CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DO EMPREGADO A LUZ DAS NORMAS DO REGIMENTO GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL RGPS



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Transcrição:

CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DO EMPREGADO A LUZ DAS NORMAS DO REGIMENTO GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL RGPS Ricardo Benevenuti Santolini 1 Resumo: A norma jurídica possui como princípio basilar regulamentar a conduta humana dentro da sociedade. Um destes institutos dispõe acerca da relação entre o empregado e o empregador, onde permanecem determinados os direitos e deveres entre as partes, conforme previsão legal da Consolidação das Leis do Trabalho, bem como através de entendimentos das súmulas e orientações jurisprudenciais. Dentre estes deveres do empregador possui a de efetuar a contribuição social do empregado junto ao órgão do INSS, para que futuramente o mesmo possa ter assegurado seus direitos previdenciários, como o de aposentadoria. O objeto do presente trabalho será a forma de cálculo desta contribuição social com relação a pessoa que é empregado de uma determinada empresa, conforme previsão da legislação e dos entendimentos jurisprudenciais e doutrinários a respeito da referida matéria. Palavras-chave: contribuições; previdência; empregado; benefícios. Sumário:1 SÍNTESE INTRODUTÓRIA; 2 CONCEITO DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SUA PREVISÃO DENTRO DO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO; 3 CÁLCULO DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO EMPREGADOR; 4 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO EMPREGADO QUE PERCEBE RENDA SUPERIOR AO LIMITE ESTABELECIDO EM LEI; 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS; REFERÊNCIAS 1 Pós graduando em Direito Previdenciário pela Faculdade de Direito Damásio de Jesus. Bacharel em Direito pelo Centro Universitário São Camilo ES.

1 SÍNTESE INTRODUTÓRIA Com o passar dos anos a necessidade humana vai fazendo com que novos ramos do direito sejam implementados dentro da sociedade: recentemente foram instituídos o direito imobiliário para regulamentar acerca dos imóveis de uma maneira geral; o direito ambiental entrou em vigor para dispor sobre ecossistemas que estavam em risco de extinção. O direito previdenciário também é um ramo bem recente, tendo sua norma basilar promulgada na Constituição Federal de 1988, bem como as Leis 8212/91 e 8213/91, tratando sobre planos de custeio e benefícios previdenciários, respectivamente. Com isso, o presente estudo possui como base a lei 8212/91, mais precisamente em seu capítulo III, que se inicia no artigo 20, dispondo acerca das contribuições previdenciárias do empregado, analisando a base de cálculo prevista na lei, bem como o salário que o contribuinte percebe naquela relação de emprego. 2 CONCEITO DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SUA PREVISÃO DENTRO DO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Antes da realização do estudo acerca da contribuição social de acordo com a norma e sua aplicabilidade na esfera jurídica, é necessário trazer os conceitos doutrinários a respeito de contribuição social. A contribuição social encontra-se relacionada ao direito tributário, estando classificada dentro das contribuições especiais. Segundo o renomado doutrinador de direito tributário Roque Antonio Carraza traz da seguinte forma este conceito: Contribuição social é a contraprestação devida pela seguridade social e outros benefícios na área social garantidos pelo Estado e determinado grupo da sociedade, de que decorra benefício especial para o cidadão que dele participa. A prestação estatal, com em todas as contribuições, é entregue uti universi, e abrange a previdência social, a saúde e a assistência social, parcelas constitutivas do

conceito maior de seguridade (art. 195 da CF), assim como a educação e o auxílio no desemprego. A contribuição social é forma de financiamento direto da seguridade e dos direitos sociais, pelos que participam do mesmo grupo econômico, assim na posição de patrão como na de empregado. 2 Existe ainda o conceito de contribuições sociais segundo Hugo de Brito Machado: espécie de tributo com finalidade constitucionalmente definida, a a saber, intervenção no domínio econômico, interesse de categorias profissionais ou econômicas e seguridade social. 3 Ricardo Alexandre traz ainda em sua obra o conceito que o Supremo Tribunal Federal atribui para as contribuições sociais gerais: Segundo o STF, são contribuições sociais gerais aquelas destinadas a outras atuações da União na área social como o salário educação (CF, art. 212, 5º, com redação dada pela EC 53/2006) e as contribuições para os Serviços Sociais Autônomos, previstas no artigo 240 da CF. 4 Analisando os conceitos acima, denota-se que esta contribuição social possui uma finalidade de atender as necessidades sociais da população, voltadas principalmente para a esfera da seguridade social, agindo através dos benefícios sociais, como aposentadorias e pensões. As contribuições sociais do empregado possuem previsão legal do artigo 149 e 195, inciso II, da Carta Magna de 1988, e dispõe da seguinte forma, respectivamente: Art. 149 - Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no Art. 195, 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 5 Art. 195 - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos 2 CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito tributário constitucional tributário. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 408-409. 3 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 28 ed, rev, atu., amp. São Paulo: Melheiros, 2007, p. 430. 4 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 6ª ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2012, p. 54. 5 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Constituição de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 24 mai. 2013.

provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (...) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o Art. 201; 6 Com todo o entendimento constitucional acima, é relevante destacar ainda que o legislador brasileiro procurou tratar da matéria através de Lei 8212/91, mais precisamente de seu artigo 20, conforme se aufere a seguir: Art. 20. A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de forma não cumulativa, observado o disposto no art. 28, de acordo com a seguinte tabela: 7 Além disso, o artigo mencionado anteriormente possui uma tabela regulamentando os limites salariais e suas respectivas alíquotas para a realização do cálculo do benefício previdenciário, momento em que o mesmo será objeto de estudo a seguir. 3CÁLCULO DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO EMPREGADOR Inicialmente cabe reforçar que o valor de contribuição social encontra-se regulamentado através do artigo 20, da Lei 8212/91 e dispõe que o cálculo desta contribuição social poderá realizado dentro das alíquotas de oito por cento (8%), nove por cento (9%) ou onze por cento (11%). Contudo, o valor destas contribuições sociais é reajustado de acordo com o tempo para que não permaneça defasada, tendo em vista que acompanha o aumento anual do salário mínimo. A última atualização existente foi através da 6 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Constituição de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 24 mai. 2013. 7BRASIL. Lei 8212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm>. Acesso em: 24 mai. 2013.

Portaria Ministerial MPS/MF 15, de 10 de janeiro de 2013, e permaneceram estabelecidos os seguintes valores 8 : SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS Até R$ 1247,70 8% De R$ 1247,71 até R$ 2079,50 9% De R$ 2079,51 até R$ 4.159,00 11% Desta forma, a pessoa que percebe um salário mensal de até um mil e duzentos e quarenta e sete reais e setenta centavos (R$1247,70) realizará uma contribuição mensal de oito por cento (8%) sobre o salário que recebe como empregado. Tomando como exemplo uma pessoa que exerce atividades laborativas como chefe de obras em uma determinada empreiteira e percebe um salário mensal de um mil reais (R$1000,00), a contribuição social que deverá ser efetuado será de oitenta reais (R$80,00), uma vez que equivale aos oito por cento (8%) estabelecidos na norma. Trazendo ainda o mesmo exemplo acima citado, todavia com o empregado percebendo um salário de um mil e oitocentos reais (R$1800,00), a alíquota para o adimplemento da contribuição social será alterada, devendo ser aplicado uma alíquota de nove por cento (9%). Desta forma, o benefício que deverá ser adimplido será de cento e sessenta e dois reais (R$162,00). Importante ressaltar que existe a possibilidade de aplicação da alíquota de onde por cento (11%), conforme se aufere na tabela. Com isso, trazendo o mesmo exemplo acima, de um empregado que percebe uma renda mensal de quatro mil reais (R$4000,00), o mesmo efetuará uma contribuição mensal de quatrocentos e quarenta reais (R$440,00) para que possa perceber benefícios de natureza previdenciária. 8 BRASIL. Previdência Social. Tabela de contribuição mensal. Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/conteudodinamico.php?id=313>. Acesso em: 23 mai. 2013.

4 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO EMPREGADO QUE PERCEBE RENDA SUPERIOR AO LIMITE ESTABELECIDO EM LEI Existe ainda na sociedade brasileira pessoas que exercem suas funções de empregado e que percebem um salário superior àquele previsto na lei de planos de custeio. Com isso, o entendimento do legislador e da jurisprudência é no sentido de que a pessoa que percebe um salário superior a quatro mil e cento e cinqüenta e nove reais deverá efetuar a contribuição de onze por cento sobre o teto salarial previsto na norma. Não havendo normas específicas para regulamentar a contribuição social do empregado que percebe um salário acima do limite legal, foi entendido que o valor a ser repassado ao instituto previdenciário deve-se ater ao limite previsto na norma, referente a alíquota de onze por cento (11%). Exemplificando o entendimento aupra mencionado, um servidor público que percebe uma renda mensal de dez mil reais (R$10000,00) irá efetuar a contribuição social sobre onze por cento (11%) sobre o salário previsto na norma, que atualmente é de quatro mil e cento e cinqüenta e nove reais (R$4159,00), totalizando assim quatrocentos e cinquenta e sete reais e quarenta e nove centavos (R$457,49), não tendo assim como parâmetro seu salário mensal. A contribuição que for recolhida acima do limite previsto na norma não poderá ser considerada, devendo este órgão previdenciário efetuar a compensação deste valor recolhido de forma indevida para o empregado. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Analisando todo o exposto, fica nítido que o empregador possui seu direito previdenciário assegurado quando realiza sua contribuição social de conformidade com os ditames legais.

Relevante destacar ainda que esta contribuição varia de acordo com o salário que a pessoa percebe: quanto maior o salário, maior a alíquota para arrecadação do benefício, aplicando-se a regra sobre quem recebe mais, contribui mais. Outro ponto relevante destacado no presente trabalho diz respeito a contribuição do empregado que percebe acima do limite previsto na lei, que será considerado o valor da maior contribuição previdenciária, que atualmente é de quatrocentos e cinquenta e sete reais e quarenta e nove centavos (R$457,49). REFERÊNCIAS ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 6ª ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2012. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Constituição de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 24 mai. 2013. BRASIL. Lei 8212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm>. Acesso em: 24 mai. 2013. BRASIL. Previdência Social. Tabela de contribuição mensal. Disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/conteudodinamico.php?id=313>. Acesso em: 23 mai. 2013. CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito tributário constitucional. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 28 ed, rev, atu., amp. São Paulo: Melheiros, 2007.