Pesquisa institucional desenvolvida no Departamento de Ciência da Vida (DCVida), pelo grupo de pesquisa Estudo do Envelhecimento Feminino (GERON) 2

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE LIPOPEROXIDAÇÃO EM MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO COM E SEM SÍNDROME METABÓLICA

ASSOCIAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL COM VALORES PRESSÓRICOS E COMPONENTES DA SÍNDROME METABÓLICA EM MULHERES CLIMATÉRICAS 1

ESTADO NUTRICIONAL DE MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 2017 E NUTRITIONAL STATUS OF WOMAN IN THE CLIMATERIC PERIOD 2017 E 2018

O CLIMATÉRIO, O ESTADO NUTRICIONAL E PERFIL LIPÍDICO NAS DIFERENTES FAIXAS DE IDADE 1

Farmaceutica, Graduada pela Universidade Regional do Estado do Rio Grande do Sul, 3

ESTADO NUTRICIONAL E PERFIL LIPÍDICO DE MULHERES NO CLIMATÉRIO 1

Estudo vinculado a Pesquisa institucional Envelhecimento Feminino da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. UNIJUI.

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ ) E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM ESTUDANTES

RELAÇÃO ENTRE O NOVO ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS. Ivair Danziger Araújo

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

TÍTULO: HIPERTRIGLICERIDEMIA PÓS-PRANDIAL EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E O RISCO CARDIOVASCULAR

ESTUDO DO ESTILO DE VIDA DE MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO E A RELAÇÃO COM OS FATORES DE RISCO DA SÍNDROME METABÓLICA 1

FATORES DE RISCO PARA O DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES SOBREPESOS, OBESOS E SUPEROBESOS

Epidemiologia da Síndrome Metabólica e as Consequências na Obesidade Infantil no T.O.I do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul

ANÁLISE DO ESTILO DE VIDA E DOS COMPONENTES METABÓLICOS DE MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 1

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE IDOSOS FREQUENTADORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

SÍNDROME METABÓLICA E ADOLESCÊNCIA

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS POLICIAIS MILITARES DE UM BATALHÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO RIO DE JANEIRO

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

1- Trabalho de Pesquisa realizado pelo Grupo de Pesquisa em Fisiologia (GPeF/Unijuí) 2

EXCESSO DE PESO, OBESIDADE ABDOMINAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM UNIVERSITÁRIOS

RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFÊRENCIA DE PESCOÇO E OUTRAS MEDIDAS INDICADORAS DE ADIPOSIDADE CORPORAL EM MULHERES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

SÍNDROME METABÓLICA EM HIPERTENSOS RESIDENTES NA CEILÂNDIA DF

Síndrome Metabólica e seus componentes. Prevalências e Preocupações. Viviane Cunha Cardoso, Marco Antonio Barbieri, Heloísa

41 ANOS DE EXISTÊNCIA. 942 Médicos Cooperados 71 mil clientes. 1ª Sede Praça Carlos de Campos

ESTUDO POPULACIONAL DE IDENTIFICAÇÃO DE FENÓTIPO DE RISCO CARDIOVACULAR EM MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 1

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

EFEITOS DE DOIS PROTOCOLOS DE TREINAMENTO FÍSICO SOBRE O PESO CORPORAL E A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE MULHERES OBESAS

Stefanie Louise Candioto Vivianne Reis de Castilho Stival Profº. Msc. Fulvio Clemo Santos Thomazelli, Orientador, FURB

Relevância Clínica da Síndrome Metabólica nos Indivíduos Não Obesos

Aula 1 - Fatores de risco Cardiovascular

INFLUÊNCIA DE ATIVIDADE RECREATIVA EM IDOSAS FREQUENTADORAS DE UM GRUPO DE ATIVIDADE FÍSICA DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE PONTA GROSSA

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CORONARIANA DOS SERVIDORES DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

SÍNDROME DE INSULINO-RESISTÊNCIA, SÍNDROME METABÓLICA: DEFINIÇÕES

DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES RESUMO

O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE DOENÇA METABÓLICA

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A SÍNDROME METABÓLICA EM ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO

PERFIL DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM MULHERES NO CLIMATÉRIO 1

GISELE QUEIROZ CARVALHO

FATORES ASSOCIADOS À DESISTÊNCIA DE PROGRAMAS MULTIPROFISSIONAIS DE TRATAMENTO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES

Avaliação do Risco Cardiovascular

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

INFLUÊNCIA DO EXCESSO DE PESO NA FORÇA MUSCULAR DE TRONCO DE MULHERES

PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

IMPLICAÇÕES DA CLASSE DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E OBESIDADE ABDOMINAL NO RISCO E GRAVIDADE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PORTUGAL

AVALIAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA EM POLICIAIS MILITARES DE CAMPINA GRANDE-PB

CLIMATÉRIO E AUMENTO DE PESO

CADERNO DE EXERCÍCIOS

Aluna do curso de Graduação em Nutrição da UNIJUÍ, bolsista PIBIC/ UNIJUI, 3

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

ESTADO NUTRICIONAL DE COLABORADORES DE REDE HOTELEIRA

PERFIL NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS DIABÉTICOS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

Beatriz de Oliveira Matos1 Lais Miranda de Melo2 Maria Grossi Machado3 Milene Peron Rodrigues Losilla4

Insulino-resistência e obesidade

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM CRIANÇAS DE UMA CRECHE NA CIDADE DE FORTALEZA UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

GRUPO COPPA: ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR NO PATOLOGIAS ASSOCIADAS BRIGITTE OLICHON LUMENA MOTTA REGINA BOSIO

ASSOCIAÇÃO ENTRE A OBESIDADE E AS COMORBIDADES APRESENTADAS POR IDOSOS ATENDIDOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE COLABORADORES DE UMA PANIFICADORA

Correlação entre Índice de Massa Corporal e Circunferência de Cintura de Adolescentes do Município de Botucatu SP

INVESTIGAÇÃO DE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA EM UNIVERSITÁRIOS

Avaliação do Índice de Massa Corporal em crianças de escola municipal de Barbacena MG, 2016.

PERFIL METABÓLICO, NUTRICIONAL

RELAÇÃO ENTRE DEPENDÊNCIA FUNCIONAL E SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS RESIDENTES EM FLORIANÓPOLIS SC

AUTOR(ES): LUIS FERNANDO ROCHA, ACKTISON WENZEL SOTANA, ANDRÉ LUIS GOMES, CAIO CÉSAR OLIVEIRA DE SOUZA, CLEBER CARLOS SILVA

Estudo vinculado a Pesquisa institucional Envelhecimento Feminino da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. UNIJUI.

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

Evento: XXV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

TÍTULO: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO QUESTIONÁRIO HOLANDES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM UMA REGIÃO DO NORDESTE BRASILEIRO

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS COLABORADORES E PROFESSORES DA FACISA/UNIVIÇOSA 1

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Diabetes Mellitus Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

ÍNDICE HOMA EM ADOLESCENTES COM FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES

ACONSELHAMENTO SOBRE MODOS SAUDÁVEIS DE VIDA: PRÁTICA E ADESÃO EM USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.

OBESIDADE E ATIVIDADE FÍSICA

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EM MULHERES PÓS-MENOPAUSA COM SÍNDROME METABÓLICA 1

ESTUDO DO PERFIL LIPÍDICO DE INDIVÍDUOS DO MUNICÍPIO DE MIRANDOPOLIS/SP

Framingham score for cardiovascular diseases among civil servantes,sao Paulo, 1998.[Portuguese]

Síndrome Metabólica no adulto jovem. Origina-se no nascimento ou na infância?

CNC-CENTRO DE NEFROLOGIA DE CANINDÉ

ALTERAÇÕES DA GLICEMIA DE JEJUM EM NUTRICIONISTAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Tenha em mente que estes são os maiores problemas de saúde no mundo. Os principais resultados medidos são geralmente perda de peso, bem como fatores

TALITA GANDOLFI PREVALÊNCIA DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTES IDOSOS DIABÉTICOS EM UMA UNIDADE HOSPITALAR DE PORTO ALEGRE-RS

PNS Pesquisa Nacional de Saúde 2013 Ciclos de vida, Brasil e grandes regiões Volume 3

ANA CAROLINA JUNQUEIRA VASQUES INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS, DE COMPOSIÇÃO CORPORAL E BIOQÚIMICOS PARA PREDIÇÃO DO ÍNDICE HOMA-IR EM HOMENS ADULTOS

CORRELAÇÃO DA IDADE E DE VARIÁVEIS INDICATIVAS DE ACÚMULO DE GORDURA NA OCORRÊNCIA DE SINTOMAS CLIMATÉRICOS EM MULHERES MENOPAUSADAS

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE. SUBÁREA: Nutrição INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

Multimorbidade e medidas antropométricas em residentes de um condomínio exclusivo para idosos

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: NUTRIÇÃO INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

PECULIARIDADES DA HIPERTENSÃO NA MULHER CELSO AMODEO

19/04/2016. Profª. Drª. Andréa Fontes Garcia E -mail:

Transcrição:

ÍNDICE TYG (TRIGLICERÍDEOS/GLICOSE) NA AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À INSULINA EM MULHERES NO CLIMATÉRIO 1 INDEX TYG (GLUCOSE/TRIGLYCERIDES) IN THE EVALUATION OF INSULIN RESISTANCE IN WOMEN IN THE CLIMACTERIC Daiana Meggiolaro Gewehr 2, Brenda Da Silva 3, Lucas Machado Sulzbacher 4, Evelise Moraes Berlezi 5 1 Pesquisa institucional desenvolvida no Departamento de Ciência da Vida (DCVida), pelo grupo de pesquisa Estudo do Envelhecimento Feminino (GERON) 2 Farmacêutica Mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção Integral à Saúde da UNIJUÍ e Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ), Bolsista PROSUP/CAPES/UNICRUZ/UNIJUÍ, daiagewehr@hotmail.com. 3 Biomédica. Mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção Integral à Saúde da UNIJUÍ e Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ), Bolsista PROSUP/CAPES/UNICRUZ/UNIJUÍ, brenda_silva94@hotmail.com. 4 Academico de enfermagem da UNIJUÍ lucas.sulzbacher@hotmail.com. 5 Fisioterapeuta Doutora docente do DCVida, Coordenadora do GERON, evelise@unijui.edu.br. INTRODUÇÃO A resistência à insulina (RI) é um estado de insensibilidade dos tecidos às ações biológicas da insulina, em consequência disto, como um mecanismo compensatório as células-β pancreáticas aumentam a secreção de insulina, o que leva à hiperinsulinemia crônica, enquanto a tolerância à glicose permanece normal. Esta condição está associada ao excesso de gordura corporal e alterações metabólicas, como diabetes, dislipidemias, hipertensão arterial, que, em conjunto, constituem a síndrome metabólica. A RI tem sido apontada como um problema de saúde pública que vem acometendo diversas faixas etárias, sobretudo, mulheres em idade climatérica (GOBATO et al., 2014). Diversos métodos para avaliação da RI tem sido propostos, sendo que o método de Matthews e cols. Homeostasis Model Assessment Insulin Resistance (HOMA-IR) mostrou-se como uma alternativa simples e de baixo custo quando comparada às técnicas mais sofisticadas, mostrando boa correlação com o padrão-ouro clamp euglicêmico, possibilitando o uso em estudos populacionais e na prática clínica (MATTHEWS et al., 1985). Dentre os principais fatores associados à resistência insulínica, destaca-se o excesso de peso, em especial à gordura abdominal, sedentarismo, hábidos alimentares inadequados, sexo e idade (SANTOS et al., 2008) 3. Neste sentido foi proposto o índice TyG é um modelo matemático capaz de predizer o grau de RI, a partir da medida sérica dos triglicerídeos e da glicemia de jejum [log(triglicerídeos de jejum (mg/dl) x glicemia de jejum (mg/dl)]/2. Este indicador possui diversas

vantagens frente aos demais métodos de diagnóstico da resistência insulínica, dentre eles: simplicidade, menor custo, dosagem acessível de triglicerídeos e glicose que são rotineiramente realizadas nos serviços de saúde (SIMENTAL-MENDÍA et al., 2008). Este estudo teve como objetivo investigar a associação entre índices antropométricos e índice de glicose triglicérides (índice TyG) em mulheres no climatério. METODOLOGIA Trata-se de um estudo transversal, analítico e retrospectivo, com população constituída por mulheres, com idade entre 35 e 65 anos, com cadastro ativo nas Estratégias Saúde da Família (ESF) do município de Ijuí/RS, pertencentes a pesquisa institucional Estudo do Envelhecimento Feminino da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIJUÍ, sob o Parecer Consubstanciado nº 864.988/2014. A partir do banco de dados da referida pesquisa, foram selecionadas as mulheres que realizaram avaliação antropométrica (circunferência da cintura), e exame laboratorial de triglicerídeos e glicemia de jejum. O peso da massa corporal foi aferido através de uma balança Tech Line, modelo BAL-150 PA, capacidade de até 150 quilogramas; para a verificação da estatura uma fita métrica de material não elástico, marca Fifer-Glass (precisão de 1 mm) fixada em parede sem rodapés por meio de fitas adesivas, e esquadro de madeira; para o perímetro da cintura fita métrica de mesma marca e modelo; a verificação da gordura corporal foi através de aparelho de análise de impedância bioelétrica-bia, portátil, marca OMRON, modelo HBF-306 BL. Os valores do peso da massa corporal e estatura foram utilizados para o cálculo do IMC, sendo este classificado para mulheres adultas conforme os parâmetros preconizados pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995/2000), e mulheres idosas com 60 anos e mais de idade os pontos de corte de The Nutrition Screening Initiative, (1994) para a classificação do perímetro da cintura foi utilizado os critérios da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2000); e para a classificação da gordura corporal os critérios do manual do equipamento utilizado. Para avaliação da resistência à insulina, calculou-se o índice triglicerídeos-glicemia (TyG) [ln(triglicerídeos de jejum (mg/dl) x glicemia de jejum (mg/dl)]/2 (MILECH et al. 2016), o valor 4,55 foi utilizado como ponto de corte (GUERRERO-ROMERO et al., 2016) Os dados obtidos foram compilados em tabelas por meio do Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) (versão 20.0). As variáveis foram testadas quanto à sua normalidade pelo teste Kolmogorov-Smirnov. Foi realizada análise descritiva com média, frequência absoluta e desvio padrão. As médias foram comparadas utilizando-se o teste t-student e análise da variância (ANOVA one way) seguida do teste de Tukey. Calculou-se a razão de prevalência (RP) com IC95%.

Considerou-se p<0,05 como nível de significância estatística. RESULTADOS E DISCUSSÃO Participaram do estudo 140 mulheres com média de idade de 52,13±7,97 (IC 95% 50,80-53,46). Em relação as características sociodemográficas, 64,3% (90) são casadas, 51,4% apresentam renda familiar de um a três salários mínimos e 50,7% apresentam ensino fundamental incompleto. O valor médio do índice TyG foi de 4,66 (IC 95% 4,60 4,70). Os valores do índice TyG não diferiu em relação ao período do climatério. O valor médio do índice TyG nas mulheres pós-menopausicas foi superior (4,69±0,32 vs 4,60±0,27) ao das mulheres na pré-menopausa, porém sem diferença entre os grupos (p=0,091). Em estudo realizado por GUERRERO-ROMERO et al., (2016) com mulheres jovens, com média de idade de 19 anos, identificou que o melhor valor de corte do índice TyG para diagnóstico de RI foi 4,55, desse modo evidenciou-se nesse estudo valor médio do Índice TyG superior a esse valor. Na Figura 1 está apresentado a análise de variância entre o índice TyG e as variáveis antropométricas. Identificou-se que mulheres com % de gordura recomendada, IMC e CC dentro dos valores recomendados apresentaram menores valores do Índice TyG. Como também evidenciado por Vasques et al. (2011) o índice de TyG correlacionou-se com distribuição de gordura e depósitos de gordura, parâmetros metabólicos e marcadores de aterosclerose subclínica relacionados à RI. Também, o maior índice de TyG está associado ao aumento do risco de estenose da artéria coronária em indivíduos assintomáticos com diabetes tipo 2, particularmente quando eles têm fatores de risco para doença cardiovascular (LEE et al.,2016). A detecção precoce resistência à insulina é fundamental, pois esta precede o desenvolvimento de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, sendo uma ferramenta importante no planejamento de estratégias de prevenção (GUERRERO-ROMERO et al., 2016).

O índice TyG representa uma ferramenta acessível para avaliação de RI na prática clínica (VASQUES et al., 2011), desse modo a realização do seu cálculo, pode ser uma ferramenta utilizada na atenção básica. CONSIDERAÇÕES FINAIS As mulheres que apresentaram CC elevada, maior % de gordura corporal e IMC sobrepeso e obesidade apresentaram maior índice TyG, desse modo, a identificação de alterações antropométricas pode ser um preditor para o aumento da resistência insulínica em mulheres climatéricas. Palavras-chave: Climatério; Diabetes Mellitus; Triglicerídeos. Keywords: Climacteric; Diabetes Mellitus; Triglycerides. REFERÊNCIAS GOBATO, Amanda Oliva et al. Metabolic syndrome and insulin resistance in obese adolescents. Revista paulista de pediatria, v. 32, n. 1, p. 55-59, 2014. GUERRERO-ROMERO, Fernando et al. Fasting triglycerides and glucose index as a diagnostic test for insulin resistance in young adults. Archives of medical research, v. 47, n. 5, p. 382-387, 2016. LEE, Eun Young et al. Triglyceride glucose index, a marker of insulin resistance, is associated with coronary artery stenosis in asymptomatic subjects with type 2 diabetes. Lipids in health and disease, v. 15, n. 1, p. 155, 2016. MATTHEWS, D. R. et al. Homeostasis model assessment: insulin resistance and β-cell function from fasting plasma glucose and insulin concentrations in man. Diabetologia, v. 28, n. 7, p. 412-419, 1985. MILECH, Adolfo et al. Diretrizes da sociedade brasileira de diabetes (2015-2016). São Paulo: AC Farmacêutica, 2016. SANTOS, Luana Caroline dos et al. Body trunk fat and insulin resistance in post-pubertal obese adolescents. Sao Paulo Medical Journal, v. 126, n. 2, p. 82-86, 2008. SIMENTAL-MENDÍA, Luis E.; RODRÍGUEZ-MORÁN, Martha; GUERRERO-ROMERO, Fernando. The product of fasting glucose and triglycerides as surrogate for identifying insulin resistance in apparently healthy subjects. Metabolic syndrome and related disorders, v. 6, n. 4, p. 299-304, 2008. VASQUES, Ana Carolina Junqueira et al. TyG index performs better than HOMA in a Brazilian

population: a hyperglycemic clamp validated study. Diabetes research and clinical practice, v. 93, n. 3, p. e98-e100, 2011.