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Transcrição:

O ENSINO DOS ESPORTES DE INVASÃO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS TAREFAS UTILIZADAS EM UMA ESCOLINHA DE FUTSAL DE PASSO FUNDO 1 THE TEACHING OF INVASION SPORTS: A CASE STUDY ON TASKS USED IN A FUTSAL SCHOOL OF FOUNDATION Diana Vitoria Noronha Do Amaral 2, Ana Luiza Quadri 3, Affonso Manoel Righi Lang 4 1 Recorte de uma atividade acadêmica realizada na disciplina 2 Acadêmica do curso de Educação Física, Faculdade IDEAU - Passo Fundo. 3 Acadêmica de Educação Física, Faculdade IDEAU - Passo Fundo. 4 Graduando em Educação Física (Unijuí); Mestre em Desenvolvimento Humano e Tecnologias (UNESP); Professor do curso de Educação Física na URI ( Santo Ângelo); Professor do curso de Educação Física da IDEAU (Passo Fundo); Doutorado no PPG em Educação nas Ciências da Unijuí. O ENSINO DOS ESPORTES DE INVASÃO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS TAREFAS UTILIZADAS EM UMA ESCOLINHA DE FUTSAL DE PASSO FUNDO THE TEACHING OF INVASION SPORTS: A CASE STUDY ON TASKS USED IN A FUTSAL SCHOOL OF FOUNDATION Introdução O esporte é atualmente um dos maiores fenômenos sociais do mundo, tendo desdobramento na educação, no lazer, no entretenimento, no consumo e em outras esferas. Diariamente somos bombardeados por informações esportivas, mesmo que não tenhamos a mínima intenção em acessá-las. Esse movimento, acaba influenciando cada vez mais na temática da Cultura Corporal de Movimento (CCM), e consequentemente nas abordagens referentes ao processo de ensino e aprendizagem por profissionais da Educação Física (GONZÁLEZ; FRAGA, 2009; KUNZ, 2006; BRACHT, 2000; COLETIVO DE AUTORES, 1992). Tanto nas escolas, como em escolinhas e clubes, o esporte recebe prestígio importante pelos professores e alunos. Entretanto, há alguns anos, o que tem se percebido é um distanciamento das possibilidades de ensino nesses ambientes. Perfis de ensino tradicionais e de abandono pedagógico são notados em grande escala por diversas pesquisas da área (MACHADO et al., 2010; GONZÁLEZ, FENSTERSEIFER, 2009). Em nosso estudo, o perfil tradicional é entendido como a atuação que visa o ensino dos esportes através das abordagens técnicas (chutes; passes; arremessos), em que outras dimensões acabam por ser ignoradas, principalmente nos esportes com interação entre adversário que a demanda da percepção ambiental é fundamental (GONZÁLEZ; BRACHT, 2012; GONZÁLEZ, FRAGA, 2009, 2012). Já o perfil com atuação de abandono pedagógico é aqui compreendido como o docente que recebe denominações do tipo rola bola, largobol, aula matada. Em linhas gerais, trata-se da atuação docente caracterizada por não apresentar grandes pretensões com suas práticas; talvez a pretensão maior seja a de ocupar seus alunos com alguma atividade. Com frequência, o professor

com este perfil converte-se em simples administrador de material didático, atividade que não exigiria, em princípio, formação superior (GONZÁLEZ, et al, 2013, p. 3). Ainda assim, a área da Educação Física, após passar por profundas modificações, também tem apresentado estudos com resultados positivos. Silva e Bracht (2012) apresentam um conceito que caracteriza o oposto dos exemplos anteriormente citados, principalmente em ambientes escolares (mas que também são observados em escolinhas esportivas). Os autores apontam para o perfil da prática inovadora, que é caracterizado por quatro características interessantes de professores que buscam inovar as temáticas das aulas de Educação Física ampliando os horizontes dos conteúdos trabalhados: 1º) abordando outras possibilidades da cultura corporal de movimento, como conhecimentos fisiológicos, antropológicos, sociológicos, etc. tratando-os contextualizadamente, portanto, articulando aspectos procedimentais e conceituais; 2º) modificando a abordagem pedagógica, para além dos gestos técnicos, envolvendo o aluno como sujeito do conhecimento, construindo um ambiente de co-criação e gestão das aulas; 3º) utilizando formas de avaliação que possibilitem o aluno nas decisões do que avaliar, como avaliar e, mesmo, no próprio ato de avaliação (auto-avaliação); 4º) articular a EF de forma mais clara e orgânica ao projeto pedagógico da escola (SILVA, BRACHT; 2012, p. 82). Nesse estudo, por focarmos o debate no ensino dos esportes de invasão (GONZÁLEZ, FRAGA, 2009, 2012), comentaremos o segundo ponto, referente as abordagens pedagógicas. Assim, González e Bracht (2012) indicam uma classificação das tarefas utilizadas durante o ensino dos esportes de invasão. Os autores destacam quatro (4) tarefas principais: T1, T2, T3 e T4 (T4.1; T4.2; T4.3) Na tarefa do Tipo 1 (T1) não existe interação com o adversário, e terá somente um elemento técnico na execução. A de Tipo 2 (T2) também não haverá interação com o adversário, porém conterá o encadeamento de mais de um elemento técnico na execução. A de Tipo 3 (T3) haverá interação com o adversário, em que podem ser abordados elementos técnicos e táticos com a descaracterização do ambiente de jogo formal, utilizando normalmente dois elementos técnicostáticos. E, nas tarefas do Tipo 4 (T4) também ocorrerá interação com o adversário, porém será executado elementos básicos do jogo formal preservado, com o desenvolvimento de elementos técnicos e táticos: T4.1 com jogo formal; T4.2 com jogo reduzido ou ainda T4.3 com jogo assimétrico (2x1; 3x2; 4x3) (GONZÁLEZ, BRACHT; 2012). Aqui fica claro que nas tarefas T1 e T2 não existe interação entre adversário, são habilidades fechadas em que o aluno não precisa perceber (ler o ambiente) o que está acontecendo, para então decidir o que fazer durante a atividade. A atividade está definida antes mesmo de ser executada e o aluno irá fazê-la dentro do padrão exigido pelo professor. Em contrapartida, as tarefas T3 e T4, possuem interação entre adversários. Assim, ao utilizarmos esse tipo de tarefa, os alunos estarão sendo constantemente estimulados a ler e decidir o que fazer antes de realizar a ação. As tarefas T3 e T4 demandam organizações mentais diferentes das T1 e T2, e essa demanda acaba tendo resultados diretos no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Por isso, conforme indicam González e Bracht (2012, p. 80) a seleção, criação e adaptação das tarefas é um processo fundamental para oferecer aos alunos experiências de movimentos significativas que oportunizem aprendizagem. A tarefa é como uma

ferramenta que não pode ser classificada como boa ou ruim, e sim como adequada ou inadequada aos propósitos para a qual foi selecionada. Aprender a ler as tarefas é fundamental. A experiência que elas oferecem são as que possibilitam a aprendizagem. Frente ao exposto, esse estudo busca analisar os tipos de tarefas utilizadas para o ensino do futsal (esporte de invasão) em uma escolinha de futsal de Passo Fundo. Metodologia Esta pesquisa se caracteriza por ser qualitativa do tipo estudo de caso (GIL, 1999), em que é profundamente estudado poucos objetos. Para a coleta de dados, foram realizadas cinco observações em aulas de iniciação esportiva com alunos de 7 a 12 anos, que contavam com três (3) professores e 14 alunos. As observações foram realizadas no município de Passo Fundo, nos dias 26/03, 28/03, 09/04, 11/04, 16/04. As aulas ocorriam nas segundas e quartas-feiras, tinham início às 10 horas e término às 11h15min e a quantidade de alunos variava durante as aulas. Durante as observações das aulas anotações eram feitas em um diário de campo, relatando detalhadamente as atividades propostas pelos professores que trabalhavam com a turma observada. Para a análise de dados foram realizados análises do conteúdo observado (BARDIN, 1977) e dialogado com a literatura pesquisada. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após as observações das cinco aulas, ficou evidente a atenção dada para atividades em que não existe interação entre adversários. De 28 atividades propostas em aula, 24 delas são T1 e T2, e somente 4 delas são de T4.1 (três atividades) e T4.2 (uma atividade). As 24 atividades T1 e T2 visavam a reprodução dos movimentos demonstrados pelos professores. As características destas atividades acabam influenciando muito pouco no processo de ensino e aprendizagem dos alunos, pois deles não é exigido a leitura do ambiente, nem o esforço para tomar decisões, apenas devem reproduzir o elemento técnico escolhido para aquela tarefa (GONZÁLEZ, BRACHT, 2012). Porém, ao nos desafiarmos a ensinar os esportes coletivos com interação, desenvolver atividades com interação entre adversários é fundamental para que nossos alunos tenham melhores possibilidades de aprendizagem. Outro fato que chamou a atenção foram as poucas intervenções feitas por todos os professores (quase a totalidade foram para pausa para hidratação ou explicação de nova tarefa). Acreditamos que as intervenções são fundamentais durante as aulas pois as tarefas em si têm pouco efeito, se a experiência não for acompanhada de informações ou reflexões sobre os conteúdos que se pretendem ensinar com a sua realização (GONZÁLEZ, BRACHT, 2012, p. 82). Por isso as atividades devem fazer os alunos pensarem profundamente sobre o que fazem (JONASSEN, 2000), pois se isso não ocorrer, os alunos serão sujeitos passivos, com pouco envolvimento nas atividades, e consequentemente tendo suas possibilidades de aprendizagem diminuídas (KUNZ, 2006; BRACHT, 2000; COLETIVO DE AUTORES, 1992). Ainda, mesmo que os professores tenham utilizados tarefas com interação, acreditamos que o pouco tempo destinado para cada uma delas (aproximadamente 10 minutos por aula), e a caracterização da utilização das filas (que coloca o aluno em uma situação de espera, em que não participa da aula) acabam tendo pouca efetividade no processo de ensino e aprendizagem. Assim, podemos afirmar que o perfil de atuação dos professores observados pode ser caracterizado como de atuação tradicional, em que a

centralidade do ensino são os elementos técnicos, e outras dimensões do elemento esportivo (e principalmente dos esportes de invasão) não são tematizados (GONZÁLEZ; BRACHT, 2012; GONZÁLEZ, FRAGA, 2009, 2012). Considerações Finais Frente ao exposto, percebemos que as tarefas utilizadas pelos docentes demandam pouca interação entre os adversários. Assim, o modelo de ensino utilizado enfatiza as atividades prontas, em que o professor explica o funcionamento das atividades e os alunos apenas reproduzem tal e qual, como foi solicitado. Essas atividades chamada de T1 e T2 não fazem com que os alunos realizem a leitura do ambiente e tomem uma decisão. Com base no exposto, concluímos que as tarefas utilizadas pelos professores não está adequada para se trabalhar com esportes de interação. Pro fim, entendemos que as tarefas pouco tem contribuído para a aprendizagem dos alunos, pelo fato de não oportunizarem situações mais próximas das reais de um jogo. Bibliografia BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977 BRACHT, Valter. Esporte na escola e esporte de rendimento. Revista Movimento, Porto Alegre, v. 06, n. 12, p. XIV-XXIV, 2000. Acesso em 15/07/2017. Disponível em http://www.seer.ufrgs.br/movimento/article/viewfile/2504/1148 COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª: ed. São Paulo: Atlas, 1999. GONZÁLEZ, F. J. BRACHT, V. Metodologia do ensino dos esportes coletivos. Vitória : UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2012. ; FRAGA, A. B. Referencial Curricular de Educação Física. In: Rio Grande do Sul. Secretaria de Estado da Educação. Departamento Pedagógico. (Org.). Referencias Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: Linguagens, Códigos e suas Tecnologia. 1ed.Porto Alegre: SE/DP, 2009, v. 2, p. 112-181 ; Afazeres da educação física na escola: planejar, ensinar, partilhar. Erechim-RS: Edelbra, 2012..; FENSTERSEIFER, P. E. ; GLITZ, A. P. ; RISTOW, R. W.. O abandono do trabalho docente em aulas de educação física: a invisibilidade do conhecimento disciplinar. Educación Física y Ciencia, v. 15, p. 01-12, 2013. JONASSEN, David H. Computadores, Ferramentas Cognitivas Desenvolver o pensamento crítico nas escolas. 2000. Porto Editora Porto Portugal KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. 7ª ed. Ijuí: UNIJUÍ, 2006.

MACHADO, T. S. ; BRACHT, V. ; FARIA, B. A. ; MORAES, C. E. A. ; ALMEIDA, U. R. ; ALMEIDA, F.Q.. As práticas de desinvestimento pedagógico na Educação Física escolar. Movimento (UFRGS. Impresso), v. 16, p. 129-147, 2010. SILVA, M. S.; BRACHT, V. Na pista de práticas e professores inovadores na Educação Física escolar. Kinesis, Cascavél, v. 30, n. 1, p. 80-94, jan/jun 2012