ANÁLISE DE IMPUGNAÇÕES



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Transcrição:

ANÁLISE DE IMPUGNAÇÕES PROCESSO: Processo Administrativo nº 017/2014 Pregão Presencial n 004/2014 - Contratação de empresa para fornecimento e entrega de cartões alimentação e refeição na modalidade eletrônico. IMPUGNANTES: Planinvesti Administração e Serviços Ltda. Trivale Administração Ltda. O Pregoeiro e Pregoeiro Substituto do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP), formalmente designados, ANALISA, com fulcro no Edital e nas Leis nº 10.520/02, 8.666/93 e demais dispositivos aplicáveis, as IMPUGNAÇÕES apresentadas pelas licitantes Trivale Administração Ltda. e Planinvesti Administração e Serviços Ltda., nos termos a seguir aduzidos: DAS FORMALIDADES LEGAIS Aos vinte e seis dias do mês de março do corrente ano, foi publicado no Diário Oficial da União, aviso de licitação deste CAU/SP, do Pregão Presencial nº 004/2014, para a contratação de empresa que forneça cartões alimentação e refeição aos servidores do Conselho, na modalidade eletrônico e que será realizado no dia oito de abril do corrente ano. O Edital do referido certame encontra-se disponível no sítio eletrônico do CAU/SP desde o dia da publicação, cumprindo-se o prazo estabelecido no artigo 4º, inciso V da Lei 10.520/02, concedendo aos licitantes oito dias de prazo entre a publicação do Edital e a data efetiva do recebimento das propostas. Na data de três de abril passada, a empresa Trivale Administração Ltda. apresentou sua impugnação ao Edital e na data de quatro de abril passada, a Planinvesti Administração e Serviços Ltda. apresentou sua impugnação ao Edital, ambas tempestivamente. Destarte, este Pregoeiro e Pregoeiro Substituto, atendendo as formalidades legais, vêm-se em condições de analisar as presentes impugnações. DAS ALEGAÇÕES DA IMPUGNANTE TRIVALE ADMINISTRAÇÃO LTDA. Em síntese, alega existir no edital exigência de cláusula restritiva, por requerer cartão magnético com chip. Alega ser condição absolutamente ilegal, pois esta exigência direciona a licitação somente a uma, no máximo a duas empresas do ramo.

Faz uma breve explanação em defesa dos cartões magnéticos, afirmando que o objeto constante do termo de referência é plenamente realizado através do cartão magnético com tarja. Afirma que a manutenção do pregão na forma apresentada fere de morte os princípios norteadores da licitação, mormente os princípios da igualdade e da competitividade. Requer seja modificado o Edital, retirando a exigência da utilização de cartão eletrônico com chip, ou que permita a participação de empresas que prestem o serviço com cartão com chip ou tarja magnética. DAS ALEGAÇÕES DA IMPUGNANTE PLANINVESTI ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS LTDA. Alega em síntese que considera que há exigência excessiva e desarrazoada no Edital, relacionada com a exigência de cartões magnéticos com chip, previsto no subitem 2.2. Afirma que a exigência é restritiva, que a tecnologia específica (cartões com chip) é inerente à apenas uma ou duas empresa do setor e que não há justificativa plausível que fundamente a exigência dos cartões eletrônicos serem dotados especificamente de chips de leitura. Também afirma que o cartão eletrônico ou magnético já é dotado de sistema de segurança que inviabiliza a sua utilização por quem não é o titular do documento, justamente por prescindir de senha pessoal. Requer a reformulação do presente edital, republicando-se um novo instrumento convocatório, de modo que os cartões sejam fornecidos tão somente na forma eletrônica ou magnética. DO MÉRITO As impugnações são tempestivas e perfazem os pressupostos de admissibilidade, eis que presente a tempestividade, legitimidade e o interesse patente. O âmago da questão das duas impugnações recai sobre o mesmo item do Edital, o item 2.2, por isso, a resposta deste Pregoeiro e Pregoeiro Substituto será a mesma para as duas impugnações, pelo princípio da economicidade processual. Diz o item 2.2 do Edital: Os cartões alimentação e refeição deverão conter chip, personalizados com o nome do usuário do CAU/SP, com senha

pessoal e intransferível para utilização dos cartões nos estabelecimentos, consulta de saldos e extratos. A exigência deste Conselho é legal e embasada por várias decisões dos Tribunais de Contas Estaduais, além da manifestação do Tribunal de Contas da União já publicada no informativo do TCU nº 138, favorável a exigência do emprego de cartão contendo microprocessador com chip, como veremos adiante. É de conhecimento geral, inclusive por diversas reportagens em diversas mídias, que a tecnologia de cartões com chip de segurança já existem há muito tempo no mercado, disseminada principalmente pelos bancos; possuem capacidade de armazenar dados de forma segura (criptografados); tem uma maior capacidade de memória e, graças à presença de um microprocessador interno, podem ser utilizados por múltiplas funções sendo que no mesmo cartão podem ser armazenados dados de vários serviços diferentes. Além disso, os cartões com chip não podem ser clonados, pelo menos não com meios simples, gerando maior segurança que os cartões convencionais por meios magnéticos. Por isso mesmo que as instituições bancárias rapidamente ao tomarem conhecimento da tecnologia do chip, substituíram seus cartões com tarja magnética pela nova tecnologia. Ademais, o próprio cartão com chip já é tecnologia superada! Os modelos sem contato, do tipo RFID e NFC, que não precisarão ser inseridos em terminal, trocando informações com máquinas de acesso remoto a alguns centímetros de distância é a tecnologia atual, que substituirá os hoje já tecnologicamente superados, que são os cartões com chips (fonte www.tecmundo.com.br). Porém, algumas empresas deste setor de fornecimento de cartões de serviços, como as impugnantes, não querem desenvolver sua tecnologia e querem obrigar a Administração Pública, direta ou indireta, a trabalharem como o que temos de quase pior em segurança em cartões. Aliás, pior que isso somente se as impugnantes quisessem que trabalhássemos com os antigos vales em papel! Não pode a Administração Pública ser tolhida em suas escolhas simplesmente pelo fato de que algumas empresas não adequaram seus serviços às tecnologias do mercado. Na rede mundial de computadores encontramos inúmeros textos ressaltando a segurança dos cartões com tecnologia de chip em comparação aos cartões com tarja magnética.

Para termos uma idéia, este Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo mantêm até o dia 09 de abril de 2014, contrato com a empresa Bônus Alimentação para a entrega dos cartões de refeição e alimentação com tarja magnética. Porém a própria empresa manifestou seu interesse em não renovar o contrato de prestação de serviços, com a alegação de que encerrará suas atividades de fornecimento de benefícios em cartão, justificando que tal decisão se consolidou devido aos inúmeros casos de fraudes que tiveram ao longo do último ano com seus cartões de benefício, justamente porque os mesmo são com tecnologia de tarja magnética. Os funcionários deste Conselho tiveram inúmeros problemas devido a clonagem de seus cartões, pois ao tentarem utilizar seus cartões, supostamente com crédito suficiente, eram surpreendidos com a informação de que não havia saldo no cartão, sendo obrigados a utilizar outros recursos financeiros para pagar suas compras ou refeição, ou ainda, serem obrigados a deixar suas compras no supermercado, sendo submetidos ao constrangimento diante do estabelecimento comercial e demais pessoas presentes na ocasião. Ainda assim, após a constatação da fraude, os funcionários tinham que aguardar a confecção de novo cartão e ressarcimento do crédito, o que estendia de 5 (cinco) a 10 (dez) dias, ficando impossibilitado de usufruir do benefício durante esse período de tempo. Alguns funcionários se viram no direito de iniciar processo judicial contra a empresa fornecedora, alegando constrangimento público e danos morais. Em percentual, verificamos que dos cartões apresentados pela Bônus neste Conselho, 36% (trinta e seis por cento) dos cartões de modalidade alimentação apresentaram problemas de clonagem, tornando necessária a substituição de todos os cartões dos funcionários a fim de inibir novos casos. Na modalidade refeição, 20% (vinte por cento) dos cartões apresentaram problemas de fraude. Em ambos os cartões, todos os cuidados tomados pelos funcionários não foram suficientes para impossibilitar tais ocorrências. Essas situações além de gerar os transtornos aos usuários, também geraram sobrecarga de trabalho para a equipe de Recursos Humanos do Conselho, que incumbida de resolver os transtornos o mais breve possível, dedicavam seu tempo para ligações telefônicas, e-mails ao fornecedor, comunicados internos, além de dedicar tempo exclusivo aos funcionários até a resolução dos problemas, tomando tempo necessário para o exercício de outras atribuições. As ocorrências também contribuíram de forma negativa para a imagem do CAU/SP perante seus funcionários, uma vez que nunca houve intenção desse Conselho em oferecer um benefício aos seus colaboradores que trouxessem tamanha insatisfação e transtorno.

Ademais, a alegação do aumento de custos para a implantação do cartão com chip não é verdadeira. Vários estudos constantes na rede mundial de computadores afirmam que um cartão com chip custaria em torno de R$ 4,50 (quatro reais e cinquenta centavos) a unidade e além disso, uma empresa pode substituir seus cartões de tarja magnética por chip em no máximo 30 (trinta) dias. O cartão com tarja tem um custo menor, em torno de R$ 1,00 (um real por cartão). Porém na rede mundial de computadores é possível comprar uma impressora com cartão de tarja e com isso a fraude é constante e devido a isso, a segurança destes cartões é mínima. Não é por esta pequena diferença no custo da emissão dos cartões que a Administração Pública será obrigado a suportar a insurgência das empresas que ficaram estagnadas no passado, que não evoluem, que não vão atrás de novas tecnologias, e que colocam seus clientes em situação de constante risco? Portanto, este Conselho ao exigir os cartões com chip, o fez principalmente em relação ao critério da segurança, pois os cartões com chip dificultam as fraudes por clonagem, o que não ocorre com os cartões sem essa tecnologia. Desta forma, inúmeras decisões dos Tribunais de Contas são favoráveis ao requerimento dos cartões com chip. Vejamos: Representação formulada por empresa acusou possíveis irregularidades no edital do Pregão Eletrônico 181/2012, realizado pela Câmara dos Deputados, que tem por objeto a prestação de serviços de abastecimento, com fornecimento de combustíveis, para veículos locados e/ou frota própria, incluindo administração com gerenciamento informatizado do abastecimento, por meio da utilização de cartão com microprocessador com chip. A autora da representação alegou, em síntese, que: a) a exigência de tal cartão teria direcionado a licitação para uma única empresa; b) outras firmas que não possuem tal sistema, seriam capazes realizar o serviço com segurança, por meio do emprego de cartões convencionais e utilização de senhas; c) o sistema pretendido é mais dispendioso, o que pode impactar o preço final do serviço. O titular da unidade técnica, ao divergir desse entendimento, anotou que a sistemática exigida pelo edital não se delineia exacerbada ou incompatível com o interesse público. O relator do feito, ao alinhar-se a esse entendimento, considerou que a utilização de cartão com chip não é desarrazoada nem prejudica a competitividade do certame. E mais: Na verdade, a tecnologia exigida dos licitantes tem como finalidade ampliar a segurança das transações, permitir o controle total do abastecimento dos veículos e dificultar a clonagem de cartões magnéticos, além de seguir procedimento utilizado com sucesso por bancos e operadoras de cartões de crédito. Anotou ainda que os esclarecimentos prestados pelo gestor indicam a existência de outros fornecedores capazes de prestar o serviço nos moldes demandados pelo edital do certame. O Tribunal, então, ao acolher a proposta do relator, decidiu considerar improcedente a representação. (Acórdão 112/2013-Plenário, TC 038/520/2012-5, relator Ministro José Múcio Monteiro, 30.1.2013)

(...) É de conhecimento geral que a tecnologia de cartões com chip de segurança existe há muito tempo no mercado, disseminada principalmente pelos bancos. Assim, não me parece que a Câmara de Cotia tenha optado por formato extremamente restritivo, como querem fazer entender as representantes. É o mesmo que dizer que nenhum órgão público poderá escolher qualquer tecnologia mais segura enquanto a maioria das empresas de cartões refeição não decidir adotá-la. Penso que o procedimento é justamente o contrário. As empresas que querem contratar com a Administração devem se aperfeiçoar e não ditar o que pode ou não ser contratado. Não considero plausível que a Administração seja tolida em suas escolhas simplesmente pelo fato das representantes não trabalharem com o objeto licitado dentro de suas especificações sem apresentar qualquer documentação de suporte. Também não é o caso de depositar o ônus da prova à Administração, uma vez que as empresas do ramo de cartões, e contamos com quatro delas nesta oportunidade, têm condições de demonstrar documentalmente o alegado, mas, repito, não o fizeram. Nesse sentido, também não me parece despropositado exigir a comprovação da qualificação técnica nessa tecnologia, uma vez que atinente ao objeto licitado. Em razão do exposto, neste momento não é cabível a paralisação do certame com base no alegado na inicial nem na documentação que a acompanha com a finalidade de sustentar o reclamado. Todavia, nada impede que o reflexo da aplicação desse regramento seja melhor analisado no caso concreto. (...). (Processos 0002411.989.13-0, 0002413.989.13-8, 0002414.989.13-7 e 00002415.989.13-6, Representantes: Verocheque Refeições Ltda, Sindplus Administradora de Cartões, Serviços de Cadastro e Cobrança Ltda., Planinvesti Administração e Serviços Ltda e Trivale Administração Ltda. Representado: Câmara Municipal de Cotia. Conselheiro: Alexandre Manir Figueiredo Sarquis). (...) Nesta conformidade, constata-se que aludida exigência, diante do escopo do objeto licitado, não está fornecendo indícios suficientes de afronta à lei de regência, na medida em que a utilização de chip de segurança é usualmente adotada no mercado, em face das vantagens conferidas aos usuários nas transações eletrônicas, como maior rapidez, e combate à fraude e à clonagem. Ademais, em todas as vertentes utilizadas para a prestação de serviços com cartões, quer por chip, quanto por tarja magnética, corre-se o risco de sua violabilidade, não sendo prerrogativa maior ou menor de um tipo de cartão. Deste modo, tal argumento não pode servir para que esta Corte intervenha com o fim de obstaculizar o prosseguimento da licitação. No que toca às assertivas de contrariedade à legislação do PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), igualmente, não vejo como prosperar, tendo em vista que não há qualquer proibição acerca da utilização do modelo do cartão com chip. (...) INDEFIRO o requerimento de medida liminar de paralisação do procedimento licitatório. (...) DETERMINO o ARQUIVAMENTO deste processo.

Tomada de Contas nº 001266/989/13-6, representante: VEROCHEQUE REFEIÇÕES LTDA; representada: DEPARTAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO DE AMERICANA, Dimas Eduardo Ramalho, Conselheiro. (...) Em síntese, critica a tecnologia adotada para o objeto licitado, afirmando que a exigência de cartões eletrônicos com chip configura condição restritiva e vedada pela legislação de regência. Instruída com a documentação reclamada pelo 2º do artigo 220 do Regimento Interno deste Tribunal, requer a suspensão do certame e ulterior correção do instrumento. Delimitado pelo exame não exauriente do rito processual, não me convenço da suscitada restritividade do objeto, não bastando para tanto, com a devida vênia, a mera alegação do representante. Ao contrário e segundo me parece, a tecnologia eleita é compatível com a segurança almejada para operações eletrônicas de crédito, assemelhadas ou não, bem como decorre do exercício da competência discricionária do Administrador. Insubsistentes os argumentos deduzidos por Planinvesti Administração e Serviços Ltda., indefiro liminarmente o pedido, nego o processamento da matéria como Exame Prévio do Edital e determino o arquivamento do processo. É como decido, conforme me autoriza o art. 220, 1º, in fine, do Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. (Relator Renato Martins da Costa, Processo 2965.989.13-0, representante: Planinvest Administração e Serviços Ltda, representado: Fundação da Seguridade Social dos Servidores Municipais de Sorocaba). E mais, o Supremo Tribunal Federal, através da sua Comissão Permanente de Licitações, lançou pregão eletrônico objetivando a contratação de empresa para prestação de serviços de administração e gerenciamento informatizado do abastecimento de veículos oficiais do STF, requerendo cartões eletrônicos com chips, e ao serem questionados por uma licitante, assim responderam: 1. Trata-se de questionamento encaminhado pela empresa Tripar Bsb Administradora de Cartões Ltda., via e-mail, no uso do direito previsto na legislação vigente e na Seção XXIII do Edital, interessada em participar do Pregão Eletrônico nº. 13/2013, que tem por objeto a contratação de empresa para prestação de serviços de administração e gerenciamento informatizado do abastecimento dos veículos oficiais do STF, com tecnologia de cartão eletrônico, em rede de postos credenciados. 2. O pedido preenche os requisitos legais, pois foi apresentado por meio eletrônico e tempestivamente. 3. A citada empresa apresenta o seguinte questionamento: Consta na descrição do OBJETO a exigência de Cartão Eletrônico com CHIP, para prestação de serviços de administração e gerenciamento informatizado do abastecimento dos veículos oficiais do STF. Ocorre que a exigência de Tecnologia com Cartão Eletrônico com Chip, limita a participação de empresas no processo, partindo-se do principio da isonomia. Somente 02 empresas detém a tecnologia adequada de Cartão com CHIP. Alem disso, esta tecnologia não permite que os gestores tenham as informações On-Line por ser uma tecnologia que utiliza o sistema Off Line. Hoje 80% das empresas que operam o Produto de Administração e Gerenciamento informatizado para abastecimento de veículos em Postos de Combustível e de Gestão de

Frota operam COM O CARTÃO COM TARJA MAGNÉTICA E SENHA DE SEGURANÇA PARA AS TRANSAÇÕES, que são processadas em tempo real, permitindo a gestão e controle do processo e geração de relatórios On-line. Perguntamos: O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL aceitará propostas que apresentem Cartões Eletrônicos com tarja magnética para atender ao Objeto e exigências do termo de referência? 4. Em resposta ao pedido de esclarecimento acima, e subsidiado pela Seção de Transporte deste STF, informo que somente será aceita a proposta de preços que ofertar a prestação dos serviços com a utilização de cartões eletrônicos com chip. A exigência de cartões com chip na forma estabelecida pelo edital visa garantir maior segurança nas transações realizadas no abastecimento da frota de veículos deste Tribunal na vigência do contrato e não se afigura como restritiva visto que o uso de tal tecnologia já é praticada por algumas empresas no mercado. 5. Nesse sentido, o TCU já se manifestou, conforme o excerto a seguir extraído do Informativo do TCU nº 138: A exigência do emprego de cartão contendo microprocessador com chip, como ferramenta de controle na prestação de serviços de abastecimento com fornecimento de combustíveis, afigura-se razoável e não merece ser considerada restritiva ao caráter competitivo do certame. Representação formulada por empresa acusou possíveis irregularidades no edital do Pregão Eletrônico 181/2012, realizado pela Câmara dos Deputados, que tem por objeto a prestação de serviços de abastecimento, com fornecimento de combustíveis, para veículos locados e/ou frota própria, incluindo administração com gerenciamento informatizado do abastecimento, por meio da utilização de cartão com microprocessador com chip. A autora da representação alegou, em síntese, que: a) a exigência de tal cartão teria direcionado a licitação para uma única empresa; b) outras firmas que não possuem tal sistema, seriam capazes realizar o serviço com segurança, por meio do emprego de cartões convencionais e utilização de senhas; c) o sistema pretendido é mais dispendioso, o que pode impactar o preço final do serviço. O titular da unidade técnica, ao divergir desse entendimento, anotou que a sistemática exigida pelo edital não se delineia exacerbada ou incompatível com o interesse público. O relator do feito, ao alinhar-se a esse entendimento, considerou que a utilização de cartão com chip não é desarrazoada nem prejudica a competitividade do certame. E mais: Na verdade, a tecnologia exigida dos licitantes tem como finalidade ampliar a segurança das transações, permitir o controle total do abastecimento dos veículos e dificultar a clonagem de cartões magnéticos, além de seguir procedimento utilizado com sucesso por bancos e operadoras de cartões de crédito. Anotou ainda que os esclarecimentos prestados pelo gestor indicam a existência de outros fornecedores capazes de prestar o serviço nos moldes demandados pelo edital do certame. O Tribunal, então, ao acolher a proposta do relator, decidiu considerar improcedente a representação. Acórdão 112/2013-Plenário, TC 038/520/2012-5, relator Ministro José Múcio Monteiro, 30.1.2013.

CONCLUSÂO Considerando o exposto e a legislação aplicável, o Pregoeiro e Pregoeiro Substituto, resolvem julgar improcedente as impugnações das empresas Planinvesti Administração e Serviços Ltda. e Trivale Administração Ltda., de maneira a manter o objeto do instrumento convocatório nos mesmos termos. São Paulo, 07 de abril de 2014. ORIGINAL ASSINADO POR Maciel Luis dos Santos Silva Pregoeiro Marcus Augustus Moia Gama Pregoeiro Substituto