Cris Orzil PORTUGUÊS. para Concursos. Gramática Interpretação de textos Redação discursiva Redação oficial

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Transcrição:

Cris Orzil PORTUGUÊS para Concursos Gramática Interpretação de textos Redação discursiva Redação oficial 2019

PARTE 1 Gramática

Capítulo 1 Fonologia PARTE 1 Gramática CAPÍTULO 1 Fonologia 1. INTRODUÇÃO Fonologia é a parte da gramática que se encarrega do estudo dos sons produzidos na língua, da maneira correta de pronunciar, de grafar e de acentuar as palavras. De todas as regras da Fonologia, as que mais aparecem em concursos públicos são aquelas que regem a utilização do acento gráfico nas palavras. Porém, outros conceitos básicos, apesar de serem cobrados com uma frequência um pouco menor pela maioria das bancas, são também importantes, pois nos dão base para o entendimento de outros assuntos que aprenderemos ao longo deste livro. Então, a princípio, estudaremos esses conceitos básicos e, posteriormente, as regras de acentuação gráfica. Avante! 1.1 Conceitos básicos da fonologia Fonema é o nome dado ao menor elemento sonoro do sistema fonológico de uma língua. Já a letra consiste na representação gráfica de cada um desses sons. É importante destacar que não necessariamente o número de letras de uma palavra corresponderá ao número de fonemas. É o que ocorre, por exemplo, com a palavra chuva, em que a sequência CH, embora seja composta de duas letras, representa apenas um som, um fonema. Observação: A letra h não representa fonema. Poderá ser utilizada em dígrafos (assunto que veremos adiante), como nh, lh, ch; interjeições (ah, hã) e poderá surgir também em algumas palavras por questões etimológicas (horta, histeria, hálito, hediondo) ou, simplesmente, por tradição histórica, como na palavra Bahia. 25

Português para Concursos Cris Orzil 1.2 Outros Conceitos Fonológicos Encontro Consonantal: é o encontro entre duas ou mais consoantes pronunciadas na mesma palavra, podendo ocorrer na mesma sílaba ou em sílabas diferentes. PRA TO (perfeito) O Ocorre na mesma sílaba. PAS TA (imperfeito) O Ocorre em sílabas diferentes. Observação: Não se esqueça de que toda sílaba apresenta vogal. Sendo assim, um encontro consonantal jamais poderá ocorrer isoladamente em uma sílaba. Exemplo: TUNGS TÊ NIO. Encontro Vocálico: é o encontro entre dois ou mais fonemas vocálicos pronunciados na mesma palavra, que pode ocorrer de três maneiras diferentes. a) Hiato: acontece quando essas vogais pronunciadas ficam em sílabas distintas. SA-Ú-DE PA-ÍS CA A TIN GA RU IM b) Ditongo: encontro entre dois fonemas vocálicos na mesma sílaba de uma palavra. LEITE MAIS POLÍCIA PÁSCOA O ditongo pode ser crescente ou decrescente, dependendo da ordem em que as vogais aparecem na palavra. Isso porque há uma relação hierárquica entre os sons que são representados por essas letras, ou seja, haverá uma classificação que dependerá da força do timbre com o qual essas vogais são pronunciadas. Dessa forma, em um ditongo, sempre haverá uma vogal (pronunciada com timbre mais forte) e uma semivogal (pronunciada com timbre mais fraco). Para saber qual é a vogal e qual é a semivogal em um ditongo, basta observar a escala abaixo: 26

Capítulo 1 Fonologia PARTE 1 Gramática 1. A Será sempre vogal 2. O 3. E 4. I / U O que aparecer primeiro será vogal. 5. Ü U átono e pronunciado, ainda que sem a presença do trema, extinto pelo Novo Acordo Ortográfico. Sendo assim, deveremos analisar a ordem, para podermos classificar os ditongos. Observe: Semivogal + vogal = ditongo crescente. Vogal + semivogal = ditongo decrescente. Vejamos, então, a classificação dos ditongos que aparecem nos exemplos dados anteriormente: LEITE: vogal + semivogal = ditongo decrescente. MAIS: vogal + semivogal = ditongo decrescente. POLÍCIA: semivogal + vogal = ditongo crescente. PÁSCOA: semivogal + vogal = ditongo crescente. Observações: - De acordo com a maioria dos gramáticos que hoje são indicados para concursos públicos, existem alguns ditongos que podem ser percebidos apenas ao se pronunciar o vocábulo. São chamados de DITONGOS NASAIS DECRESCENTES. AM com som de /ÃO/ O cantam, falam, brincam. EM (s) com som de /ỄI (s)/ O também, amém, armazém, parabéns. - Em tese, apenas as letras I e U são semivogais. No entanto, pelo valor fonético aproximado de /e/ e /o/ átonos, essas letras acabam sendo consideradas semivogais em certos encontros vocálicos. Então, para não errar, basta verificar a escala de timbre que vimos acima. - O gramático Paschoal Cegalla afirma que, em palavras como saia, cuja divisão silábica oficial é sai-a, pode haver a possibilidade de uma outra partição mais fiel à pronúncia, com a presença de dois ditongos sai-ia. Isso também seria possível para palavras como gaiola, veia e maiúsculo. 27

Português para Concursos Cris Orzil c) Tritongo: é o encontro entre fonemas vocálicos pronunciados, que ocorre na mesma sílaba. Segue uma estrutura fonética fixa: semivogal + vogal + semivogal. Ex.: PARAGUAI SAGUÃO DESÁGUAM Dígrafo: como o próprio nome sugere, são duas grafias (letras) utilizadas para representar um som. a) Dígrafos consonantais 1 SS RR CH LH NH SC MISSA SÇ CARRO XC CHAVE XS MILHO QU 1 MINHA GU 1 NASCENTE CRESÇA EXCEÇÃO EXSUDAR Observações: Em relação à pronúncia da letra u no vocábulo questão e seus derivados, não há consenso entre os estudiosos. O Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) e o dicionário Houaiss admitem as duas possibilidades. Sanguíneo, liquidificador e antiguidade apresentam as duas possibilidades: com ou pronunciado e sem o u pronunciado. Não se pronuncia o u em distinguir e extinguir. b) Dígrafos vocálicos: ocorrem quando há pronúncia de apenas um fonema, considerando que o M e o N, nesses casos, não exercem papéis de consoantes, mas de nasaladores da vogal anterior. Como só o som da vogal é pronunciado, recebem o nome de dígrafos vocálicos. Já o M e o N, nesses casos, são chamados de letras diacríticas 2. 1. Só serão dígrafos quando a letra U não for pronunciada. Veja: GUERRA e QUILO (o U não é pronunciado) O há dígrafo. Diferente de: QUALIDADE e AQUOSO (o U é pronunciado) O não há dígrafo. 2. Letra diacrítica é aquela que se une a outra para formação de dígrafo. São representadas por: h, r, s, c, ç, u (para os dígrafos consonantais); m e n (para dígrafos vocálicos). 28

Capítulo 1 Fonologia PARTE 1 Gramática AM EM = AMPOLA SANTO EM EM = EMPATE ENTULHO IM IN = IMPEDIMENTO INTELIGENTE OM ON= POMBA LONGE UM EM = UMBIGO UNTAR Observações: Em imediato não há dígrafo, pois o m, seguido de vogal, exerce o papel de consoante. Dífono: ocorre quando o X é pronunciado como /cs/, ou seja, uma letra representa dois fonemas. Tal conceito não costuma aparecer com frequência em provas de concurso. Ex.: táxi, tóxico. Atenção para a contagem de fonemas! Para contar o número de fonemas de uma palavra, faça a seguinte continha : N de FONEMAS = Nº de LETRAS - Nº de DÍGRAFOS Exemplo: CHIQUE apresenta 6 letras e 2 dígrafos (CH e QU). Então... N de FONEMAS = 6 2. Logo, o N de FONEMAS será 4. Caso a palavra apresente dífono, a letra x representará 2 fonemas. Exemplo: TÁXI possui 4 letras, mas 5 fonemas, uma vez que a letra x é contada como representante de 2 fonemas: /cs/. 1.3 Polêmicas É controverso o posicionamento sobre a pronúncia do l que aparece em final de sílabas, como na palavra alto e anel. O gramático Cegalla afirma que esse l tem pronúncia próxima à da letra u. Já o gramático Evanildo Bechara defende que o referido l é proferido relaxado, mas que se deve ter o cuidado para não fazê-lo igual ao u. Sendo assim, não há um entendimento muito bem delineado acerca de consideramos o l em final de sílaba como vogal (som de u) ou consoante. Felizmente, esse assunto é raríssimo em provas de concurso. Mas a FUMARC já se posicionou diante do tema. Veja a questão comentada. 29

Português para Concursos Cris Orzil P P(FUMARC/2011/AG. DE INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA/POLÊMICA). Os encontros vocálicos são fenômenos fonéticos na língua, em que uma vogal (núcleo de sílaba), acha-se contígua a outra vogal (hiato) ou semivogal (-ais) formando ditongo ou tritongo. Há ainda os encontros consonantais (mesma sílaba ou sílabas distintas) e os dígrafos. Classificaram-se corretamente tais encontros nas palavras a seguir, exceto: a) Na palavra qual ocorre tritongo e em chega, há dígrafo. Comentário: Em chega há o dígrafo CH. Mas, em QUAL, há controvérsias. Fato é que a FUMARC considerou que a afirmação desta alternativa está correta. Então, entende-se que a organizadora considerou que o L de qual deve ser entendido como correspondente à vogal U, em relação à pronúncia. Por isso, considerou que a palavra QUAL apresenta tritongo. b) A palavra encontrei apresenta, simultaneamente, dígrafo, encontro consonantal e ditongo. Comentário: encontrei apresenta, simultaneamente, dígrafo (EN e ON), encontro consonantal (TR) e ditongo (EI). c) A palavra tirem apresenta ditongo nasal e engulo, dígrafo. Comentário: tirem possui ditongo nasal decrescente: EM. Engulo tem dígrafo vocálico: EN. d) Na palavra atraio há tritongo, enquanto em arrasto ocorre dígrafo. RESPOSTA CORRETA. Comentário: Em atrai-o há ditongo seguido de hiato, não tritongo. Em arrasto há o dígrafo RR. Adendo Há muitas discussões históricas acerca dos conceitos dos termos Fonologia e Fonética. Para o dicionário de Linguagem e Linguística de R. L. Trask, a Fonética estuda os sons da fala, não pertencendo ao campo da Linguística. São alvo de sua análise a base anatômica, neurológica e fisiológica da fala, o desempenho dos órgãos na produção dos sons da fala, bem como sua natureza acústica, além da forma como o cérebro e o ouvido recebem e interpretam a fala. Já a Fonologia pertence à Linguística e possui a atribuição de estudar os sons da língua e a maneira como são executados, tendo como base principal o conceito de fonema. O objetivo aqui foi o de trabalhar os principais conceitos fonético- -fonológicos, os quais são cobrados pela maioria dos certames no Brasil. No entanto, caso você seja da área de Letras, existe a possibilidade de conceitos fonéticos mais aprofundados serem cobrados em seu concurso. Sendo assim, fique atento ao que será explicitado pelo edital e à referência bibliográfica indicada. Como são conceitos muito discutidos e que apresentam divergências entre os especialistas e estudiosos, o aconselhável é que se use como base apenas os autores relacionados nas indicações bibliográficas do edital. 30

Capítulo 1 Fonologia PARTE 1 Gramática 2. DIVISÃO SILÁBICA Para o candidato que tem dificuldades na base escolar ou pretende aprofundar um pouco mais nos estudos, seguem algumas regras sobre divisão silábica, as quais poderão esclarecer possíveis dúvidas adquiridas ao longo da vida escolar. MM DICAS GERAIS BASEADAS NAS PRINCIPAIS GRAMÁTICAS 2.1. Nos dígrafos SS, RR, SC, SÇ, XC, XS e nos encontros vocálicos entre vogais idênticas, as letras ficam em sílabas distintas. EN-JO-O EXSU-DAR PIS-CI-NA 2.2. Os dígrafos consonantais NH, CH, LH, QU, GU e os dígrafos vocálicos permanecem na mesma sílaba. (MA NHÃ, PEN TE) 2.3. Como não existe sílaba sem vogal, as consoantes isoladas em inícios de palavras formarão sílaba com as letras posteriores (PNEU MO NI A). Se estiverem no meio da palavra, formarão sílaba com as letras anteriores (AD VO GA DO). 2.4. Nos grupos prefixais ab-, ob-, sub-, sob-, trans-, ex-, bis-, S-, dis- e cis, o comportamento, em geral, será o seguinte: se houver consoante à frente, separa-se; se houver vogal, a última consoante do prefixo se unirá a esta vogal. BIS NE TO BI EM VÔ SUB LI NHAR SU BAL TER NO Cuidado com: SU BLI MAR, SU BLI ME, A BLA TI VO, A BLU ÇÃO, que não seguem tal regra. Observação: Em palavras como advogado, pneu e ritmo, existe uma tendência em se pronunciar uma vogal intercalando o encontro consonantal. No entanto, essa pronúncia não é recomendada pela grande maioria dos gramáticos, os quais a consideram erro de ortoépia (conceito que veremos adiante). 31

Português para Concursos Cris Orzil 3. ORTOGRAFIA A ortografia está relacionada à escrita correta das palavras. Pode ser originária tanto da fonética quanto da etimologia. Então, iniciaremos este item com a apresentação do nosso alfabeto, composto de 26 letras e, adiante, veremos inúmeros casos de ortografia das palavras da língua portuguesa. a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z Observação: As letras k, w e y são utilizadas em abreviaturas ou símbolos de termos científicos internacionais, na transcrição de palavras estrangeiras que não foram aportuguesadas, bem como em nomes próprios estrangeiros e seus derivados. 1. Letra X a) Usa-se X após ditongo. CAIXA FROUXO EIXO b) Usa-se X após a sequência EM. ENXAQUECA ENXURRADA ENXUGAR Comentário: Esta regra torna-se inválida para encher e seus derivados e termos que começam com CH e recebem o prefixo EM-. ENCHENTE (de encher) ENCHAPELAR (de chapéu) c) Usa-se X após o segmento ME. MEXERICA MEXER MEXILHÃO Exceção: mecha 32

Capítulo 1 Fonologia PARTE 1 Gramática d) Usa-se X em palavras de origem africana, indígena e palavras inglesas que sofreram processo de aportuguesamento. 2. Letra G XAVANTE XIQUE-XIQUE XAMPU a) Usa-se G nos substantivos terminados em agem, -igem, -ugem. BARRAGEM FULIGEM FERRUGEM Exceção: pajem e lambujem b) Usa-se G nos termos terminados em ágio, égio, ógio, úgio. 3. Letra J PEDÁGIO COLÉGIO RELÓGIO REFÚGIO a) Usa-se J em verbos terminados em jar VIAJAR DESPEJAR ENFERRUJAR b) Usa-se J em termos de origem tupi, africana, árabe. JIBOIA CANJICA PAJÉ c) Usa-se J em palavras derivadas de outras que contêm J. VAREJISTA (de varejo) LISONJEAR (de lisonja) 4. Letra S a) Usa-se S em palavras derivadas daquelas que já contenham s. ALISAR (de liso) PESQUISAR (de pesquisa) 33