DIREITO AMBIENTAL Proteção do Meio Ambiente em Normas Infraconstitucionais- Mata Atlântica Lei nº 11.428/06 Parte 1 Prof. Rodrigo Mesquita
Hoje, restam 7,9 % de remanescentes florestais (acima de 100 hectares) do total que existia originariamente. Somados todos os fragmentos de floresta nativa acima de 3 hectares, temos atualmente 11% (informação extraída de cartilha da fundação SOS Mata Atlântica) A mata atlantica é uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas de extinção do planeta e também decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988 (informação extraída de cartilha da fundação SOS Mata Atlântica)
1. BASE NORMATIVA PARA PROTEÇÃO Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
Lei 11.428, de 22 de dezembro de 2006 (LBMA) Decreto 6.660/08 (regulamento da LBMA) Resolução Conama nº. 006/1994 (vegetação primária e secundária nos estágios avançado, médio e inicial de regeneração do BMA no Estado do Rio de Janeiro) Resolução Conama nº. 388/2007 (Ratificou as 16 Resoluções Conama dos Estados que possuem o BMA) Resoluções CONAMA nº. 391/2007 para o Estado da Paraíba e a nº. 392/2007 que se refere ao Estado de Minas Gerais
Art. 1 o A conservação, a proteção, a regeneração e a utilização do Bioma Mata Atlântica, patrimônio nacional, observarão o que estabelece esta Lei, bem como a legislação ambiental vigente, em especial a Lei n o 4.771, de 15 de setembro de 1965. Como exemplo, os proprietários de imóveis dentro dos limites de abrangência da Mata Atlântica estão obrigados a respeitar também a Lei nº 7.661/1988, que institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, quando seus limites coincidirem uns com os outros, bem como as limitações administrativas impostas pelo novo CFLO, especialmente no que tange às áreas de preservação permanente e a reserva legal.
2.VEGETAÇÃO DO BIOMA MATA ATLÂNTICA Vegetação primária Vegetação secundária (estágio inicial, estágio médio e estágio avançado)
3. COMPETÊNCIA PARA DELIMITAR E ESTABELECER AS FORMAÇÕES FLORESTAIS NATIVAS E ECOSSISTEMAS ASSOCIADOS 4.QUAIS SÃO AS FORMAÇÕES FLORESTAIS E ECOSSISTEMAS ASSOCIADOS DO BMA O art. 2, caput, da LBMA, elucida quais as formações florestais nativas e os ecossistemas associados que integram os remanescentes de Mata Atlântica. Esclarece ainda que a competência para delimitar, estabelecer e materializar essas formações e ecossistemas cabe ao IBGE.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se integrantes do Bioma Mata Atlântica as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas associados, com as respectivas delimitações estabelecidas em mapa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, conforme regulamento: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste.
Parágrafo único. Somente os remanescentes de vegetação nativa no estágio primário e nos estágios secundário inicial, médio e avançado de regeneração na área de abrangência definida no caput deste artigo terão seu uso e conservação regulados por esta Lei.
É importante frisar que a LBMA não é aplicada sobre qualquer formação florestal nativa ou ecossistema associado relacionado anteriormente, mas apenas aos que forem delimitados e estabelecidos pelo IBGE. É por meio do mapa referido que o legislador infraconstitucional busca encontrar o norte científico para que qualquer pessoa, com a ajuda de um técnico, identifique se determinado trecho do território nacional encontra-se na área de abrangência do bioma Mata Atlântica.
5. QUEM POSSUI INICIATIVA PARA DEFINIR A VEGETAÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA EM SEUS ESTÁGIOS SUCESSIONAIS Art. 4º A definição de vegetação primária e de vegetação secundária nos estágios avançado, médio e inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica, nas hipóteses de vegetação nativa localizada, será de iniciativa do Conselho Nacional do Meio Ambiente.
1º O Conselho Nacional do Meio Ambiente terá prazo de 180 (cento e oitenta) dias para estabelecer o que dispõe o caput deste artigo, sendo que qualquer intervenção na vegetação primária ou secundária nos estágios avançado e médio de regeneração somente poderá ocorrer após atendido o disposto neste artigo.
As RCs com as definições de vegetação primária e vegetação secundária nos diversos estágios de regeneração, referidas no art. 4, da Lei em comento, já foram publicadas para a maioria dos Estados que possuem remanescentes do bioma Mata Atlântica, sendo que 14 delas foram ratificadas pela RC nº 388/2007, uma vez que todas eram anteriores à edição do diploma em estudo. Ainda foram publicadas as RC nº 391/2007, para o Estado da Paraíba, e a nº 392/2007, referente ao Estado de Minas Gerais, bem como a RC nº 417/2009 (complementada pelas Resoluções nº 437, nº 438, nº 439, nº 440, nº 441, nº 442, nº 443, nº 444, nº 445, nº 446, nº 447 e nº 453, de 2012), que aponta os referidos parâmetros da vegetação de restinga de Mata Atlântica e a RC nº 423/2010, relacionada aos Campos de Altitude associados ou abrangidos pela Mata Atlântica.