das propostas curriculares, inclusive no Brasil. Essas teorias trouxeram mudanças na forma de conceber o currículo e dentre elas é possível citar as teorias tradicionais, as críticas e as pós críticas. Segundo Silva (2013), a teoria tradicional concebia o currículo como uma questão técnica e burocrática. A preocupação centrava se em como ensinar e como atingir as melhores e mais eficientes técnicas, e apontava para a questão da produtividade, organização e desenvolvimento. Já as teorias críticas e pós críticas [...] não se limitam a perguntar o que, mas submetem este que a um constante questionamento. Sua questão central seria, pois, não tanto o que, mas por que? (SILVA, X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.4

2013,p.16).Perguntariam por que esse conhecimento e não outro? Por que privilegiar um determinado tipo de identidade ou subjetividade e não outro? Dessa forma, as teorias críticas e pós críticas estariam preocupadas com as conexões entre saber, identidade e poder. Contudo, tais discussões e debates em torno de um dito currículo ideal que atenda aos anseios da sociedade causam impactos para que mudanças sejam realizadas, sobretudo, no que diz respeito à legislação brasileira. A trajetória da construção de uma proposta curricular para a Educação Infantil emergiu a partir da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9394/96, que compreende a Educação Infantil em seu artigo 29, [...] como a primeira etapa da educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança considerando o aspecto psicológico, intelectual e social. Já no que refere à organização da educação nacional, o artigo 09 da LDB 9394/96, no inciso V diz que devem ser estabelecidas, em colaboração como os estados, o Distrito Federal e os municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar a formação básica comum. Nesse percurso de mudanças na legislação nacional, surgiu o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, elaborado em 1998. O referido documento é considerado um parâmetro para nortear as propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil, levando em consideração que as crianças são consideradas como um ser social, histórico e cultural. Contudo, o marco importante na conquista da constituição desse espaço da Educação Infantil são as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), criadas pela resolução de n. 05/2009. Sendo que essas diretrizes devem nortear as propostas de Educação Infantil orientando as sobre as questões da diversidade cultural, religiosa, étnica e racial, bem como a concepção de Educação Infantil, de criança, de currículo, e de proposta pedagógica. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.5

Ainda de acordo com o DCNEI (2009), os currículos devem atender também as crianças indígenas, afrodescendentes, quilombolas e da educação do campo, respeitando, assim, suas particularidades e suas singularidades. Devem, também, estar presentes os princípios éticos, políticos e estéticos, que vão constituindo as identidades das crianças pequenas. No contexto das DCNEI, o currículo é visto como: Um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. (BRASIL, 2009, MEC/SEF) Em se tratando das DCNEI/2009, segundo Oliveira (2010), pode se pontuar como um dos avanços a ampliação da Educação Infantil para além do território urbano e a preocupação em garantir às populações do campo e indígena, e aos afrodescendentes uma educação que contemple os saberes de cada comunidade, levando em conta a identidade cultural e regional, bem como a questão da linguística e da religiosidade. Concepção de Currículo na Educação Infantil Para Oliveira (2011, p. 183), a construção de uma proposta pedagógica para a Educação Infantil deve estar vinculada à realidade cotidiana da criança, bem como à realidade social mais ampla. Isso implica, segundo a autora, conhecer as concepções, os valores e os desejos, assim como suas necessidades e os conflitos vividos em seu meio próximo. Destarte, faz se necessário ouvir dos profissionais suas concepções educacionais para a construção dessa proposta, além de reconhecer e inserir as famílias como interlocutoras e parceiras desse processo de construção. Dessa forma, é preciso compreender, também, que o currículo não pode ser entendido, [...] como um plano individual predeterminado. É um projeto coletivo, uma obra aberta, criativa e apropriada para aqui e agora de cada situação educativa. Ocorre com base na análise dessa situação, no estabelecimento de metas e de prioridades, no levantamento de recursos, na definição de etapas e atividades básicas, na reconstrução do projetado na interação (inter ação) com as crianças, na verificação de aspectos do seu comportamento que se vão modificando no decorrer do processo. Envolve sensibilidade e uma visão de criança como alguém competente e com direitos próprios. (OLIVEIRA, 2011, p. 183). X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.6

Conforme Oliveira (2011), isso implica repensar um currículo que atenda aos interesses e às necessidades dos alunos e da comunidade, sendo essencial inserir a comunidade nesse planejamento e na avaliação permanente do que está sendo construído nas instituições. Desse modo, com a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil de 2009, o currículo é visto e construído sob outros olhares que levam em conta o contexto interno e externo em que se situa a instituição, bem como as relações que são construídas e mediadas pelas culturas de pares, pois ao se relacionar com seus pares, as crianças criam conhecimentos a partir das experiências que são compartilhas com o coletivo. Segundo Barbosa (2009), o currículo, nessa perspectiva, precisa estar articulado às práticas culturais de determinado grupo social. Devem estar presentes, também, os contextos sociais e familiares em que se inserem essas crianças, sendo que essa articulação se faz necessária para que haja uma compatibilidade de valores e uma compreensão em torno das transformações dos valores. Ainda para Barbosa. (2009, p. 52), o currículo, portanto, não poderá [...] ser compreendido como prescrição, mas como ação produzida entre professoras e crianças, na escola tendo por base os princípios educativos. Ao ser considerado como uma ação produzida nesse coletivo é preciso propiciar esses encontros entre famílias, crianças e docentes, sendo preciso estar atento às formas como essas relações são construídas nesses espaços, observando suas emoções, seus desejos, como seus saberes se articulam com suas culturas e seus conhecimentos. Nessa perspectiva, o currículo não pode ser visto apenas pelo que está explícito nas práticas pedagógicas, pois também reflete o que está oculto. Para Barbosa (2009, p. 51), [...] o currículo oculto ensina muito não só as crianças, mas também os adultos, do que aquilo que já vem definido em planos e programas, uma vez que a educação envolve sentimentos, emoções e linguagens, inseridas nessa construção de apropriação do conhecimento. Esse sentimento não se traduz em uma prescrição, mas na ação humana entrecruzada e permeada pelas subjetividades e intersubjetividades. Uma vez que, segundo Kramer (2003, p. 15), ao se propor a desenvolver um currículo, faz se necessário X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.7

levar em conta o contexto de vida das crianças, suas características específicas, assim como a dos profissionais e das instituições de Educação Infantil. Para isso requer, [...] reconhecer que as crianças são diferentes e tem especificidades, não só por pertencerem as classe diversas ou por estarem em momentos diversos em termos de desenvolvimento psicológico. Também os hábitos, costumes e valores presentes na sua família e na localidade mais próxima interferem na sua percepção do mundo e na sua inserção. E, ainda, também os hábitos, valores e costumes dos profissionais que com elas convivem no contexto escolar (professores, serventes, supervisores etc.) precisam ser considerados e discutidos. (KRAMER, 2003, p. 22). Conforme a autora, esse reconhecimento cultural e social dos sujeitos envolvidos nesse processo educativo precisa ser considerado como elemento indispensável na construção de uma proposta curricular que de fato atenda de forma concreta aos anseios das crianças pequenas, respeitando, assim, as peculiaridades de cada criança para que os objetivos sejam alcançados independentemente de quaisquer condições. Contudo, tal reconhecimento não deve ser visto de forma depreciativa ou se constituir em práticas discriminatórias em relação às diferenças e às condições socioconômicas ou culturais das crianças. O Papel do Professor na Mediação do Currículo O currículo como elemento articulador para nortear as propostas pedagógicas na Educação Infantil deve ser pensado nas várias dimensões que fazem parte do processo educativo. Nesse caso, é importante repensar as formas como esse currículo vem sendo articulado nas relações pedagógicas, ou seja, como o professor o vem construindo com as crianças pequenas, uma vez que a relação pedagógica é permeada pelas subjetividades entre seus pares. Dessa forma, esse professor precisa ter uma formação sólida que lhe possibilite uma reflexão contínua sob sua ação pedagógica, compreendendo os sentidos e os significados da ação docente. Tendo em vista que o professor, segundo Sacristán (2000), tem o papel mediador, [...] para que os alunos obtenham resultados e significados concretos, [...] pela significação que atribui ao currículo em geral e ao conhecimento que transmite em particular e pelas atitudes que tem para o X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.8

conhecimento ou para com uma parcela especializada do mesmo. (SACRISTÁN, 2000, p. 177). Nesse sentido, um dos desafios dos profissionais da educação das instituições de Educação Infantil é compreender como se dá essa dinâmica das propostas das DCNEI/2009, e compreender como as categorias: criança, currículo, proposta pedagógica, princípios, diversidade cultural, práticas pedagógicas e Educação Infantil se inserem nessa proposta e se entrecruzam nas relações pedagógicas, constituindo a mediação entre o currículo oculto e o currículo oficial. Nessa perspectiva, é preciso estar atento aos modos como as crianças vão construindo seus saberes e como elas se situam nesses espaços, como pensam e solucionam seus problemas. Também, nesse espaço de construção, é preciso observar as linguagens que são construídas pelas crianças nas mediações com as culturas infantis. No entanto, para que a criança compreenda essa construção, o professor precisa propiciar situações que estimulem esses saberes, colocando a criança no centro da aprendizagem. Para isso, o professor precisa superar a visão de sua prática centrada na sua autoria, dando ênfase agora à autoria do aluno; a questão é não fazer pelo aluno, mas com o aluno, colocando o como sujeito dessas construções. Tais posturas adotadas pelos professores irão, portanto, contribuir para o desenvolvimento das crianças, uma vez que é por meio das relações sociais que as crianças vivenciam suas experiências com os professores e outras crianças, e vão construindo, assim, as suas identidades. Destarte, a construção do currículo deve estar articulada à ação docente, pois é a partir dessa interação que serão mediados o conhecimento, as percepções e as emoções dos sujeitos envolvidos nesse processo educativo, que sofre influências dos fatores internos e externos, e que permeiam o processo de ensino e de aprendizagem. Essas relações podem agora ser vistas sob outra ótica: a criança é convidada a se fazer presente nessas discussões, pois sendo consideradas como sujeitos de direitos, elas precisam ser ouvidas, escutadas, precisam fazer parte da construção desse currículo. Silva (2013, p. 55), ao citar um dos conceitos trabalhados na obra de Giroux (1997), traz um termo interessante para esta discussão que é a questão da voz, que ressalta a X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.9

importância da construção de um espaço em que os anseios, os desejos e os pensamentos dos estudantes possam ser ouvidos e atendidos. Sendo que para Giroux, a ausência desse espaço dificultará a efetivação do currículo e, consequentemente, pouco contribuirá para uma educação emancipatória. Embora não se referindo especificamente às vozes infantis, o pensamento de Giroux (1997) vem colaborar com os pesquisadores que discutem a questão da educação da infância, sobretudo, em um livro elaborado pelo BRASIL/MEC/2011, que traz como tema a questão: Deixa eu falar. O livro, segundo Mumme (2011, p. 3), tem por objetivo favorecer o diálogo com as crianças. Nesse sentido, para ouvirmos as vozes infantis, fazse necessário, como salienta Oliveira (2010), superar alguns desafios para a elaboração curricular, bem como sua efetivação no cotidiano escolar, assim, a proposta pedagógica, [...] deve transcender a prática pedagógica centrada no professor e trabalhe, sobretudo, a sensibilidade deste para uma aproximação real da criança, compreendendo a do ponto de vista dela, e não do ponto de vista do adulto. (OLIVEIRA, 2010, p. 6). Enfim, criar e dar vida ao currículo na Educação Infantil requer uma mudança de paradigmas nas relações do professor, pois para efetivar os princípios éticos, políticos e estéticos propostos pelas DCNEI/2009 é preciso sair da condição de autoritarismo para a cooperação de abordagem proposta por Devries e Zan (2004, p. 326): Faça o que eu digo, para a proposta: Vamos trabalhar juntos. De acordo com as autoras, os professores podem melhorar suas ações pedagógicas, desde que se propunham a sair da condição de autoria da ação docente e criar um ambiente cooperativo. Isso implica, segundo Devries e Zan (2004, p. 51), [...] criar uma atmosfera sociomoral cooperativa, consultando as crianças e dando a elas uma significativa quantidade de poder para determinar o que ocorre em sala de aula. Além dessa consulta às crianças, o professor deve fazer um questionamento constante sobre as atividades propostas: se as mesmas estão possibilitando a construção da autonomia das crianças. Uma vez que o currículo, segundo Devries e Zan (2004), pode ser examinado por meio das ações e das palavras das crianças, sendo assim, pode se fazer os seguintes questionamentos: As atividades continuam a despertar o interesse das crianças? O que as crianças estão aprendendo a fazer? Essa proposta de participação ativa dos sujeitos na X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.10

construção do currículo, na visão de Sacristán (2000), é um elemento fundamental nos processos das deliberações, para que essa não seja uma mera reprodução de decisões e modelações implícitas. Nesse sentido, ainda segundo Sacristán (2000), o professor tem um papel decisivo nessa construção do currículo, uma vez que ele será o mediador entre o aluno, a cultura e a significação que atribui ao currículo, bem como pelas suas atitudes diante da construção do conhecimento (SACRISTÁN, 2000, p. 177). Considerações Finais Ao discorremos sobre a construção do currículo, consideramos importante pontuar alguns elementos importantes na sua construção: um desses elementos é a compreensão do que vem a ser currículo, entendendo que esse não se constrói como uma prescrição de normas e preceitos, e que o mesmo deve ser elaborado, ou seja, construído, levando em conta o contexto em que se insere a instituição de Educação Infantil. Contudo, essa construção pode acontecer de forma participativa e dinâmica, com os atores do processo educativo. Com a construção das diretrizes curriculares podemos, portanto, vislumbrar um currículo que está atento às diversidades e às singularidades das crianças pequenas. Podemos perceber que há uma preocupação política e ética com o bem estar dessas crianças, uma vez que as próprias DCNEI (2009) possibilitam uma abertura flexível para a construção das propostas pedagógicas nas instituições de Educação Infantil, enfatizando que essas devem se constituir com a participação de todos os atores, professores, pais, crianças e comunidade. Dessa forma, os professores devem estar abertos aos seus anseios, às suas emoções, ao seu jeito de ser e de estar no mundo. No entanto, os professores precisam sair da condição de elementos centrais do fazer pedagógico e passarem a considerar as crianças como atores principais desse processo educativo. Por fim, acreditamos que essa postura seja um salto positivo nessa construção do currículo. Outro aspecto importante na construção do currículo, de acordo com os X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.11

estudos realizados, é que se faz necessário dar voz às crianças, para que elas participem desse processo de construção, isto é, é preciso ouvi las. Rerefências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil /Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, 2010.. Por uma política de formação do profissional de Educação Infantil. MEC/SEF/COEDI Brasília: MEC/SEF/DPE/COEDI, 1994.. MEC/SEF. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: introdução, v.1, Brasília, 1998a.. Lei das diretrizes e bases da educação, n. 9394 de 20 de dezembro de 1996. MEC/Brasília. BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Práticas cotidianas na educação infantil: bases para uma reflexão sobre as orientações curriculares. MEC/SEB/UFRGS, Brasília, 2009. DEVRIES, Retha; ZAN, Betty. O currículo construtivista na educação infantil: práticas e atividades. Porto Alegre: Artmed, 2004. GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais. Porto Alegre: Artmed, 1997. p. 43 53. MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa. A crise da teoria curricular crítica. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). O currículo nos limiares do contemporâneo. Rio de janeiro: DP&A, 1999. p. 11 36. MUMME, Mônica. Deixa eu falar! Ministério da Educação Secretaria de Educação Básica/Rede Nacional da Primeira Infância. Brasília, 2011. KRAMER, Sônia. Subsídios para uma política de formação do profissional da educação infantil: uma síntese. MEC/SEF/COEDI. Por uma política de formação dos profissionais da educação infantil, Brasília, 1995.. (Org.). Com a pré escola nas mãos: uma alternativa curricular para a educação infantil.14. ed. São Paulo: Ática, 2003. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.12

OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. O Currículo na educação infantil: o que propõem as novas diretrizes nacionais? In: SEMINÁRIO NACIONAL: Currículo em movimentos: perspectivas atuais, 1. Anais... Belo Horizonte, nov. 2010.. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2011. PEDRA, José Alberto. Currículo e suas representações. Campinas: Papirus, 1997. SACRISTÁN, José Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014. p.13