PARA FORMAÇÃO DO BOM SERGIPANO.UM ESTUDO DO LIVRO DIDÁTICO MEU SERGIPE DE ELIAS MONTALVÃO (1916)



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Transcrição:

PARA FORMAÇÃO DO BOM SERGIPANO.UM ESTUDO DO LIVRO DIDÁTICO MEU SERGIPE DE ELIAS MONTALVÃO (1916) Leila Angélica Oliveira Moraes de Andrade 1 - Universidade Federal de Sergipe Este trabalho tem como tema o livro didático de História de Sergipe, do que se origina o problema central: o que é ser manual didático em Sergipe na segunda década do século XX em relação ao ensino de História? Como já foi dito, a obra é relativa ao ensino de História de Sergipe no período compreendido entre 1910 e 1920, intitulada Meu Sergipe e editada em 1916. Com essa análise pretendi preencher uma lacuna na historiografia com relação a estudos sobre a história dos livros didáticos, no caso em especial o livro de História de Sergipe. São escassos, em Sergipe, os trabalhos sobre livro didático sob qualquer abordagem. Além da escassez, outro motivo foi a busca por compreender a idéia do ser didático no início do século XX, tendo em vista essa ser uma discussão constante nos debates acadêmicos e sobre o ensino hoje. Bem como constatar se há ou não uma relação entre saber erudito e saber ensinado no livro didático. Ao longo do meu estudo pretendi: identificar a concepção de história contida na obra analisada; verificar a concepção didático pedagógica do autor de Meu Sergipe; e analisar a articulação entre saber erudito e saber ensinado nesse manual de ensino. A análise do livro didático, especialmente de História, tornou-se uma prática corrente a partir da década de 1970, abordando principalmente o papel do livro no processo ensino-aprendizagem. Autores como Teresa Nidelcoff 2 e Lourdes Nosella 3 que trabalharam com a ideologia no livro didático, buscaram transmitir idéias como a de que o livro didático é um transmissor de interesses da classe dominante e que esta por meio do livro acaba dando continuidade em sua dominação. 1 Professora de História da Rede Estadual de Ensino de Sergipe. Graduada pela Universidade Federal de Sergipe. 2 NIDELCOFF, s.d. 3 NOSELLA, 1979. 1

De acordo com Nidelcoff e Nosella, a classe dominante constrói sua hegemonia através de práticas conjuntas nos campos econômico, político, social e cultural. Para essas autoras, a escola seria um instrumento na divulgação de valores que legitimassem a sociedade estratificada, fornecedora de mão de obra barata. Demerval Saviani 4 concorda com essa idéia e coloca que a escola, como Aparelho Ideológico do Estado (AIE), procura reproduzir idéias que legitimem a divisão da sociedade em classes. Dessa maneira, o livro seria o principal meio para a divulgação das idéias conservadoras, na medida em que seus conteúdos não mantêm relações com o cotidiano do estudante, de forma a explicitar as contradições e os conflitos. Além da análise ideológica, outros tipos de estudos podem ser realizados sobre o livro didático, como por exemplo: a pesquisa sobre o conteúdo, a forma, a linguagem, produção e distribuição. Luiz Carlos Villalta 5, baseado nas idéias de Chartier e Darnton, se propõe a analisar a historiografia acerca do livro didático de História do Brasil. Villalta caracteriza os estudos nos quais está embasado como de abordagem materialista-dialética, centrada no conteúdo do livro didático. O autor considera tais pesquisas restritivas a um determinado aspecto da Imposição da ortodoxia do texto, destacando-se temas referentes a periodização, ao recorte temporal-espacial, aos conceitos empregados e aos sujeitos da história constituintes do livro didático. Ressalta o papel inovador dos trabalhos de Bittencourt e Munakata 6, mas alerta que são pouco seguidos por outros pesquisadores do tema. Para Holien Gonçalves Bezerra 7, o prazer e a obrigação são componentes da educação. Cabe, pois, ao professor tornar o seu ofício o mais agradável possível. Para isto existe uma série de condições. O livro didático pode ser um instrumento nessa série, desde que atenda determinadas exigências pedagógicas. Segundo Bezerra, a elaboração de um livro didático é complexa, já que supõe uma gama de conhecimentos didático-pedagógicos, bem como o conhecimento preciso e atualizado dos conteúdos a serem trabalhados. Em uma outra leitura de análise do livro didático, Ernesta Zamboni 8 centra suas atenções no conservadorismo e indica o papel dos paradidáticos nessa prática. Os 4 DEMERVAL, 2000. 5 VILLALTA, 2001. 6 Os trabalhos serão apresentados ainda nesta parte do trabalho. 7 BEZERRA, 1999.p.195 212. 8 ZAMBONI, 1993. 2

paradidáticos são livros auxiliares para o trabalho docente e neles também estão contidas as relações de poder, portanto analisá-los é uma forma de compreender sua função em meio ao processo ensino-aprendizagem, observando a coerência entre objetivo e narrativa histórica. Kazumi Munakata 9 reflete sobre os acontecimentos que permearam a construção do livro didático nas décadas de 1970/80. Questiona a idéia do livro didático ser um objeto suspeito e a própria organização escolar oriunda do sistema ditatorial no Brasil. Dessa maneira, Munakata remete a pensar no livro didático como uma obra mercadológica, vinculada aos interesses das empresas editoriais. De acordo com Munakata a produção nas décadas de 1970/80 se deu em meio a dois movimentos: o primeiro seria o de ajustar o livro didático aos interesses dos consumidores, renovando conceitos, linguagem e apresentação; o segundo seria a inserção dos paradidáticos no mercado, visando o leitor médio. Tais movimentos provocaram uma mudança no processo de produção e industrialização do livro didático. Dessa forma, o mercado seria a própria ideologia do livro didático que procura se adaptar à demanda. Um outro trabalho que incorpora essa linha de análise é o de Circe Bittencourt 10 um estudo sobre a produção dos livros didáticos de história que procura identificar a maneira como a obra didática era usada por professores e alunos no período de 1820 até 1910. Essa análise envereda pelos caminhos da produção e do consumo do livro didático que de acordo com Bittencourt tem sido o instrumento de maior utilização em sala de aula. Em Sergipe, as produções de análises sobre livro didático são bastante escassas. Em seu trabalho Aracaju e outros temas sergipanos, José Calazans 11 faz um balanço dos temas relevantes para a historiografia sergipana e seu grau de estudos. Antes de indicar temas e obras, Calazans preocupa-se em apresentar as influências sofridas pela historiografia sergipana desde Silvio Romero até Carvalho Lima Júnior. Dentre os temas abordados por Calazans temos: a questão dos limites, os municípios, a política, os livros didáticos, a formação étnica e as biografias. Em especial nos interessa o levantamento apresentado acerca da produção didática em Sergipe. Num breve espaço dedicado a este tema, Calazans aponta três obras didáticas: Resumo didático para o uso das escolas públicas de Sergipe(1898); Meu Sergipe(1916); e História de 9 MUNAKATA, 1998. p.271-296. 10 BITTENCOURT, 1993. 11 SILVA, 1992. 3

Sergipe(1967), cujos autores são, respectivamente, Laudelino Freire, Elias Montalvão e Acrísio Torres. No final dos anos 90 do século XX, o professor Antônio Wanderley de Melo Correia 12 resenha alguns títulos da historiografia didática de Sergipe desde a primeira obra de Laudelino Freire, até a mais recente, referente a 1998, ano do centenário da primeira publicação. Em seu estudo Wanderley Correia notifica a existência de seis livros didáticos destinados ao ensino fundamental, antigo primário. O autor aponta aquilo que considera como erros cometidos pelos escritores das obras analisadas e chama a atenção para a continua falha em omissões, equívocos e exclusões apresentadas desde a primeira publicação até a mais recente. O interessante na série de artigos é que na conclusão o professor Antônio Wanderley Correia afirma que o livro didático não é uma produção científica, mas exigi-se ao menos um método, um estudo cuidadoso haja vista não se poder improvisar em educação. Recentemente, a questão do livro didático foi retomada pelo professor Itamar Freitas 13 em uma comunicação apresentada na semana de comemoração dos 50 anos do curso de História da Universidade Federal de Sergipe. Nesse trabalho há uma série de questões que podem ser abordadas na análise do livro didático sobre a história de Sergipe. Ao dissertar sobre as possibilidades de estudo, o autor demonstra a interseção entre história da educação e história da historiografia. Outro trabalho de análise do livro didático é o de Maria do Nascimento Silva Moura 14 que procurou verificar as relações estabelecidas no processo pedagógico entre professor e livro didático. A pesquisa constou de um levantamento dos instrumentos utilizados em sala de aula e verificou a supressão de outros materiais didáticos em decorrência do uso do livro. A partir desta constatação Moura deixou claro que sua abordagem analítica permearia as conseqüências oriundas da má utilização do livro didático, recurso central para a efetivação do trabalho pedagógico. Num trabalho monográfico recente Ana Paula Lima Freire 15 dedica-se a analisar a questão da luta pela terra nos livros didáticos de História publicados na década de 1990 e 12 CORREIA, 1998. 13 Freitas, I. A historiografia didática sobre Sergipe. 14 MOURA, 1997. (Monografia) 15 FREIRE, 2000. (Monografia) 4

utilizados nas escolas públicas e particulares em Sergipe. A autora preocupa-se em observar a correlação entre o que se ensina nas escolas e a formação do cidadão por meio de um dos principais instrumentos utilizados em sala de aula, o livro didático. Percebemos uma preocupação na maioria dos autores citados em engendrar pelo caminho da abordagem ideológica do papel dos livros didáticos. É exatamente este o ponto divergente deste trabalho, que procurará trabalhar a questão didático-pedagógica analisando os aspectos inerentes a um livro didático, sua forma, seus caracteres, entre outros itens. No que diz respeito à obra Meu Sergipe, Montalvão trata da história e da corografia de Sergipe e é destinada aos alunos do curso primário. No período em que foi editada, 1916, assim como outras obras didáticas, era necessário uma recomendação adequada por parte de uma Comissão nomeada pela Congregação da Escola Normal de Sergipe. Meu Sergipe recebeu um parecer favorável por parte da Comissão composta por três membros: Francisco da Graça Leite, Cônego Francisco Gonçalves Lima e Carmem de Sousa. Esse Parecer recebeu a aprovação unânime por parte da Congregação da Escola Normal: O referido livro, trabalho original no estylo, é importante, pois transmite suavemente ás c reanças a Historia e a Chorographia de Sergipe. Em estylo puramente synthetico, é muito accessível á comprehensao dos alumnos do curso primário. Não é somente importante o livrinho em questão; é também patriotico,porquanto incute, de modo fácil, aos alumno s sergipanos os principaes conhecimentos historicos e chorographicos de sua patria; e facilitarn ás creanças o conhecimento da Historia Patria é incital - as ao semtimento sublime do Patriotismo... 16 O autor, trata na obra a História e a Corografia de Sergipe sem, no entanto, identificar claramente o término de uma e o início de outra. Porém, é possível delimitar os conteúdos das duas disciplinas. Nota-se que a primeira parte refere-se a História, indo do capítulo 1º ao 12, e a segunda a Corografia, do capítulo 13 ao 26. A obra é constituída por vinte e sete capítulos, sendo que o último é uma menção ao papel do professor e do livro didático no processo de ensino aprendizagem e não se acomoda a divisão disciplinar apresentada acima. 16 Parecer dado pela Comissão. In: MONTALVÃO, E. M e u S e r g i p e. p.09 5

Assim, sobre a parte que compreende o ensino da Corografia de Sergipe 17, de uma forma geral, encontra-se os aspectos geográficos, físico e humano, é o caso do estudo do clima, da flora, das riquezas minerais, dos aspectos constitutivos da sociedade como os poderes judiciário e executivo. Em especial nessa parte da obra me chamou a atenção a vontade do autor em apresentar o pluralismo sócio-cultural de Sergipe, na medida em que narra uma série de vultos sergipanos, com importância nacional em diferentes esferas do saber. Exemplo disso Felisbelo Freire, poeta e historiador; Maximino Maciel, filosofo; Horacio Hora, pintor e outros como Tobias Barreto, Sylvio Romero e José Luiz Coelho e Campos. Ainda nos âmbitos econômico e político, uma vez que discorre sobre as riquezas sergipanas e seus políticos que contribuíram para o crescimento do Estado 18. Após ter descrito o Estado tão ricamente, Montalvão transmite a História 19 para os alunos. O fio condutor seguido pelo autor é o político e os marcos temporais são os anos de 1534 ano de doação do território a Francisco Coutinho e 1913, ano anterior à apresentação da obra. Observando a periodização feita por Montalvão é possível distinguir três fases assim caracterizadas: 1ª processo de conquista e colonização entre os anos de 1534 até 1590, quando é fundado o arraial de São Cristóvão; 2ª marcada entre os anos de 1603 e 1645, nos quais temos a transferência de São Cristóvão para a margem do rio Paramopama, a invasão holandesa e a saída dos holandeses do território sergipano; a 3ª - iniciada em 1817 com a Revolução Pernambucana e o de Sergipe a favor da monarquia lhe rendeu a elevação à Capitania independente, prossegue com a confirmação da emancipação em 1822, com a transferência da capital para Aracaju em 1855 e as transformações frutos da proclamação da República até o ano de 1913. É possível perceber a importância dada pelo autor em apresentar a história de Sergipe contemporâneo. Ao comparar o número de 17 Nesse estudo iremos inverter a ordem das partes para a análise, pois nos deteremos mais na parte sobre História devido a ela ser o objeto central de nosso estudo 18 O penúltimo capítulo da obra, O Confronto, é a exposição dos vultos sergipanos tanto da esfera política, quanto da cultural, jurídica e social. Montalvão ocupa-se de mencionar os nomes e as funções exercidas pelos sergipanos, que segundo ele são merecedores do orgulho dos demais patrícios. 19 A primeira parte do livro que diz respeito à história sergipana é a que tenho maior interesse e por isso, mesmo, me estenderei mais em termos de análise do que na parte sobre a corografia. Vale relembrar que nosso objetivo nesse trabalho é compreender o que é ser didático em história no início do século XX analisando o livro Meu Sergipe. 6

capítulos dispensados a cada uma das fases citadas acima percebi um maior destaque dado por Montalvão em relação ao período pós-independência 20. Com a leitura do livro encontrei variadas teses sobre a história de Sergipe, além das comentadas acima, devo destacar a questão da nomenclatura Sergipe D el Rey. De acordo com Montalvão, foi colocado esse nome em homenagem a Coroa Portuguesa que retomou a posse das terras após a desistência de Manoel Coutinho, filho de Francisco Pereira Coutinho donatário da Capitania da Bahia de Todos os Santos em prosseguir com a ocupação iniciada por seu pai já que este fora devorado pelos índios Tupinambás. Um outro ponto de destaque na história é o momento da invasão holandesa em 1637 que teria deixado um rastro de destruição. Teria sido esse um dos piores acontecimentos para Sergipe já que os holandeses desapareceram do território em 1645, deixando-o devastado e decadente: Os hollandezes tomaram S.Christovam em 17 de Novembro de 1637; e completaram, pelo incendio, a destruição principiada por Bagnuolo, antes de sua fuga. Desde Setembro de 1645 os hollandezes desappa r eceram da Capitania de Sergipe que, em estado decadente, voltou ao poder de Portugal. 21 Nesse momento da obra, há uma lacuna na história em cerca de 175 anos. O autor salta da saída dos holandeses do território sergipano em 1645 para o processo de emancipação de Sergipe em 1820. É oportuno fazer um paralelo com a obra de Felisbelo Freire intitulada História de Sergipe, 2 2 marco da historiografia sergipana do período aqui analisado. Iniciando, ressalto que muito do que temos em Montalvão encontramos em Felisbelo Freire, no entanto percebe-se imediatamente a adaptação da linguagem, tema do nosso próximo capítulo. No que diz respeito à conquista e colonização do território sergipano além da causa dada por Montalvão para o nome Sergipe D el rei, Freire coloca a existência de um Sergipe do Conde, o que provavelmente levou a Coroa a identificar o território como do rei. Sobre a luta entre índios e portugueses Montalvão não deixa claro as causas, apenas estabelece que os portugueses foram mal recebidos pelos índios. Freire, por sua vez, 20 Na primeira fase são três capítulos distribuídos em oito páginas, na segunda quatro capítulos e dez páginas e na terceira são seis capítulos em dezesseis páginas 21 Montalvão, 1914, p.28 22 FREIRE, 1977. p.81 7

esclarece que a presença constante de soldados no litoral era motivo para sustos para os naturais que tinham suas amantes, esposas e filhas roubadas. Sobre as invasões holandesas, para Freire não passam de um prolongamento das lutas que as Províncias Unidas levantaram contra a Espanha. Para o desenrolar em Sergipe, esse autor coloca que a retirada de Bagnuolo para a Bahia se deu pelo fato de Sergipe não ser considerado merecedor de se tornar teatro de tão importante acontecimento 23. Dessa forma restou a Sergipe os incêndios e a devastação, descritos por Montalvão como uma forma de impedir o avanço holandês em direção a Bahia: O Conde Bagnuolo, que commandava as tropas portuguesas em S. Christovam, tendo sciencia de que os hollandezes marchavam para ali, mandou incendiar tudo que havia na localidade. Depois seguiu com seu exercito para a Torre de Garcia d Avilla... 24 No que diz respeito à permanência dos holandeses em Sergipe, Montalvão deixa uma lacuna em sua obra desse período até 1817, data da Revolução de Pernambuco. No entanto, encontrei em Felisbelo Freire os dados sobre o referido período na história sergipana. De acordo com Freire, o período de permanência dos holandeses em Sergipe pode ser considerado devastador, tendo em vista a situação de exploração sofrida por Sergipe, que era o local de onde os holandeses retiravam o gado para alimento e para mover as fábricas de açúcar em Pernambuco. Entretanto, segundo o mesmo autor, não existia qualquer sinal do domínio holandês em Sergipe, pois não houve produto mestiço para fundir as raças. Sobre o que Montalvão chama de desaparecimento dos holandeses do território sergipano, Freire coloca que em setembro de 1645 os holandeses se renderam no limite sul do seu domínio e entregava -se a capitania, cheia de ruínas, devastada, exaurida pelas sucessivas destruições das lutas e das guerras, às mãos dos seus primitivos conquistadores [portugueses]. 2 5 Ainda a respeito da lacuna deixada por Montalvão referente ao período entre os anos de 1645 e 1817, Felisbelo Freire delineia vários acontecimentos que permearam esse período. Destaco aqui alguns deles, como por exemplo: o fato da Bahia ter de certa maneira 23 Idem, p.125 24 Montalvão, 1914, p.28. 25 FREIRE, 1977, p.171 8

tutelado Sergipe, uma vez que resolvia assuntos pertinentes a Sergipe, como fintar o gado e cobrar rendas pela criação do gado; o episódio de Sergipe ter sido reduzido a Comarca da Bahia num ato da Coroa Portuguesa; contraditoriamente, a ampliação de Sergipe até Itapuã (causa para muitas desavenças entre Sergipe e seu tutor ); os protestos dos contribuintes sergipanos em virtude do péssimo estado da capitania e de seus habitantes e a expulsão dos jesuítas do território sergipano; entre outros. Meu Sergipe foi editado em uma tipografia, ou seja, numa oficina cujo processo de editoração é marcado por diversas fases que vão desde a entrega do original pelo autor até a revisão do editor, passando por adequação textual, provas tipográficas, correções, preenchimento de espaços com ilustrações, entre outras etapas. 26 A iconografia da obra é rica, sendo composta por vinhetas e ilustrações. Aquelas estão apresentadas acima do titulo da cada capitulo 27. No total são oito modelos para vinte e seis capítulos, sendo que três estilos são exclusivos (capítulos 11, 21 e 25), algumas espécies se repetem por duas, quatro ou cinco vezes nos demais. Não identifiquei na repetição algum tipo de conexão entre os conteúdos trabalhados para justificar a distribuição, acredito ter sido aleatória a sua escolha. Para melhor entender o significado da obra Meu Ser g i p e, precisei estabelecer um grau de comparação entre duas obras consideradas didáticas impressas no mesmo período (Primeira República), ou seja, necessitei instituir um confronto entre a obra de Laudelino Freire, intitulada História de Sergipe, editada em 1898 e o próprio Meu Sergipe. A partir do exame dos fragmentos das obras, pode-se concluir que há distâncias entre o livro de Laudelino Freire e Elias Montalvão, seja do ponto de vista lingüístico, seja do ponto de vista da formatação gráfica. Sobre o primeiro aspecto verifica-se que Laudelino Freire escreve de maneira direta e sem adaptações ao primário. Sob os aspectos gráficos, percebe-se que seu livro tem fonte 12, com o mesmo tipo serifado romano e os espaçamentos são irregulares, características próximas aos livros produzidos para adultos. Enquanto Meu Sergipe apresenta uma linguagem em discurso direto, porém com tentativas de adequações ao público alvo, também possui certa irregularidade de espaçamentos. No entanto as letras em fonte 14 proporcionam uma leitura mais legível, em especial às crianças primárias. 26 DIRINGER, 1968. 9

Estudos sobre o âmbito da produção do livro didático relatam que há uma preocupação em relação às palavras constituintes desse manual para que sejam adequadas as crianças. O motivo dessa preocupação está no fato de crianças do ensino fundamental menor, ou seja, do ensino primário, terem um glossário reduzido, isto é, seu conhecimento de palavras é pequeno e por isso o livro deve conter um certo número de verbetes que serão repetidos no decorrer do livro para garantir a compreensão por parte dos alunos do antigo primário. 28 Apesar do autor ter se esmerado em introduzir ilustrações, contos e ter afirmado que se preocupa em empregar uma linguagem que se acomodasse a criança, numa análise lingüística percebemos o uso de termos não coerentes à proposta de adequação 29. A partir de tudo que foi analisado percebi, então, que a temática seguida por Elias Montalvão versa sob o eixo político administrativo, tendo como forma expositiva a narrativa de sucessivos fatos em ordem cronológica. Sua periodização é de cunho político administrativo e seus agentes históricos são os governantes, ou os homens que fizeram a História de Sergipe. Nesse sentido a obra de Montalvão não se afasta da História erudita de Felisbelo Freire no que diz respeito aos atores da História, a periodização e a maneira das teses apresentadas. 30 Todavia, não posso concluir desse exemplo que o saber erudito, fruto da pesquisa aprofundada e destinada a um público de iniciados é transmitido integralmente para o saber ensinado. Prova disso são as lacunas de M e u S e r g i p e e distanciamentos de algumas teses onde Montalvão (embasado talvez em pesquisas por si mesmo realizadas) demonstra discordância em relação a Felisbelo Freire, as adaptações dos títulos (formulados para atrair o aluno) e os reforços em determinados sentidos que podem ajudar as crônicas a fixarem algumas imagens, mas que necessariamente não estão na obra de Felisbelo Freire, como por exemplo a idéia de selvageria dos índios durante o processo de colonização. A partir da análise desses aspectos tornou-se possível perceber o caráter inovador de Meu Sergipe. Isso pode ser constatado nas tentativas de adequar o texto às capacidades da criança, seja modificando o padrão tipográfico do período (letras e espaçamentos 27 Exceto o capítulo os Retratos que traz duas reproduções fotográficas em molduras. 28 MUNAKATA, 1997. 29 Montalvão na mensagem ao leitor em sua obra Meu Sergipe afirma o seguinte: Procurei empregar linguagem bem accommodada á comprehensao da creança.(p.05) 30 ALVES, 2000. p. 7-30. 10

maiores entre linhas, adoção de ilustrações, adorno nas páginas com traços ou vinhetas), seja utilizando recursos lingüísticos supostamente dirigidos ao aluno (o uso do conto, o emprego do diálogo, do discurso direto), ou ainda, aproximando família e escola no trabalho de educação da criança. Esse esforço não deixa de apresentar, porém, suas contradições. A presença de preconismos no vocabulário e a disposição dos exercícios de forma a condicionar os alunos a decorarem uma seqüência de questões relativas aos fatos históricos, demonstram o grau de experimentalismo ou ainda as tentativas de conciliar um instrumento inovador dentro de métodos de ensino e programas disciplinares apegados a uma tradição do século XIX. É certo que averigüei contradições como, por exemplo, o uso de um vocabulário não indicado para o público alvo do livro e a intenção de condicionar os alunos a memorizarem o conteúdo histórico através do exercício. No entanto, a vontade de experimentar um novo modelo didático, garante-lhe no mínimo a categoria de inovador. FONTES UTILIZADAS Ata do IHGS. Diário da Manhã. Aracaju, 28 abr.1915. nº1198. FREIRE,F. História de Sergipe (1575-1855). Rio de Janeiro: Tip.Perseverança,1891. FREIRE, L. História de Sergipe resumo didático para o uso das Escolas Públicas Primárias. Aracaju: Tip. do Estado de Sergipe, 1898. MONTALVÃO, E.R. Meu Sergipe: ensino de História e Corografia. Aracaju: Tip. Comercial, 1916. MONTALVÃO, E.R. Pelo direito e pela História de Sergipe. Diário da Manhã. Aracaju, 30 jul.1915.nº1275. Sergipe. Decreto nº587, de 09 jan.1915. Regulamenta o serviço de Instrução Pública em Sergipe em substituição ao Decreto nº584 de 29 jul.1914. Leis e Decretos do Estado de Sergipe. Aracaju, Tipografia Oficial. Parte 1, p.181. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABUD, K.M. O livro didático e a popularização do saber. In: Silva, M. A da. Repensando à História. São Paulo: Editora Marco Zero, 1984. 11

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