Audiência Pública IPIRANGA (21ª)



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Transcrição:

Audiência Pública IPIRANGA (21ª) CONGESTIONAMENTO(R32) (Rede Viária Estrutural/Da Política de Circulação Viária e Transportes/Da Pavimentação/Da Rede Estrutural Viária/Da Rede Estrutural de Transportes Públicos Coletivos) - adensamento do tráfego de carros, causando acidentes e poluição sonora (PD) (AR11) (AR12) (R41) - necessidade de um plano do sistema viário da Prefeitura (PD) (R1) (R21) (R41) ENCHENTES(R32) (Do Saneamento Básico/ Da Pavimentação/Drenagem Urbana/Rede Estrutural Hídrica) - questão dos córregos e dos moradores que residem em suas beiras (PDU) (R2) (R12) (AR23) DEFICIT HABITACIONAL(R32) (Da Função Social da Propriedade Urbana/Da Política de Habitação/Da Habitação e dos Equipamentos Sociais e Urbanos/ Zonas Especiais de Interesse Social/Das Diretrizes da Legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo/ Das Diretrizes para a Regularização de Assentamentos Precários, Conjuntos Habitacionais, Loteamentos e 1

Edificações/Dos Instrumentos da Política de Desenvolvimento Urbano) - problema da verticalização na região (PD) (R40) - a revisão não se refere às ZEIS (PD) (R10) - manutenção das ZEIS como estão no PDE atual(r10) - moradia nas ZEIS: para quem ganha mais de três salários mínimos; não atende população de baixa renda (PD) (R29) (R10) (R22) - necessidade da Prefeitura ter um Plano de Habitação (PD) (R1) (R22) - necessidade da Prefeitura ter um sistema de uso e ocupação do solo (PD) (R1) (R21) PERDA DOS MANANCIAIS(R32) (R19) (R15) (R12) (Dos Recursos Hídricos) - permitir a permeabilização do solo (PD) (R2) (AR23) (R43) Saudabilidade ambiental (*)(R32) (Da Política Ambiental/Das Áreas Verdes/Dos Resíduos Sólidos/Da Política de Patrimônio Histórico e Cultural/Da política da Paisagem Urbana/Da Política de Infra-Estrutura e Serviços Públicos/Do Sistema de Áreas Verdes e Logradouros Públicos//Macrozona de Proteção Ambiental/ Zonas Especiais de Proteção e Recuperação Ambiental/Dos Instrumentos de Gestão Ambiental) - dúvidas sobre a sustentabilidade ao implementar as mudanças propostas pela revisão do PDE. O PDE deve estar comprometido com a qualidade de vida da população (PD e PDU) (R19) (AR2) (R4) 2

- adensamento do tráfego de carros, causando acidentes e poluição sonora. (AR11) (AR12) - periferia do Ipiranga: poucas creches, poucas EMEI (PD) (R3) (R49) (R20) - a proposta de revisão do PDE está nivelando o centro da cidade e a periferia (PDU e PD) (AR7) (R5) - levantamento das áreas contaminadas do Ipiranga e busca de soluções (PD) (AR23) (R2) Melhoria nos níveis educacionais (**) Outros temas - falta de divulgação da revisão do plano (R45) - contra a revisão do PDE(R1) - necessidade de prestação de contas à população do que for realizado através do PDE (PD) (AR13) (AR25) (AR26) (AR28) (R30) (R47) ALGUNS DEPOIMENTOS DESTACADOS Cosme: Boa noite a todos, inclusive à Mesa. Coloco uma preocupação da cidade de São Paulo como um todo. Já foi falado sobre regiões onde moramos. Apenas o Ipiranga seria privilegiada, entre aspas, aparentemente, na cidade de São Paulo. Nossa região também enfrenta grandes problemas. Uma grande preocupação que há é sobre as nossas condições. Um exemplo é sobre a nascente de água. Gostaria de saber o que a Prefeitura e a Subprefeitura têm de planejamento junto à Câmara Municipal de São Paulo sobre o Córrego Ipiranga. Inclusive, há outros nascentes de grande importância na nossa região. Se não fizermos um trabalho para famílias da região, a situação não vai mudar. A nascente tem uma grande contribuição para a água. Podemos pegar, como exemplo, grandes córregos, perto(?) do Rio Tamanduateí. (AR23)Citamos também o Parque Bristol. Em São Bernardo do Campo, na parte de baixo, há mais de três mil famílias próximas a córregos. Gostaríamos de saber qual plano há na cidade para a nossa região atender às muitas famílias. Lá há um bolsão muito extenso. (AR39)Muitos ficam ali por não terem outras opções. Essa é uma preocupação da cidade e de movimentos sociais. (R27) (R29) Sabemos que questões colocadas pelo Sr. Subprefeito são importantes. Estou falando de um plano para a cidade de São Paulo. Ocorre que sem orçamento e sem esboço, ficaremos anos sem que nenhuma obra seja iniciada. (R30) Sabemos que a cidade não foi feita em quatro anos, mas se começarmos a enfrentar problemas, de frente, trazendo orçamentos para cada setor da cidade, a qualidade de vida de todos e da cidade, como um todo, vai melhorar. Gostaríamos de 3

saber qual é o plano que está havendo para a nossa região, para, de fato, questões sejam encaradas por vias legais, sem massacrarem o povo, que já está massacrado e não tem condições de entrar no mercado imobiliário. Quando pessoas escolheram viver em beiras de córregos, isso ocorreu porque não têm mais o que fazerem em suas vidas. Não somos contra quem faz o planejamento da cidade. Tem de haver responsabilidade por parte do Poder Público e da sociedade civil. Queremos cidadania para todos, não para alguns.falo aqui em nome da região Sudeste, do Movimento de Moradias. Queremos que toda a cidade tenha qualidade de vida, principalmente para quem não tem onde ir. (R32) Maria Barbosa (...) Trabalhamos muito em ZEISs. Muitas delas estão sendo construídas. Para o nosso povo, elas não chegam nem perto. São destinadas a pessoas que ganham de três salários-mínimos para cima. Quem ganha menos do que isso, infelizmente, está do lado do fora. Para nossa surpresa, a Leais Paulistana está sendo construída, mas não é para o nosso povo. (R29) Na Padre Arlindo e na Vila Natal(?), há prédios fechados. Alguns começaram a ser habitados por pessoas que ganham mais de três salários-mínimos. Isso nos deixa muito tristes. Sou do Movimento de Moradia Popular da Região Sudeste. Trabalhamos muito. Vamos à Prefeitura, mas o nosso povo sofrido não tem respaldo. Ele precisa de moradias dignas. (R27) Gostaria de saber onde está a Zona de Interesse Social. (R10) Na nossa apostila, está escrito que todas as zonas de interesse sociais estão excluídas. Precisamos pensar no que vamos fazer. Olga: (,,,) Vamos aqui discutir o que queremos para esta cidade. Ela tem de ser justa e sustentável. (R19)Lamentavelmente, o nosso município está um caos. Não sabemos realmente para onde vamos. Não sabemos se vamos conseguir o que queremos. Tudo que está sendo falado aqui vai ser levado em consideração. Tem de haver economia não apenas para alguns, mas para todos. Queremos salários justos e moradias e escolas dignas, onde nossos filhos possam frequentar, com professores preparados. Não moramos no centro da cidade. Moramos na periferia do Ipiranga, no Jardim Salvieiro, no Parque Bristol, na Vila Moraes e em outras regiões. Dez áreas compõem o movimento de moradias da região Sudeste-Ipiranga. Na nossa região, há poucas creches e EMEIs. (R3)Se uma mãe trabalhar por oito horas, por que seu filho fica apenas quatro horas na creche? Durante as outras quatro horas, fica na rua. Em vez de termos filhos preparados, que vão estudar e terem um futuro melhor, o que serão? Aliás, são nossos netos que vai continuar neste país. Não queremos que fiquem em ruas, aprendendo o que não se deve. Quem vai cuidar dessas crianças, se suas mães trabalham o dia inteiro? Há também problemas relacionados a transportes. Já fizemos abaixo-assinado. Brigamos e sempre estamos denunciando, mas não recebemos respostas. Temos de fazer um Governo participativo. (AR13) (AR26) (R30)O Governo e a sociedade civil vão trabalhar juntos. Ocorre que nunca somos convidados. Estamos aqui porque acompanhamos o Plano Diretor desde 2002. Fomos no lançamento do Estatuto da Cidade e do Plano Diretor. Acompanhamos os trabalhos e sabemos o que 4

tudo isso é bom para o município, regiões e pessoas. Estamos aqui porque temos necessidades e interesses reais. Se não tivéssemos, não estaríamos aqui, neste horário, neste frio, longe de nossas famílias. Elas ficaram em casa, mas estamos aqui. Queremos sim ajudar V.Exas. a construírem uma cidade justa e sustentável. Nós, sociedade civil organizada e movimento social, queremos ser respeitados. Não queremos ser criminalizados. Vamos lutar por uma cidade justa. Queremos o Plano Diretor que já iniciamos em 2002 e não esse estratégico, que não foi implementado. (R1)Desse estão sendo tiradas muitas coisas. Queremos zonas de interesse social para construirmos moradias para famílias de baixa renda, as que mais necessitam neste país. (R10) Carmelo Munhoz (...) Quanto ao Plano Diretor Estratégico, às vezes, não entendemos porque ele não é divulgado. Muitos não têm condições de saber o que vem a ser isso. Muitos não sabem os benefícios que ele poderá trazer. Se é um assunto muito importante, não vejo(r45) nada a respeito sobre a sua divulgação, em equipamentos públicos, como metrôs e ônibus. Não vemos nada falado sobre isso em rádios e televisões. De repente, apresentaram um plano para revisão. Ele foi instituído em 2002. Pelo que está acontecendo, não está mais sendo apresentado na forma original. (R1) (AR1)Muitas conquistas da sociedade e coisas que o povo lutou, para coisas fossem mantidas, estão sendo retirados. A minha comunidade está aqui presente, em grande massa. Todos sabemos o que está ocorrendo no nosso bairro do Ipiranga e na comunidade do Boqueirão, referente às áreas de ZEISs, que já estão demarcadas no Plano Direto, como áreas de interesse social, para construção de habitações de interesse social para pessoas de baixa renda. Estou falando de nós, pobres. De repente, essas áreas estão sendo retiradas de certos bairros, como Mooca e o nosso bairro do Ipiranga. (R10)Em vez de regularizarem a favela do Boqueirão, aproveitando instrumentos que já estão aí - a lei 13.430/02, o Estatuto da Cidade, que veio para favorecer e acabar um pouco com a tristeza e a angústia desse povo que mora em favelas, pensam que moradores dessa região não querem nada com a vida. É o contrário. Em outro dia, estava falando sobre o Plano Diretor. Disseram-me: O que vem a ser esse plano? Não ouvi falar. Nunca vejo nada. Para a cidade de São Paulo, com os meios de comunicação que temos, é triste vermos essa situação. O que vemos é remoção dessas áreas e retirada de pessoas. Elas têm um vínculo há mais de 20 e 30 anos. Isso não é respeitado. Aliás, não respeitam sequer leis que já existem. Querem mudar as coisas. Espero que essa Plano Diretor de 2002 seja mantido. Espero também que façam sua revisão, de maneira que o povo possa acompanhar todo o trabalho. Não apresentem nada pronto. Se há uma meta para atingirmos, até 2012, (R47) temos tempo para que essa lei seja revisada. Ela vai atingir não apenas favelas, mas todo o município de São Paulo e o país inteiro. É obrigatório haver o Plano Diretor. Peço que essas áreas sejam mantidas, como já está no documento inicial. Façam a regularização fundiária, projetos e programas habitacionais em áreas de favelas e áreas irregulares no município de São Paulo. (AR13) (AR26) (R30) 5

Sandro Boa noite a todos. Estou representando o Instituto Ibiosfera Conservação e Desenvolvimento Sustentável. Também o Coletivo Jovem de Meio Ambiente foi signatário do pedido de suspensão da revisão do Plano Diretor, que foi apresentada na Câmara Municipal junto com 177 entidades. Acho que eu não preciso falar mais uma vez da importância desse(r1) Plano Diretor, porque todo mundo já falou da relevância dessa discussão. Em cima disso, faço alguns questionamentos. Primeiramente, lerei um trecho do que preparamos. O Instituto ibiosfera Conservação & Desenvolvimento Sustentável vem manifestar-se pela rejeição do PL 671/07, solicitando que esta Casa devolva para o Executivo Municipal para que refaça as concepções de procedimentos de sua revisão, uma vez que não considerou as consequências das mudanças climáticas em curso para a cidade de São Paulo. (R19) (R17)Então, há algumas instruções sobre mudanças climáticas acontecendo e essa integração não foi feita. Com relação ao Ipiranga, chamo atenção para o aumento de quantidade de veículos no bairro e para o grande número de acidentes nos cruzamentos, ocasionados pelo adensamento local, além da passagem dos veículos por dentro dos bairros, causando a elevação da poluição sonora nas ruas e nas residências de um bairro caracterizado pelo grande número de pessoas idosas. (AR10) (AR11) (AR12) Tenho dúvidas sobre a capacidade de cargas da rede de esgoto, abastecimento de água e energia elétrica devido ao aumento desmedido da quantidade de prédios e apartamentos no bairro. Questionamos, então, se esse Plano é realmente sustentável ou teremos de apagar incêndios, porque parece que todas as soluções para os problemas são as construções, mas sobre a real causa dos problemas não se conversa. (R32)Esse é o questionamento que trazemos para a revisão. Outra questão é com relação à divulgação desta audiência pública, porque não foi divulgada nos jornais mais renomados do bairro. Não foi divulgada, apesar de a Subprefeitura ter passado essa informação para os jornais e ter disponibilizado esse material para a população dentro do seu prédio, mas as pessoas não têm o hábito de passar com tanta frequência por lá. Na Gazeta do Ipiranga e no Ipiranga News não foi citado nada sobre a audiência, apesar de terem sido avisados. Não acharam, no entanto, interessante divulgar essa informação. Vemos agora aqui cerca de 120 pessoas representando um total de 500 mil pessoas. Aproveito, então, e peço que essas informações sejam divulgadas, devido à sua importância. Soubemos até que quiseram aprovar o Plano Diretor de uma forma nada transparente, por debaixo dos panos, porque envolve interesses imobiliários, especulação imobiliária forte. Por isso é importante que os jornais divulguem essas audiências e por isso peço aos Vereadores da região, que estão sempre contribuindo com os jornais e participando das audiências, que alertem os jornais para a importância dessa divulgação. Sabemos até que o Vereador Domingos Dissei tem influência no ramo porque é dono de uma construtora e seria importante que ele contribuísse. (R45) Paulo César: Uma das coisas mais importante do Plano Diretor é que ele está nivelando a periferia e o Centro. A questão das macroáreas (R5) (AR7)é para ser legal: Heliópolis, Clímaco, Parque Bristol. A periferia do Ipiranga está invadindo o Alto do Ipiranga, no papel, porque na prática não invade. Então, na prática, não é isso que 6

funciona. Cidade Tiradentes será igual a Jardins e Morumbi. Nessa revisão, a Cidade está dividida em duas macroáreas. (...) A Cidade cresceu, o Plano precisa ser revisado, mas com responsabilidade. Não dá para transformar a Cidade em duas macroáreas, é humanamente impossível achar que quem mora no Jardins, ou no Morumbi, ou no Jardim Europa, ou em Moema, ou no Ibirapuera é igual a quem mora na Cidade Tiradentes, ou em São Matheus, ou na Terceira Divisão. Não é igual! (R5) (AR7)Temos de ter sensibilidade, não se pode construir na periferia um prédio maravilhoso onde não poderão morar. A nossa região já não suporta mais o impacto ambiental, o impacto da verticalização. Moro na Estrada das Lágrimas e em horário de pico não se consegue mais tirar o carro da garagem. São João Clímaco e Moinho Velho são os bairros mais antigos da região e vêm sofrendo um impacto monstruoso no sentido da verticalização. (...) (R40)Portanto, vamos ter sensibilidade, colocar as ZEIS de volta, (R10)as macroáreas, as áreas de interesse social; vamos pedir para o Prefeito aprovar a área, para resolver o problema de zero a três salários mínimos do programa Minha Casa, Minha Vida. Nas três áreas indicadas pelo Prefeito, o Conselho Municipal de Habitação não aprovou para três salários mínimos, votou contra porque não consegue implantar, porque há outras questões de habitação que o Governo está resolvendo. Há quatro ou cinco torres construídas pelo CDHU aqui no Alto do Ipiranga e essas pessoas não vão morar lá. Então, é importante que esse Plano tenha um olhar humano para a Cidade, Não basta ter um olhar estrutural. Heitor Marzagão Tommasini (Defenda São Paulo): (...) Queremos que haja revisão, desde que traga elementos para uma discussão aprofundada. Por exemplo, questionamos aqui a questão de moradia. A Prefeitura nunca fez um plano de habitação? Então estamos fazendo uma revisão sem um plano de habitação. A Prefeitura nunca apresentou e aprovou um plano de sistema viário e um plano de transporte, até para saber quais são as áreas que são possíveis de adensar, tem aquelas que não são, (AR11) (R21)quais são as áreas que podem ser impermeabilizadas ou não, e a Cidade parou. Sei que o nobre Vereador José Police Neto já disse que está trabalhando com uma questão ambiental. (R32)São Paulo importa praticamente 80% da água que bebe, trazemos água de outras regiões, a água vai ficar cara. Por isso, temos de fazer uma projeção com linhas no sistema de uso e ocupação do solo, mais isso tem de seguir diretrizes do Plano Diretor Estratégico para futuramente fazermos as correções no uso e ocupação do solo e para garantirmos a permeabilidade do solo. A respeito das áreas contaminadas, Ipiranga tem uma região industrial com muitas áreas contaminadas, e isso deveria ter sido discutido com profundidade na época da revisão do Plano Diretor Estratégico, (AR23) e não apenas aqui na Câmara Municipal, mas também naquela região. Depois, deveria ter uma discussão de aprimoramento aqui na Câmara Municipal entre os Vereadores e o corpo técnico da Prefeitura.(...) (Audiência Pública realizada dia 21 de agosto de 2009) 7

Obs: As falas dos participantes foram transcritas diretamente das notas taquigráficas, sem correções. (*) Ausência de saudabilidade ambiental: sistema suficiente de saúde, combate às poluições, enchentes de esgotos. (**) Substancial e permanente melhoria dos níveis educacionais adequada à Sociedade do Conhecimento. LEGENDAS PD: Plano Diretor PDU: Política de Desenvolvimento Urbano LE: Lei Específica 8