CONTABILIDADE PÚBLICA Legislação Convergência para as normas internacionais aplicadas ao setor público Prof. Cláudio Alves
Processo de Convergência Fontes normativas internacionais NBC TSP (convergência e adaptação à realidade brasileira) MCASP (implantação das NBC TSP na Federação)
No que tange à elaboração de uma estrutura democrática para edição de normas contábeis, os Estados Unidos inovaram quanto à criação das mesmas e a partir de 1973, o Financial Accounting Standards Board (FASB), comitê contábil com o objetivo de padronizar os procedimentos da contabilidade financeira de empresas privadas e não governamentais. No mesmo ano, 10 países da Europa e do Oceano Pacífico (Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Irlanda, Japão, México, Países Baixos e Reino Unido) criaram o International Accounting Standards Committee (IASC) também com o objetivo de formular e publicar de forma totalmente independente um novo padrão de normas contábeis internacionais que pudessem ser universalmente aceitos.
Em abril de 2001, foi fundado o International Accounting Standards Board (IASB), que assumiu as responsabilidades operativas do IASC. Durante muito tempo o FASB e o IASC disputaram o status de regulador internacional. Nos últimos tempos, o IASB consolidou sua hegemonia e, atualmente, vários países estão convergindo para seus padrões de contabilidade como, por exemplo, Brasil, México e os que integram a União Europeia. Os primeiros pronunciamentos contábeis publicados pelo IASC foram chamados de International Accounting Standards (IAS). Após a criação do IASB, os novos pronunciamentos emitidos passaram a atender pelo nome de International Financia Reporting Standards (IFRS).
A denominação escolhida pelo IASB, os novos pronunciamentos contábeis anteriores em padrões internacionalmente aceitos de relatórios financeiros, com o fim de responder às expectativas crescentes dos usuários da informação financeira (analistas, investidores, instituições, etc.). Várias normas IAS ainda estão vigentes, apesar de terem sofrido alterações ao longo do tempo. O IASB está para o setor privado assim como o International Federation of Accountants (IFAC) está para o setor público. Fundada em 7 de outubro de 1977, em Munique, na alemanha, no 11º. Congresso Mundial de Contadores, a IFAC foi criada para fortalecer a profissão contábil em todo o mundo, atuando para:
a) Desenvolver normas internacionais de alta qualidade em auditoria e segurança, contabilidade pública, ética e educação para profissionais contabilistas, apoiando a sua adoção e utilização; b) Facilitar a colaboração e cooperação entre os seus órgãos membros; c) Colaborar e cooperar com outras organizações internacionais. d) Servir como porta-voz internacional da profissão contábil.
As international Public Sector Accounting Standards (IPSAS) são um conjunto de normas contábeis emitidas pela IFAC para uso por entidades do setor público ao redor do mundo na preparação das demonstrações financeiras. Esses padrões foram baseados nas International Financial Reporting Standards (IFRS) e nas International Accounting Standards (IAS) emitidas pela International Accounting Standards Board (IASB). Assim, em geral, as IPSAS derivam de uma norma do IASB, podendo ser uma IAS ou IFRS. Das 32 IPSAS só quatro não derivaram do IASB.
IFAC International Federation of Accountants representa uma organização de abrangência global com foco na profissão contábil. Edita normas contábeis referentes aos padrões éticos da profissão, ao setor público (IPASAS), à qualidade, à auditoria e à formação educacional. IASB International Accounting Standards Boards (ex-iasc) representa uma organização privada independente, sem fins lucrativos, que edita padrões contábeis aplicados ao mercado de capitais.
A Lei n 11.638, de 28 de dezembro de 2007, alterou e revogou dispositivos da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e estendeu às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras segundo padrões internacionais. No entanto, a lei já nasceu desatualizada e quase um ano depois foi publicada a Medida Provisória n 449, de 3 de dezembro de 2008, que foi convertida na Lei n 11.941, de 27 de maio de 2009.
Como pode-se perceber, 2008 foi o ano em que o Brasil efetivamente caminhou para padrões internacionais de contabilidade, primeiramente no setor privado, com alterações promovidas na Lei n 6.404/1976. Em agosto de 2008, durante o 19º. Congresso Brasileiro de Contabilidade, em Gramado RS, foi anunciado por meio da publicação da Portaria MF n 184, que o setor público brasileiro também seguiria rumo aos padrões internacionais. O novo modelo de contabilidade aplicada ao setor público visa a resgatar a Contabilidade como ciência e seu objeto de estudo: o patrimônio público.
Pilares do Processo de Convergência Capacitação Sistemas Normas e Procedimentos
PRONUNCIAMENTOS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE DO SETOR PÚBLICO: - IPSAS 1 Apresentação das Demonstrações Financeiras. - IPSAS 2 Demonstração do Fluxo de Caixa. - IPSAS 3 Mudanças de Políticas, Estimativas e Erros. - IPSAS 4 Efeito das Mudanças nas Taxas de Câmbio. - IPSAS 5 Custo de Empréstimos. - IPSAS 6 Demonstrações Financ. Consolidadas e Separadas. - IPSAS 7 Investimentos em Controladas e Coligadas. - IPSAS 8 Investimentos em Empreendimento de Controle Conjunto (Joint Ventures). - IPSAS 9 Receita de Transações com Contraprestação.
- IPSAS 10 Relatórios Financeiros em Economias Hiperinflacionárias. - IPSAS 11 Contratos de Construção. - IPSAS 12 Estoques. - IPSAS 13 Arrendamento Mercantil. - IPSAS 14 Eventos Subsequentes. - IPSAS 15 Instrumentos Financeiros: Apresentação e Divulgação. - IPSAS 16 Propriedade para Investimento. - IPSAS 17 Imobilizado. - IPSAS 18 Informações por Segmento. - IPSAS 19 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes.
- IPSAS 20 Partes Relacionadas. - IPSAS 21 Valor Recuperável de Ativos não Geradores de Caixa. - IPSAS 22 Divulgação de Informação Contábil sobre o Setor Governamental. - IPSAS 23 Receita de Transações sem Contraprestação (Tributos e Transferências). - IPSAS 24 Apresentação das Informações Orçamentárias nas Demonstrações Financeiras. - IPSAS 25 Benefício a Empregados. - IPSAS 26 Valor Recuperável de Ativos Geradores de Caixa. - IPSAS 27 Ativo Biológico. - IPSAS 28 Instrumentos Financeiros: Apresentação.
- IPSAS 29 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração. - IPSAS 30 Instrumentos Financeiros: Divulgação. - IPSAS 31 Ativos Intangíveis. - IPSAS 32 Contrato de concessão de Serviços Concedentes. O MCASP (Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público) é o instrumento que incorpora as regras constantes das NBCASP, bem como algumas regras das IPSAS. O objetivo, portanto, é que tanto as NBCASP como o MCASP convirjam para as IPSAS.
Normas da Secretaria do Tesouro Nacional - STN QUESTÃO: Agente de Fiscalização Ciências Contábeis TCM-SP - FGV 2015 A IPSAS 21 trata da redução do valor recuperável de ativo não gerador de caixa. Em referência às disposições dessa norma, analise as afirmativas a seguir: I) A entidade deve realizar uma estimativa formal do valor de serviço recuperável somente se existir indicação de uma potencial perda por irrecuperabilidade. II) A perda por irrecuperabilidade do ativo deve ser reconhecida imediatamente no superávit ou déficit. III) Quando o valor estimado de uma perda for maior do que o valor contábil do ativo ao qual se relaciona, a entidade deve reconhecer um passivo correspondente.
Normas da Secretaria do Tesouro Nacional - STN Está correto somente o que se afirma em: a) I; b) II; c) III; d) I e II; e)ii e III.