LUBRIFICANTE SUSTENTÁVEL CASO IPIRANGA F1 MASTER PERFORMANCE VERDE



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Transcrição:

LUBRIFICANTE SUSTENTÁVEL CASO IPIRANGA F1 MASTER PERFORMANCE VERDE Fernanda R. da Silva 1, Roberta M. Teixeira 1, Sergio L. C. Viscardi 1, Marcelo G. Araújo 2, Thiago L. Trecenti 3 1 Ipiranga Produtos de Petróleo S.A., 2 Lubrizol do Brasil Aditivos Ltda., 3 Lwart Lubrificantes Ltda. Resumo A filosofia do desenvolvimento sustentável do Ultra se manifesta por meio das mais diversas ações em todas as empresas do grupo, o que não seria diferente com a Ipiranga que trabalha continuamente no desenvolvimento de produtos menos poluentes e de menor agressão ao meio ambiente. E foi a partir dessa filosofia que surgiu o lubrificante Ipiranga F1 Master Performance Verde, produto pioneiro em seu segmento desenvolvido sob o conceito de sustentabilidade, que cada vez mais tem sido incorporado pela Ipiranga na condução equilibrada das suas ações de desenvolvimento de produtos sustentáveis aliados à qualidade e a performance superior. Para isso foram convidados dois parceiros essenciais para o desenvolvimento do projeto: a Lwart Lubrificantes, empresa do ramo de rerrefino de óleo básico, responsável pelo desenvolvimento de uma nova geração de óleo básico diferenciado e único no mercado brasileiro óleo básico rerrefinado Grupo II, e a Lubrizol Corporation, através da sua subsidiaria no Brasil, fornecedora do aditivo de alta tecnologia presente na formulação do lubrificante que permite entregar ao consumidor final benefícios como redução no consumo de combustível e um menor nível de emissão de poluentes. À Ipiranga coube o desenvolvimento do conceito do produto verde aliando a ele uma embalagem inovadora composta por exclusiva matéria-prima de origem vegetal. Para chancelar toda a tecnologia envolvida, o lubrificante ganhou a certificação da American Petroleum Institute além da incorporação da tecnologia Nano ARMOR TM presente na linha de lubrificantes Ipiranga F1 Master. Aplicabilidade Lubrificante automotivo para motores de veículos a gasolina, etanol, flex e gás natural veicular de alta tecnologia. 1

Objetivo Desenvolver um lubrificante de alta tecnologia e sustentável que estivesse aliado à necessidade do consumidor final em buscar opções de produtos mais amigáveis ao meio ambiente. 1. Desenvolvimento do tema A Ipiranga sempre foi conhecida por ser uma empresa pioneira no seu segmento, com propostas inovadoras que agregassem conveniência e serviço junto aos seus consumidores finais. Em 2013 a Ipiranga formalizou a sua adesão como signatária do Pacto Global, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas que reúne empresas, instituições e a sociedade civil para promover o crescimento sustentável e consciência cívica. Como resultado a Ipiranga lançou para a sua rede de franqueados o projeto do Posto Ecoeficiente. Esse projeto foi a base de todo o desenvolvimento sustentável que hoje permeia o dia a dia da empresa e de seus colaboradores, através da adoção de uma postura de preservação ambiental de forma economicamente viável utilizando os recursos naturais disponíveis de maneira mais consciente e eficiente. Pensando em agregar cada vez mais serviços ao posto e atender a crescente demanda do consumidor, ávido por produtos cada vez mais ecológicos, é que surgiu o projeto do lubrificante Ipiranga F1 Master Performance Verde. A concepção do produto começou com a busca por tecnologias disponíveis que conferissem ao lubrificante o aspecto verde e pudessem entregar ao consumidor final benefícios, sejam eles ambientais ou de desempenho. Ao mesmo tempo em que a concepção do produto começava a despontar em nosso escritório, uma parceria entre a Ipiranga e a Lwart Lubrificantes, maior rerrefinadora de óleo básico do país, estava tomando forma: a coleta de óleo usado em nossos postos de serviços e em nossa rede de varejo. Por que então não transformar esse resíduo em um novo produto? Afinal, nada seria mais sustentável do que devolver a nossa cadeia de distribuição um resíduo perigoso que seria descartado no meio ambiente. 2

Enquanto a área de Qualidade da Lwart e Pesquisa & Inovação da Ipiranga trabalhavam para buscar um óleo básico que pudesse atender a demanda tecnológica do novo produto, as áreas de Marketing e de Mercado buscavam conhecer melhor o consumidor de produtos verdes. Pesquisa realizada no ano de 2011 pela Landor Associates, líder global em consulta de marca e design, sobre o mercado de marcas verdes em todo mundo com 9.000 consumidores em oito diferentes países, incluindo o Brasil, revelou que os consumidores estão cada vez mais preocupados com as questões ambientais. No Brasil, o estudo mostrou dados interessantes que comprovam essa crescente demanda: 74% dos brasileiros entrevistados disseram que ambientalmente responsável é um importante atributo para um produto e 77% estariam dispostos a pagar mais por um produto verde. Entretanto atributos como confiança e produtos/serviços de alta qualidade ainda possuem peso importante no processo de escolha do consumidor. Matérias, como a publicada na Revista Época, ajudaram a pautar o trabalho de concepção do nosso lubrificante demonstrando a crescente demanda por produtos verdes, porém ressaltando que é necessária uma comunicação mais eficaz focada na entrega de benefícios ao consumidor de uma forma mais próxima e na importância do reconhecimento dos atributos que se deseja comunicar, principalmente através de certificadoras independentes que aumentem a credibilidade do produto. Com isso partimos para mais uma etapa do desenvolvimento que foi a busca de uma formulação que contribuísse com a sustentabilidade do produto, mas que também pudesse resultar em um ganho para o consumidor final e que pudesse receber a chancela de algum órgão certificador. A partir desse momento o projeto teve a adesão do segundo parceiro com a entrada da Lubrizol, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia do aditivo presente no lubrificante. Conjuntamente com as demais equipes já envolvidas, buscou-se por uma opção de aditivação que também pudesse incorporar ao lubrificante o atributo de economia de combustível. O toque final ficou por conta do novo conceito de embalagem verde com a utilização de uma nova matéria prima derivada de cana-de-açúcar, e chancelas especiais que corroboraram em agregar ainda mais valor ao lubrificante. 3

1.1. Sustentabilidade As práticas de coleta e rerrefino de óleo lubrificante usado ou contaminado são percebidas hoje como um processo sustentável e cada vez mais importante no cenário mundial, por ser uma forma de preservar os recursos não renováveis como o petróleo e, devolver a utilidade ao produto, tornando-o nobre novamente. O rerrefino é um processo industrial que extrai a parte degradada do óleo lubrificante usado ou contaminado. Desta forma, resgata a base mineral original do produto e o deixa pronto para ser formulado e voltar ao mercado como produto acabado. Figura 1 Cadeia de rerrefino do produto Alguns fatores têm contribuído para tornar o rerrefino mais conhecido e para conscientizar o mercado de que o óleo mineral básico, resultante deste processo, é um produto de alta qualidade e com todas as características necessárias para a formulação da maior parte dos óleos lubrificantes acabados. Novas tecnologias são desenvolvidas e adicionadas à cadeia elevando ainda mais a qualidade do óleo básico rerrefinado, como é o caso do hidro-tratamento demonstrado na figura 1. Outra reflexão sobre o benefício do reaproveitamento do óleo lubrificante usado ou contaminado no Brasil é que o rerrefino representa uma excelente alternativa ao fato do país não ser autossuficiente na produção de óleo básico a partir de petróleo. Atualmente, o volume de óleo rerrefinado é necessário ao país para complementar a demanda total. Desta maneira, este processo permite a redução de custos em razão da diminuição do volume a ser importado. 4

Cada vez mais, observamos que atitudes ecologicamente corretas e produtos que, de alguma forma tenham este apelo, ganham a confiança dos consumidores e mudam a maneira das empresas fazerem negócios para garantir uma cadeia produtiva sustentável. O retorno dos bens de pós-venda e pós-consumo ao ciclo produtivo agrega valor à marca e o grande desafio atual para as empresas é desenvolver processos e produtos baseados na gestão sustentável. A tecnologia investida pela Lwart Lubrificantes iniciou uma nova etapa para a indústria nacional de lubrificantes sendo a primeira empresa a produzir óleos básicos do Grupo II no Brasil, usando como matéria prima o óleo lubrificante usado, um resíduo perigoso. Em tempos em que a consciência ambiental está tão forte e destacada, é muito gratificante colocar no mercado um produto de excelente qualidade oriundo de um resíduo que, se não for destinado corretamente, pode trazer danos irreparáveis ao meio ambiente. Os óleos básicos GII da Lwart Lubrificantes enquadram-se na classificação internacional API, conforme figura 2, apresentado alto teor de saturados, baixo teor de enxofre, o que lhe confere características como excelente estabilidade à temperatura, estabilidade à oxidação e baixo ponto de fluidez. Essa evolução na qualidade dos óleos básicos produzidos contribui para a evolução dos lubrificantes e dar maior flexibilidade às formulações. Classificação dos Óleos Básicos (API) Categoria Teor de Saturados Teor de Enxofre Índice de Óleo Básico (% peso) (% peso) Viscosidade Grupo I <= 90 >= 0,03 80 a 119 Grupo II >90 <0,03 80 a 119 Grupo III >90 <0,03 >= 120 Grupo IV Grupo V PAOs (Polialfaolefinas) ésteres sintéticos / óleo naftênicos / outros Figura 2 Classificação de óleo básico O processo de rerrefino utilizado para produção do GII é muito amigável ao meio ambiente, uma vez que não há geração de resíduos. Após a recuperação da fração de óleo básico mineral (aproximadamente 70%), todos os contaminantes removidos geram subprodutos que são utilizados em etapas do próprio processo (ex. frações leves que são utilizadas como combustível no aquecimento da unidade) ou em outros processos industriais (ex. asfalto que é utilizado na 5

indústria de pavimentação e impermeabilização). Toda água utilizada é tratada em estação de tratamento de efluentes antes de ser reutilizada ou devolvida a um corpo hídrico dentro dos padrões estabelecidos pelos órgãos reguladores. O desenvolvimento do produto Ipiranga F1 Master Performance Verde certificou que é possível fechar o ciclo de vida do produto. Transformar um resíduo perigoso em um produto nobre, devolver ao mercado um produto tão bom quanto o originalmente utilizado e ser utilizado na formulação de um produto de alto desempenho, mostra que é possível fechar o ciclo de vida do produto com chave de ouro. 1.2. Benefícios ao consumidor 1.2.1. Proteção Ambiental A tecnologia desenvolvida pela Lubrizol Corporation e utilizada no Ipiranga F1 Master Performance Verde foi projetada visando adequar o balanço entre elevada proteção, ser ambientalmente correto e agregar benefícios ao consumidor final. Um componente largamente utilizado no segmento de lubrificação automotiva é o zinco dialquilditiofosfato, ou ZDDP como é conhecido. É uma das moléculas mais eficazes em proteção antidesgaste, porém, o fósforo presente em sua composição, compromete o catalisador de emissões veiculares. O papel desse catalisador é crucial para possibilitar uma combustão menos prejudicial ao meio ambiente com subprodutos de menor ou, dependendo do caso, zero impacto ambiental. Figura 3 Volatilização e depósito de fósforo no catalisador 6

A engenharia aplicada para o desenvolvimento da tecnologia considera 40% menos fósforo no catalisador quando comparado aos ZDDPs convencionais, figura 3, conferindo ao lubrificante uma ação ecologicamente superior ao reduzir a quantidade de agentes de envenenamento, o que garante que o catalisador trabalhe de maneira eficiente. 1.2.2. Economia de Recursos Ambientais Além da redução no impacto ambiental, o Ipiranga F1 Master Performance Verde garante outro benefício igualmente importante: economia de combustível. Através de uma nova tecnologia de modificadores de atrito (friction modifier), que maximiza a economia de combustível e reduz a dependência sobre os combustíveis fósseis, outros ganhos são adicionados como a redução da emissão de CO 2 proveniente da queima do combustível. O atributo de redução no consumo de combustível, comprovado pelo teste Sequência VID, resultou em uma nova classificação credenciada pela American Petroleum Institute, a ILSAC GF-5, que utiliza o selo de Conservação de Recursos ou Resource Conserving como evidência de que o lubrificante está adequado ao mais alto nível de requerimento técnico em lubrificante automotivo, como demonstrado pelo gráfico aranha da figura 4. Figura 4 Especificação de economia de combustível ILSAC GF-5 7

1.3. Desenvolvimento do produto final A sustentabilidade ainda é algo distante do que vivemos, e no mercado de derivados de petróleo esse abismo é ainda maior. A estratégia de comunicação e lançamento do produto pela Ipiranga teve o intuito de diminuir essa distância. Para que o consumidor final tivesse conhecimento do produto e ao mesmo tempo associá-lo a imagem de sustentabilidade, optou-se por trabalhar com um frasco que fosse de fácil identificação e agregasse se mais valor a cadeia de sustentabilidade. Na composição da sua embalagem foi utilizado um novo desenvolvimento de polietileno verde I m green TM, fruto da combinação de inovação, tecnologia e sustentabilidade. Essa nova tecnologia, de propriedade da Braskem, é um polímero produzido através de uma matéria prima renovável (cana-de-açúcar), diferente dos polímeros convencionais que utilizam tradicionalmente o petróleo como fonte primária. A presença em 30% deste novo polímero verde na embalagem do produto não alterou as propriedades, desempenho e versatilidade em comparação a uma embalagem com 100% do plástico original, o que permite que passe dentro da mesma cadeia de reciclagem, figura 5. Figura 5 Cadeia do polímero verde 8

Como forma de agregar mais valor ao lubrificante buscamos selos e chancelas que pudessem contribuir com a imagem de alta tecnologia que queríamos transmitir ao produto. A American Petroleum Institute é uma das organizações mais antigas existentes no mercado de petróleo, onde seus membros são, em grande parte, fabricantes de óleos e fornecedores de aditivos. Junto com outras organizações do mercado de lubrificante, lançou em 1993 um programa de licenciamento e certificação de óleo independente: o EOLCS Engine Oil Licensing and Certification System, o programa mais reconhecido no mercado e que certifica em todo o mundo (está presente em mais de 50 países) óleos lubrificantes que atendam aos requisitos especificados nos diversos testes de desempenho estabelecidos pelos fabricantes de veículos e organizações mundiais como ASTM e SAE. Os símbolos que atestam a qualidade do óleo lubrificante, figura 6, hoje podem ser encontrados em mais de 8.000 produtos por todo o mundo e o Ipiranga F1 Master Performance Verde é um deles. Figura 6 Starburst e Donut API Mas não é só dessa certificação que é feito o nosso lubrificante verde. Com a exclusiva tecnologia Nano ARMOR TM, que cria uma armadura de proteção extra para o motor utilizando os preceitos da nanotecnologia para proporcionar ao lubrificante máxima proteção contra o atrito e o desgaste. Seu conceito está fundamentado na interação dos diversos constituintes da tecnologia Ipiranga com os componentes a serem protegidos, onde, suas pequenas moléculas modificadas atuam sobre as peças metálicas que compõem o motor aderindo à sua superfície formando uma cobertura sem interrupção minimizando assim o desgaste entre as peças. 9

Além da proteção, os aditivos presentes no Nano ARMOR TM também exercem outras funções importantes para o motor: remoção das sujeiras e depósitos formados, neutralização dos ácidos nocivos e quebra dos radicais livres. O balanço entre as diversas tecnologias empregadas no desenvolvimento do Ipiranga F1 Master Performance Verde representa o diferencial de inovação da Ipiranga, permitindo o surgimento de uma nova geração de produto: o lubrificante verde, figuras 7 e 8. Figura 7 Rótulo do produto Ipiranga F1 Master Performance Verde Figura 8 Conceito final do produto 10

Conclusão A consciência ambiental entre os brasileiros nos últimos anos e a aplicação da lei do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Resolução Nº362/CONAMA), que determina que o rerrefino seja a única destinação correta para o óleo lubrificante usado, vem aumentando a cada dia. No ano de 2013 foram comercializados 1,5 bilhão de litros de óleo lubrificante em todo território nacional, volume 10% superior ao comercializado em 2012 (segundo relatório da ANP). Durante o seu uso, parte desse óleo é queimado ou incorporado ao produto final (óleo de processo), restando 1,2 bilhões de litros, onde apenas 38% ou 473 milhões de litros, possuem uma correta política de descarte que minimiza os possíveis danos irreparáveis que esse tipo de produto pode provocar ao meio ambiente. Hoje em dia, não se fabrica um produto sem considerar seu descarte e possíveis formas de reaproveitá-lo. Nesse sentido, a introdução no mercado de um produto que utiliza em grande parte da sua formulação um óleo básico rerrefinado, é umas das melhores formas de minimizar a degradação ambiental causada por esse tipo de resíduo sólido. Ao mesmo tempo, é necessário que o produto seja de qualidade e entregue benefícios, estabelecendo uma comunicação de ambientalmente responsável com o consumidor final. Referências [1] LANDOR ASSOCIATES. Green Brands, Global Insights 2011. Disponível em: http://pt.slideshare.net/wppgreenbrandssurvey. Acesso em 09 de Setembro de 2013. [2] RIBEIRO, Aline. Falta combinar com o consumidor. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/revista/epoca/0,,emi132663-15259,00- FALTA+COMBINAR+COM+O+CONSUMIDOR.html. Acesso em 25 de Setembro de 2013. [3] BARBOSA, Vanessa. Por que o marketing verde não convence. Disponível em: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/por-que-o-marketing-verde-nao-cola. Acesso em 25 de Setembro de 2013. [4] AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API 1509 17 th Edition, Anexo E. Disponível em: http://www.api.org/~/media/files/certification/engine-oil-diesel/publications/anne-rev- 03-25-15.pdf?la=en. Acesso em: 13 de Abril de 2015. [5] BARDASZ, Ewa; SCHIFERL, Elizabeth; NAHUMCK, William; KELLY, Jack; WILLIAMS, Lewis; HUBBARD, Carolyn; THANASIU, Eva; JAGNER, Mark; O NEILL, Ann; UY, Dairene. Low Volatility ZDDP Technology: Part 2 Exhaust Catalysts Performance in Field Applications. SAE Technical Paper Series, USA, Novembro 2007. [6] BRASKEM. PE Verde. Disponível em http://www.braskem.com.br/site.aspx/pe- Verde-Produtos-e-Inovacao. Acesso em 30 de Março de 2015. 11

[7] AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Reaproveitamento do óleo lubrificante usado. Disponível em http://www.anp.gov.br/?pg=74875&m=&t1=&t2=&t3=&t4=&ar=&ps=&1429050158728. Acesso em 01 de Abril de 2015. 12