Qualidade da Pintura na Construção Naval



Documentos relacionados
Como escolher a tinta adequada a determinado serviço? A resposta a essa questão requer, primeiro, conhecimentos das características

MECANISMOS DA CORROSÃO. Professor Ruy Alexandre Generoso

Produto Rendimento Espessura Textura Catalisador Aplicações Características. K-4060 Catalise 5 X 1 em volume

OXY-PRIMER CONVERSOR DE FERRUGEM E PRIMER BOLETIM TÉCNICO

Sistema Duplex. Vantagens e Aplicações. Luiza Abdala (luiza.abdala@vmetais.com.br) Engenheira Química - Desenvolvimento de Mercado

Motores Automação Energia Transmissão & Distribuição Tintas. Tintas Soluções para a Indústria de Cimento

Curso de MIQ - Profa. Simone P. Taguchi Borges DEMAR/EEL/USP Proteção de superfícies 1

TINTAS E VERNIZES MCC1001 AULA 7

Desenho e Projeto de Tubulação Industrial

Motores Automação Energia Transmissão & Distribuição Tintas. Tintas Soluções para Celulose & Papel

TINTAS. Prof. Roberto Monteiro de Barros Filho. Prof. Roberto Monteiro de Barros Filho

TRATAMENTO DA ÁGUA PARA GERADORES DE VAPOR

Dicas Qualyvinil PROCESSOS DE PINTURA

APLICAÇÃO DE ELASTRON EM CONCRETO 1,5

PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO MANUAL

TESTES REFERENTES A PARTE 1 DA APOSTILA FUNDAMENTOS DA CORROSÃO INDIQUE SE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR ESTÃO CERTAS OU ERRADAS

ANEXO IV ESPECIFICAÇÃO DE PINTURA PARA TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

DESCRIÇÃO E/OU FOLHAS ATINGIDAS

VEDATOP é um revestimento modificado com polímeros acrílicos, de alta aderência e impermeabilidade.

PRODUTO DA MARCA SEVENCOAT FICHA TÉCNICA DO PRODUTO

CORROSÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO. Prof. Ruy Alexandre Generoso

Motores Automação Energia Transmissão & Distribuição Tintas. Tintas Soluções para Estruturas Metálicas

Excelente aderência quando aplicado sobre superfícies de concreto ou argamassa;

PROCEDIMENTOS DE PINTURA

4ª aula Compressores (complemento) e Sistemas de Tratamento do Ar Comprimido

SISTEMAS DE PISO EPOXI

COLETÂNEA DE INFORMAÇÕES TÉCNICAS AÇO INOXIDÁVEL. Resistência à corrosão dos aços inoxidáveis

PAINEL DE SECAGEM RÁPIDA TITÃ VI

RESINA POLIÉSTER INSATURADO, ISOFTÁLICA, MÉDIA REATIVIDADE

O que são os Ensaios Não Destrutivos

PINTURAS. Prof. MSc. Eng. Eduardo Henrique da Cunha Engenharia Civil 8º Período Turma C01 Disc. Construção Civil II

ÍNDICE 4.2 IMPERMEABILIZANTES VANTAGENS DA IMPERMEABILIZAÇÃO FATORES QUE PODEM AFETAR NEGATIVAMENTE À IMPERMEABILIZAÇÃO 4.2.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Escola de Minas - DECIV Engenharia Civil Materiais de Construção II

Atualmente é Sócio Proprietário da DIGITALBRAIN Consultoria e Treinamento Ltda.

Ficha Técnica de Produto Rejunta Já! Acrílico Código: RJA001 e RJA101

O Conceito de Corrosão Engenharia SACOR, setembro/1999

Universidade do Estado de Mato Grosso Engenharia Civil Estradas II

Propriedades da matéria e mudanças de estado físico

Degradação de Polímeros

Já sabemos que o tratamento de superfície tem, principalmente, a finalidade de proteger peças ou materiais da corrosão e de outros tipos de desgaste.

Componente B Catalisador AL 1006 Componente B ( ) - (1,5L)

Prof André Montillo

QUÍMICA QUESTÃO 41 QUESTÃO 42

Linha Telecom m Teleco

Propriedades do Concreto

VEDAJÁ é um revestimento impermeável de alta aderência e de fácil aplicação.

O ponto de orvalho é a temperatura na qual a umidade do ar condensa sobre a superfície.

O interesse da Química é analisar as...

1. DETERMINAÇÃO DE UMIDADE PELO MÉTODO DO AQUECIMENTO DIRETO- TÉCNICA GRAVIMÉTRICA COM EMPREGO DO CALOR

Cortec VpCI / VpCI Winterized

"A vantagem do alumínio"

Manual de Reservatório de PRFV Vetro

INTRODUÇÃO REDUZIR OS IMPACTOS AMBIENTAIS. POR OUTRO

Norma Técnica SABESP NTS 159

Curso de Engenharia de Produção. Processos de Fabricação

SUPORTES DE SOLO SUPORTE DE SOLO PARA EXTINTOR EM ALUMINIO POLIDO MODELO AP E PQS

Ficha Técnica de Produto Biomassa Piso e Azulejo Rápido Código: APR001

FICHA TÉCNICA - MASSA LEVE -

Água e Solução Tampão

Propriedade Exame/Padrão Descrição. fosco (0-35) Ponto de fulgor ISO 3679 Method 1 14 C IED (2010/75/EU) (calculado)

Norma Técnica SABESP NTS 144

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS SETOR DE MATERIAIS

ECOTELHADO BRANCO. Revestimento Reflexivo

[MANUAL DE PINTURA PARA PISOS]

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS CONSTRUÇÕES RURAIS

O QUARTO ELEMENTO DA CONSTRUÇÃO


Unisalesiano Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Engenharia Civil. Construção Civil II. Impermeabilização. Prof. André L.

Problemas Comuns. Eflorescência

Materiais de Construção AGREGADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Aplicações Xadrez Pigmento em Pó

MANUAL DE INSTALAÇÃO TELHAS DE POLICARBONATO

Aluno (a): Professor:

Caixa de Inspeção e Interligação

TECNOLOGIA DOS MATERIAIS

BOLETIM TÉCNICO Nº 01 PVC

Materiais Betuminosos. 1 Histórico e Obtenção do Asfalto

TRATAMENTO DA ÁGUA. Professora: Raquel Malta Química 3ª série - Ensino Médio

Nesse sistema de aquecimento,

ADITIVOS. Reforçar ou introduzir certas características. Em pequenas quantidades (< 5%). Pode ou não ser lançado diretamente na betoneira

Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação Departamento de Ciência da

PROPRIEDADES DA MATÉRIA

CURSO EMBALAGENS DE A a V EDIÇÃO NORDESTE. Recife/2013 Accacio Rodrigues

13 o Encontro Técnico DER-PR

Métodos de aplicação. Joaquim Pereira Quintela PETROBRAS/CENPES Victor Solymossy PETROBRAS/CENPES

Equipamentos de Controle de

CORROSÃO. Química Geral Prof a. Dr a. Carla Dalmolin

Elastron, membrana anticorrosiva e impermeabilizante. Fácil, a frio e sem juntas.

Profa. Maria Fernanda - Química nandacampos.mendonc@gmail.com

RECOBRIMENTOS PARA PROTEÇÃO CONTRA CORROSÃO

NHE-375E BOLETIM TÉCNICO. Condutivo Epóxi

Enketop Varandas e terraços com um pavimento seguro. O sistema de revestimento monocomponente.

AULA 4 AGLOMERANTES continuação

5. Limitações: A argamassa Matrix Assentamento Estrutural não deve ser utilizada para assentamento de blocos silicocalcário;

Mantas pré-fabricadas, a base de asfaltos modificados e estruturadas com armadura de alta performance.

DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO

Estudo comparativo de tintas e vernizes na flexografia: curável por raios ultravioletas e à base de solventes

TINTAS EM PÓ 12/09/2012 HISTÓRICO RESUMIDO. No final da década de 1950, surgiu a hoje chamada tinta em pó. TERMOCONVERSIVEIS USA

- Bibliografia Recomendada

FATORES QUE PODEM IMPLICAR EM FALHAS PREMATURAS DE PINTURA INTERNA in situ DE DUTOS 2006

Transcrição:

Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Tecnologia Escola Politécnica Departamento de Engenharia Naval e Oceânica PROJETO FINAL DE CURSO Qualidade da Pintura na Construção Naval Luciano Viceconte de Castro Aluno de Graduação DRE:098138326 Marta Cecília Tapia Reyes Orientadora 2009/07

INDICE INDICE... 2 1 INTRODUÇÃO... 3 2 CORROSÃO... 4 2.1 Processos Corrosivos... 4 2.1.1 Corrosão Eletroquímica... 4 2.1.2 Corrosão Química... 4 2.2 Ambientes Corrosivos... 5 2.3 Tipos de corrosão... 6 3 PINTURA INDUSTRIAL... 7 3.1 Mecanismos de proteção (Barreira, Anódica e Catódica)... 7 3.2 Outras finalidades da Pintura Industrial... 7 3.3 Tipos de Pintura... 9 4 TINTA... 10 4.1 Composição da tinta... 10 4.1.1 Veículo... 10 4.1.2 Pigmento... 12 4.1.3 Aditivo... 14 4.1.4 Carga... 15 4.2 Teor de Pigmentos... 15 4.3 Formação da Película de tinta... 16 4.4 Classificação das tintas... 17 4.4.1 Tinta de Fundo ou primer... 17 4.4.2 Tintas Intermediárias ou Tié Coat... 17 4.4.3 Tintas Acabamento... 18 4.5 Tipos de Tinta... 18 4.6 Rendimento da Tinta... 25 5 LIMPEZA E PREPARO DA SUPERFÍCIE... 27 5.1 Tipos de Limpeza por Ação Mecânica... 29 5.2 Rugosidade de Superfície... 31 5.3 Equipamentos para jateamento... 32 5.4 Processos de Conversão... 34 6 APLICAÇÃO DA TINTA... 37 6.1 Métodos de aplicação... 37 6.2 Recomendações para aplicação de tinta... 42 7 ESQUEMA DE PINTURA... 45 7.1 Seleção do Esquema de Pintura... 45 7.2 Aderência... 48 8 INSPEÇÃO... 49 9 DEFEITOS... 55 9.1 Defeitos de película... 55 10 ASPECTOS ECONÔMICOS... 59 10.1 Custo inicial... 59 10.2 Custo de manutenção... 59 10.3 Comparação entre os custos de esquemas de pintura... 60 11 Práticas de Projeto... 62 12 CONCLUSOES... 64 13 BIBLIOGRAFIA... 65

1 INTRODUÇÃO A Pintura Industrial é um método simples, mas utilizado em larga escala para a proteção anticorrosiva em superfícies metálicas. O esquema de pintura selecionado deve levar em consideração no momento de escolha os três aspectos principais: Desempenho, Custo e Preservação Ambiental. Durante um estágio em um estaleiro de Niterói fui alertado por um funcionário do controle da qualidade sobre a importância da pintura numa embarcação e ainda que era um setor no qual não davam muita importância, só olhavam para estruturas, máquinas, elétrica, etc. Escutando estas palavras e vendo que na faculdade não existe uma disciplina que trate deste assunto, resolvi fazer este trabalho de qualidade onde apresento os aspectos gerais da Pintura Industrial e no final ainda farei uma abordagem sobre o aspecto econômico, alertando sobre a economia que pode ser feita ao escolher um esquema de pintura correto e ainda, principalmente, podem ser observados alguns aspectos para reduzir a ocorrência de defeitos e com isso não ter um aumento de custo durante a própria construção de um navio.

2 CORROSÃO É a deterioração dos materiais, especialmente metálicos, pela ação do meio ambiente ou de agentes corrosivos, levando à perda de suas propriedades, desgaste e alterações estruturais, tornando-os inadequados para o uso. O processo de corrosão pode ser visto como o inverso do processo metalúrgico (onde adicionamos energia ao composto, óxido de ferros, e obtemos o metal). Na corrosão ocorre um processo espontâneo onde o metal retorna aos óxidos que lhe deram origem. 4 Fe + 3 O 2 + 2 H 2 O 2 Fe 2 O 3.H 2 O (ferrugem) Logo podemos observar que os alimentos básicos da corrosão são o oxigênio e a água. O oxigênio é encontrado no ar atmosférico e a água pode ser encontrada na forma líquida ou de vapor. A própria umidade relativa do ar fornece água necessária para a corrosão. Em termos de material danificado pela corrosão, estima-se que uma parcela superior a 30% do aço produzido no mundo seja utilizado para reposição de peças e partes de equipamentos deteriorados pela corrosão e ainda sob o ponto de vista de custo, estima-se em 3,5% do PIB o dispêndio com a corrosão em países industrializados, mas também que cerca de 25% deste valor poderia ser economizado se fossem aplicadas de forma correta as técnicas de proteção anticorrosivas. 2.1 Processos Corrosivos Os processos corrosivos podem ser classificados em dois grupos Corrosão Eletroquímica; Corrosão Química. 2.1.1 Corrosão Eletroquímica Os processos de corrosão eletroquímica são caracterizados por ocorrerem: necessariamente na presença de água líquida; em temperaturas abaixo do ponto de orvalho e devido à formação de uma pilha de corrosão. Este tipo de corrosão é a mais freqüente na natureza. Como conseqüência do funcionamento da pilha tem-se a reação de oxidação de um local e reação de redução de outro, com um deslocamento dos elétrons envolvidos entre os dois locais. 2.1.2 Corrosão Química São processos também chamados de corrosão ou oxidação em altas temperaturas. São menos freqüentas na natureza e se caracterizam basicamente por ocorrerem: na ausência de água líquida; em temperaturas elevadas (sempre acima do ponto de orvalho) e devido à interação entre o metal e o meio corrosivo (não há deslocamento de elétrons como no caso das pilhas eletroquímicas)

2.2 Ambientes Corrosivos Os meios corrosivos são os responsáveis pelo aparecimento do eletrólito. O eletrólito é uma solução de água contendo sais, ácidos ou bases, que tem como característica ser eletricamente condutor. Os principais meios corrosivos e os eletrólitos formados por eles são: atmosfera: o ar da atmosfera contém umidade, sais em suspensão, gases industriais, poeira, etc. O eletrólito é constituído pela água que condensa na superfície junto com sais ou gases de enxofre. Solos: Estes contêm umidade e sais minerais. O eletrólito é formado pela água com os sais dissolvidos; Águas: estas águas podem ser dos rios, lagos ou do subsolo e podem conter sais minerais, resíduos industriais, poluentes diversos e gases dissolvidos. O eletrólito é constituído de água com sais dissolvidos. Os outros constituintes podem acelerar o processo corrosivo; Água do mar: contém grandes quantidades de sais, sendo um eletrólito por excelência. Produtos químicos: os produtos químicos quando em contato com a água ou com a umidade, se tornam um eletrólito. Podemos ainda definir tipos de atmosfera, de acordo com as condições que cada uma oferece para favorecer a corrosão atmosfera marinha: é aquela sobre o mar e na orla marítima (até 500 metros da praia); atmosfera junto à orla marinha: é aquela situada entre 500 metros da praia até onde os sais possam alcançar; atmosfera industrial: envolve as regiões onde se encontrem gases provenientes de combustão, principalmente aqueles que contenham alto teor de enxofre; atmosfera úmida: locais onde a umidade relativa média está acima de 60%; atmosfera urbana e semi-industrial: locais onde se encontra uma razoável quantidade de gases provenientes da queima em veículos automotores e uma industria desenvolvida; atmosfera rural e seca: locais onde não há gases industriais, sais em suspensão e a umidade relativa do ar está com valores mais baixos. Também temos os tipos de imersão ao qual estará em contato a superfície: líquidos aquosos: a agressividade depende da resistividade elétrica e presença de sais ou gases dissolvidos; produtos de petróleo: são em modo geral pouco agressivos; produtos químicos: a agressividade depende da presença de água ou umidade e ainda do grau de ionização da substância química. Para finalizar podemos ainda ter uma relação com a temperatura da superfície: na faixa de 80º e 100ºC pode ocorrer condensação de umidade e assim ocorrer corrosão eletroquímica; para temperaturas acima de 100º C não ocorre condensação na superfície e portanto a corrosividade é desprezível; para temperaturas acima de 400º C pode ocorrer corrosão química em temperatura elevada. Quanto à agressividade podem estar divididas da seguinte forma: ATMOSFERA MUITO AGRESSIVA: Marinha ou Industrial - espessura de tinta mínima de 250 µm ATMOSFERA MEDIAMENTE AGRESSIVA: Urbana ou úmida - espessura de tinta mínima de 160 µm ATMOSFERA POUCO AGRESSIVA: Rural ou Seca (com valores baixos para a umidade relativa do ar) - espessura de tinta mínima de 120 µm

IMERSÃO: água doce, água salgada, produtos químicos, etc - espessura de tinta mínima de 300 µm SUPERFÍCIES QUENTES: As superfícies se subdividem em quatro categorias: de 80ºC até 120ºC, de 120ºC até 250ºC, de 250ºC até 500ºC ou acima de 500ºC - espessura mínima de tinta de 75 120 µm. 2.3 Tipos de corrosão Corrosão generalizada: Corrosão uniforme ocorre por toda superfície com perda regular de espessura do material ocorrendo a formação de escamas de ferrugem. Corrosão Localizada: Corrosão por placas perda da espessura numa região específica de um material. Corrosão alveolar corrosão que ocorre na superfície metálica sob a forma de cavidade arredondada com profundidade menor que o diâmetro. Corrosão por pites (puntiforme) - É aquela que ocorre na superfície metálica sob forma de cavidade de fundo em forma angular, com profundidade maior que o diâmetro. Corrosão branca - Produto de corrosão de metais não ferrosos, tais como zinco e alumínio Corrosão bacteriana - É a corrosão provocada por microorganismos Corrosão galvânica - ocorre em diferentes potenciais e só se processa na presença de eletrólito, ocorrendo transferência de elétrons. Quando tivermos dois eletrodos em um meio eletrólito (permite a condução de eletricidade através de íons) um destes eletrodos será o Anodo (mais eletronegativo e libera íons para a solução, é quem se corrói) e o Catodo (mais eletropositivo e libera eletros para a solução, ele permanece intacto). Fig.1 Corrosão Uniforme Fig.2 Corrosão por Placas Fig.3 Corrosão Alveolar Fig.4 Corrosão por Pites

3 PINTURA INDUSTRIAL A pintura é o método mais barato e apropriado para a proteção de estruturas e equipamentos metálicos contra a corrosão. A tinta é muito eficiente nesta proteção, observando também a facilidade de aplicação e manutenção da mesma. O objetivo principal da pintura é evitar a corrosão. 3.1 Mecanismos de proteção (Barreira, Anódica e Catódica) A pintura industrial utiliza três mecanismos fundamentais contra a corrosão: barreira física, Proteção Anódica inibição e Proteção catódica. Barreira Física este tipo de inibição ocorre quando se coloca uma película impermeável entre o substrato e o meio corrosivo, impedindo a passagem dos agentes corrosivos (umidade e íons agressivos). Para este tipo de mecanismo a eficiência da proteção está relacionada com a espessura do revestimento e da resistência da tinta ao meio corrosivo. Proteção Anódica também chamada de passivação anódica, este mecanismo é observado nas tintas de fundo primer. Estas tintas são dotadas de pigmentos anticorrosivos de inibição anódica, que na presença de água e oxigênio (que atravessaram a camada de tinta) fornecem substâncias com propriedades inibidoras de corrosão. Elas formam junto ao metal uma camada de óxido de ferro, o qual impede a passagem de íons do metal. Proteção Catódica é a proteção na qual se utiliza uma tinta contendo pigmentos metálicos, que possuem uma posição inferior ao ferro na série eletroquímica. Estes pigmentos encontram-se em elevada concentração na película seca. A substância mais comem é o Zinco. Ou seja, na presença do Zinco o ferro torna-se catódico e em contato com o meio corrosivo o zinco será consumido (pois ele será anódico). O Zinco é sacrificado enquanto o aço permanece intacto. 3.2 Outras finalidades da Pintura Industrial A pintura industrial ainda possui outras finalidades: Cor: Identificação dos armadores da embarcação As cores são as partes visíveis do espectro eletromagnético o qual se torna visível quando compreendido entre os comprimentos de onda de 380 mm e 780 mm. Para comprimento de onda menor que 380 mm radiação ultravioleta Para comprimento de onda maior que 780 mm infravermelho As cores são o preto, o branco e seis cores básicas (violeta, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho) Tonalidade é a cor formada pela combinação das cores básicas Auxílio na segurança industrial: Rápida identificação de fluidos (Ex.: verde água de resfriamento; vermelho água de incêndio; amarelo cloro), identificação de equipamentos (logotipo, etc.), sinalização (Ex.: vermelho redes de incêndio; amarelo escadas, corrimão, etc.), tinta anti-derrapante, indicação de falhas (tintas indicadoras de alta temperatura, estas tintas mudam de cor com o aumento da temperatura. Ex.: resina silicone com pigmento de óxido CR que ao atingir uma temperatura de 270º ocorre a mudança da cor original azul para a cor branca).

Absorção de calor: as cores escuras fazem maior absorção de calor Ex.: no tanque de óleo combustível temos que o aumento da temperatura diminui a viscosidade do óleo, facilitando o bombeamento do mesmo. Já as cores claras produzem uma maior reflexão do calor evitando evaporação de líquidos muito voláteis. Redução do atrito pela diminuição da rugosidade superficial Impermeabilização contra infiltração de água e outros líquidos Impedir incrustação de microorganismos marinhos Aspecto estético: torna o ambiente mais agradável Cores claras Maior luminosidade do ambiente. Ex.:Verde, azul e branco são melhores para o estudo. Vermelho dá uma sensação de calor. Isolamento elétrico realizado com aplicação de vernizes isolantes para fios, etc. Redução da acústica via tinta anti-ruido, muito empregada na industria automobilística. A Pintura também tem o objetivo de sinalização, identificando tubulações conforme regra da ABNT NBR 6493 - Vermelha incêndio - Amarela gás - Azul ar comprimido - Cinza Claro vácuo - Branca vapor - Cinza Escuro eletrodutos / conduítes - Laranja produtos ácidos - Púrpura produtos alcalinos - Verde água E ainda temos cores de advertência na área de trabalho, conforme ABNT NBR 7195. Laranja - sinaliza partes móveis e perigosas de máquinas, Amarela - CUIDADO (corrimãos, pontes rolantes, etc.) e Vermelha - Equipamentos para incêndio.

3.3 Tipos de Pintura A pintura industrial ainda se divide em 4 tipos, são eles: PINTURA DE FÁBRICA: É a pintura realizada ainda na fábrica produtora do equipamento. (Ex.: Bombas, compressores, etc.) Utiliza instalações fixas para pintura, cabines de jateamento, estufa, tanque de decapagem, pintura eletrostática em pó. Têm como principal característica não sofrer influência das condições atmosféricas: vento, chuva e umidade. PINTURA DE CAMPO: É a pintura realizada após a montagem dos equipamentos. Ex.: tanques, fornos, estruturas, etc. Essas peças não poderiam ser pintadas na fábrica, pois a mesma poderia ser danificada durante o manuseio, transporte ou mesmo durante a montagem da peças. Para realização desta pintura são utilizados equipamentos móveis. Ex.: Máquinas para jateamento, pistolas convencionais ou air less. PINTURA PROMOCIONAL: É uma pintura realizada ainda na fábrica, mas onde a superfície não é previamente preparada para receber a tinta. Geralmente é utilizada com o intuito de promover a publicidade do fabricante durante o transporte da mesma até o local de montagem. SHOP PRIMER: É a pintura realizada em chapas, tubos e etc., as quais serão estocados ao ar antes da instalação e montagem em plataformas, navios, etc. Esta pintura tem o objetivo de proteger as peças contra a corrosão até que as mesmas sejam utilizadas. Se o tempo de estocagem for longo, superior a 6 meses, deverá ser feito lixamento da peça para remover a tinta calcinada (porosa) e uma segunda demão do primer deverá ser aplicada para recompor a espessura de proteção. O Shop Primer não pode ter na sua composição um material que ao ser submetido a altas temperaturas (corte ou solda da peça) libere vapores tóxicos.

4 TINTA É um líquido pigmentado que ao ser aplicado sobre uma superfície se converte numa película sólida, aderente e elástica. As tintas são aplicadas sobre equipamentos e estruturas para que estas peças permaneçam por longos períodos, cerca de 6 meses, sem corrosão e que posteriormente venham sofrer uma manutenção, sendo que esta manutenção vai desde um retoque até uma substituição completa da tinta velha. As pinturas, em condições favoráveis, podem chegar a uma duração de 20 anos, mas em condições adversas teremos uma duração de 1 ou 2 anos. Esta duração depende principalmente do meio ambiente corrosivo, ao qual a peça encontra-se exposta, e ainda ao esquema de pintura aplicado. 4.1 Composição da tinta Na composição de uma tinta, deveremos ter a combinação de diversas matérias-primas, formando uma substância homogenia na qual estão presentes pequenas partículas sólidas (pigmentos), dispersas em um líquido (veículo), podendo ou não ter ainda a presença de um componente em menor proporção chamado de aditivo. A tinta deve produzir um filme que deve ser fácil de aplicar sobre a superfície de um material (chamado de substrato), podendo este material ser uma chapa de aço, madeira, etc. E esta fina camada deverá se solidificar por mecanismo de secagem ou cura, tornando-se uma película contínua e uniforme, aderente a essa superfície, impermeável, resistente ao tempo e quando requerido, a ataque químico. 4.1.1 Veículo O veículo é a parte fundamental da tinta, sendo composto pela resina e pelo solvente. O Veículo se divide em dois tipos: veículo volátil e veículo não volátil. Veículo volátil é composto pelo solvente, material este que é importante por facilitar a aplicação das tintas, mas estes não fazem parte do filme seco da tinta, pois evaporam durante a aplicação da tinta e ainda durante a secagem da mesma. O Solvente tem a função de solubilizar a tinta, ajustando a sua viscosidade. Quando a resina utilizada é em pó, a mistura com o pigmento também em pó resultará numa tinta em pó, o que tornaria impraticável a sua aplicação. Quando a resina utilizada é um líquido muito viscoso, temos que a mistura com o pigmento em pó se tornará numa tinta pastosa, o que também se tornaria impraticável para ser aplicada pelos métodos conhecidos. Nestes dois casos se torna necessário a utilização do solvente para dissolver a resina e se tornar num líquido homogêneo que chamamos de veículo. Este solvente tem a função então de ajudar na aplicação da tinta sobre o substrato, se evaporando após a aplicação e não fazendo parte da película de tinta restante no substrato. Tintas mais modernas utilizam uma resina líquida, sendo dispensado a utilização do solvente. Normalmente é chamado de solvente o material utilizado na fabricação da tinta, a qual normalmente é fornecida pela fábrica com uma viscosidade adequada para a aplicação com rolo ou pincel. Para a aplicação da tinta através de pistola, se faz necessário a diluição desta tinta para se obter uma tinta com uma viscosidade menor. Este solvente misturado à tinta pelo pintor no momento de aplicação da mesma tem o objetivo de diminuir a viscosidade da tinta e facilitar a aplicação do produto. Este solvente é chamado de diluente, ou também pode ser chamado de thinner. A tinta não é produzida com a viscosidade ideal para aplicação por pistola, pois a baixa viscosidade facilita a sedimentação dos pigmentos, formando assim uma camada endurecida no

fundo do recipiente. Desta forma a tinta é fornecida numa viscosidade maior e a mistura do diluente é feita no momento da aplicação da tinta. Este diluente deverá ser sempre compatível com o solvente e a resina utilizados na fabricação da tinta. Alguns problemas causados pela utilização do solvente podem ser a formação de poros e bolhas durante a evaporação do mesmo, facilitando assim o início da corrosão. Ocorre ainda a diminuição da espessura da camada de tinta após a evaporação do solvente. E temos ainda que alguns solventes são tóxicos e/ou inflamáveis, sendo restrito o seu uso devido a restrições ambientais ou a segurança. A resina é o veículo não volátil que tem a propriedade de ser o ligante ou aglomerante das partículas do pigmento, mantendo os mesmo junto ao substrato. A resina deve formar uma película contínua e impermeável que evita o contato entre o substrato e os agentes corrosivos do meio. Se não houvesse a utilização das resinas os pigmentos seriam aplicados sobre o substrato, mas ficariam soltos sobre o mesmo podendo ser facilmente removidos como um pó. Logo a resina é responsável pela aderência deste pó sobre o substrato. O pigmento é o componente sólido que fica disperso na resina, conferindo a propriedade de cor e opacidade, possui ação anti-corrosiva, antiincrustante. O pigmento não é um corante, este segundo trata-se de um elemento solúvel no veículo que geralmente tem a função de dar cor ao verniz (tinta sem pigmento, que após a evaporação do solvente resta uma película de alto brilho), já o pigmento é insolúvel no veículo, ou seja, o pigmento pode ser separado do veículo através de centrifugação ou filtração, já os corantes não se conseguem separar do veículo. A Figura ao lado é apenas ilustrativa, pois o solvente e a resina (veículo) encontram-se em apenas uma fase e não separados. Os aditivos não são essenciais, mas melhoram determinadas características da tinta. Os aditivos podem ter característica secante, plastificante, antimofo, etc. O veículo pode ainda ser classificado em: Veículos não conversíveis ou veículos conversíveis. Veículo não conversível é aquele onde após a sua aplicação a resina não sofre mudança na sua estrutura, temos apenas a formação da película após o solvente se evaporar. Quando utilizado veículo não conversível a película tem como característica ser atacada pelo solvente, mesmo após estar seca. Veículo conversível é aquele onde a película é formada por reações químicas. A película não tem a mesma composição da resina. Após a aplicação ocorre a cura onde formam ligação cruzadas. A cura pode ser feita por oxigênio, calor ou catalisador. Propriedades dos solventes: Faixa de destilação substâncias puras tem ponto de ebulição fixo, já os solventes tem faixa de destilação ampla. Ex. aguarrás entre 150 e 200ºC Poder de solvência trata-se da capacidade do solvente, em pequena quantidade, conseguir dissolver uma grande quantidade de resina. Taxa de evaporação trata-se da velocidade de evaporação do solvente. Eles podem ser classificados em: Leves - quando têm uma taxa de evaporação maior que 3 (três) são muito voláteis.

Médios quanto tem uma taxa de evaporação entre 0,8 e 3 Pesados quando tem uma taxa de evaporação menor que 0,8 - são pouco voláteis. Os principais tipos de solvente são: Inorgânicos - água, geralmente utilizada em tintas do tipo látex e PVA Orgânicos Hidrocarbonetos: Alifáticos: - nafta, com curva de destilação entre 120º e 140º C - aguarrás mineral, com curva de destilação entre 150º e 200º C Aromáticos: - toluol, com curva de destilação entre 107º e 112º C - Xilol, com curva de destilação entre 135 e 140º C Terpênicos: - aguarrás vegetal - Ésterer: acetato de etila, acetato de butila, acetato de isopropila, etc. - álcoois: álcool etílico, álcool butílico, álcool isopropílico, etc. - Cetonas: acetona, metil-etil-cetona, etc. - Glicóis-éteres: etilglicol, etildiglicol, etc. Geralmente é utilizada uma combinação de vários solventes, ou seja, são misturados solventes leves (alta evaporação) com solventes pesados (baixa evaporação), pois o primeiro irá evaporar logo após a aplicação da tinta evitando desta forma o escorrimento da tinta e o solvente pesado irá evaporar mais lentamente possibilitando o desaparecimento de bolhas e crateras formadas durante a aplicação da tinta, bem como ajuda no nivelamento das marcas de pincel. Logo devese levar em consideração a solubilidade da resina no solvente, para que não ocorram defeitos na aplicação da pintura. Ex. se forem escolhidos dois solventes, um solvente leve onde a resina é solúvel e um solvente pesado onde a resina é insolúvel, teremos o surgimento de defeitos formados pela precipitação e formação de coágulos, pois o solvente leve irá evaporar logo após a aplicação da tinta e restará apenas o solvente pesado no qual a resina estará insolúvel. Logo é importante se conhecer a taxa de evaporação e o poder de solvência dos solventes para evitar o surgimento de defeitos. 4.1.2 Pigmento Pigmentos são pequenas partículas sólidas com cerca de 5 µm de diâmetro. Estes ficam dispersos no veículo e são aglomerados pela resina após a secagem. Os pigmentos podem ser classificados em inertes e ativos. Pigmentos inertes têm baixo poder de cobertura e praticamente não interferem nas tonalidades das tintas, por não possuírem cor. Possuem dois empregos, o primeiro é para ser utilizado de forma técnica melhorando as características da tinta, sem interferir de modo significativo na cor. E a segunda aplicação é por questão econômica, substituindo parcialmente o pigmento ativo, utilizado para enchimento, desta forma reduz o custo da tinta sem perder a qualidade da mesma. Exemplos de pigmentos inertes: Carbonatos, silicatos, sílicas, sulfatos, etc. Pigmentos ativos são os pigmentos que possuem uma característica bem definida na tinta. Podem ser: Pigmentos coloridos: estes pigmentos têm a característica de dar cor à tinta, e ainda opacidade, ou seja, ter poder de cobertura para que após a aplicação não se veja a cor do fundo onde foi aplicado (cor do substrato ou da demão anterior). São diferentes dos corantes, pois estes são solúveis no veículo e conferem cor ao verniz, mas não possuem o poder de cobertura. Eles ainda podem ser: Orgânicos - tem maior poder de cobertura, tem menor densidade e possuem alto brilho.

Inorgânicos também dão opacidade e cor, mas possuem maior resistência à luz, calor, intempéries e solventes. As cores básicas são misturadas para se formar as demais cores, podemos discriminar as cores e quando possível se os pigmentos são orgânicos ou inorgânicos. São elas: Branca: é o mais utilizado para tinta de acabamento. O mais utilizado é o Dióxido de titânio, mas são usados também o branco de zinco, litopônio, alvaiade, sulfato de chumbo, etc. Amarelo: Inorgânicos Amarelo de cromo (cromato de chumbo), ocre (óxido de ferro hidratado), amarelo de cádmio (sulfeto de cádmio), amarelo de zinco (cromato de zinco), etc. Orgânicos Amarelo Hansa, Amarelo Benzidina Laranja: Inorgânico Cromato básico de chumbo, laranja malibdênio (cromato, sulfato e molibdato de chumbo) Orgânico laranja benzidina, laranja dinitroanilina Vermelho: Inorgânico óxido de ferro, vermelho de molibdênio (molibdato de chumbo), vermelho de cádmio (seleneto de cádmio) Orgânico Vermelho toluidina, vermelho para-red (para nitro-anilina + B naftol), vermelho naftol, vermelho pirazolona, vermelho quinacridona. Azul: Inorgânico azul da Prússia (ferrocianeto férrico), azul ultramarino (complexo alumínio silicato). Orgânico Azul de ftalocianina, azul molibdato. Verde: Inorgânico Verde de cromo (azul da Prússia+amarelo de cromo), óxido de cromo verde. Orgânico verde de ftalocianina (azul de ftalocianina clorado), verde molibdato. Preto: Óxido de ferro, negro de fumo (carbon-black), grafite. O negro de fumo é obtido da queima incompleta de hidrocarbonetos. Ele é o pigmento mais leve e com o maior poder de cobertura. Temos ainda os pigmentos metálicos: Alumínio: ele é fornecido de duas formas, leafing e non-leafing. As leafing os pigmentos ficam na disposição de pequenas lâminas que aparentam, na película seca de tinta, uma camada metálica contínua. O pigmento non-leafing se distribui de maneira aleatória na tinta. É utilizado nas tintas automobilísticas. Zinco: O pigmento de zinco em pó é utilizado em tintas de fundo anticorrosivas. Possui tonalidade cinza-claro. Bronze: São ligas de zinco e cobre e possuem aspecto dourado. Pigmentos Anticorrosivos são pigmentos que possuem a característica de protegerem os substratos ferrosos contra a corrosão por meio de mecanismos eletroquímicos como proteção catódica e passivação anódica. Estes pigmentos são utilizados somente em tintas de fundo, pois necessitam estar em contato com o substrato ferroso. Alguns pigmentos Anticorrosivos: Zarcão: Mistura de Pb 3 O 4 com 2 a 10% de PbO, mas possui algumas desvantagens, como: - Possui alto peso específico ocorrendo sedimentação. - Não é indicado para meio ambiente muito agressivo, nem para imersão na água. - É utilizado para proteção de ferro. Provoca corrosão no alumínio e aço galvanizado. - Não serve para ser utilizado como shop-primer pois quando submetido à alta temperatura (solda) produz vapores tóxicos.

Cromato de Zinco: É um pigmento amarelado. É levemente solúvel na água (1g/litro). Eficiente para pintura em Alumínio e Aço Galvanizado. Mas possui as desvantagens de não servir para alta umidade nem para imersão e ainda é tóxico e cancerígeno. Cromato básico de Zinco Tetroxicromato de Zinco: É um pigmento amarelado, menos solúvel que o cromato de zinco (0,02 g/litro). Possui propriedades superiores ao cromato de zinco para a proteção de aço, alumínio e galvanizado. Fosfato de Zinco: É um pigmento branco. Não é tóxico, substituindo o Zarcão e o Cromato. Quando a água penetra na película é formado o fosfato de ferro que é protetor. Óxido de ferro: É um pigmento muito utilizado por ser barato. Ele só atua como barreira, não sendo anticorrosivo. Pó de Zinco: Pigmento metálico utilizado nas tintas chamadas de ricas em zinco, as quais são as tintas de fundo anticorrosivas. Temos ainda os pigmentos: Perolados: Deixam as tintas com aspecto de acetinado. Fluorescentes: Estes pigmentos quando submetidos à radiação ultravioleta emitem radiação luminosa no espectro visível, geralmente utilizados em tintas de demarcação e sinalização. Fosforescentes: Emitem radiação luminosa mesmo após ter cessado a fonte de luz incidente. Pigmentos Antiincrustantes são utilizados por serem venenosos e não permitirem a aderência de organismos marinhos como mariscos, cracas, algas e etc., os quais aumentariam o atrito entre a embarcação e o mar, ocasionando desta forma uma diminuição da velocidade e o maior consumo de combustível. A ação deste pigmento se baseia pela lixiviação dos componentes venenosos pela água do mar, formando junto ao casco uma camada, que impede a incrustação de organismos vivos. 4.1.3 Aditivo Aditivos são constituintes que não estão obrigatoriamente nas tintas, mas estes melhoram certas propriedades das tintas durante a fabricação, estocagem ou aplicação. Os principais são os seguintes: - antinata: Tintas que secam por oxidação, como tintas a óleo e alquídicas, estão mais sujeitas a formação de uma nata na superfície da tinta quando se encontram estocadas na embalagem. Estes aditivos evitam a formação desta nata e deverão ser voláteis para evaporar junto da secagem da tinta. - Secantes: atuam como catalisadores acelerando a secagem do filme de tinta através da oxidação. Ex. Naftenatos de cobalto, manganês, chumbo, cálcio, ferro, zinco, etc. - Antimofo: São utilizados para evitar a putrefação das tintas, principalmente em tintas a base de água, quando se encontram estocadas em suas embalagens, bem como evitar a formação de mofo em películas de tinta já aplicadas que se encontram em ambientes úmidos. - Tixotrópicos: Utilizadas em tintas de alta espessura. Estes aditivos são utilizados para diminuir a viscosidade da tinta com a agitação e estas recuperam a sua viscosidade após a aplicação. Ideais para aplicação da tinta em superfícies verticais evitando desta forma o escorrimento da mesma. Ex: Carboxi-metil-celulose, etil-celulose, sílica-gel, bentonita, etc. - Antisedimentante: Atuam sobre as partículas do pigmento produzindo um gel coloidal e evitando a sedimentação, e ocorrendo a sedimentação evitam que a mesma forme um sedimento duro e compacto. - Nivelante: Atuam como produtos tensoativos que agem na tensão superficial das tintas, melhoram o espalhamento e provocam o desaparecimento de marcas deixadas pelo pincel ou bolhas de ar.

- Antiespumante: Aumentam a tensão superficial, diminuindo então a formação de espuma durante a aplicação ou fabricação das tintas. - Plastificante: Atua de forma a dar à película uma maior flexibilidade à tinta. - Antiincrustante: São venenosos e utilizados para evitar a aderência de organismos marinhos. 4.1.4 Carga As Cargas são constituintes similares aos pigmentos, porém de menos eficácia, sendo utilizado nas tintas para auxiliar na sua composição e barateá-las. Tem fraco poder de cobertura e não possuem propriedades anticorrosivas. Controlam o brilho da tinta, a tornando mais fosca. Aumentam a espessura da película da tinta seca (importante para tintas de alta espessura). Melhoram a consistência da tinta melhorando a mesma para aplicação. Evitam o escorrimento da tinta quando aplicadas em superfícies verticais. Principais cargas: - Carbonato de Ca e Mg tem baixo custo, mas não tem resistência a ácidos e álcalis. - talco e caulim (silicatos de Mg e Al) boa resistência química, ao calor e às intempéries. - Mica (silicato de Al e K) proteção por barreira. - Quartzo (sílica) possui alta resistência química, dureza e resistência a abrasão - Barita (BaSO4) resistente às intempéries e aos ácidos, mas tem o problema de sedimentar quando é estocado. 4.2 Teor de Pigmentos A concentração volumétrica de pigmento (CVP), ou seja o teor de pigmento, pode influenciar em diversas propriedades da tinta. O brilho é influenciado pela CVP: CVP < 30, baixo teor de pigmento película brilhante CVP entre 30 e 40 película semi-brilhante CVP entre 40 e 50 película semi-fosca CVP > 50 película fosca CVP=(Vol. Pigmento (P) / Vol. Pigmento (P+R)) x 100% CVP crítica é a maior porcentagem de pigmento que pode ser agregado na resina. Se o CVP for maior que CVP crítico significa que não há resina suficiente formando desta forma um filme fosco, descontínuo, poroso, permeável à água, com fraca durabilidade e pouca resistência à abrasão. As tintas com baixo teor de pigmento são menos permeáveis, mais brilhantes, menos porosas e mais flexíveis. As tintas de alto teor são mais permeáveis e mais foscas. Tintas de fundo devem ter o teor de pigmento mais alto, próximo ao CVP crítico, para que os pigmentos anticorrosivos tenham sua ação mais edificante.

Tintas de acabamento devem ter o teor de pigmento mais baixo para terem uma película mais brilhante e mais impermeável. Podemos também calcular a porcentagem de não-voláteis no volume (sólidos por volume) da tinta. %NVV=((vol. Pigmento + resina)/(vol. Total da tinta)) x 100 % onde a parte sólida é composta pelo pigmento + resina + carga Pode se determinar o NVV em um canteiro: - para pintar uma área A (m 2 ) - medir o peso P (kg) da tinta gasta na pintura da área A - medir a espessura média e da película seca (µm) - obter a massa específica m da tinta (kg/m) logo, %NVV = (A x e x m) / (10 x P) 4.3 Formação da Película de tinta A formação da película de tinta depende de dois fatores: Coesão (entre os constituintes do revestimento) e adesão (do revestimento ao substrato). Quando a coesão for máxima teremos uma adesão nula, desta forma para se obter uma tinta bem formulada é necessário se obter uma tinta com grande aderência, mas sem prejuízo da coesão molecular, obtendo uma película resistente e flexível. Os principais mecanismos de formação de película de tinta são: - Evaporação do solvente: é o mecanismo existente em todas as tintas de uso industrial, mesmo naquelas que utilizam outro mecanismo a evaporação do solvente contribuem para a formação da película. Este mecanismo tem como vantagem a boa aderência entre demão e como desvantagem o fato de a própria evaporação do solvente

gerar bolhas, poros e cratera que podem diminuir a impermeabilidade da película e assim favorecer a ocorrência de corrosão. - Oxidação: este mecanismo ocorre quando temos duplas ligações no veículo fixo da tinta. Casos com resinas com óleos e derivados de óleos. A formação da película se dá pela evaporação do solvente e reação da resina com o oxigênio do ar. - Polimerização: Mecanismo das principais tintas de alto desempenho e alto poder impermeabilizante. O processo acontece de duas formas: polimerização térmica, quando é necessário uma energia térmica de ativação, são tintas curáveis em estufa. E a outra forma consiste da polimerização por condensação. Estas tintas são fornecidas em dois ou mais componentes. - Coalescência: neste mecanismo as partículas da resina, geralmente na forma esférica, são reunidas sob a influência do agente coalescedor, formando películas coesas e geralmente plásticas. 4.4 Classificação das tintas Quanto a ordem de Aplicação as tintas podem ser classificadas em: Tinta de fundo; Tinta intermediária e Tinta de acabamento. 4.4.1 Tinta de Fundo ou primer O primer é a tinta de base, utilizada para a primeira demão de tinta, e com a principal finalidade de aderência ao substrato e proteção anticorrosiva, sendo considerado um importante componente dos sistemas de pintura, uma vez que contém pigmentos anticorrosivos para assegurar uma boa proteção do substrato. As principais características de um primer são as seguintes: - Aderência Forte ligação ao substrato - Coesão Alta resistência interna - Inércia e Proteção Anticorrosiva Forte resistência aos agentes químicos e corrosivos - Dilatação flexibilidade apropriada Sob certas condições devem ter resistência química equivalente ao restante do sistema de pintura para proteção satisfatória contra a solução química na qual ele estiver imerso. 4.4.2 Tintas Intermediárias ou Tié Coat As tintas intermediárias são geralmente utilizadas para aumentar a espessura do esquema de pintura, aumentando desta forma a proteção por barreira. A espessura física dos sistemas de pintura melhora muito outras propriedades essenciais para o revestimento, como o aumento da resistência elétrica, resistência à abrasão e resistência ao impacto. A tinta intermediária deve ter forte aderência ao primer e ser uma boa base para o acabamento, evitando desta forma problemas entre a aderência entre camadas.

4.4.3 Tintas Acabamento Esta tinta contém finalidades estéticas de cor, textura e brilho, bem como possui importantes funções para proteger o esquema e aumentar a impermeabilidade. Formam a primeira barreira ao ambiente, devendo resistir aos agentes químicos, água e intempéries. Em alguns casos a tinta intermediária faz a barreira principal e a tinta de acabamento desempenha outras funções, como gerar uma superfície antiderrapante. 4.5 Tipos de Tinta As tintas podem ser de um componente (monocomponentes) ou de dois ou mais componentes. Tintas de um componente são tintas prontas para o uso, são simples de utilizar, pois basta misturar e aplicar. Se necessário poderão ser diluídas para facilitar a aplicação. Podem ser armazenadas após o uso. Tintas de dois componentes vem em recipientes separados e só devem ser misturadas pouco tempo antes do uso. Estas tintas curam por reação química. Após o vencimento do pot-life, tempo de vida útil da mistura dos dois componentes, a tinta torna-se imprestável para o uso. Algumas tintas necessitam de tempo de indução (pré-reação), ou seja, após a mistura dos dois componentes deve-se aguardar cerca de 10-15 minutos para fazer a aplicação. Tintas Convencionais - Tintas a Óleo: São tintas em que o veículo é um óleo secativo. Estes óleos possuem moléculas nãosaturadas e secam pela adição de oxigênio às moléculas. Temos como principais óleos secativos: Linhaça é o mais utilizado Tungue tem mais insaturação (presença de ligações duplas C=C), logo forma películas mais duras e mais impermeáveis. Oiticica tem alta reatividade, mas é escura não sendo utilizada para tintas claras. O óleo de mamona quando desidratado torna-se um óleo secativo. Ele não amarela com o tempo, sendo indicado para tintas claras. As tintas à óleo secam em parte pela evaporação do solvente e parte pela oxidação do óleo ao ar. Estas tintas possuem grande molhabilidade e por isso podem ser aplicadas em superfícies com pouco preparo: St2, St3 e Sa2, onde têm boa aderência. São tintas de secagem mais demorada e são saponificáveis, sendo indicadas para atmosferas pouco agressivas. Não são indicadas para atmosfera marinha, úmida ou industrial, nem para imersão em água. - Tintas Alquídicas Foram as primeiras resinas sintéticas a serem usadas em tintas - esmaltes sintéticos. São obtidas pela reação de poliálcoois e poliácidos, gerando um poliéster. O poliácido geralmente utilizado é o ácido ftálico na forma anidrido ftálico, sendo o glicerol e pentaeritritol os mais utilizados como poliálcoois. Na formulação das tintas, é feita a modificação da resina alquídica pela substituição parcial do poliácido por óleo vegetal (óleo secativo). A secagem destas tintas ocorre como as tintas à óleo, parte por evaporação do solvente e parte pela oxidação do óleo secativo. O teor de óleo secativo define a qualidade da tinta, são elas:

- curtas em óleo: 30-40% de óleo. Sendo usada na pintura de manutenção industrial. - Médias em óleo: 50-60% em óleo. - Longas em óleo: 60-70% em óleo. Usada em pintura doméstica (grades, portões, etc.). As tintas de teor curto possuem secagem rápida, aumentando o teor a secagem da tinta fica mais lenta. Efeitos do teor de óleo nas tintas: - Flexibilidade: Longas formam filmes flexíveis e brilhantes, enquanto as curtas formam filmes duros. - Secagem: Longas secam mais lentamente. - Solubilidade: Longas são mais solúveis em aguarrás. Curtas são mais solúveis em Hidrocarbonetos aromáticos. - Método de aplicação: Longas podem ser aplicadas à pincel, rolo ou pistola. Curtas só podem ser aplicadas à pistola. As tintas Alquídicas são mais resistentes que as tintas à óleo, mas também são saponificáveis. Podem ser utilizadas em atmosferas mediamente agressivas onde apresentam bons resultados de proteção anticorrosiva, mas não devem ser utilizadas em atmosfera marinha ou industrial (altamente agressivas). Estas tintas tem boa molhabilidade, podendo ser aplicadas sobre superfícies com grau de limpeza St2, St3 ou jato Sa2. Alquídicas Modificadas As resinas alquídicas podem ser associadas a outras com o objetivo de melhorar as suas propriedades. - Alquídica-melamínica possui alta dureza, retenção de cor e brilho, resistente à umidade, utilizada em esmaltes para geladeira, máquina de lavar roupa, automóveis, etc. Sua cura ocorre apenas em estufa. - Alquídica-acrílica tinta para automóveis associada às melamínicas. - Alquídica-silicone resistente a 250º C e cura na temperatura ambiente. - Alquídica-Borracha clorada resistente à abrasão.utilizada em pintura de tráfego. Ex: ruas, estradas, etc. As tintas Alquídicas são produtos que apresentam custo final baixo, se comparado ao custo de outras tintas anticorrosivas. - Tinta Fenólicas A resina fenólica é obtida pela reação de um fenol com um aldeído. Tem cura por calor (150º C). As resinas fenólicas modificadas com óleos secativos curam à temperatura ambiente. Estas tintas com resina fenólica modificada por óleos secativos curam à temperatura ambiente. Estas tintas com resina fenólica modificada pó óleo secativo apresentam resistência química, térmica e à água, todas superiores às tintas a óleo e alquídicas, mas tem resistência aos raios ultravioleta menor que elas. Estas tintas secam parte por evaporação do solvente e parte pela oxidação do óleo secativo. Possuem maior resistência ao calor que as tintas alquídicas, cerca de 120º C. Possuem boa dureza, flexibilidade e adesão ao substrato. Estas tintas têm fraca molhabilidade exigindo preparo da superfície a ser pintada com jato Sa2 ½. Podem ser utilizadas em atmosferas mediamente agressivas. Não deverão ser utilizadas em atmosferas marinha ou industrial, nem em imersão em água salgada. - Tintas Betuminosas São tintas obtidas através dos resíduos do processo da destilação (piche) do petróleo ou carvão mineral.

Essa tinta se obtém dissolvendo estes resíduos, asfalto ou piche (coal-tar), em solventes apropriados. O petróleo gera como resíduo o asfalto que é solúvel em Hidrocarboneto alifático (aguarrás). O carvão mineral gera como resíduo o piche ou alcatrão que é solúvel em Hidrocarboneto aromático. Estas tintas têm secagem somente pela evaporação do solvente. São tintas de baixo custo e elevada impermeabilidade. Tem como mecanismo de proteção por barreira, deve ser aplicado com grande espessura 2-3mm. Resistente à umidade e imersão em água. Possuem grande molhabilidade podendo ser aplicada em superfície com pouco preparo St2, St3 e Sa2. Podem ser aplicadas a quente, conhecidas como coal-tar-enamel ou diluídas com solvente. Estas tintas possuem como desvantagem a pouca resistência térmica, ou seja, amolecem em temperaturas acima de 50º C escorrendo de superfícies verticais. Só podem ser usadas em revestimento de cor escura. Tem fraca resistência aos raios ultravioletas, como também tem baixa resistência à abrasão. Emulsões aquosas de asfalto podem ser utilizadas como impermeabilizante para caixa d água, lajes, etc. Tintas Seminobres São caracterizadas pela secagem por evaporação do solvente. Eventualmente são chamadas de lacas. - Tintas Acrílicas: São obtidas através de esterificação dos ácidos acrílico e metacrílico. São tintas que tem grande resistência aos raios ultravioletas, tendo boa retenção de cor e brilho. A secagem desta tinta ocorre apenas pela secagem do solvente, são então sensíveis aos solventes mesmo após a secagem. Tem fraca molhabilidade exigindo uma boa limpeza de superfície para a sua aplicação Sa2 ½. Podem ser utilizadas como proteção anticorrosiva para atmosfera mediamente agressiva. As emulsões acrílicas competem com a PVA na construção civil, tem melhor resistência às intempéries. Também são usadas como verniz de concreto, piso e etc. Utilizam como solvente a água o que evita restrições ambientais e de segurança. - Tinta de Borracha Clorada São obtidas através da cloração da borracha natural, contendo em sua composição um teor de cloro 67%. Secagem ocorre apenas pela secagem do solvente. É uma tinta monocomponente, não conversível, possuindo boa aderência entre demãos. São tintas de boa resistência a produtos químicos inorgânicos, ácidos e alcalinos. São pouco tóxicos sendo indicada para pintura de reservatórios de água potável. Tem baixa resistência térmica, não devendo ser utilizadas para temperatura acima de 60ºC. Atuam com proteção por barreira, possuem alta impermeabilidade podendo ser utilizadas em atmosfera marinha, alta umidade, imersão em água doce ou salgada. Tem boa resistência a impacto e abrasão. Fraca molhabilidade, o que exige uma superfície com alto grau de limpeza jato Sa2 ½. Não devem ser aplicadas direto ao aço, deve ser utilizado junto com epoxi.

Possui uma secagem rápida, exigindo que a aplicação seja feita apenas à pistola. - Tinta Vinílica As resinas vinílicas são obtidas a partir de copolímero de cloreto e acetato de vinila. Tem boa resistência em química, principalmente em meios ácidos. Sua película é flexível, com boa resistência à abrasão e impacto. Tem boa retenção de cor e brilho. A secagem se dá somente pela evaporação do solvente. As tintas vinílicas por possuírem Cl na molécula são auto-extinguíveis, ou seja, não propagam a chama. São tintas termoplásticas, suportando temperaturas de até 65-70º C. Estas tintas podem ser utilizadas em atmosferas mediamente agressivas. Tem fraca molhabilidade exigindo um alto preparo da superfície Sa2 ½. Tinta Anti-incrustantes é um tipo de tinta vínilica usada como acabamento, onde são utilizados pigmentos venenosos. Estas tintas têm como objetivo prevenir as incrustações marinhas o que provocaria uma redução de velocidade e um aumento no consumo de combustível da embarcação. A tinta anti-incrustante quando imersa na água libera o biocida através de lixiviação. Os biocidas mais utilizados são o óxido de cobre e compostos de estanho (TBTO e TBTF). Seu desempenho está ligado à taxa de lixiviação, sendo eficiente no período entre 12-24 meses. Tinta Wash-primer - é um tipo especial de tinta vínilica onde é utilizada a resina polivinil Butiral (resina PVB), sendo esta obtida através da reação entre um álcool vinílico e um aldeído. Estas tintas têm a função de promover a aderência das tintas sobre superfícies de aço galvanizado e alumínio. - Tinta Estireno-Acrilato São obtidas pela polimerização de estireno com acrilonitrila. Estas tintas são muito bonitas e são resistentes aos raios ultravioletas, se caracterizando pela boa retenção de cor e brilho. Podendo então substituir as tintas acrílicas. Estas tintas secam somente pela evaporação do solvente. São geralmente utilizadas como tinta de acabamento em equipamentos e instalações onde a retenção de cor e brilho são importantes. São indicadas para uso em atmosfera mediamente agressiva. Estas tintas exigem um alto preparo da superfície onde será aplicada, Sa2 ½. Tintas Nobres - Tintas epoxis Estas tintas são obtidas pela reação entre epicloridrina e bisfenol. São tintas muito utilizadas no Brasil, pois são tintas de alta performance e de custo médio. É uma tinta de dois componentes, um contendo o pré-polímero epóxi e o outro contém o agente de cura, geralmente amina ou amida. As tintas epoxis que utilizam a amina como agente de cura apresentam excelente resistência química à ácidos, álcalis e solventes. Possuem um menor tempo de secagem. Estas tintas são indicadas para ambientes quimicamente agressivos. Necessitam de um tempo de indução, ou seja, aguardar um período mínimo de 10-20 minutos após a mistura dos componentes para ocorrer a reação dos mesmos e poder aplicar a tinta. Possui um curto Pot-life, tempo máximo para aplicar a tinta antes que ela comece a endurecer, cerca de 6 a 8 horas. A segunda demão deve ser aplicada após 72 horas da primeira aplicação para evitar delaminação entre as camadas. A cura completa ocorre em 5 a 7 dias e em temperatura ambiente. Devem ser aplicadas quando a Umidade relativa do ar for inferior à 85%.

As tintas epoxis que utilizam a amida como agente de cura apresentam uma melhor resistência à água, sendo indicadas para ambientes altamente úmidos ou em imersão constante em água. Estas tintas ainda apresentam melhor flexibilidade e aderência que as tintas curadas pela amina, mas demoram mais para secar. As tintas epoxis possuem alta performance, pois têm excelente resistência química (álcalis, ácidos, etc), mecânica (abrasão, impacto, etc), mas são tintas de fraca resistência aos raios ultravioletas, ou seja, quando ficam expostas ao intemperismo natural sofrem descoloração, perda do brilho e calcinação (chalking), não sendo indicadas para pintura de sinalização. Maior Pot-life. Estas tintas não precisam de 0 2 para a cura, podendo completar a cura da tinta em total imersão da mesma. Possuem menor resistência térmica, cerca de 105º C. Podem ser aplicadas com alta Umidade Relativa do ar. Estas tintas são as mais utilizadas na manutenção industrial em ambientes agressivos devido à excelente flexibilidade, dureza e resistência ao impacto e abrasão. Possuem também uma excelente aderência. Têm boa resistência à temperatura, suportando até 120ºC em uso contínuo e suportam ainda picos de 180º C. Necessitam de superfícies de alto preparo para serem aplicadas, mínimo Sa2 ½. - Tinta Alcatrão de Hulha (coal-tar) Conhecidas como tinta coal-tar epóxi. São tintas compostas de resina epóxi modificada com 50 a 70% de coal-tar mais o agente de cura. São tintas de dois componentes, tendo como base a resina epóxi e como catalisador o coal-tar somado ao agente de cura. Esta tinta combina a propriedade da resina epóxi (resistência mecânica e química) com a propriedade do coal-tar (flexibilidade, impermeabilidade à água, tolerância ao preparo da superfície e baixo custo). Podem ser aplicadas direto ao aço, sem necessidade do uso de primer. O agente de cura pode ser a amina que resiste mais à abrasão que a amida, mas possui uma secagem mais lenta. Já as tintas que usam a amida como agente de cura terão maior resistência à água, aumentando ainda mais a impermeabilidade destas tintas. Estas tintas apresentam algumas desvantagens: São pouco compatíveis com muitas tintas, pode ocorrer sangramento se a tinta de acabamento tiver solventes fortes, suportam temperaturas até 60-70º C onde começam a escorrer. São tóxicas, pois o coal-tar é cancerígeno, não podendo ser utilizada em tanque de armazenamento de água potável ou nas industrias alimentícias. Estas tintas são muito utilizadas em estruturas metálicas enterradas, submersas, ou em contato com água doce e salgada. - Tinta epóxi-mastique São tintas de resina epóxi modificada com resina hidrocarbônica e com agente de cura (amina e isocianatos). A resina hidrocarbônica aumenta a resistência à umidade da tinta, bem como a molhabilidade e flexibilidade. Estas tintas possuem grande capacidade de aderência em superfície com baixo grau de limpeza, St2 e St3. Estas tintas atuam com proteção por barreira. Para melhorar a estética podem ser usadas tintas acrílicas ou poliuretano como tintas de acabamento.