GESTAÇÃO E SAÚDE BUCAL

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Transcrição:

1 ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( x ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO GESTAÇÃO E SAÚDE BUCAL Jhescyka Ahlessan Bueno da Luz (Universidade Estadual de Ponta Grossa; jhescykaahlessan@hotmail.com) 1 Mackelly Simionatto (Universidade Estadual de Ponta Grossa; mackelly@bol.com.br) 2 Margarete Aparecida Salina Maciel (Universidade Estadual de Ponta Grossa; mmaciel2020@gmail.com) 3 Resumo: É inegável que no período gestacional a mulher sofrerá mudanças biológicas em benefícios do bebê. As gestantes são consideradas um grupo de risco em relação à saúde bucal por apresentarem algumas alterações como: náuseas, aumento da salivação e inflamações na gengiva. Os objetivos do trabalho foram avaliar quantas gestantes buscaram o atendimento odontológico e o relato de experiências referentes à perguntas com o tema Saúde Bucal. Participaram 11 gestantes vinculadas à Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do CRUTAC, durante o ano de 2017. Foram realizados levantamentos de dados sobre o atendimento odontológico durante a gravidez e apresentadas as principais dúvidas e medos referentes ao tratamento odontológico no período gestacional. Os resultados apontaram que o preenchimento da carteirinha da gestante na UBSF - CRUTAC talvez não esteja representando a realidade da saúde bucal da gestante; que a orientação no período gestacional é importante para promoção da saúde oral e que existe receios e medos que impedem o tratamento odontológico durante a gestação. Reforça-se, portanto, a necessidade da Educação em Saúde para as gestantes, principalmente as da zona rural e, sua contribuição para a saúde materno-infantil. Palavras-chave: Educação em Saúde. Oficinas. Gestação. Saúde Bucal. Extensão Universitária. INTRODUÇÃO É inegável que no período gestacional a mulher sofrerá mudanças biológicas para que seja capaz de reverter em benefícios para bebê. A mãe deve tomar atitudes que reflitam na saúde e desenvolvimento do seu filho (REIS et al, 2010). Nesse momento é de suma importância a fase de prevenção e promoção da saúde, pois as alterações decorrentes de mudanças de hábitos são 1 Aluna de graduação e bolsista PIBIS, participante do evento de extensão; Universidade Estadual de Ponta Grossa; curso de Enfermagem; jhescykaahlessan@hotmail.com 2 Professora orientadora e supervisora do projeto de extensão; Universidade Estadual de Ponta Grossa; Curso de Farmácia, Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas; e-mail: mackelly@bol.com.br 3 Professora coordenadora do projeto de extensão; Universidade Estadual de Ponta Grossa; Curso de Farmácia, Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas; e-mail: mmaciel2020@gmail.com

propícias para a busca de informações relacionadas às dúvidas vivenciadas na gravidez e, com isso, novas mudanças e melhorias na saúde da mãe e do feto (CODATO, et al. 2011). As gestantes são consideradas grupo de risco em relação à saúde bucal por apresentarem alterações neste período como: náuseas, aumento de salivação e processos inflamatórios na gengiva. Algumas dessas alterações, se não tratadas, podem agravar doenças como cárie e gengivite. Problemas na via oral podem afetar a gravidez como, por exemplo, a inflamação na gengiva. As bactérias aí presentes são capazes de provocar peridontite, podendo atingir a corrente sanguínea e, determinadas toxinas ao alcançar a placenta estimulam o parto prematuro (SILVA, 2013). Segundo Nascimento et al. (2012), o momento ideal para realizar as consultas odontológicas é no segundo trimestre, porém, se houver caso de necessidade especial, deve ser realizada em qualquer período da gestação. Dada à importância de trabalhar o tema saúde bucal, o projeto Avaliação laboratorial na assistência à saúde e prevenção de doenças - Programa CRUTAC, tem desenvolvido oficinas de Educação em Saúde para gestantes estimulando práticas que fortaleçam o autocuidado e hábitos que contribuem para a saúde oral materna. 2 OBJETIVOS Pretendeu-se estudar quantas mulheres buscaram o atendimento odontológico durante o período gestacional e relatar uma oficina sobre o tema importância da saúde bucal, com um grupo de gestantes da zona rural de Itaiacoca, Ponta Grossa, Paraná. METODOLOGIA Foi realizado um estudo transversal retrospectivo usando dados do atendimento odontológico da carteirinha das gestantes que participaram do evento Oficinas de orientação e educação em saúde para gestantes da comunidade rural de Itaiacoca, durante o ano de 2017. Estas gestantes realizam o pré-natal na Unidade Básica de Saúde da Família do Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária (CRUTAC) - UBSF CRUTAC, situada na localidade do Cerrado Grande de Itaiacoca, região rural de Ponta Grossa-PR. Para o relato da oficina versando sobre o tema Importância da Saúde Bucal, o estudo foi qualitativo e descritivo. Nesta oficina foi utilizada a roda de conversa com as gestantes tendo como apoio, o material didático a "Cartilha de Gestantes: Cuidado com a Saúde Bucal " (ROCHA et al., 2015).

RESULTADOS 3 Participaram do evento 11 gestantes de risco habitual cujas principais características estão apresentadas na Tabela 1. Tabela 1. Principais características das gestantes vinculadas à UBSF do Cerrado Grande, participantes das Oficinas de orientação e educação em saúde para gestantes da comunidade rural de Itaiacoca (2017). Gestante Idade (Anos) Situação Conjugal Escolaridade Trabalha fora de casa Antecedentes Obstétricos 1 19 Separada Ensino completo 2 34 Casada Ensino médio 3 23 Casada Ensino 4 25 Casada Ensino 5 24 Casada Ensino 6 30 Casada Ensino 7 21 União estável Ensino 8 19 União estável Ensino médio completo G5P4A1 G4P2C1A0 G5P4A0 G2P1A1 G1P0A0 9 16 Solteira Ensino 10 24 União estável Ensino 11 25 Casada Legenda: G (gravidez); P (parto); C (cesárea) e A (aborto). Fonte: as autoras Ensino superior completo Sim G1P0A0 A idade de média das gestantes foi de 24 anos (±5 anos) e somente duas (18,2%) eram primogestas; 72,7% delas moravam com seus companheiros, casadas ou em união estável. O nível de escolaridade entre as gestantes foi baixo, sendo que 63,6% destas não chegaram a

concluir o ensino básico e somente uma possuía curso superior completo e exercia profissão fora de casa (9,1%). No levantamento sobre o atendimento odontológico pela carteirinha da gestante, em 100% destas não constava o atendimento ou avaliação odontológica. Após orientação na oficina educativa, duas gestantes (18,2%) procuraram o atendimento e iniciaram o tratamento odontológico. Na oficina Importância da Saúde Bucal, quatro (36,4%) das gestantes relataram ter feito tratamento odontológico um pouco antes de engravidar. Os dados estão apresentados no quadro 1. 4 Quadro 1 Dados quanto ao atendimento odontológico de gestantes vinculadas à Unidade Básica de Saúde da Família do Cerrado Grande, participantes das Oficinas de orientação e educação em saúde para gestantes da comunidade rural de Itaiacoca (2017). Gestante Dados da carteirinha das gestante Gestantes que procuraram atendimento odontológico após oficina Importância da Saúde Bucal Gestantes que fizeram tratamento antes de engravidar 1 nc não 2 nc não 3 nc sim 4 nc não 5 nc sim 6 nc não Sim 7 nc não Sim 8 nc não Sim 9 nc não 10 nc não 11 nc não Sim Legenda: nc (não consta). Fonte:as autoras Notou-se que não existe um preenchimento adequado da carteirinha da gestante, talvez por não saber abordá-las corretamente na USBF-CRUTAC e que a orientação durante a gravidez é uma ferramenta útil para a promoção da saúde da mãe e do bebê. Em relação à oficina que abordou o tema Importância da Saúde Bucal, participaram quatro gestantes com as idades de 16, 21, 24 e 25 anos. Durante a oficina pode-se observar que a maioria das gestantes possuíam dúvidas relacionadas ao atendimento odontológica, como notado em suas falas:... Quando descobri que estava grávida, parei na metade do caminho meu tratamento de canal... (Grávida 3).... Pediram para eu tirar raio-x e daí não voltei mais... (Grávida 5). Nesta oficina também foram trabalhadas algumas perguntas da "Cartilha de Gestante: cuidado com a saúde bucal" ( ROCHA et al., 2015). Os resultados podem ser observados no quadro 2. Com base nessas respostas, desenvolveu-se o debate na roda de conversas com as gestantes, sendo esclarecidas as principais dúvidas relacionadas à saúde bucal.

Quadro 2 Oficina Importância da Saúde Bucal em que foram trabalhadas as perguntas da "Cartilha de Gestante: cuidado com a saúde bucal" ( ROCHA et al., 2015) com quatro gestantes vinculadas à Unidade Básica de Saúde da Família do Cerrado Grande, região rural de Itaiacoca, realizada em 2017. Perguntas SIM (%) NÃO (%) Gravidez causa cárie? 25 75 Gengiva fica sensível? 100 0 A boca fica seca? 0 100 O bebê rouba o cálcio da mãe para a formação do dente? 50 50 Posso receber atendimento odontológico durante a gestação? 75 25 Posso fazer radiografia? 0 100 Posso tomar anestesia? 0 100 Fonte: as autoras. 5 As alterações decorrentes da gestação podem ter efeito adverso na saúde bucal associada a outros fatores como estresse, ansiedade, cultura, entre outros. O aparecimento de cárie nesta fase ocorre pelo consumo de alimentos com maior frequência, pelo descuido com a higiene oral, diminuição de escovação entre as refeições e, principalmente, após os episódios de vômitos no qual se deve ter um cuidado redobrado, pois o esmalte dental ao contato com suco gástrico leva a uma perda de sais de cálcio, tornando os dentes mais sensíveis (BASTIANI et al., 2010). Algumas mães acreditam que seus dentes ficam enfraquecidos, pois o cálcio seria desviado para a formação dos dentes do bebê. De acordo com Bastiani et al. (2010), o cálcio necessário para a formação do bebê está relacionado com dieta alimentar gestacional, que deve conter vitaminas A, C e D; proteínas e cálcio e fósforo, especialmente no primeiro e segundo trimestres, período em que os dentes do bebê estão em formação. O receio do tratamento odontológico pelas gestantes esteve relacionado principalmente ao uso de anestésico e da radiografia durante a gestação, como observado em suas falas:... Preciso fazer tratamento de canal, mas farei somente depois que o bebê nascer, pois tenho medo da anestesia... (Grávida 9).... Ouvir dizer que gestante não pode tomar anestesia, faz mal para o desenvolvimento do nenê... (Grávida 2).... faria radiografia, pode causar malformação no meu bebê... (Grávida 3).... Acho que a radiografia não faz tanto mal, mas prefiro evitar, já que agora não sinto necessidade de continuar o tratamento, não sinto dor... (Grávida 2). De acordo com Codato et al. (2008) a maioria dos tratamentos odontológicos pode ser realizada no período gestacional, incluindo as intervenções em casos de urgências, pois a dor e o risco de uma infecção por um tratamento não aderido pode trazer prejuízos para o bebê e para a mãe. Alguns tipos de anestesia são utilizados e considerados seguros para uso durante a gestação, evitando-se assim, o estresse da dor. O exame radiográfico pode ser realizado em qualquer momento da gestação, desde que medidas protetoras sejam utilizadas, como o uso de avental de chumbo e filmes ultra-rápidos

evitando-se, assim, que o feto sofra exposição radiológica. Porém, deve-se avaliar a real necessidade do exame (BASTIANI et al., 2010). Desta forma, percebeu-se um momento favorável para atuação da equipe das oficinas, na orientação das gestantes para o atendimento odontológico, de livre vontade, estimulando-as a fazerem uma avaliação da saúde bucal. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebeu-se a partir deste trabalho, as desinformações que as gestantes têm em referência as alterações hormonais que as deixam mais vulneráveis a problemas que afetam a saúde bucal e, principalmente, a falta de orientação que tratamentos odontológicos podem e devem ser realizados durante a gestação. Desta forma, o trabalho educacional, desenvolvido na extensão universitária, com as gestantes é de suma importância, neste momento especial e único na vida da mulher, podendo intervir e educar sobre a segurança do tratamento odontológico na gestação. APOIO: Fundação Araucária (Programa de Apoio à Ações Afirmativas para Inclusão Social em Atividades de Extensão - PIBIS). REFERÊNCIAS BASTIANI, C. et al. Conhecimentos das Gestantes sobre alterações bucais e tratamento odontológico durante a gravidez. Odontol. Clín. Cient., Recife, v.9, n2. p.155-160, abri./jun., 2010. CODATO, L. A. B. et.al. Atenção odontológica à gestantes: papel dos profissionais de saúde. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.16, n4, apr., 2011. CODATO, L. A. B.; NAKAMA, L.; MELCHIOR, R. et.al. Percepções de gestantes sobre atenção odontológica durante a gravidez. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 13, n.3, p.1075-1080, jun. 2008 NASCIMENTO, E. P. et al. Gestantes frente ao tratamento odontológico. Rev. Bras. Odontol., Rio de Janeiro, v.69, n.1, jun. 2012. REIS, D. M. et al. Educação em saúde como estratégia de promoção de saúde bucal em gestantes.ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.15, n.1, p.269-276, jan. 2010. ROCHA., J. S.R., et al. Cartilha de Gestante: cuidado com a saúde bucal. Ponta Grossa: Universidade Estadual de Ponta Grossa - Programa de Pós-Graduação em Odontologia, 2015. Disponível em: < http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/file/cartilhadagestante.pdf > Acesso em 04 abr.2016. SILVA, S. Z. O. Pré-natal odontológico: a importância da educação em saúde para promoção de saúde bucal no período gestacional. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso ( Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família)-Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, 2013. Disponível em: < https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4144.pdf>acesso em 2 abr. 2018.