AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE UM AMBIENTE PROTEGIDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVO

Documentos relacionados
RELAÇÕES ENTRE A TEMPERATURA DO AR, A RADIAÇÃO SOLAR E A TEMPERATURA DAS FOLHAS DE CAFEEIROS, EM DIA COM ALTA NEBULOSIDADE.

ANÁLISE DA TEMPERATURA DO AR NO INTERIOR DE ABRIGOS PARA O CULTIVO DE HORTALIÇAS

PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATEIRO EM DIFERENTES SUBSTRATOS À BASE DE MATERIAIS REGIONAIS SOB ADUBAÇÃO FOLIAR 1 INTRODUÇÃO

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA E DA UMIDADE RELATIVA DO AR EM DIFERENTES LOCAIS DA CIDADE DE MOSSORÓ-RN.

CARACTERIZAÇÃO DE DOIS MODELOS DE GOTEJADORES QUANTO A OCORRÊNCIA DE HISTERESE

RELATÓRIO FINAL. AVALIAÇÃO DO PRODUTO CELLERON-SEEDS e CELLERON-FOLHA NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SEGUNDA SAFRA

EVAPORAÇÃO EM TANQUE DE CIMENTO AMIANTO

NOTA TÉCNICA DE PESQUISA

RESPONSE FUNCTION OF MELON TO APPLICATION OF WATER DEPTHS FOR SOIL AND CLIMATIC CONDITIONS OF TERESINA-PI

SIMULAÇÃO DE SECAGEM DE MILHO E ARROZ EM BAIXAS TEMPERATURAS

EFEITO DA COMBINAÇÃO DE DIFERENTES COBERTURAS E VENTILAÇÃO ARTIFICIAL SOBRE ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO

CALIBRAÇÃO DE SENSOR CAPACITIVO DE UMIDADE DO SOLO DESTINADO AO CULTIVO DE HORTALIÇAS

MATERIAIS E METODOLOGIA

Avaliação da germinação de sementes de fragmentos florestais receptadas em redes visando recomposição da flora local

INFLUÊNCIA DO USO DE ÁGUA RESIDUÁRIA E DOSES DE FÓSFORO NA ÁREA FOLIAR DO PINHÃO MANSO

TEMPERATURA MÍNIMA DO AR E FOLHAS DURANTE O INVERNO EM CULTIVO DE CAFÉ ARBORIZADO COM GREVÍLEA

9º ENTEC Encontro de Tecnologia: 23 a 28 de novembro de 2015

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

DISTRIBUIÇÃO DE LÂMINAS DE ÁGUA EM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO FIXO

Key-word: Temperature, Hidroponic System.

Climatologia da Probabilidade de Veranicos nas Zonas Canavieiras Paulistas

Avaliação da influência de coberturas mortas sobre o desenvolvimento da cultura da alface na região de Fernandópolis- SP.

Estudo das Propriedades Físico Mecânicas do Papel a ser submetido ao 4º EETCG- Encontro de Engenharia e Tecnologia dos Campos Gerais

IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA EVATRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA EM SANTA CATARINA

SOLARIZAÇÃO E SEU EFEITO NA TEMPERATURA DO SOLO

DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO COMPUTACIONAL PARA O CONTROLE DO MANEJO DA IRRIGAÇÃO 1

A INFLUÊNCIA DO SISTEMA DE VÁCUO NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS PRODUTOS DE CERÂMICA VERMELHA.

ANÁLISE DE TENDÊNCIAS DE TEMPERATURA MÍNIMA DO BRASIL

Palavras-Chave: Adubação nitrogenada, massa fresca, área foliar. Nitrogen in Cotton

CARACTERIZAÇÃO HIDRÁULICA DE MICRO ASPERSOR

07/12/2012. Localização das instalações. Localização das instalações. Localização das instalações. Trajeto do sol sobre o barracão

Micro-ambientes marítimos: método para sua definição. Marítime microenvironment: method for its definition

Palavras-chave: Simulação, Climatização, Ar condicionado, Edificações, Energia.

Desempenho de sistemas de irrigação na produção ecológica de rabanete utilizando água residuária tratada em ambiente protegido

Aspectos psicrométricos do ar no interior de plantações de cacau

OCORRÊNCIA DE INVERSÃO TÉRMICA NO PERFIL TOPOCLIMÁTICO DO PICO DA BANDEIRA, PARQUE NACIONAL DO ALTO CAPARAÓ, BRASIL.

EFICIENCIA DE SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE VINHAÇA VISANDO ECONOMIA E CONSCIENCIA AMBIENTAL

BALANÇO HÍDRICO COMO FERRAMENTA AO PLANEJAMENTO AGROPECUÁRIO PARA A CIDADE DE PALMAS TO

B4-271 Construção participativa de sistemas individuais de esgotamento sanitário em comunidades rurais.

USO DA TDR NO MONITORAMENTO DA UNIFORMIDADE DE APLICAÇÃO DE ÁGUA POR ASPERSÃO CONVENCIONAL

Referências Bibliográficas

ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DA FREQUÊNCIA DE PRECIPITAÇÃO EM DIFERENTES INTERVALOS DE CLASSES PARA RIO DO SUL/SC

MODIFICAÇÕES MICROCLIMÁTICAS EM PARREIRAL PROTEGIDO COM COBERTURAS PLÁSTICAS NO NORTE DO PARANÁ

Variação Temporal de Elementos Meteorológicos no Município de Pesqueira-PE

DESSECAÇÃO DE BRAQUIÁRIA COM GLYPHOSATE SOB DIFERENTES VOLUMES DE CALDA RESUMO

Há sempre resposta à adubação de manutenção do eucalipto? Um estudo de caso em Porto Velho (RO)

PALAVRAS-CHAVE: capacidade de campo; densidade crítica; ponto de murcha permanente; porosidade de aeração; qualidade física do solo.

PROGNÓSTICOS E RECOMENDAÇÕES PARA O PERÍODO OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2011

Uso de Materiais Recicláveis para Aquecimento de Piscinas

Biomassa Microbiana em Cultivo de Alface sob Diferentes Adubações Orgânicas e Manejo da Adubação Verde

Unidade de pressão 1 atm = 760 mmhg = 1013,3 mb = 1013,3 hpa = 101,33 kpa

Chemguard - Sistemas de Espuma. Sistemas de espuma de alta expansão DESCRIÇÃO: SC-119 MÉTODO DE OPERAÇÃO

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO TEMPORAL DA TEMPERATURA DO AR NA CIDADE DE PORTO ALEGRE NO PERÍODO DE

Comparação entre Variáveis Meteorológicas das Cidades de Fortaleza (CE) e Patos (PB)

ABSORÇÃO DE MICRONUTRIENTES APÓS APLICAÇÃO DE BIOSSÓLIDO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE EUCALIPTO

AVALIAÇÃO DE PROGÊNIES DE MILHO NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE ADUBO

ANÁLISE TERMOPLUVIOMÉTRICA E BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO DOS DADOS DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO PEIXE TO

Efeito de hipoclorito de sódio na desinfestação de meristemas de bastão-do-imperador

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DA RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA DEGRADADA POR EFLUENTE INDUSTRIAL

Inclusão de bagaço de cana de açúcar na alimentação de cabras lactantes: desempenho produtivo

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO EM HABITAÇÕES POPULARES NO MUNICÍPIO DE AMORINÓPOLIS GO: período de inverno. 1

ESTRUTURAS PARA O CULTIVO PROTEGIDO DE HORTALIÇAS

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

VIII Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG- campus Bambuí VIII Jornada Científica

Análise de Percolação em Barragem de Terra Utilizando o Programa SEEP/W

Estudo experimental da classificação pneumática contínua de bagaço de cana-deaçúcar

PLASTICULTURA. Histórico Uso no setor agrícola

IRRIGAÇÃO SUBSUPERFICIAL

Aplicação de dejetos líquidos de suínos no sulco: maior rendimento de grãos e menor impacto ambiental. Comunicado Técnico

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA NOS ATRIBUTOS FÍSICOS DE UM NEOSSOLO QUARTZARÊNICO CULTIVADO COM EUCALIPTO.

TIJOLOS CRUS COM SOLO ESTABILIZADO

AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO EM AMBIENTE PROTEGIDO

VARIAÇÃO DA AMPLITUDE TÉRMICA EM ÁREAS DE CLIMA TROPICAL DE ALTITUDE, ESTUDO DO CASO DE ESPIRITO SANTO DO PINHAL, SP E SÃO PAULO, SP

TRANSMISSÃO DE RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL EM DIFERENTES SISTEMAS DE CONDUÇÃO DA VIDEIRA NIAGARA ROSADA 1.

CRESCIMENTO DO RABANETE EM TÚNEIS BAIXOS COBERTOS COM PLÁSTICO PERFURADO EM DIFERENTES NÍVEIS DE PERFURAÇÃO

Produção de cultivares de alface em três sistemas de cultivo em Montes Claros-MG

ENTECA 2003 IV ENCONTRO TECNOLÓGICO DA ENGENHARIA CIVIL E ARQUITETURA

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ATRAVÉS DE HERBICIDAS EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA

Avaliação agronômica de variedades de cana-de-açúcar, cultivadas na região de Bambuí em Minas Gerais

PAVIMENTOS PERMEÁVEIS E ESCOAMENTO SUPERFICIAL DA ÁGUA EM ÁREAS URBANAS¹.

PRODUÇÃO DE PORTA-ENXERTO DE MANGUEIRA EM SUBSTRATO COMPOSTO POR RESÍDUOS DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA

Antonio Dantas Costa Junior Engenheiro Agrônomo. Irrigação Políticas públicas e tecnologia

Teresa Cristina Castilho Gorayeb 1 ; Juliana Arakaki Takemoto 2 ; Yara Paula de Oliveira Nishiyama 2 ; João Cláudio Thoméo 3

VARIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO ARROZ DE TERRAS ALTAS INFLUENCIADOS PELA SECA METEOROLOGICA EM GOIÁS

DECANTAÇÃO DO RESÍDUO DA LAVAGEM DE BATATAS DA LINHA DE BATATAS-FRITAS

k dt = (1) Em que: U= teor de água do produto no tempo t, b.s. Ue= teor de água de equilíbrio, b.s. t= tempo em horas k = constante

III-123 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL EM ATERROS DE RESÍDUOS SÓLIDOS A PARTIR DE ESTUDOS DE REFERÊNCIA

Ambiente de produção de flores e plantas ornamentais

ENSAIO COMPARATIVO AVANÇADO DE ARROZ DE VÁRZEAS EM MINAS GERAIS: ANO AGRÍCOLA 2004/2005

DESENVOLVIMENTO DE MELOEIRO CANTALOUPE ORGÂNICO SOB DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

The art of handling. Energia

PRODUÇÃO E INFLUENCIA DA RADIAÇÃO SOLAR EM GÉRBERAS CULTIVADAS EM AMBIENTE PROTEGIDO SOB DIFERENTES TENSÕES DE ÁGUA NO SOLO

ANÁLISE COMPARATIVA DOS DADOS METEOROLÓGICOS NAS ESTAÇÕES AUTOMÁTICAS E CONVENCIONAIS DO INMET EM BRASÍLIA DF.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA PROGRAMA DE DISCIPLINA

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO AO ATAQUE DE Bemisia tabaci (Genn.) BIÓTIPO B (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE)

RELATÓRIO TÉCNICO N 04/2008 ANÁLISE DA AÇÃO DE ALTAS TEMPERATURAS EM PAINEL EM ALVENARIA DE BLOCOS CERÂMICOS VAZADOS

FUENTE DE VIDA PROJETO AGUA VIDA NATURALEZA [ PROJETO ÁGUA VIDA NATUREZA ] RELATÓRIO CHOCOLATERA INTRODUÇÃO.

Transcrição:

AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE UM AMBIENTE PROTEGIDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVO ANA KARINA DOS SANTOS OLIVEIRA 1, RAFAEL JOSÉ GOMES 2, MAGDA ALINE DA SILVA 3, CRISTIANE GUISELINI 4, HÉLITON PANDORFI 4, ELVIRA MARIA REGIS PEDROSA 4 1 Graduanda em Engenharia Agrícola e Ambiental, Depto. De Tecnologia Rural, UFRPE /Recife PE akmsol22@hotmail.com 2 Engenheiro Agrícola e Ambiental, Mestrando em Engenharia Agrícola, Depto. de Tecnologia Rural, UFRPE /Recife PE 3 Graduanda em Agronomia, Depto. Agronomia, UFRPE/Recife PE 4 Engenheiro Agrônomo, Prof. Dr.,Depto. de Tecnologia Rural,UFRPE/Recife - PE Apresentado no XVII Congresso Brasileiro de Agrometeorologia 18 a 21 de Julho de 11 SESC Centro de Turismo de Guarapari ES. RESUMO: Objetivou-se com esse trabalho uma avaliação preliminar do microclima de um ambiente protegido, quanto à temperatura e umidade do ar, para a implantação de um sistema de resfriamento para redução da temperatura interna, proporcionando condições ideais para o cultivo de mudas de cana-de-açúcar. O experimento foi conduzido no Departamento de Agronomia da UFRPE, no Recife-PE, em ambiente protegido com 3, m de largura, 9,6 m de comprimento, 2, m de pé direito e 3, m de altura e com cobertura plástica de polietileno de baixa densidade (PEBD). Foi monitorada a variação diária da Temperatura do ar (Tar) e Umidade relativa do ar (UR%), dentro do ambiente protegido e no ambiente externo, por um período de 92 dias. Os resultados mostraram que no ambiente protegido a Tar foi maior que no ambiente externo, com uma diferença média de 4,68 C. O sistema de resfriamento evaporativo pode ser aplicado em todo o período de monitoramento, apresentando uma diminuição significativa em média de 4,54 C na Tar, reduzindo também as Tar máximas que ficaram acima do limite máximo recomendável para a cultura. PALAVRAS CHAVES: microclima, cultivo protegido, nebulização ABSTRACT: The aim of this work was to make a preliminary evaluation of a greenhouse s microclimate, about the temperature and air humidity, in order to deploy a cooling system to decrease internal temperature, providing favorable conditions for the cultivation of sugarcane seedlings. The experiment was carried out at the Agronomy Department of UFRPE, in Recife-PE, in a greenhouse with 3, m wide, 9,6 m long, 2, m ceiling and 3, m height, having a plastic cover made of low density polyethylene (LDPE). It was monitored the diary variation of Temperature and Air Humidity, inside and outside the greenhouse, for 92 days. The results show that inside the greenhouse the Tar was higher than outside, with a mean difference of 4,68ºC. The evaporative cooling system can be applied throughout the monitoring period, presenting a significant reduction in mean of 4,54ºC at the Tar, also reducing the maximum Tar that were higher than the maximum limit recommended to the crop. KEWORDS: microclimate, protected cultivation, nebulization INTRODUÇÃO: Apesar das vantagens apresentadas pelo cultivo em ambiente protegido, essas instalações podem ser insatisfatórias do ponto de vista térmico, freqüentemente evidenciadas no verão (GUISELINI et al., 1 e SANTOS et al., 2). Essas temperaturas dificilmente são amenizadas com a ventilação natural e, podem extrapolar a faixa de temperatura adequada ao crescimento e desenvolvimento da cultura (TOIDA et al., 6). A Tar é um dos fatores mais importantes na produção da cana-de-açúcar, com o ótimo para seu

desenvolvimento entre C e C (MARIN et al., 9) e seu crescimento é nulo com temperaturas inferiores a 16 C e superiores a 38ºC. O resfriamento em ambiente protegido pode ser promovido por diferentes tipos de processos, tais como ventilação natural, ventilação forçada, resfriamento evaporativo do ar e refrigeração mecânica (CHURCH et al., 1981). Os autores ainda destacam que o uso de resfriamento evaporativo do ar é o método de resfriamento, o mais extensivamente usado, têm sido desenvolvidos e aperfeiçoados com a finalidade de prover às plantas, principalmente no verão, condições microclimáticas adequadas ao seu crescimento (ABDEL-GHANDY; KOZAI, 6). Além disso, de acordo com KATSOULAS et al. (1), o sistema de resfriamento evaporativo do ar exerce influência direta sobre as plantas, moderando a taxa de transpiração. Diante do exposto, objetivou-se com esse trabalho uma avaliação preliminar do microclima de um ambiente protegido, quanto à temperatura e umidade do ar, para a implantação de um sistema de resfriamento evaporativo para redução da temperatura interna, proporcionando condições ideais para o cultivo de mudas de cana-de-açúcar. MATERIAL E MÉTODOS: O monitoramento foi realizado na área experimental do Departamento de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), no Recife-PE, com latitude de 8º1 52 S e longitude de 34º54 47 W, no período de julho de 1 a outubro de 1, totalizando 92 dias. O experimento foi conduzido em ambiente protegido, possuindo 3, m de largura, 9,6 m de comprimento, 2, m de pé direito e 3, m de altura e com cobertura em capela. As paredes foram confeccionadas com telas e possuíam uma mureta 1,1 m em alvenaria. A cobertura do ambiente é em filme agrícola de polietileno. Para o monitoramento do microclima no ambiente protegido foram realizados registros contínuos de Tar e UR% utilizando um sensor de Tar e umidade, para o ambiente externo foi obtido dados por meio de uma estação meteorológica automática, localizada próxima a área do experimento ( m). Para o cálculo da quantidade necessária de água a ser adicionada no ambiente protegido com a finalidade de reduzir a Tar interna, foi conhecida a temperatura de bulbo úmido diário (Tu) por meio da relação entre a Tar média de bulbo seco (Ts) e a UR%. Em seguida foi aplicada uma equação para conhecimento da pressão de saturação de bulbo úmido (Eq. 1). (1) es tu = pressão de saturação do bulbo úmido (KPa) Tu= Temperatura de bulbo úmido A umidade absoluta (UA) foi obtida por meio de uma equação para a situação inicial utilizando a pressão atual (ea) para cada dia (Eq. 2). A fim de se obter a quantidade de água a ser adicionada no ambiente protegido para que a parcela de ar atingisse a saturação, foi considerado ea = es tu para a segunda situação, obtendo assim a UA 2 para a situação de saturação (Eq. 3). (2) UA 1 = Umidade Absoluta (gm -3 ) ea= pressão atual (KPa) Tar= Temperatura do ar ( C)

(3) UA 2 = Umidade absoluta para a saturação (gm -3 ) es tu = pressão de saturação (KPa) Tbu= Temperatura de bulbo úmido ( C) Pela diferença das umidades absolutas encontradas para cada dia, obteve-se a quantidade necessária de água (ΔUA) a ser adicionada na parcela de ar do ambiente protegido, conforme a equação 4. Em seguida foi calculada a quantidade total de água nebulizada (Q an ) fazendo-se uma relação com o volume de ar interno do ambiente protegido (V ap =96,6 m³), conforme equação 5. ΔUA= Quantidade de água necessária para atingir a saturação (gm -3 ) UA 1 = Umidade absoluta (gm -3 ) UA 2 = Umidade absoluta para a saturação (gm -3 ) Q an = Volume de água nebulizada (m 3 ) ΔUA= Quantidade de água necessária para atingir a saturação (gm -3 ) Vap = Volume total do ambiente protegido (m 3 ) Para os dados de Tar, obtidos no ambiente protegido e externamente, determinou-se a relação entre as variáveis por meio da regressão gerada entre os valores de Tar interno e externo. Além disso, foram avaliadas as variações diárias de Tar e UR%, ao longo de todo o monitoramento. Comparou-se a variação da Tar no interior do ambiente protegido para serem comparados aos limites de Tar recomendáveis para a cultura da cana-de-açúcar, assim como foi estimados a quantidade de água necessária diariamente para a redução da Tar interna. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao longo de todo o monitoramento observou-se que a Tar média interna (28,21 C) foi superior em média de 4,68 C a Tar média externa (23,53 C) (Figura 1), que concorda também com os resultados apresentados por GUISELINI E SENTELHAS (4). (4) (5)

Umidade Relativa Média (%) Temperatura Interna ( C) Temperatura ( C) 1 14/7/1 14/8/1 14/9/1 14/1/1 Tar média interna Tar média externa Figura 1. Variação diária da Tar média ( C) no ambiente protegido e no ambiente externo no período de 14/7/1 a 14/1/1. Recife, PE, 11. A Figura 2 apresenta a relação entre a Tar no ambiente interno e externo para todo o período de monitoramento, observar-se que o coeficiente de determinação (R 2 =,793) é elevado, mostrando assim uma boa correlação linear entre as variáveis analisadas. 45 1 5 y = 1.5457x - 8.1166 R² =.7932 1 Temperatura Externa ( C) Figura 2. Relação entre a Tar média no ambiente protegido e no ambiente externo, na escala d minutos. Recife, PE, 11. Observa-se na Figura 3 a variação da UR% média monitorada diariamente nos ambientes estudados, onde a UR% media do período foi de 69,16% no ambiente protegido mostrando-se menor que no ambiente externo (75,72%), com uma diferença de 6,56%. 1 9 8 7 6 14/7/1 14/8/1 14/9/1 14/1/1 UR% média interna UR% média externa Figura 3. Variação diária da UR% média no ambiente protegido e no ambiente externo no período de 14/7/1 a 14/1/1. Recife, PE, 11. Nota-se que para todo o período monitorado pode ser instalado um sistema de resfriamento evaporativo, visto que é possível a aplicação de água na parcela de ar do ambiente protegido durante todo o período avaliado. A Figura 4 mostra os valores de injeção de água para a redução da Tar interna. Observa-se que para dias com Tar médias maiores requer maiores quantidades de água.

Temperatura ( C) Nebulização (g de H) Levando-se em consideração a Tar máxima o sistema deveria ser acionado em todo o período estudado, ocasionando a redução da Tar máxima e adequando-a ao limite ótimo superior da cultura. Contudo se for considerada a Tar média o sistema deveria se acionado somente a partir do dia 27/9/1 até o final do experimento. Nesse sentido o sistema seria acionado somente quando a Tar1 estiver acima do limite ótimo fazendo com que a mesma fosse reduzida até o valor da ordem de Tar2 calculada. 45 1 5 14/7/1 4/8/1 /8/1 /9/1 6/1/1 4 3 2 1 1 Nebulização (g de H) Tar 1 Tar 2 Tar ótima superior Tar ótima inferior Tar máx. Figura 4. Variação diária da Tar Média antes (Temp. Média 1) e após a nebulização (Tar2 o C). CONCLUSÕES: Conclui-se que no ambiente protegido a Tar foi maior que no ambiente externo, apresentando uma diferença média na ordem de 4,68 C. A UR% foi menor no ambiente externo. O sistema de resfriamento evaporativo pode ser recomendado para o ambiente protegido em questão, proporcionando condições ideais para o cultivo de mudas de cana-de-açúcar podem reduzir a Tar em media 4,54 o C. REFERÊNCIAS: ABDEL-GHANDY, A. M.; KOZAI, T. Cooling efficiency of fogging systems for greenhouse. Biosystems Engineering, Oxford, v. 94, n. 1, p. 97-19, 6. CHURCH, G. A.; WATERS, W. F.; LAZIN, M. B. Application of ground water to greenhouse cooling systems. Chicago: American Society of Agricultural Engineers, 1981. p.-18. GUISELINI, C.; SENTELHAS, P.C.; PANDORFI, H.; HOLCMAN, E. Manejo da cobertura de ambientes protegidos: Radiação solar e seus efeitos na produção da gérbera. Revista Bras. Engenharia Agrícola e Ambiental, v.14, n.6, p.645 652, 1. GUISELINI, C.; SENTELHAS, P.C.; Uso de malhas de sombreamento em ambiente protegido: Efeito da temperatura e na umidade do ar. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v.12, n. 1, p. 9-17, 4. KATSOULAS, N.; BAILLE, A.; KITTAS, C. Effect of misting on transpiration and conductances of a greenhouse rose canopy. Agricultural and Forest Meteorology, Oxford, v. 16, p. 233-247, 1. MARIN, F.R.; PELLEGRINO, G.Q.; ASSAD. E.D.; PINTO, H.S.; ZULLO JUNIOR, J. Cana-de-açúcar. In: MONTEIRO, J.E.B.A. (Ed.). Agrometeorologia dos cultivos: O fator meteorológico na produção agrícola. Brasília: INMET, 9. p. 111-1. SANTOS, R. F.; VILAS BOAS M. A.; KLAR, A. E. Alterações em variáveis agrometeorológicas pelo uso de estufa plástica. Irriga, Botucatu, v. 7, n.2, p. 1-141, 2. TOIDA, H. et al. Enhancing fog evaporation rate using an upward air stream to improve greenhouse cooling performance. Biosystems Engineering, Oxford, v. 93, n. 2, p. 5-211, 6.