Evolução de alguns indicadores de desempenho das redes eléctricas em Portugal Jorge Esteves, XI Reunião Ibero-Americana de Reguladores de Energia Madrid, 18 de Junho de 2007 Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos
Conteúdo da apresentação Os 10 anos de e a evolução das tarifas de uso das redes e dos investimentos nas redes eléctricas A evolução da continuidade de serviço e o incentivo à melhoria da qualidade de serviço nas redes de distribuição A evolução das perdas nas redes e o incentivo à redução das perdas nas redes de distribuição Interligação entre Portugal e Espanha Conclusões (Nota: Todos os dados apresentados referentes a 2006 devem ser encarados como de carácter provisório) 2
Evolução de alguns indicadores de desempenho das redes eléctricas em Portugal Os 10 anos de e a evolução das tarifas de uso das redes e dos investimentos nas redes eléctricas A evolução da continuidade de serviço e o incentivo à melhoria da qualidade de serviço nas redes de distribuição A evolução das perdas nas redes e o incentivo à redução das perdas nas redes de distribuição Interligação entre Portugal e Espanha Conclusões 3
Marcos na evolução do sector eléctrico português e os 10 anos de Constituição de uma única empresa nacional verticalmente integrada (EDP) Novos produtores abastecem o sistema público através de contratos de longo prazo - CAE Definição de um novo enquadramento jurídico para o sector eléctrico 1976 1988 1993 1994 1995 1996 Abertura do sector eléctrico à iniciativa privada Cisão da EDP e separação jurídica das actividades de produção, transporte e distribuição Aprovada Directiva Europeia 96/92/CE 4
Marcos na evolução do sector eléctrico português e os 10 anos de Entrada em funções da Aprovação dos regulamentos do sector eléctrico Protocolo entre Espanha e Portugal para a criação do Mercado Ibérico de Electricidade Celebrado entre Espanha e Portugal o Acordo para a Constituição do Mercado Ibérico de Electricidade Concretização das condições jurídicas e técnicas para que a mudança de comercializador possa ser exercida por todos os clientes 1997 (Fevereiro) 1997 (Junho) 1998 (Setembro) 2000 2001 (Novembro) 2003 2004 2006 2006 2007 (Setembro) (1 de Julho) Início da privatização do Grupo EDP Separação de propriedade do operador da rede de transporte Aprovada Directiva Europeia 2003/54/CE Publicação de nova legislação de enquadramento do sector Nova etapa do funcionamento do MIBEL 5
Os 10 anos de e a evolução das tarifas de uso da rede de transporte URT MAT Tarifas 1999 =100 110 100 90 80 70 60 50 100-9,4% 91-14,8% 77-29,1% 55-3,0% 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 53 5,5% 56 1,8% -4,4% 54 57 URT AT 110 Tarifas 1999 =100 100 90 80 70 100-10,2% 90-16,4% 75-1,1% 74-6,0% 70 10,8% 77 2,1% 79-7,1% 73 60 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: 6
Os 10 anos de e a evolução das tarifas de uso das redes de distribuição Tarifas 1999 =100 URD AT 110 100 90 80 70 60 50 40 100-6,3% 94-10,3% 84-12,6-1,9% 73 72 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006-20,8% 57-9,2% 52 3,8% 54 URD MT 110 Tarifas 1999 =100 100 90 80 70 60-6,3% 100 94-7,6% -2,5% 87 84-7,1% -3,7% 78-9,2% 76 3,8% 71 69 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: 7
Os 10 anos de e a evolução das tarifas de uso das redes de distribuição (2) 110 URD BT Tarifas 1999 =100 100 90 80 70 60-6,3% 100-6,2% 94 88-18,3% -5,9% 72-3,0% 2,3% -0,9% 68 66 67 66 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: 8
Investimentos na rede de transporte M 250 245 222 200 150 127 144 100 50 89 94 91 76 57 64 55 82 110 0 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Subestações Linhas Acessórias Invest. não Específico Encargos Estrutura Fonte: REN (Preços constantes de 2006) 9
Investimentos nas redes de distribuição M 350 300 250 200 150 100 50 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 LINHAS AÉREAS CABOS SUBTERRÂNEOS SUBESTAÇÕES POSTOS DE CORTE E SECCIONAMENTO ILUMINAÇÃO PÚBLICA OUTROS Fonte: 10
Evolução do consumo de energia eléctrica em Portugal GWh 50000 40000 30000 20000 10000 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: 11
Evolução de alguns indicadores de desempenho das redes eléctricas em Portugal Os 10 anos de e a evolução das tarifas de uso das redes e dos investimentos nas redes eléctricas A evolução da continuidade de serviço e o incentivo à melhoria da qualidade de serviço nas redes de distribuição A evolução das perdas nas redes e o incentivo à redução das perdas nas redes de distribuição Interligação entre Portugal e Espanha Conclusões 12
Qualidade de serviço na rede de transporte Evolução do indicador de continuidade de serviço Tempo de interrupção equivalente 30 30 25 25 20 20 minutos minutos 15 15 10 10 5 5 Fonte: 0 0 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 1994 RNT 1995 c.f.f.m. 1996 (devidos 1997 a incêndios) 1998 1999 Razões 2000de 2001 segurança 2002 2003 2004 2005 2006 RNT 13 (Nota: Dados de 2006 com carácter provisório)
Qualidade de serviço nas redes de distribuição Evolução do indicador de continuidade de serviço SAIFI Número de interrupções por cliente 7 6 5 4 3 2 Áustria AT, MT França BT Grã Betranha AT, MT, BT Itália AT, MT, BT Irlanda AT, MT, BT Portugal AT, MT, BT Espanha AT, MT, BT 1 0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Fonte: CEER Third Benchmarking Report on Quality of Electricity Supply 2005 e 14 (Nota: Dados de 2006 com carácter provisório)
Qualidade de serviço nas redes de distribuição Evolução do indicador de continuidade de serviço SAIDI Minutos de interrupção por cliente 450 400 350 300 250 200 150 100 Evolução do indicador de continuidade de serviço SAIDI - Áustria AT, MT França BT Grã Betranha AT, MT, BT Itália AT, MT, BT Irlanda AT, MT, BT Portugal AT, MT, BT Espanha AT, MT, BT 50 0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Fontes: CEER Third Benchmarking Report on Quality of Electricity Supply 2005 e 15 (Nota: Dados de 2006 com carácter provisório)
Incentivo à Melhoria da Qualidade de Serviço Previsto no Regulamento Tarifário, começou a ser aplicado a partir de 1 de Janeiro de 2003. Visa influenciar as decisões de investimento do operador da rede de distribuição relativamente a projectos que permitam alcançar uma melhoria da continuidade de serviço, através da aplicação de incentivos ou penalidades ao desempenho do operador da rede de distribuição, permitindo-lhe um ganho (ou uma perda) suplementar nos proveitos permitidos. Calculado a partir do valor anual do indicador de continuidade de serviço Energia Não Distribuída END na rede de MT. Incentivo à melhoria da qualidade de serviço ( ) RQS máx RQS mín 0 Incentivo END REF -ΔV END REF END REF +ΔV END REF (2003-2005) END REF (2006) END REF (2007) END REF (2008) ΔV VEND Penalização END (kwh) 0,0004 x ED 0,00019 x ED 0,000175 x ED 0,000161 x ED 0,12x END REF 1,5 /kwh RQS máx = RQS min 5 000 000 RQSmin = RQSmax - valor máximo de incentivo ou de penalidade 16
Incentivo à Melhoria da Qualidade de Serviço Evolução do TIEPI de 2001 a 2006 e dos parâmetros do incentivo à melhoria da qualidade de serviço 330 300 307,30 TIEPI (min) 270 240 210 180 150 263,00 222,15 120 90 118,05 113,54 114 60 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Montantes de incentivo resultantes da aplicação do mecanismo (Nota: Dados de 2006 com carácter provisório) Fonte: 10 3 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 5000 5000 0 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 17
Evolução de alguns indicadores de desempenho das redes eléctricas em Portugal Os 10 anos de e a evolução das tarifas de uso das redes e dos investimentos nas redes eléctricas A evolução da continuidade de serviço e o incentivo à melhoria da qualidade de serviço nas redes de distribuição A evolução das perdas nas redes e o incentivo à redução das perdas nas redes de distribuição Interligação entre Portugal e Espanha Conclusões 18
Evolução das perdas na rede de transporte GWh 800 2,0% 600 1,5% 400 1,0% 200 0,5% 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 0,0% Perdas em GWh Perdas em % da energia referida à emissão Fonte: 19 (Nota: Dados de 2006 com carácter provisório)
Evolução das perdas nas redes de distribuição GWh 4500 9% 4000 8% 3500 7% 3000 6% 2500 5% 2000 4% 1500 3% 1000 2% 500 1% 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 0% Perdas em GWh Perdas em % da energia referida à emissão Fonte: 20 (Nota: Dados de 2006 com carácter provisório)
Incentivo à redução de perdas nas redes de distribuição Aplicado a partir de 1999. Previsto no Regulamento Tarifário, visa influenciar as decisões de investimento do operador da rede de distribuição relativamente a projectos que permitam alcançar reduções extraordinárias de perdas. Permite ao operador da rede de distribuição ser remunerado adicionalmente pelo seu desempenho caso consiga reduzir as perdas nas suas redes abaixo de um valor de referência estabelecido, Perdas REF. O mecanismo é simétrico. No caso de Perdas REF ser excedido, o operador é penalizado. Para além de Perdas REF são estabelecidos um parâmetro de valorização unitária de perdas, V p, e um valor limite máximo para a aplicação do mecanismo, IRP max. Incentivo à redução de perdas nas redes de distribuição [ ] IRP max - IRP max Perdas REF - ΔP Incentivo Perdas REF Perdas REF + ΔP Penalização Perdas [%] Perdas REF (1999-2001) 8,8% Perdas REF (2002-2005) 8,6% Perdas REF (2006) 8,38% Perdas REF (2007) 8,30% Perdas REF (2008) 8,22% ΔP (1999-2005) 1,0% ΔP (2006-2008) 0,5% De 1999 a 2001, Vp situou-se em torno de 50 /MWh e, de 2002 a 2006, em torno dos 60 /MWh. 21
Incentivo à redução de perdas nas redes de distribuição 10,0 Perdas na rede de distribuição [%] 9,5 9,0 8,5 8,0 7,5 8,73 8,58 9,05 8,18 8,61 8,61 8,09 7,0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 7,20 Montantes de incentivo e penalização resultantes da aplicação do mecanismo 10 3 13000 8000 3000 Fonte: -2000 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 22 (Nota: Dados de 2006 com carácter provisório)
Evolução de alguns indicadores de desempenho das redes eléctricas em Portugal Os 10 anos de e a evolução das tarifas de uso das redes e dos investimentos nas redes eléctricas A evolução da continuidade de serviço e o incentivo à melhoria da qualidade de serviço nas redes de distribuição A evolução das perdas nas redes e o incentivo à redução das perdas nas redes de distribuição Interligação entre Portugal e Espanha Conclusões 23
Interligações entre Portugal e Espanha e a construção do MIBEL 2x 1036 MW 3 x 319 MW Trocas Físicas GWh Importação 8623 Exportação 3182 1148 MW 1036 MW Trocas Comerciais Importação 7649 Exportação 2267 Energia de circulação 1787 Alto Lindoso / Cartelle 1 (400 kv) Alto Lindoso / Cartelle 2 (400 kv) Bemposta / Aldeadávila (220 kv) Pocinho / Aldeadávila (220 kv) Pocinho / Saucelle Falageira / Cedillo (220 kv) (400 kv) Dados referentes a 2006 24 Alqueva / Brovalbes (400 kv)
Utilização das interligações entre Portugal e Espanha de 1998 a 2006 (movimento físico) 12000 10000 8000 Energia [GWh] 6000 4000 2000 0-2000 -4000 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006-6000 -8000-10000 Importação Exportação Saldo Exp - Imp Utilização Exp + Imp Energia circulação Fonte: 25
Capacidade da interligação entre Portugal e Espanha de 2002 a 2006 MW 1400 1200 1000 Valores médios disponíveis para fins comerciais 800 600 Importação Exportação 400 200 0 2002 2003 2004 2005 2006 MW 2500 Valores máximos anuais disponíveis para fins comerciais 2000 1500 1000 Importação Exportação 500 Fonte: 0 2002 2003 2004 2005 2006 26
Capacidade da interligação entre Portugal e Espanha de 2001 a 2006 Evolução da capacidade disponível na interligação no sentido de Portugal para Espanha MW Fonte: REN 27
Capacidade da interligação entre Portugal e Espanha de 2001 a 2006 Evolução da capacidade disponível na interligação no sentido de Espanha para Portugal MW Fonte: REN 28
Interligação entre Portugal e Espanha e a construção do MIBEL Novas metas para a capacidade na interligação (2010) O estudo conjunto REN REE, concluído em 2006, mostra que é possível definir o objectivo global de uma capacidade de interligação para 3000 MW, sendo necessário: Duas novas interligações a 400 kv Minho Galiza Algarve Andaluzia Alguns reforços internos da duas redes. Em 2010, com as previsões de pontas de consumo Portugal Espanha França Cap int 3000 MW 27% da ponta em Portugal Cap int 4000 MW 8% da ponta em Espanha Um valor mínimo de 27% representará uma das mais elevadas percentagens de interligação ao nível das redes interligadas europeias. 29
Conclusões Ao longo dos últimos dez anos, com um consumo de energia eléctrica a crescer moderadamente, foi possível que as tarifas de uso das redes tivessem descido de forma significativa, mantendo-se, ou até aumentando, o nível de investimentos nas redes eléctricas. Partindo de um nível muito baixo, a evolução dos indicadores de continuidade de serviço foi bastante positiva nos últimos anos. O incentivo à melhoria da qualidade de serviço tem permitido premiar o esforço que o operador da rede de distribuição em MT e AT tem desenvolvido nesta área. O nível de perdas nas redes eléctricas tem evoluído positivamente. O incentivo à redução das perdas nas redes de distribuição tem possibilitado o reforço dos proveitos permitidos ao operador da rede de distribuição. 30
Conclusões (2) A existência de capacidade disponível nas interligações entre Portugal e Espanha é uma das chaves fundamentais para assegurar a criação de um verdadeiro mercado ibérico de energia eléctrica (MIBEL). A evolução positiva da capacidade disponível para fins comerciais e o contínuo reforço da sua utilização tem permitido a construção do MIBEL ao longo dos últimos anos, com a próxima etapa a ter o seu início no próximo dia 1 de Julho. A transparência na disponibilização da informação é um factor fundamental para assegurar um acesso não discriminatório de todos os agentes ao sistema eléctrico. Na sua actividade, a tem pugnado por garantir este direito aos agentes e os resultados que têm vindo a ser obtidos é uma garantia de que é este o caminho para assegurar o desenvolvimento de um verdadeiro mercado de energia eléctrica. 31
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