NOTA TÉCNICA 26/2011 Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil



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Transcrição:

NOTA TÉCNICA 26/2011 Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil ELABORADA COM BASE EM NOTA TÉCNICA PRODUZIDA PELA COORDENAÇÃO GERAL DE DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS DO DEPARTAMENTO DE ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE DA SECRETARIA DE VIGILÃNCIA EM SAÚDE E NO TEXTO PRELIMINAR DO REFERIDO PLANO. Brasília, 25 de julho de 2011

2 NOTA TÉCNICA 26 2011

PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENFRENTAMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL 1. Introdução: Os processos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional, a urbanização e o crescimento econômico e social no Brasil, contribuem para que os brasileiros estejam expostos a um risco maior de desenvolver doenças crônicas e esse risco tende a aumentar no futuro. O país passa por um processo de transição demográfica acelerada, com alterações significativas no padrão reprodutivo, com queda expressiva das taxas de fecundidade, declínio da mortalidade precoce e consequente envelhecimento da população (figuras 1 e 2). Esses fatos geraram também demandas urgentes para a sociedade como um todo, mas particularmente para o sistema de saúde, no que se refere à promoção e recuperação da saúde, à prevenção de doenças e incapacidades para o prolongamento da vida com qualidade, à atenção adequada às demandas especificas e inclusão social dos idosos brasileiros. 1 Figura 1: Estrutura etária (%segundo grupos de idade) da população do Brasil em regiões, segundo sexo, nos anos censitários de 1980, 1991 e 2000. 3 Fonte: Ministério da Saúde, Saúde Brasil, 2004, IBGE Projeções demográficas *População agregada em intervalos de idade de 5 anos

Figura 2: Projeção da estrutura etária (%segundo grupos de idade) da população brasileira, segundo sexo, para 2040 e 2045. Fonte: IBGE: Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 1980 2050 Revisão 2008. Também o perfil epidemiológico vem se alterando de forma siginificativa, com redução importante da representatividade das mortes por doenças infecciosas e parasitárias, incremento das neoplasias, causas externas e doenças do aparelho circulatório. Estas tendências são históricas e marcantes, podendo ser observadas no perfil da mortalidade da população brasileira desde 1930. Essas mudanças são persistentes até os anos recentes, apesar de apresentar um padrão de mudança mais lento (figura 3).1 Figura 2: Projeção da estrutura etária (%segundo grupos de idade) da população brasileira, segundo sexo, para 2040 e 2045. 4 Fonte: Ministério da Saúde / SVS (Adaptado de Silva Junior, J.B. in Rouquayrol e Almeida, 2003) Obs.: * Até 1970 os dados referem-se somente às capitais

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis DCNT são as principais causas de mortes em todo o mundo e o seu rápido crescimento em todos os continentes acarreta expressivas perdas sociais e econômicas. Atualmente, o impacto socioeconômico das DCNT está afetando o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio ODM, os quais abrangem temas como saúde e determinantes sociais, a exemplo da educação e da pobreza. Esses Objetivos, na maioria dos países, têm sido afetados pelo crescimento da epidemia de DCNT e seus fatores de risco. Essa epidemia é de grande relevância, devido ao forte impacto negativo que tem sobre o desenvolvimento humano, social e econômico. No Brasil as DCNT constituem o problema de saúde de maior magnitude e correspondem a 72% das causas de mortes. As DCNT atingem fortemente camadas pobres da população e grupos vulneráveis como os idosos, as populações de baixa escolaridade e baixa renda. Em 2007, a taxa de mortalidade por DCNT no Brasil foi de 540 óbitos por 100.000 hab. (Lancet, 2011). Em função da extensão dos danos sociais, econômicos e do sofrimento desencadeados pelas DCNT, a Assembleia Geral da ONU decidiu convocar os chefes de Estado para uma reunião de alto nível sobre doenças não transmissíveis, para setembro deste ano, em Nova Iorque. Trata-se da primeira vez que o tema saúde está diretamente em pauta nas Assembleias da ONU, nos últimos dez anos, e será imprescindível para dar visibilidade à gravidade da epidemia de DCNT. Essa ocasião será importante para promover o engajamento dos líderes de Estado e os Governos na luta contra essa epidemia, bem como para evidenciar o enfrentamento às DCNT como fundamental para o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em especial, aqueles relativos à redução da pobreza e da desigualdade. O evento buscará garantir o comprometimento dos Chefes de Estado com o tema das DCNT e a criação de um documento, no qual os países membros, ONU e OMS se comprometam a implementar uma estratégia global. Não obstante o expressivo avanço das DCNT, essa epidemia pode ser revertida por meio de intervenções amplas e custo-efetivas de promoção de saúde para redução de seus fatores de risco, pela melhoria da atenção à saúde, pela detecção precoce e pelo tratamento oportuno. Uma grande porcentagem das DCNT pode ser prevenida pela redução de seus principais fatores de risco como: consumo de tabaco, inatividade física, uso nocivo do álcool e alimentação não saudável. Embora as intervenções efetivas para DCNT sejam determinadas, em grande parte, pela capacidade do sistema de saúde, o seu enfrentamento não se restringe a esse âmbito. É importante garantir o comprometimento intergovernamental, intersetorial, interministerial com o enfrentamento às doenças crônicas não transmissíveis, articulando essas instâncias ao Plano Nacional de DCNT. Essa abordagem abrangente será essencial no combate às 5

DCNT e deverá favorecer o desenvolvimento sustentável, pois a epidemia de DCNT tem impacto negativo sobre o desenvolvimento humano e social, devendo por essa razão, ser incluída como prioridade nas iniciativas de desenvolvimento e de investimento. O fortalecimento da prevenção e do controle de DCNT deve ser considerado como parte integral dos programas de redução da pobreza e de assistência ao desenvolvimento. 2. O Plano de Ações Estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil O Plano de Ações Estratégicas Para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (PDCNT) no Brasil, 2011-2022, define e prioriza as ações e investimentos necessários para preparar o país para enfrentar e deter as DCNT nos próximos dez anos. Para a consecução desse plano, são estabelecidas diretrizes que orientarão a definição ou redefinição dos instrumentos operacionais para a sua implantação, representados por eixos, estratégias e ações, com indicadores, metas e atores envolvidos. Na primeira parte do Plano são apresentadas as informações epidemiológicas do Brasil referentes aos quatro principais grupos de DCNT (cardiovascular, câncer, respiratórias crônicas e diabetes) e seus fatores de risco modificáveis em comum (tabagismo, álcool, inatividade física, alimentação não saudável e obesidade). Na sequência, foram elencadas propostas de intervenção que foram consideradas mais custo -efetivas e algumas consideradas melhores apostas ações que deveriam ser executadas imediatamente para que produzam resultados acelerados em termos de vidas salvas, doenças prevenidas e custos altos evitados. O Plano fundamenta-se no delineamento de estratégias e ações em: a) Vigilância, informação, avaliação e monitoramento; b) Promoção à saúde; c) Cuidado integral. 2.1. Eixo estratégico I: Vigilância, informação, avaliação e monitoramento. Objetivos: Fomentar e apoiar o desenvolvimento e o fortalecimento da Vigilância de DCNT e seus fatores de risco. Avaliar e monitorar o desenvolvimento do Plano de Ação Nacional de DCNT. Estratégias: 1. Realizar pesquisas/inquéritos populacionais sobre incidência, prevalência, morbimortalidade e fatores de risco e proteção para DCNT. 6

2. Fortalecer os sistemas de informação em saúde e produzir análise de situação de saúde de DCNT e seus fatores de risco. 3. Consolidar um sistema nacional padronizado e integrado de informações sobre incidência, sobrevida e mortalidade por câncer. 4. Fortalecer a vigilância de DCNT em Estados e Municípios. 5. Monitorar e avaliar as intervenções em DCNT e seus custos. 6. Monitorar e avaliar a implantação do Plano Nacional de Enfrentamento das DCNT. 7. Monitorar a equidade social relativa aos fatores de risco, prevalência, mortalidade e acesso ao cuidado integral das DCNT. 2.2. Eixo estratégico II: Promoção à saúde Objetivos: Abordar as condições sociais e econômicas no enfrentamento dos fatores determinantes das DCNT. Proporcionar à população alternativas relativas à construção de comportamentos saudáveis ao longo da vida. Estratégias: 1. Garantir o comprometimento dos Ministérios e das Secretarias relacionados às ações de promoção da saúde e prevenção de DCNT. 2. Realizar ações de advocacy para a promoção da saúde e para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. 3. Estabelecer acordo com setor produtivo e parceria com a sociedade civil visando à prevenção de DCNT e a promoção à saúde respeitando o artigo 5.3 da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (Decreto 5658/06) e suas diretrizes. 4. Criar estratégia de comunicação com o tema de promoção da saúde, prevenção de DCNT e seus fatores de risco e promoção de modos de vida saudáveis. 5. Implantar ações de promoção de práticas corporais/atividade física e modos de vida saudáveis para a população (Academia da Saúde). 6. Estimular a construção de espaços urbanos ambientalmente sustentáveis e saudáveis. 7. Ampliar e fortalecer as ações de alimentação saudável. 8. Ações de regulamentação para promoção da saúde. 9. Avançar nas ações de implementação e internalização das medidas legais da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. 10. Articular ações para prevenção e para o controle da obesidade. 11. Fortalecer ações de promoção à saúde e prevenção do uso prejudicial do álcool. 7

2.3. Eixo estratégico III: Cuidado integral de DCNT Objetivos: Fortalecimento da capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde visando o cuidado integrado para a prevenção e o controle das DCNT. Estratégias: 1. Definir Linha de Cuidado ao portador de DCNT garantindo projeto terapêutico adequado, vinculação ao cuidador e equipe, integralidade e continuidade no acompanhamento. 2. Fortalecer o complexo produtivo da saúde para o enfrentamento das DCNT. 3. Fortalecer a rede de prevenção, diagnóstico e tratamento dos cânceres do colo de útero e da mama. 4. Ampliar, fortalecer e qualificar a assistência oncológica no SUS. 5. Desenvolver e implementar estratégias para formação profissional e técnica na qualificação das equipes de saúde para abordagem DCNT. 6. Fortalecer a área de educação em saúde para DCNT. 7. Fortalecer e qualificar a gestão da rede de serviços visando qualificar os fluxos e respostas aos portadores de DCNT. 8. Fortalecer o cuidado ao paciente com Doenças Circulatórias na rede de urgência. 9. Implantação de um modelo de atenção integral ao envelhecimento ativo. 3. Ações Propostas: As principais ações propostas no PDCNT estão sintetizadas nos quadros 1 e 2. O Quadro 1 apresenta as ações sob responsabilidade do Sistema Único de Saúde segundo ciclos de vida. O quadro 2 apresenta o conjunto de ações intersetoriais a serem desencadeadas sob o posto de vista da gestão da esfera federal, onde a coordenação do processo está a cargo do Ministério da Saúde. O quadro demonstra a importância da transversalidade, a necessidade de avançar a articulação das diversas instituições da gestão e como as diversas ações se articulam. Não são detalhadas, porém, como serão articuladas estas ações nas demais esferas de governo. 8

Quadro 1: Algumas ações do plano de enfrentamento DCNT no Brasil segundo o ciclo vital Estágio da Vida Ações propostas Gestação e desenvolvimento intra-útero Infância Adultos Idosos Todas as idades Rede Cegonha: Acompanhamento Gestação nutrição, controle hipertensão e açúcar no sangue Alimentação saudável na infância, estímulo ao aleitamento materno Alimentação saudável e Educação alimentar na escola (PSE), promover aquisição de alimentos frescos nas escolas (merenda escolar) Promover atividade física na escola e no contra-turno Ações de promoção à saúde no Programa Saúde na Escola (PSE): alimentação saudável, atividade física, prevenção ao uso de álcool e drogas Regulação de propaganda na infância Incentivo aos hábitos saudáveis de vida, como alimentação, prática de atividade física regular, cessação de tabagismo, prevenção ao uso nocivo do álcool Incentivo à criação de espaços saudáveis para prática de atividade física e alimentação saudável nos locais de trabalho Promover atividade física em idosos Capacitar cuidadores na comunidade Campanha de estímulo ao envelhecimento ativo Ações educativas de hábitos saudáveis Programa Academia da Saúde de incentivo à atividade física Redução do sal nos alimentos industrializados, incentivo à alimentação saudável, consumo de frutas, legumes e verduras Medidas regulatórias de tabaco, álcool, alimentos Acesso universal à atenção primária à saúde Oferta de medicamentos gratuitos para tratamento de DCNT 9

Quadro 2: Ações intersetoriais para a promoção da saúde e prevenção de DCNT Setor Ações propostas M. Educação Promover atividades físicas/práticas corporais voltadas para as crianças e os jovens, em cumprimento às diretrizes da Lei de Diretrizes e Bases, a qual determina a realização de duas aulas de educação física por semana nas escolas Fortalecer ações de promoção da saúde junto aos escolares por meio da parceria MS/MEC (Programa Saúde na Escola) Garantir fornecimento de alimentos saudáveis para o Programa Nacional de Alimentação Escolar Formular a orientação técnica para a aquisição dos alimentos adquiridos, em cumprimento à portaria de garantia de 30% de alimentos básicos, obtidos por meio do Programa de Aquisição de Alimentos - PAA para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e monitorar sua inocuidade. Fortalecer no Programa de Saúde na Escola (PSE) ações educativas voltadas para a prevenção e para a redução do uso de álcool M. Esportes Promover atividades físicas/práticas corporais em pessoas idosas por meio de parceria entre o M. Saúde, M. Esportes e SEDH Promover atividades físicas/práticas corporais voltadas para as crianças e os jovens ampliando as ações de atividade física no contra-turno MDS Formular e implementar o Plano Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade, em conjunto com os setores representados na Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional CAISAN Articular as ações de promoção da alimentação e modos de vida saudáveis direcionadas às famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, no acompanhamento das condicionalidades das famílias Articular a rede de cuidado da Assistência Social (CRAS, CREAS) e equipes de apoio para o cuidado aos usuários dependentes de álcool MRE Preparar a participação do Governo Brasileiro na reunião de Alto Nível em NY sobre DCNT Participar dos mecanismos de cooperação internacional relacionados à implementação da CQCT no Brasil SEDH Promover atividades físicas/práticas corporais em pessoas idosas por meio de parceria entre o MS, M. Esportes e SEDH MINC Fortalecer culturas alimentares locais visando à promoção da saúde por meio de parcerias com os Pontos de Cultura do MinC MDA Estabelecer parcerias e acordos com a sociedade civil (agricultores familiares, pequenas associações e outros) para o aumento da produção e para a oferta de alimentos "in natura" visando a alimentação adequada e saudável Fortalecer a integração do setor saúde e demais setores 10

governamentais com o Programa Nacional de Diversificação em áreas cultivadas com o tabaco (MDA) visando a ampliação da cobertura do mesmo M. Agricultura Apoiar iniciativas intersetoriais para o aumento da oferta de alimentos básicos e minimamente processados no contexto da produção, abastecimento e consumo Fomentar iniciativas intersetoriais para a regulação e controle da qualidade e inocuidade de alimentos SECON Criar estratégia de comunicação com o tema de promoção da saúde, prevenção de DCNT e seus fatores de risco e promoção de modos de vida saudáveis. Desenvolver estratégias de marketing social para a promoção de modos de vida saudável em nível nacional e local, articulada com Secom/PR, Ascom e Nucom/MS e outras parcerias Divulgar programas sobre promoção da saúde na web, mídias locais e espontâneas, rádios, TV s públicas e canais abertos de televisão M. Cidades Articular com os Ministérios das Cidades, Educação, Esporte e Defesa para a construção do Plano Nacional de Transporte Ativo e Saudável, na perspectiva da segurança pública e do trânsito, iluminação pública, da mobilidade e da acessibilidade Sugerir no Plano Diretor das Cidades a previsão de estruturas que garantam organização e segurança na guarda de equipamentos particulares, como bicicletário, para favorecer o uso de transporte ativo no lazer e no deslocamento para o trabalho Propor ao Ministério das Cidades a abertura de editais para construção de estruturas que favoreçam a prática do lazer e da atividade física nos municípios Apoiar a intensificação de ações fiscalizatórias em relação ao uso de álcool e direção motorizada M. Indústria e Comércio BNDES Fazenda 11 Articular junto ao BNDES e Ministério das Cidades recursos para a implementação de um Programa Nacional de Calçadas Saudáveis e construção ou reativação de ciclovias, parques, praças e pistas de caminhadas Propor e fomentar a adoção de medidas fiscais tais como: redução de impostos, taxas e subsídios, visando à redução de preços dos alimentos saudáveis (frutas, hortaliças) a fim de estimular o seu consumo Propor e fomentar iniciativas intersetoriais para a adoção de medidas fiscais tais como: taxas, subsídios e tributação simplificada para estimular o consumo de alimentos saudáveis, como frutas e hortaliças Fortalecer a implementação da política de preços e de aumento de impostos dos produtos derivados do tabaco com o objetivo de reduzir o consumo Fortalecer mecanismos intersetoriais para combate ao mercado ilegal de produtos derivados do tabaco e ratificar o

Casa Civil Comum Protocolo sobre a eliminação de mercado ilícito de produtos derivados do tabaco Fortalecer a regulamentação da publicidade de alimentos na infância Fortalecer mecanismo de governança intersetorial da Política Nacional de Controle do Tabaco (Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco - CONICQ) e da governança setorial da implementação das ações da CQCT na agenda de saúde Apoiar os projetos de lei que regulamentam a publicidade e a propaganda de bebidas alcoólicas, em especial das cervejas. Apoiar o aumento dos impostos sobre bebidas alcoólicas e tabaco Sensibilizar os diversos conselhos das diversas políticas sociais para o tema da promoção da saúde (CONSEA, CONANDA, Conselho Nacional de Cultura, Conselho Nacional dos Diretos da Mulher, Conselho do Meio Ambiente e outros) Fortalecer os programas de alimentação saudável no ambiente de trabalho Estabelecer parcerias com Sistema S, Petrobras, centrais sindicais e outros, para fortalecer as ações de promoção da saúde no ambiente de trabalho Articular com outros setores do governo a implantação de programa de orientação a práticas corporais/atividade física em espaços públicos de lazer a serem construídos (por exemplo, a implantação do Programa Academia da Saúde nas praças do PAC 2) Fortalecer o componente 1 do PAC 2, no Eixo Comunidade Cidadão construção de praças como um equipamento que integra atividades e serviços culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços sócio assistenciais, políticas de prevenção à violência e de inclusão digital, oferecendo cobertura a todas as faixas etárias 12

4. Metas: O Plano propõe diversas metas e indicadores específicos para cada uma das diretrizes propostas (vide ANEXO), tendo ainda como metas gerais: Reduzir a taxa de mortalidade prematura (< 70 anos) por DCNT em 2% ao ano Reduzir a prevalência de obesidade em crianças Figura 3: Projeção da obesidade em meninas de 5 a 9 anos, 1975 a 2022. Meta: chegar ao patamar de 1998 = 5,1% Meta: redução média anual de 8.0% na variação relativa 11.8 14.0 15.2 16.5 17.9 19.5 21.2 23.1 25.1 27.3 29.7 32.3 35.1 38.2 1.8 2.1% 2.4 12.8 11.8 10.9 10.0 9.2 8.4 7.8 7.1 6.6 6.0 5.5 5.1 1975 1989 1998 2008 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Ano Prevalência Projeção Meta Figura 4: Projeção da obesidade em meninos de 5 a 9 anos, 1975 a 2022. Meta: chegar ao patamar de 1998 = 8,0% 16.6 19.2 20.7 22.3 24.0 25.8 27.8 29.9 32.2 34.7 37.3 40.1 43.2 46.5 Meta: redução média anual de 7.1% na variação relativa 2.9 2.5% 4.1 17.9 16.6 15.4 14.3 13.3 12.4 11.5 10.7 9.9 9.2 8.6 8.0 1975 1989 1998 2008 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Ano Prevalência Projeção Meta 13

Reduzir a prevalência de obesidade em adolescentes Figura 5: Projeção da obesidade em meninos de 10 a 19 anos, 1975 a 2022. Meta: chegar ao patamar de 1998 = 3,0% 5.9 6.7 7.1 7.5 8.0 8.5 9.0 9.6 10.2 10.8 11.5 12.2 13.0 13.8 Meta: redução média anual de 6,4% na variação relativa 0.4 9,9% 1.5 4.1 6.2 5.8 5.5 5.1 4.8 4.5 4.2 3.9 3.7 3.4 3.2 3.0 1975 1998 2002 2008 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Ano Prevalência Projeção Meta Figura 6: Projeção da obesidade em meninas de 10 a 19 anos, 1975 a 2022. Meta: chegar ao patamar de 1998 = 2,7% Meta: redução média anual de 4,02% na variação relativa 1975 1989 0.7 2.2 3.0 4.0 4.4 4.6 4.8 5.1 5.3 5.6 5.9 6.2 6.5 6.8 7.1 7.5 7.8 2002 2008 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 4.2 4.1 3.9 3.7 3.6 3.4 3.3 3.2 3.0 2.9 2.8 2.7 Ano Prevalência Projeção Meta 14

Deter o crescimento da obesidade em adultos Figura 7: Deter o crescimento de excesso de peso (IMC 25) em adultos nas 26 capitais e no Distrito Federal, 2006 a 2022 Tendência: aumento médio anual de 1.45% 42.7 42.9 44.2 46.6 48.1 49.3 50.7 52.2 53.6 55.1 56.5 58.0 59.4 60.9 62.3 63.8 65.2 48.1 48.1 48.1 48.1 48.1 48.1 48.1 48.1 48.1 48.1 48.1 48.1 Meta: estabilizar em 48% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Ano Prevalência Meta Figura 8: Deter o crescimento de obesidade (IMC 30) em adultos nas 26 capitais e no Distrito Federal, 2006 a 2022 Tendência: aumento médio anual de 0.83% 15.0 13.9 12.7 13.1 11.4 24.0 23.1 22.3 21.5 20.7 19.8 18.2 17.4 19.0 16.5 15.7 24.8 15.0 15.0 15.0 15.0 15.0 15.0 15.0 15.0 15.0 15.0 15.0 15.0 Meta: estabilizar em 15% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Ano Prevalência IC Meta 15

Reduzir a prevalência de consumo nocivo de álcool Figura 9: Reduzir a prevalência de consumo nocivo de álcool em adultos nas 26 capitais e no Distrito Federal, 2006 a 2022 Meta: redução média anual de 3.3% na variação relativa 16.2 17.5 17.6 18.9 18.0 19.2 19.7 20.2 20.7 21.2 21.7 22.2 22.7 23.3 23.8 24.3 24.8 17.4 16.8 16.3 15.7 15.2 14.7 14.2 13.7 13.3 12.8 12.4 12.0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Ano Prevalência Meta Aumentar a prevalência de atividade física no lazer Figura 10: Aumentar a prevalência de atividade física no lazer em adultos nas 26 capitais e no Distrito Federal, 2006 a 2022 14.9 15.2 15.0 14.7 14.9 14.9 15.0 14.9 14.9 14.9 14.9 14.9 14.9 14.9 14.9 14.9 14.9 15.4 15.9 16.4 17.0 17.5 18.1 18.7 19.3 20.0 20.6 21.3 22.0 Meta: aumento médio anual de 3.2% na variação relativa Ano Prevalência Meta 16

Aumentar o consumo de frutas e hortaliças Figura 11: Aumentar a prevalência de consumo recomendado* de frutas e hortaliças em adultos nas 26 capitais e no Distrito Federal, 2006 a 2022 Meta: Crescimento médio anual de 0.5% na prevalência 18.8 19.3 19.8 20.3 20.8 21.3 21.8 22.3 22.8 23.3 23.8 24.3 19.2 18.9 18.2 17.8 17.2 16.7 16.2 15.7 15.2 14.7 14.2 13.7 13.2 12.7 12.2 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Ano Prevalência IC Meta *Consumo 5x/dia em cinco ou mais dias da semana Reduzir o consumo médio de sal Reduzir a prevalência de tabagismo em adultos Figura 12: Reduzir a prevalência de tabagismo em adultos nas 26 capitais e no Distrito Federal, 2006 a 2022 Modelo: queda média anual de 0.3% 16.2 16.6 16.1 15.5 15.1 15.0 14.6 14.3 14.0 13.7 13.4 13.1 12.8 12.5 12.1 11.8 11.5 14.6 14.1 13.6 13.2 12.7 12.3 11.9 11.5 11.1 10.7 10.4 10.0 Meta: redução média anual de 3.4% na variação relativa 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Ano Prevalência IC Meta 17

Aumentar a cobertura de Mamografia em mulheres entre 50-69 anos Figura 13: Aumentar a cobertura de mamografia nos últimos dois anos em mulheres de 50-69 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, 2007 a 2022 74.3 75.9 77.7 79.4 81.2 83.1 84.9 86.9 88.8 90.8 92.9 95.0 71.2 71.3 72.2 72.6 73.1 73.6 74.2 74.7 75.2 75.7 76.2 76.7 77.2 77.8 78.3 78.8 Tendência : crescimento médio anual de 0.5% por ano Meta: aumento médio anual de 2.3% na variação relativa 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Ano Prevalência Meta Ampliar a cobertura de exame preventivo de câncer de colo uterino em mulheres de 25-59 anos Figura 14: Aumentar a cobertura de Papanicolau nos últimos três anos em mulheres de 25-59 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, 2007 a 2022 82.3 83.4 84.5 85.6 86.7 87.9 89.0 90.2 91.4 92.6 93.8 95.0 81.8 83.2 81.2 81.3 81.9 81.9 81.5 81.6 81.7 81.7 81.6 81.7 81.7 81.7 81.7 81.7 Meta: aumento médio anual de 1.3% na variação relativa 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Ano Prevalência Meta Tratamento em 100% de mulheres com diagnóstico de lesões precursoras de câncer 18

5. Considerações finais: Com base nos dados demográficos e epidemiológicos apresentados e na situação atual da organização dos serviços de saúde, está muito clara a necessidade urgente de medidas efetivas para o controle das doenças crônicas não transmissíveis. O plano aqui apresentado propõe estratégias e ações importantes para este enfrentamento e tem como principais qualidades a integração das diversas áreas de atuação do setor saúde (Promoção, Vigilância e Assistência) e também a necessária articulação com os demais setores de governo. Deixa claro que somente com a definição do problema como uma prioridade de governo e não somente do setor saúde, serão obtidos resultados. Propõe metas bastante ousadas, que remetem à necessidade de avaliar com maior cuidado sua factibilidade, especialmente naquelas que remetem à necessidade de mudanças nos hábitos de vida de toda a sociedade e na efetiva integração das diversas políticas públicas envolvidas. Precisará necessariamente de maior detalhamento, quanto às ações sob responsabilidade do Sistema Único de Saúde, das responsabilidades de cada esfera de gestão, maior cuidado ainda será necessário e maior será a dificuldade na definição de metas estaduais e especialmente municipais, uma vez que para diversas das metas propostas os inquéritos para sua avaliação não tem desagregação a nível municipal, exceto em algumas delas para as capitais. 19

Anexo1: Estratégias e indicadores do Plano Nacional de Controle de Doenças Não Transmissíveis EIXO I: VIGILÂNCIA, INFORMAÇÃO, AVALIAÇÂO E MONITORAMENTO EM SAÚDE Objetivo:Fomentar e apoiar o desenvolvimento e o fortalecimento da vigilância de DCNT e seus fatores de risco e avaliar e monitorar o desenvolvimento do plano de Ação Nacional de DCNT. ESTRATÉGIAS Responsáveis Indicadores/ Meta 2011-12 Indicadores/ Meta 2013 Indicadores/ Meta 2015 Indicadores/ Meta 2017/19 Indicadores/ Meta 2022 Estratégia 1: Realizar pesquisas e/ou inquéritos populacionais sobre incidência, prevalência, morbi-mortalidade e fatores de risco e proteção para DCNT DASIS/ CGDANT/SVS/ DECIT/SCTIE Inquérito(s) realizado(s)/ Realização de inquérito(s) previsto(s) para o ano Inquérito(s) realizado(s)/ Realização de inquérito(s) previsto(s) para o ano Inquérito(s) realizado(s)/ Realização de inquérito(s) previsto(s) para o ano Inquérito(s) realizado(s)/ Realização de inquérito(s) previsto(s) para o ano Inquérito(s) realizado(s)/ Realização de inquérito(s) previsto(s) para o ano Estratégia 2: Fortalecer os sistemas de informação em saúde e produzir análise de situação de saúde de DCNT, fatores de risco SVS e SAS Pesquisas publicadas - Publicar resultados de pesquisas realizadas no ano anterior Pesquisas publicadas - Publicar resultados de pesquisas realizadas no ano anterior Pesquisas publicadas - Publicar resultados de pesquisas realizadas no ano anterior Pesquisas publicadas - Publicar resultados de pesquisas realizadas no ano anterior Pesquisas publicadas - Publicar resultados de pesquisas realizadas no ano anterior Estratégia 3: Consolidar um sistema nacional, padronizado e integrado de informação sobre o câncer INCA, SVS 80% dos RCBP com informação atualizada; 55% dos RHC com base enviada 85% dos RCBP com informação atualizada; 60% dos RHC com base enviada 90% dos RCBP com informação atualizada; 70% dos RHC com base enviada 90% dos RCBP com informação atualizada; 75% dos RHC com base enviada 95% dos RCBP com informação atualizada; 80% dos RHC com base enviada 1

Estratégia 4: Fortalecer a vigilância de DCNT em Estados e Municípios DASIS/ CGDANT/SVS 27 capitais e 26 estados e o DF, 10% dos municipios ate 100 mil hab com referência em DANT 50% dos municipios até 100 mil hab com referência em DANT 100% dos municipios até 100 mil hab com referência em DANT 50% dos municipios até 50 mil hab com referência em DANT 95% (municípios com mais de 50 mil habitantes com referência em DANT Estratégia 5: Monitorar e avaliar as intervenções em DCNT e seus custos DASIS/CGDANT/DECIT e MCT Estudos de custos publicados - Publicar estudos de custo DCNT Estudos de custos publicados - Publicar estudos de custo DCNT Estudos de custos publicados - Publicar estudos de custo DCNT Estudos de custos publicados - Publicar estudos de custo DCNT Estudos de custos publicados - Publicar estudos de custo DCNT Estratégia 6: Monitorar e avaliar a implantação do Plano Nacional de Enfrentamento das DCNT DASIS/CGDANT/DECIT e C&T PDCNT monitorado Monitorar PDCNT PDCNT monitorado Monitorar PDCNT PDCNT monitorado Monitorar PDCNT PDCNT monitorado Monitorar PDCNT PDCNT monitorado Monitorar PDCNT Estratégia 7: Monitorar a equidade social relativa aos fatores de risco, prevalência, mortalidade e acesso ao cuidado integral das DCNT DASIS/CGDANT/DECIT e C&T Estudos de monitoramento das iniquidades em DCNT realizados Monitorar as iniquidades em DCNT Estudos de monitoramento das iniquidades em DCNT realizados Monitorar as iniquidades em DCNT Estudos de monitoramento das iniquidades em DCNT realizados Monitorar as iniquidades em DCNT Estudos de monitoramento das iniquidades em DCNT realizados Monitorar as iniquidades em DCNT Estudos de monitoramento das iniquidades em DCNT realizados Monitorar as iniquidades em DCNT 2

EIXO II: PROMOÇÃO DA SAÚDE Objetivo: Abordar as condições sociais e econômicas no enfretamento dos fatores determinantes das DCNT e proporcionar à população alternativas para adoção de comportamentos saudáveis ao longo da vida ESTRATÉGIAS Estratégia 1: Garantir o comprometimento dos Ministérios e das Secretarias relacionados às ações de promoção da saúde e prevenção de DCNT. Estratégia 2: Realizar ações de advocacy para a promoção da saúde e para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis Estratégia 3: Estabelecer acordo com setor produtivo e parceria com a sociedade civil visando a prevenção de DCNT e a promoção à saúde, respeitando o artigo 5.3 da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (Decreto 5658/06) e suas diretrizes Responsáveis DASIS/CGDANT/ CGAN/DAB/ MEC/ MDS/ ME SEGEP SVS DAB e ANVISA Indicadores/ Meta 2011/2012 Programas intersetoriais implantados nº ações realizadas no bienio nº de parcerias estabelecidas -estabelecer parcerias Indicadores/ Meta 2013 Programas intersetoriais implantados nº ações realizadas no bienio nº de parcerias estabelecidas - estabelecer parcerias Indicadores/ Meta 2015 Programas intersetoriais implantados nº ações realizadas no bienio nº de parcerias estabelecidas -estabelecer parcerias Indicadores/ Meta 2017/19 Programas intersetoriais implantados nº ações realizadas no bienio nº de parcerias estabelecidas - estabelecer parcerias Indicadores/ Meta 2022 Programas intersetoriais implantados nº ações realizadas no bienio nº de parcerias estabelecidas -estabelecer parcerias 3

Estratégia 4: Criar estratégia de comunicação com o tema de promoção da saúde, prevenção de DCNT e seus fatores de risco e promoção de modos de vida saudáveis. ASCON/ SVS/SAS/ SCTIE Monitorar a Porcentagem da população exposta às campanhas de DCNT e promoção e ampliar a participação Linha de base 35% Monitorar a Porcentagem da população exposta às campanhas de DCNT e promoção e ampliar a participação para 40% Monitorar a Porcentagem da população exposta às campanhas de DCNT e promoção e ampliar a participação para 50% Monitorar a Porcentagem da população exposta às campanhas de DCNT e promoção e ampliar a participação para 70% Monitorar a Porcentagem da população exposta às campanhas de DCNT e promoção e ampliar a participação para 85% Estratégia 5: Implantar ações de promoção de atividade física/práticas corporais e modos de vida saudáveis para a população Programa Academia da Saúde Estratégia 6: Estimular a construção de espaços urbanos ambientalmente sustentáveis e saudáveis SVS e SAS SAS SVS 1000 Academias da Saúde implantadas em municípios 3000 Academias da Saúde implantadas em municípios 4000 Academias da Saúde implantadas em municípios 4500 Academias da Saúde implantadas em municípios 5000 Academias da Saúde implantadas em municípios Estratégia 7: Ampliar e fortalecer as ações de alimentação saudável SAS, ANVISA/SVS 40% das escolas com alimentação saudável. Estimular a alimentação saudável nas escolas 50% das escolas com alimentação saudável. Estimular a alimentação saudável nas escolas 60% das escolas com alimentação saudável. Estimular a alimentação saudável nas escolas 70% das escolas com alimentação saudável. Estimular a alimentação saudável nas escolas 80% das escolas com alimentação saudável. Estimular a alimentação saudável nas escolas 4

Estratégia 8: Ações de regulamentação para promoção da saúde CGAN/SAS e ANVISA Nº de normas de rotulagem revisadas e aprimoradas. Proposição de Revisão do Decreto- Lei 986/69 efetuada Nº de normas de rotulagem revisadas e aprimoradas. Proposição de Revisão do Decreto- Lei 986/69 efetuada Nº de normas de rotulagem revisadas e aprimoradas. Proposição de Revisão do Decreto- Lei 986/69 efetuada Nº de normas de rotulagem revisadas e aprimoradas. Proposição de Revisão do Decreto- Lei 986/69 efetuada Nº de normas de rotulagem revisadas e aprimoradas. Proposição de Revisão do Decreto- Lei 986/69 efetuada Estratégia 09: Avançar nas ações de implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco - CQCT Decreto 5658/06 INCA, SVS, ANVISA e representações de Ministérios e Secretarias da CONICQ Medidas da CQCT implantadas e/ou aperfeiçoadas Medidas da CQCT implantadas e/ou aperfeiçoadas Medidas da CQCT implantadas e/ou aperfeiçoadas Medidas da CQCT implantadas e/ou aperfeiçoadas Medidas da CQCT implantadas e/ou aperfeiçoadas Estratégia 10: Articular ações para prevenção e para o controle da obesidade CGAN/SAS e MEC Reduzir obesidade na infância Reduzir obesidade na infância Reduzir obesidade na infância Reduzir obesidade na infância Reduzir obesidade na infância Estratégia 11: Fortalecer ações de promoção à saúde e prevenção do uso prejudicial do álcool SAS, SVS, ANVISA, MEC, MCIDADES/DENATRAN MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Reduzir consumo nocivo de álcool em adolescentes Reduzir consumo nocivo de álcool em adolescentes Reduzir consumo nocivo de álcool em adolescentes Reduzir consumo nocivo de álcool em adolescentes Reduzir consumo nocivo de álcool em adolescentes 5

EIXO III: CUIDADO INTEGRAL Objetivo: Fortalecimento da capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde visando o cuidado integrado para a prevenção e o controle das DCNT ESTRATÉGIAS Responsáveis Indicadores/ Meta 2011/2012 Indicadores/ Meta 2013 Indicadores/ Meta 2015 Indicadores/ Meta 2017/2019 Indicadores/ Meta2022 Estratégia 1: Definir Linha de Cuidado do portador de DCNT com projeto terapêutico adequado, vinculação ao cuidador e à equipe de saúde, garantindo a integralidade e a continuidade do acompanhamento. Estratégia 2: Fortalecer e qualificar a gestão da rede de serviços visando qualificar os fluxos e as respostas aos portadores de DCNT Estratégia 3 Fortalecer o complexo produtivo da saúde para o enfrentamento das DCNT DAB/SAS, DAE, INCA, DERAC, INCA SAS DAF/ SCTIE/ SAS/ ANVISA Vincular paciente com doença crônica às equipes das APS's Atenção domiciliar implantada no SUS Implantar atenção domiciliar nos SUS Medicamentos para tratamento de DCNT ofertados Ofertar medicamentos para tratamento de DCNT Vincular paciente com doença crônica às equipes das APS's Atenção domiciliar implantada no SUS Implantar atenção domiciliar nos SUS Medicamentos para tratamento de DCNT ofertados Ofertar medicamentos para tratamento de DCNT Vincular paciente com doença crônica às equipes das APS's Atenção domiciliar implantada no SUS Implantar atenção domiciliar nos SUS Medicamentos para tratamento de DCNT ofertados Ofertar medicamentos para tratamento de DCNT Vincular paciente com doença crônica às equipes das APS's Atenção domiciliar implantada no SUS Implantar atenção domiciliar nos SUS Medicamentos para tratamento de DCNT ofertados Ofertar medicamentos para tratamento de DCNT Vincular paciente com doença crônica às equipes das APS's Atenção domiciliar implantada no SUS Implantar atenção domiciliar nos SUS Medicamentos para tratamento de DCNT ofertados Ofertar medicamentos para tratamento de DCNT 6

Estratégia 4: Fortalecer a rede de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de colo de útero e mama INCA e SAS Cobertura de mamografia e papanicolau nacionalizada. Cobertura de mamografia e papanicolau nacionalizada. Cobertura de mamografia e papanicolau nacionalizada. Cobertura de mamografia e papanicolau nacionalizada. Cobertura de mamografia e papanicolau nacionalizada. Estratégia 5: Ampliar, fortalecer e qualificar a assistência oncológica no SUS INCA e SAS 100% de tratamento para lesões precursoras de câncer de colo e útero e mama 100% de tratamento para lesões precursoras de câncer de colo e útero e mama 100% de tratamento para lesões precursoras de câncer de colo e útero e mama 100% de tratamento para lesões precursoras de câncer de colo e útero e mama 100% de tratamento para lesões precursoras de câncer de colo e útero e mama Estratégia 6- Desenvolver e implementar estratégias para formação profissional e técnica e de qualificação das equipes de saúde SAS, SEGETS, DEGIS / SEGEP e SVS Implantar Telessaúde, e 2ª opinião formativa em DCNT para equipes de APS em 30% dos mucnicpios Implantar Telessaúde, e 2ª opinião formativa em DCNT para equipes de APS em 50% dos mucnicpios Implantar Telessaúde, e 2ª opinião formativa em DCNT para equipes de APS em 60% dos mucnicpios Implantar Telessaúde, e 2ª opinião formativa em DCNT para equipes de APS em 70% dos mucnicpios Implantar Telessaúde, e 2ª opinião formativa em DCNT para equipes de APS em 95% dos mucnicpios Estratégia 7: Fortalecer a área de educação em saúde para DCNT SAS/ SEGETS/SEGEP Formar cuidadores para apoio nas comunidades em 20% dos municipios Formar cuidadores para apoio nas comunidades em 40% dos municipios Formar cuidadores para apoio nas comunidades em 26% dos municipios Formar cuidadores para apoio nas comunidades em 80% dos municipios Formar cuidadores para apoio nas comunidades em 90% dos municipios Estratégia 8: Fortalecer o cuidado ao paciente com doenças circulatórias na Rede de Urgência - DAE/SAS/INCA Unidades de atendimento AVE criadas Criar unidades de atendimento AVE Unidades de atendimento AVE criadas Criar unidades de atendimento AVE Unidades de atendimento AVE criadas Criar unidades de atendimento AVE Unidades de atendimento AVE criadas Criar unidades de atendimento AVE Unidades de atendimento AVE criadas Criar unidades de atendimento AVE 7

Estratégia 9: Implantação de um modelo de atenção integral ao envelhecimento ativo SAS Formar cuidadores para idosos na comunidade Cuidadores para idosos na comunidade formados Formar cuidadores para idosos na comunidade Cuidadores para idosos na comunidade formados Formar cuidadores para idosos na comunidade Cuidadores para idosos na comunidade formados Formar cuidadores para idosos na comunidade Cuidadores para idosos na comunidade formados Formar cuidadores para idosos na comunidade Cuidadores para idosos na comunidade formados 8