DIREITO FINANCEIRO irapua.beltrao@agu.gov.br
2 ATIVIDADE FINANCEIRA RECEITA PÚBLICA DESPESA PÚBLICA Despesa ultrapassa o sentido comum Fixação orçamentária; Impossibilidade de saída do erário sem previsão; caráter jurídico legalidade (art. 165 c/c art. 167, I e II CF)
3 DESPESA PÚBLICA conjunto dos dispêndios do Estado, ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento dos serviços públicos (ALIOMAR BALEEIRO) escolha de qual necessidade será satisfeita pelo serviço estatal critério do poder político escolha pelo critério da "máxima vantagem social"
4 Classificação: critérios periodicidade, competência constitucional, aspecto econômico e, critério legal:
5 DESPESA PÚBLICA DESPESAS ORDINÁRIAS DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS Distinção pela periodicidade da origem das despesas
6 DESPESA FEDERAL DESPESA PÚBLICA DESPESA ESTADUAL DESPESA DISTRITAL DESPESA MUNICIPAL Observa a atribuição constitucional para as atividades administrativas Relevância para os fins de controle
7 DESPESA PÚBLICA DESPESAS AQUISIÇÕES /REMUNERAÇÕES DESPESAS - TRANSFERÊNCIAS TRANSFERÊNCIAS não corresponde à aplicação governamental direta, limitando- se a criar rendimentos para os indivíduos sem qualquer contraprestação destes.
8 DESPESA PÚBLICA Lei nº 4.320, de 1964 ART. 12 Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DAS DESPESAS DESPESAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL Despesas de Custeio Transferências Correntes Investimentos Inversões Financeiras Transferências de Capital
9 DESPESAS DE CUSTEIO as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis. Pessoal Civil Pessoal Militar Serviços de Terceiros Encargos Diversos
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado. Subvenções Sociais e Econômicas Inativos e Pensionistas Salário Família e Abono Familiar Juros da dívida pública Contribuições da Previdência Social Diversas Transferências Correntes 10
11 SUBVENÇÕES as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa; subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.
12 INVESTIMENTOS as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.
13 INVESTIMENTOS Obras públicas Serviços em regime de programação especial Equipamentos e instalações Material permanente Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas
14 INVERSÕES FINANCEIRAS aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
15 Aquisição de Imóveis INVERSÕES FINANCEIRAS Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em Funcionamento Constituição de Fundos Rotativos Concessão de Empréstimos Diversas Inversões Financeiras
16 TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.
17 TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL - Amortização da Dívida Pública - Auxílios para Obras Públicas - Auxílios para Equipamentos e Instalações - Auxílios para Inversões Financeiras - Outras Contribuições.
DESPESA Pública ETAPAS PARA REALIZAÇÃO EXIGÊNCIAS FORMAIS
19 DESPESAS PÚBLICAS Procedimentos para a realização das despesas etapas formais empenho (art. 58 Lei 4320/64) liquidação (art. 63 Lei 4320/64) ordenação (art. 64 Lei 4320/64) fase autônoma? pagamento (art. 65 Lei 4320/64)
20 EMPENHO "é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição". O empenho deve ser prévio (art. 60 Lei 4320). Visa garantir os diferentes credores do Estado, na medida em que representa reserva de recursos na respectiva dotação inicial ou no saldo existente (art. 59 Lei 4320).
21 EMPENHO O empenho limita-se a diminuir de determinado item orçamentário a quantia necessária ao pagamento do débito, o que permitirá à unidade orçamentária o acompanhamento constante da execução orçamentária, não só evitando as anulações por falta de verba, como também possibilitando o reforço oportuno de determinada dotação, antes do vencimento da dívida.
22 TIPOS DE EMPENHO - EMPENHO DE DESPESA (regra art.58 L. 4320) - EMPENHO POR ESTIMATIVA (art. 60 2º L. 4320) - EMPENHO GLOBAL (art. 60 3º L. 4320/64))
23 EMPENHO Cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho (art.61 lei 4320) Indicará: o nome do credor, a representação, e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.
24 LIQUIDAÇÃO consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. (art. 63 Lei 4320) Finalidades: a origem e o objeto do que se deve pagar; a importância exata a pagar; a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
25 LIQUIDAÇÃO Liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base: o contrato, ajuste ou acordo respectivo; a nota de empenho; os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
26 ORDEM DE PAGAMENTO despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga (art. 64 Lei 4320). só poderá ser exarada em documentos processados após a regular liquidação (art. 62 Lei 4320); A AUTORIDADE ORDENADOR
27 PAGAMENTO só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação. O pagamento da despesa será efetuado por: tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados em casos excepcionais, por meio de adiantamento. (art. 65 Lei 4320)
28 Procedimento de pagamento em regra, não existe adiantamento. art. 68 Lei 4320 admite a eventualidade do regime de adiantamento: entrega de numerário ao servidor com prévio empenho despesas que não possam submeter-se ao processo regular.
Despesa pública REGIME CONSTITUCIONAL DOS PRECATÓRIOS
Disciplina Constitucional dos Precatórios. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (CRFB/1988, art. 100).
Disciplina Constitucional dos Precatórios. 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente (CRFB/1988, art. 100).
Juros de Mora. Não cabem juros de mora no período compreendido entre a expedição do precatório e seu efetivo pagamento, se realizado no prazo da CF, art. 100, 1º.(STF AI.AR 495193.SP; STJ RE nº 305186/SP). Correção Monetária. A correção monetária, no precatório complementar, deve-se restringir ao período compreendido entre a data da homologação dos cálculos anteriores, que deram origem ao último precatório pago, e a data do seu efetivo pagamento. (STJ RESP 860.645/BA).
12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. (DISPOSITIVO INCLUÍDO PELA EC 62)
STF ADI 4357 e ADI 4425 (Informativo 698) Declarou-se, ainda, a inconstitucionalidade parcial do 12 do art. 100 da CF, no que diz respeito à expressão índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, bem como do inciso II do 1º e do 16, ambos do art. 97 do ADCT. Realçou-se que essa atualização monetária dos débitos inscritos em precatório deveria corresponder ao índice de desvalorização da moeda, no fim de certo período, e que esta Corte já consagrara não estar refletida, no índice estabelecido na emenda questionada, a perda de poder aquisitivo da moeda. Dessa maneira, afirmou-se a afronta à garantia da coisa julgada e, reflexamente, ao postulado da separação dos Poderes.
Natureza Alimentícia. Definição. 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no 2º deste artigo. (CRFB/1988, art. 100, 1º EC 62)
Natureza Alimentícia. PREFERENCIA. 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (CRFB/1988, art. 100, 2º EC 62)
STF ADI 4357 e ADI 4425 (Informativo 698) No tocante ao art. 100, 2º, da CF, assinalou-se que a emenda, em primeira análise, criara benefício anteriormente inexistente para os idosos e para os portadores de deficiência, em reverência aos princípios da dignidade da pessoa humana, da razoabilidade e da proporcionalidade. Entretanto, relativamente à expressão na data da expedição do precatório, entendeu-se haver transgressão ao princípio da igualdade, porquanto a preferência deveria ser estendida a todos credores que completassem 60 anos de idade na pendência de pagamento de precatório de natureza alimentícia.
Poder Judiciário. Execução dos Pagamentos. 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (CRFB/1988, art. 100)
Pagamentos de Pequeno Valor - RPV. 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado (CRFB/1988, art. 100). poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público ( 4º)
Pagamentos de Pequeno Valor - RPV. Lei 10.259, de 2001 Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil, independentemente de precatório. 1 o Para os efeitos do 3 o do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações ali definidas como de pequeno valor, a serem pagas independentemente de precatório, terão como limite o mesmo valor estabelecido nesta Lei para a competência do Juizado Especial Federal Cível (art. 3 o, caput). Art. 3 o. Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.
Pagamentos de Pequeno Valor - RPV. Art. 87, ADCT. Para efeito do que dispõem o 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto no 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório judiciário, que tenham valor igual ou inferior a: I - quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal; II - trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.
Compensação na expedição 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.
STF ADI 4357 e ADI 4425 (Informativo 698) Aduziu-se que os dispositivos consagrariam superioridade processual da parte pública no que concerne aos créditos privados reconhecidos em decisão judicial com trânsito em julgado sem que considerada a garantia do devido processo legal e de seus principais desdobramentos: o contraditório e a ampla defesa. Reiterou-se que esse tipo unilateral e automático de compensação de valores embaraçaria a efetividade da jurisdição, desrespeitaria a coisa julgada e afetaria o princípio da separação dos Poderes. Enfatizou-se que a Fazenda Pública disporia de outros meios igualmente eficazes para a cobrança de seus créditos tributários e não-tributários. Assim, também se reputou afrontado o princípio constitucional da isonomia, uma vez que o ente estatal, ao cobrar crédito de que titular, não estaria obrigado a compensá-lo com eventual débito seu em face do credor contribuinte.