Alcoa. crescer sustentavelmente com o. América Latina. Relatório de Sustentabilidade 2006/2007



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Transcrição:

Alcoa América Latina Relatório de Sustentabilidade 2006/2007 MINERAÇÃO NA AMAZÔNIA Alcoa assume compromisso com a sustentabilidade regional e estabelece Agenda Positiva em Juruti-PA EXPANSÃO SEGURA Planejamento resulta em 8 milhões de horas trabalhadas sem incidentes com afastamento em São Luís-MA ENERGIA Começam as obras das usinas hidrelétricas de Estreito e Serra do Facão crescer sustentavelmente com o BRASIL Modernização nas fábricas Biodiversidade Combate às mudanças climáticas Diálogos com stakeholders

SUMÁRIO 2006/2007 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE ALCOA AMÉRICA LATINA 6 SUMÁRIO EXECUTIVO Os desafios da sustentabilidade 12 RESUMO INSTITUCIONAL Tempo de realizações 16 ENTREVISTA COM O PRESIDENTE Responsabilidade de líder 22 JURUTI SUSTENTÁVEL Para ser a melhor mineração do mundo 30 EXPANSÃO DA ALUMAR Gigante do alumínio 36 POÇOS DE CALDAS Tecnologia de futuro 40 BIODIVERSIDADE Preservando a Amazônia 46 MUDANÇAS CLIMÁTICAS Do global ao local

ENERGIA 50 Investimento em 56 uma matriz limpa DIÁLOGOS COM STAKEHOLDERS A mais ética para ser a melhor do mundo SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO 62 70 Planejamento é vida PRINCIPAIS INDICADORES SUCESSO ECONÔMICO 72 78 Resultados históricos EXCELÊNCIA AMBIENTAL Eliminar e minimizar impactos RESPONSABILIDADE SOCIAL 84 Compromisso com 88 o bem-estar social PRÊMIOS, RECONHECIMENTOS E CERTIFICAÇÕES Qualidade em todas as áreas METODOLOGIA E ÍNDICE REMISSIVO GRI 92 Relevância, credibilidade 100 e transparência CRÉDITOS

SUMÁRIO EXECUTIVO OS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE Desenvolver os mecanismos para que a Empresa opere e cresça de forma sustentável é o desafio permanente de todos os profissionais que trabalham na Alcoa. Para tornar essa aspiração realidade, é fundamental entender e responder às questões-chave relacionadas às nossas operações, o que só é possível por meio do permanente diálogo com os públicos de interesse. Nos últimos dois anos, a Alcoa se uniu a um grupo de empresas que trabalharam com a metodologia do GLN (Global Leadership Network) para identificar, junto a funcionários, clientes, fornecedores, representantes do governo e ONGs, as questões de sustentabilidade mais relevantes e que, portanto, necessariamente precisam ser englobadas pela estratégia e ação da Companhia. A partir dessa abrangente pesquisa, foram definidos seis temas centrais: acesso e uso eficiente de energia; desenvolvimento local e regional; relações de trabalho; gestão de pessoas; gestão ambiental; e preservação de recursos naturais e da biodiversidade. Neste Sumário Executivo, apresentamos de forma resumida a relevância de cada tema para a nossa sustentabilidade, a evolução recente alcançada e a perspectiva dos passos futuros que ainda devemos percorrer. De forma transparente, pode-se assim ter uma visão panorâmica de como temos enfrentado os desafios que se apresentam para o desenvolvimento sustentável de nossa atividade no Brasil. O detalhamento de todas essas iniciativas é a base do conteúdo de todo o relatório. Vale lembrar que os temas, sua importância e os próximos passos listados na tabela podem evoluir e ser modificados ao longo do tempo em razão de situações de mercado e de estratégias da Alcoa. TEMA IMPORTÂNCIA EVOLUÇÃO PRÓXIMOS PASSOS ACESSO À ENERGIA ELÉTRICA Energia é, ao lado da bauxita, o insumo mais importante para a produção de alumínio. O setor energético brasileiro vive um importante momento de definição, com a possibilidade de um desbalanceamento da oferta e demanda num futuro próximo. Assegurar o suprimento de energia para evitar riscos ao nosso negócio também contribui de forma positiva para a sociedade. Apesar da energia de fonte hidráulica ser considerada limpa, a construção de usinas afeta as dimensões social e ambiental, exigindo a implementação de uma cuidadosa agenda local de desenvolvimento sustentável. Ao mesmo tempo em que o País vive um momento de definição no tocante a energia, faz-se necessária a diminuição do uso dos combustíveis fósseis na matriz energética. Iniciamos, com outros empreendedores, as obras de duas novas usinas hidrelétricas: Estreito (na divisa entre Tocantins e Maranhão) e Serra do Facão (na divisa entre Goiás e Minas Gerais). No consórcio da usina de Estreito, demos andamento a um Acordo Social, com ações dos empreendedores e dos poderes públicos nos três níveis, que promovam o desenvolvimento dos 12 municípios abrangidos pelo empreendimento. Passamos a utilizar, ainda em fase de testes, combustíveis de fontes renováveis, como o biodiesel, na frota de veículos industriais e de alguns fornecedores em algumas das nossas fábricas. Realizamos investimentos em pesquisa e desenvolvimento para novos materiais e processos com menor consumo energético. Contribuir para atingir a meta global de reduzir em 10% o consumo de energia por tonelada de alumínio até 2020, a partir da base de consumo de 2000. Elevar para 70%, até 2011 2012, o nosso índice de auto-geração de energia, atualmente em 40%. Dar continuidade às experiências e parcerias com o intuito de promover desenvolvimento local sustentável. Incorporar mais alternativas de energia renovável à nossa matriz energética no Brasil. 6 Alcoa Relatório de Sustentabilidade 2006/2007

Obras de construção do porto em Juruti-PA

TEMA IMPORTÂNCIA EVOLUÇÃO PRÓXIMOS PASSOS DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL A implantação de projetos e operações tende a gerar expectativas nas comunidades, que precisam ser identificadas e receber respostas, principalmente nos locais com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). No caso específico da implantação do projeto de mineração em Juruti- PA, diversos atores sociais nacionais e globais observam atentamente nossas iniciativas que visam a concretizar o objetivo de promover o melhor projeto de mineração do mundo. Elaboramos um Plano de Desenvolvimento Regional (PDR), em parceria com o Ibens (Instituto Brasileiro de Educação em Negócios Sustentáveis) e com órgãos públicos, entidades empresariais e instituições sociais e comunitárias, em Barra Grande, onde a Alcoa é investidora numa usina hidrelétrica na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Intensificamos o diálogo com os públicos de interesse nas localidades onde atuamos; Priorizamos a contratação de mão-de-obra local nos projetos Juruti (45% de Juruti e 80% do Estado do Pará) e na Expansão da Refinaria de alumina da Alumar (21% das comunidades do entorno e 91% do Estado do Maranhão). Definimos e colocamos em execução a Agenda Positiva em Juruti, como parte do Projeto Juruti Sustentável. Fortalecer a implementação de uma estratégia de engajamento de stakeholders, em todas as localidades onde atuamos no Brasil. Concluir a implantação de projetos bem como as expansões de fábricas previstas, gerando mais oportunidades e maior riqueza para as regiões. Sempre direcionar os investimentos sociais para as maiores necessidades locais, identificando seu impacto na melhoria do IDH ou apoiando o cumprimento dos Objetivos do Milênio e outras iniciativas relevantes identificadas no processo de engajamento. Apoiar à criação de um Fundo de Desenvolvimento Sustentável em Juruti. Colaborar para a educação e formação de talentos brasileiros, apoiando, dentro da possibilidade, instituições acadêmicas. Demos início à modernização da Fábrica de alumínio em Poços de Caldas, com o intuito de possibilitar mais algumas décadas de operação naquela região, aperfeiçoando o desempenho ambiental da Fábrica. Investimos mais de R$ 9,2 milhões no apoio às comunidades no Brasil. Desenvolvemos o programa de priorização e incentivo a fornecedores e compras locais. 8 Alcoa Relatório de Sustentabilidade 2006/2007

TEMA IMPORTÂNCIA EVOLUÇÃO PRÓXIMOS PASSOS GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS O modelo de gestão e desenvolvimento de pessoas deve sempre estar alinhado à estratégia da empresa, buscando liberar o potencial do capital humano. Tal modelo deve atuar para promover de forma consistente melhorias no ambiente de trabalho, na crescente capacitação dos colaboradores e na eficácia da liderança e da organização. O ambiente de trabalho deve fornecer as condições necessárias para viabilizar o alto desempenho dos funcionários da Alcoa. Implantamos o Projeto RHenovação, no qual cada colaborador ganhou maior autonomia e poder de autogestão, com a implementação de um portal (RH.com.Você), de uma central de atendimento (RH Atende) e de quiosques eletrônicos em todas as unidades da Alcoa. Iniciamos novos programas específicos de atração, desenvolvimento e retenção de talentos. Continuamos a conduzir programas de desenvolvimento de lideranças. Continuar a consolidar a implementação do Projeto RHenovação. Continuar a assegurar a inclusão do conceito de Sustentabilidade em todos os treinamentos da Alcoa, principalmente para os cargos de liderança. TEMA IMPORTÂNCIA EVOLUÇÃO PRÓXIMOS PASSOS ESTRATÉGIA DAS RELAÇÕES DE TRABALHO O ambiente de trabalho deve promover a qualidade de vida, a maior inclusão e fomentar ainda mais a prática dos Valores da companhia. Superamos a marca de oito milhões de horas/homem trabalhadas sem incidentes com afastamento na expansão da refinaria da Alumar, em São Luís-MA. Implementar o modelo de Relações Trabalhistas. Continuar os investimentos para controle das condições Lançamos uma nova estratégia de remuneração total, ainda mais competitiva com o mercado. Revisamos nosso pacote de benefícios, adequando-o ainda mais às necessidades dos Alcoanos. Realizamos programas de qualidade de vida, mantemos canais de comunicação específicos (Eu Queria Saber, Fale com o Presidente) e realizamos anualmente pesquisas de clima. Implantamos o Programa de Prevenção do Uso de Álcool e Drogas nos projetos de expansão. Lançamos o site Rede do Bem Alcoa para dar visibilidade às ações de voluntariado de nossos funcionários e propiciar o intercâmbio de informações entre eles. sumário executivo 9

Visão áerea do mangue próximo ao porto da Alumar em São Luís-MA

TEMA IMPORTÂNCIA EVOLUÇÃO PRÓXIMOS PASSOS GESTÃO AMBIENTAL DE RESÍDUOS, EFLUENTES E EMISSÕES Um eficiente e eficaz sistema de gestão ambiental é de fundamental importância para o meio ambiente e, além disso, tem influência na saúde e na segurança de nossos funcionários e das comunidades próximas às nossas operações. A capacidade em gestão de resíduos, efluentes e emissões é um importante componente da nossa licença para operar, tanto nos aspectos jurídicos como sociais. Reduzimos o consumo de água em nossas operações em 7% em relação a 2005. Identificamos oportunidades para implantação de projetos de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs). Reduzimos o volume total de efluentes pelo Projeto Descarga Zero. Aumentamos a vida útil dos revestimentos refratários a partir de pesquisa em parceria com a Universidade Federal de São Carlos. Firmamos parcerias nacionais e internacionais pelo fortalecimento de políticas e planos de redução e controle de emissões de GEEs. Manter os atuais níveis de resíduos e emissões, mesmo considerando a expansão da produção de maneira competitiva. Obter maior aproveitamento em outras indústrias dos resíduos gerados em nossas operações. Contribuir para atingir objetivos globais estabelecidos nas Metas Estratégicas da companhia para 2020. Implantação da modernização da Fábrica de alumínio em Poços de Caldas-MG. Obter créditos de carbono por projetos de redução de emissões. Chegar à descarga zero de efluentes. TEMA IMPORTÂNCIA EVOLUÇÃO PRÓXIMOS PASSOS PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS E BIODIVERSIDADE A economia mundial depende de uma base de recursos naturais que vem dando sinais de degradação. As empresas que reduzem o impacto ambiental de suas operações, produtos e serviços contribuem para o capital natural e não só melhoram suas condições de operação como também geram valor para as comunidades vizinhas. A proteção da licença para operar em longo prazo nas regiões em que nos instalamos depende de uma estratégia empresarial que preserve e renove habitats naturais e recursos ambientais críticos. A atividade de mineração consiste no uso apenas temporário da terra, mas causa impacto nos recursos naturais e na biodiversidade. A implantação de projetos de energia hidrelétrica também gera impactos. Contamos com mais de 1.800 hectares de área de Parques Ambientais mantidos de forma voluntária pela Alcoa, onde são recebidos anualmente milhares de visitantes e realizadas ações de educação ambiental. Adquirimos área para a criação de um Parque Ambiental em Tubarão-SC. Estabelecemos convênio com a Conservação Internacional-Brasil para apoiar o PARNA Parque Nacional da Amazônia. Aplicamos verbas de compensação da expansão da refinaria da Alumar no Parque do Itapiracó e na Reserva Ecológica do Rangedor, em São Luis-MA. Apoiamos o CEPEMA (Centro de Pesquisas de Meio Ambiente) da Universidade de São Paulo, em Cubatão-SP. Estimular a agilidade e a eficiência na utilização das verbas de compensação por parte dos organismos governamentais. Continuar a implementar estratégia de avaliação, redução e compensação dos impactos na biodiversidade advindos de nossas operações. Dar continuidade ao apoio ao Programa de Conservação, realizado na Amazônia em parceria com a Conservação Internacional-Brasil. sumário executivo 11

RESUMO INSTITUCIONAL TEMPO DE REALIZAÇÕES Porto da Alumar: Alcoa investe para crescer O ano de 2006 ficou marcado na história da Alcoa. Se, em 2005, o aporte recorde de recursos (R$ 3,9 bilhões) anunciado pela Alcoa Inc. para a subsidiária brasileira (Alcoa Alumínio S.A.) possibilitou o início de novas operações e de projetos de expansão importantes, em 2006 a continuidade e o aprofundamento desses projetos trouxeram à Alcoa Alumínio S.A. desafios tão grandes quanto as realizações que eles propiciaram. A implementação da mina de bauxita em Juruti-PA, que compreende a construção de três instalações (unidade de mineração, ferrovia e porto), avançou não apenas no cronograma de obras, mas especialmente no compromisso com o desenvolvimento sustentável local, ao estabelecer uma agenda positiva para a região. Por sua vez, a Expansão da Fábrica de Redução na Alumar, em São Luís- MA, registrou mais de 8 milhões de horas/homem trabalhadas sem incidentes com afastamento. Resultado de um minucioso e extenso trabalho de treinamento e prevenção, tal desempenho ganha ainda mais relevância em se tratando do maior projeto de expansão já realizado pela indústria do alumínio em todo o mundo. Em Poços de Caldas-MG, onde se localiza a primeira Unidade da Alcoa no País operando há 42 anos, o processo de modernização realizado preparou a Fábrica para operar ao menos outros 40 anos. Com investimento de R$ 64 milhões, a expansão da Unidade de Itapissuma- PE possibilitará, até o fim de 2007, um aumento de até 30% na produção de laminados. Para suportar a elevação da capacidade produtiva, a Empresa também investe 12 Alcoa Relatório de Sustentabilidade 2006/2007

em geração de energia. Nos primeiros meses de 2007, iniciaram-se as obras das usinas hidrelétricas de Estreito (divisa dos estados de Tocantins e Maranhão) e Serra do Facão (entre Goiás e Minas Gerais), ambas geridas por consórcios nos quais a Alcoa possui participação. Quando operantes, elas elevarão para 70% o índice de autosuficiência energética da companhia. Consciente de que esses projetos têm a capacidade de criar valor não apenas para a Empresa, mas para todos os seus stakeholders (partes interessadas), a Alcoa vem desenvolvendo ferramentas e ações para que essa intenção se torne realidade, à medida que as obras avançam. Vislumbra-se, pela frente, o desafio de prosseguir a execução dos projetos, mantendo-os dentro do orçamento e do prazo, sem abrir mão da qualidade, da segurança e de seu objetivo maior: melhorar a qualidade de vida de acionistas, consumidores, clientes, colaboradores, fornecedores, comunidades e toda a sociedade Liderança mundial Fundada em 1888, a Alcoa Inc. é uma das maiores produtoras mundiais de alumina, alumínio primário e produtos de alumínio. Sociedade anônima de capital aberto, atua em 44 países, com 122 mil funcionários. Todos os dias, a companhia: minera 86.300 toneladas de bauxita e 27.300 toneladas de carvão; refina 41.000 toneladas de alumina, das quais 55% são vendidas e 45% constituem matéria-prima para a fundição de 9.575 toneladas de alumínio; recicla 2.300 toneladas de alumínio; fabrica 8.810 toneladas de produtos de alumínio; produz 166 milhões de tampas para embalagens de bebidas e de alimentos; monta sistemas de distribuição elétrica para 20.400 veículos; gera 96.000 MWh de energia elétrica; compra US$ 27 milhões em bens e serviços. Além da liderança nos âmbitos financeiro e produtivo, a Empresa exerce protagonismo no aspecto socioambiental. Há seis anos no Índice Dow Jones de Sustentabilidade, a Alcoa Inc. foi considerada, pela terceira vez consecutiva, em 2007, uma das empresas com maior compromisso com a sustentabilidade em todo o mundo, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). No ranking elaborado pela Governance Metrics International consultoria global independente que avalia as práticas de governança corporativa, recebeu nota 10 (máxima) em comportamento empresarial. Também em 2007, a Alcoa Inc. participou da fundação da Parceria Americana pela Ação Climática (United States Climate Action Partnership USCAP), que reúne dez importantes companhias norte-americanas e ONGs ambientais. Por meio da iniciativa, elas trabalham em conjunto por uma redução significativa das emissões de gases causadores do efeito estufa. Na América Latina, a companhia possui 12 operações, localizadas na Argentina, no Chile, na Colômbia, no Peru, na Venezuela e no Brasil, com cerca de 6.500 colaboradores. A subsidiária brasileira (Alcoa Alumínio S.A.) mantém atividades em seis Estados (Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo). Com exceção da AFL do Brasil (participação de 50%), em Itajubá-MG, e da Alumar (participação de 35,1% na Refinaria e de 60% na Redução), todas as unidades são integralmente próprias. A Alcoa participa, também, dos consórcios que administram as hidrelétricas de Barra Grande e Machadinho, ambas na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, e dos consórcios que investem na construção das usinas de Estreito e de Serra do Facão. Produtos e mercados Os negócios globais da companhia incluem projetos, engenharia, produtos primários, laminados e extrudados, embalagens e produtos de consumo, atendendo aos mercados aeroespacial, automobilístico, industrial, de construção civil e de transporte comercial. A Alcoa também produz e comercializa marcas de produtos globais de consumo, como a Reynolds Wrap, as rodas Alcoa e as embalagens domésticas Baco. Atua, ainda, nos ramos de tampas, sistemas de fixação, fundição de precisão e sistemas de distribuição elétrica para carros e caminhões. Confira a relação dos negócios da Alcoa http://www.alcoa.com.br/juruti Por meio de seus produtos, a Alcoa busca atender às demandas da sociedade para a vida moderna. Aproximadamente 70% de todo o alumínio já produzido no mundo ainda se encontra em uso são 480 milhões de toneladas métricas (529 milhões de toneladas), de um total de 690 milhões de toneladas métricas (761 milhões de toneladas) fabricadas desde 1886. resumo institucional 13

Estrutura Acionária Alcoa Inc. 60% Alcoa World 40% Alumina (AWA) Alumina Limited Exterior 100% 40% Brasil ALCOA ALUMÍNIO S.A. 60% ABALCO 70% AWA BRA 75% 25% Machadinho 32% Juruti Barra Grande 42% ALUMAR Etau 42% 9% MRN Estreito 25% 50% AFL Pai Querê Serra do Facão Santa Isabel 35% 35% 20% Abalco Detalhe Alumar 18,9% 60% 35,1% Refinaria Alumar Alcoa Alumínio Redução Alumar Notas: Demais operações no Brasil (Extrudados, Laminados, Tampas): 100% Alcoa Alumínio. Os percentuais de participações foram arredondados. Cadeia Integrada de Valor (Operações atuais) PRINCIPAIS INSUMOS MATÉRIAS-PRIMAS ALUMÍNIO TRANSFORMADOS OUTROS PRODUTOS IMPORTADOS Bauxita (Poços, MRN) Alumina (Poços, São Luís) Alumínio Metálico (Poços, São Luís) Laminados (Itapissuma) Tampas (Alphaville, Itapissuma, Buenos Aires, Santiago, Bogotá, Lima) Placas e Chapas Especiais Energia Elétrica (Barra Grande, Machadinho) Produtos Químicos (Poços) Alumínio em Pó (Poços) Extrudados (Itapissuma, Utinga, Tubarão) Sistemas de Distribuição Elétrica (Itajubá) Rodas Forjadas Alumínio Líquido (Poços) Aluminas (Poçøs) Sistemas de Fixação ENERGIA (capacidade instalada) Machadinho 1.140 MW Barra Grande 708 MW Contrato Eletronorte 2004 / 2024 Participação Alcoa 32% Participação Alcoa 42% 14 Alcoa Relatório de Sustentabilidade 2006/2007

VISÃO A Alcoa almeja ser a melhor Empresa do mundo e para isso vivencia os seus valores. Biblioteca em Juruti VALORES Integridade O alicerce da Alcoa é a nossa integridade. Somos francos, honestos e confiáveis no relacionamento com nossos clientes, fornecedores, colegas de trabalho, acionistas e com as comunidades onde atuamos. Mudas para reflorestamento em Juruti Saúde, Segurança e Meio Ambiente Trabalhamos com segurança, de modo a proteger e promover a saúde e o bem-estar das pessoas e do meio ambiente. Clientes Contribuímos para o sucesso de nossos clientes mediante a criação de valor excepcional, por meio de soluções inovadoras em produtos e serviços. Empilhadeira a biodiesel em São Luís Excelência Buscamos incessantemente a excelência em tudo o que fazemos, todos os dias. Pessoas Trabalhamos em um ambiente que promove a inclusão e acolhe mudanças, novas idéias, respeito pelo indivíduo e igual oportunidade de sucesso para todos. Lucratividade Geramos retornos financeiros substanciais, que permitem crescimento rentável e resultam em significativo valor agregado para os acionistas. Arara em área protegida na Amazônia Responsabilidade Somos responsáveis (individualmente e em equipes) por nosso comportamento, bem como por nossas ações e resultados. Vivenciamos nossos Valores e mensuramos nosso sucesso pelo sucesso de nossos clientes, acionistas, comunidades e pessoas. Na internet: Confira nosso Código de Conduta Empresarial em www.alcoa.com/brazil/pt/alcoa_brazil/vision_and_values.asp Expansão da refinaria da Alumar resumo institucional 15

Franklin L. Feder lidera a Alcoa América Latina há três anos

ENTREVISTA COM O PRESIDENTE RESPONSABILIDADE DE LÍDER A Alcoa América Latina trabalha para estender a sua influência de líder de mercado aos campos da ética e das práticas socioambientais Não é exagero afirmar que a indústria brasileira do alumínio poucas vezes testemunhou investimentos como os que a Alcoa vem direcionando ao País, da ordem de R$ 3,9 bilhões. Líder mundial em seu setor, a companhia está realizando projetos de expansão e modernização de unidades produtivas, estabelecendo uma nova unidade de mineração e participando de consórcios para construir e operar novas usinas hidrelétricas. Mais que isso, a Alcoa vem trabalhando fortemente para criar novos canais de diálogo com as diversas comunidades onde seus projetos estão inseridos e aprofundar os canais já existentes. Queremos ser líderes não apenas em produção, mas também em ética e em responsabilidade socioambiental, afirma Franklin L. Feder, Presidente da Alcoa América Latina. Nascido nos Estados Unidos e radicado há mais de 50 anos no Brasil, Feder lidera a companhia desde 2004, pautado pelo tripé da sustentabilidade: responsabilidade social, excelência ambiental e sucesso econômico. Nesta entrevista, ele aborda, entre outros temas, a confiança em obter a licença social para a execução dos projetos e o pioneirismo da Alcoa em ações ambientais, especialmente na luta contra o aquecimento global. Em 2005, a Alcoa Alumínio S.A. iniciou diversos projetos de crescimento, modernização e construção de unidades. Quais os resultados obtidos até agora? Os trabalhos vêm sendo realizados conforme o planejamento geral, sejam de extração de bauxita, sejam de geração de energia, sejam de expansão da capacidade produtiva. Hoje, temos cerca de 30% da execução concluída. Alguns estão apenas começando, como nossa participação na hidrelétrica de Estreito, e outros se encontram mais avançados, como a modernização em Poços de Caldas e a expansão da Alumar. De maneira geral, apesar dos grandes desafios, todos prosseguem normalmente. Desde o início do trabalho em Juruti (Oeste do Pará), onde será instalada uma unidade de mineração sustentável, a Alcoa dialoga com as partes interessadas, buscando entender suas necessidades. A companhia já obteve a chamada licença social para operar? Eu não tenho dúvida alguma. Tenho visitado Juruti, em média, a cada 15 dias e estou certo de que a grande maioria da sociedade local continua apoiando fortemente o projeto. É fato que, nos últimos 12 meses, nosso trabalho em Juruti ganhou corpo. Com isso, ele se torna visível para a sociedade, tanto da cidade quanto do Estado do Pará, e as demandas dos diversos segmentos crescem. A Alcoa, necessariamente, tem de responder a essas demandas. É verdade que nem sempre concordando com elas, mas mantendo o diálogo com todos esses segmentos. O projeto de expansão da refinaria da Alumar (São Luís-MA), atualmente em andamento, é o maior do gênero já realizado em todo o mundo. Que caminhos a Alcoa escolheu para implementá-lo? Pelas suas próprias características, o projeto é um enorme desafio. Para superá-lo, trouxemos todos os recursos do Sistema Alcoa Global (controle de qualidade e de produtividade que busca alavancar o potencial competitivo e a presença da Alcoa em todo o mundo), bem como os recursos externos para a concretização dos trabalhos. De forma geral, entrevista com o presidente 17

É fato que, nos últimos 12 meses, nosso trabalho em Juruti ganhou corpo. Com isso, ele se torna visível para a sociedade, tanto da cidade quanto do Estado do Pará, e as demandas dos diversos segmentos crescem o projeto está seguindo conforme o cronograma. Apesar do grande porte, já se registraram, nesse projeto de expansão, 8 milhões de horas/ homem trabalhadas sem incidentes com afastamento. A que você credita esse feito? À história da Alcoa mundial e, particularmente, à história da Alcoa aqui no Brasil, com a tradição de buscar a perfeição em termos de segurança. É um trabalho magnífico de todas as pessoas engajadas no projeto. O planejamento foi muito intenso, e incorporamos ao projeto o que havia de melhor em tecnologia de prevenção de acidentes. Estive lá, recentemente, e a Alumar era um canteiro de obras. Desses 8 milhões de horas, 7 milhões são efetivamente de construção, o que torna o índice atingido ainda mais fantástico. Esse sucesso é claramente resultado da combinação de planejamento, engajamento e tecnologia. A Fábrica de Poços de Caldas-MG, por sua vez, passa por um processo de modernização. Quais os impactos para a sociedade? A modernização em Poços de Caldas, após 40 anos de instalação da Fábrica, foi uma imensa injeção de ânimo, não só para os mil alcoanos que lá trabalham, mas para toda a comunidade de Poços, pois garante ao menos mais 40 anos de sobrevida da instalação. Eu lembro que um dos momentos mais emocionantes da minha carreira, dentro e fora da Alcoa, ocorreu em Setembro de 2005, durante um Painel Comunitário em Poços de Caldas. Recebemos a notícia de que o Conselho de Administração da Alcoa, reunido em Paris, havia aprovado o investimento na modernização da Fábrica. O Alain Belda (CEO da Alcoa Inc.) me ligou pela manhã, e comuniquei a todos logo na seqüência. A reação deles me emocionou. Há alguma modificação relevante no aspecto ambiental? Esse investimento possibilita o aumento do volume de produção e, fundamentalmente, em termos de meio ambiente, permite que Poços opere em condições de emissões e de saúde semelhantes às das melhores fábricas da Alcoa em qualquer lugar do mundo, o que beneficia funcionários e comunidade. Num momento em que os projetos de novas usinas hidrelétricas encontram grandes dificuldades para sair do papel, a Alcoa investe fortemente na geração própria de energia elétrica, com o objetivo de alcançar 70% de auto-suficiência. Como a companhia pretende viabilizar seus projetos? Há algum tempo, a Alcoa manifesta publicamente a preocupação com a falta de investimento na área de geração de energia elétrica. Felizmente, o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o Governo Federal e vários governos estaduais, hoje, admitem o risco de um blecaute energético caso não haja investimento. Nesse quadro, o que diferencia a posição da Alcoa, dada a nossa experiência na implantação de outros dois projetos (Machadinho e Barra Grande, ambas na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul), é o fato de estarmos sensíveis às implicações socioambientais. Acreditamos que não devemos partir para um projeto de geração de energia simplesmente porque temos a licença de instalação queremos que as comunidades estejam satisfeitas com a nossa presença. Trabalhamos com nossos parceiros, em Estreito e em Serra do Facão (divisa entre Minas Gerais e Goiás), e já estamos atuando nesse sentido, em Pai-Querê (divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina), ainda antes de obter a licença de instalação. Esse planejamento apropriado nos dá a certeza de que tais projetos serão levados adiante com sucesso. Em Estreito, especialmente, certas tribos indígenas resistem à construção da usina. No relatório do ano passado, você afirmou que a postura da Alcoa era não iniciar as obras sem a segurança de que as demandas indígenas seriam atendidas pelo Governo. Algo mudou em relação a esse projeto? Houve progresso com relação às questões indígenas. Realizamos, a pedido da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), um estudo dos impactos que serão gerados pela atividade que está sendo desenvolvida no local, e foi constatado que nenhum impacto 18 Alcoa Relatório de Sustentabilidade 2006/2007

direto recairá sobre as propriedades indígenas, o que esclareceu essa questão. Além disso, o CESTE (Consórcio Estreito Energia) está disposto a construir alternativas para auxiliar na resolução dos problemas enfrentados por essas comunidades, promovendo reuniões com a FUNAI e lideranças indígenas e gerando soluções em diversas áreas, dentro dos limites do possível e do razoável. Para Feder, a liderança da Alcoa também deve ser medida pelas ações de responsabilidade social O aquecimento global constitui, hoje, a maior ameaça existente ao meio ambiente e à humanidade. Que papel a Alcoa e o próprio alumínio podem cumprir em relação a esse fenômeno? Há cerca de uma década a Alcoa vem se preocupando com a questão do aquecimento global, numa época em que nem sequer havia o debate público nas atuais proporções. No começo dos anos 90, a companhia estabeleceu metas de redução, e nós buscamos atingi-las ou superá-las. Entre 1990 e 2006, reduzimos em 26,5% a nossa emissão mundial de CO 2 equivalente. Recentemente, a Alcoa e empresas parceiras assumiram a liderança na tarefa de convencer os governos e a sociedade de que medidas importantes são necessárias (a Alcoa é uma das fundadoras do USCAP, movimento constituído por empresas e organizações nãogovernamentais que pede urgência na criação de legislação contra a emissão de gases causadores do efeito estufa). Internamente, a companhia continua investindo em tecnologia, com o objetivo de modificar de forma estrutural a produção de alumínio. É de conhecimento público o potencial da tecnologia que chamamos de anodo inerte, que, se bem-sucedida comercialmente, pode revolucionar o processo produtivo. Além disso, no dia-a-dia, a observação de métodos de produção seguros contribui para a redução das emissões. A modernização da Unidade de Poços de Caldas é um exemplo disso. Quais os principais objetivos da Alcoa para os próximos anos? Continuar a perseguir seu caminho de liderança. Essa liderança não se mede simplesmente pelos 3,6 milhões de toneladas anuais de alumínio primário que produzimos, mas também em termos de responsabilidade socioambiental. Nosso olhar é para a frente, para o futuro. Essa é a tradição que recebemos dos alcoanos há 20, 30 anos, e é nossa responsabilidade passar a mensagem dessa herança àqueles que nos seguirão, para que essa tradição mundial de 120 anos possa perdurar ao menos por mais 120 anos. entrevista com o presidente 19

Obra da rodovia que ligará a mina de bauxita ao porto em Juruti-PA ROTA DE CRESCIMENTO 20 Alcoa Relatório de Sustentabilidade 2006/2007

Durante o ano de 2006, a Alcoa deu continuidade a um grande processo de expansão, que inclui diversas unidades, iniciado a partir de um aporte recorde de recursos da Alcoa Inc. no Brasil, divulgado em 2005. Nesta primeira parte do Relatório de Sustentabilidade 2006/2007, a companhia apresenta os resultados dos projetos e, sobretudo, a filosofia, os métodos e as pessoas que impulsionam esse novo ciclo de crescimento da Alcoa. As reportagens a seguir referem-se às ações realizadas entre Agosto de 2006 e Julho de 2007. As informações, imagens e opiniões foram colhidas em entrevistas com nossos colaboradores e com representantes dos diferentes stakeholders da Alcoa. rota de crescimento 21

JURUTI SUSTENTÁVEL Em parceria com a sociedade de Juruti, a Alcoa quer realizar o melhor projeto de mineração sustentável do mundo Para ser a melhor mineração do mundo Preservação ambiental, diálogo com a comunidade e desenvolvimento socioeconômico regional são as premissas da atuação da Alcoa em Juruti 22 Alcoa Relatório de Sustentabilidade 2006/2007

Médice Farias mora com a esposa e a filha no centro de Juruti, município localizado a 848 km de Belém, no oeste do Pará. Em 2006, além de montar um mercado principal fonte de renda da família, ele comprou um terreno de 1.000 m² e construiu uma bela casa, ampla e bem-acabada. Não que a vida fosse ruim, poucos meses antes, quando os Farias moravam numa casa de madeira, na comunidade Terra Preta, a 2 quilômetros da cidade. Mas Médice acha que tudo melhorou: A vida era bem tranqüila, na Terra Preta. Lá, a gente plantava e pescava. Mas não posso me queixar da vida que levamos agora. As vendas do meu mercadinho andam boas, e estou trabalhando para dar o melhor para a minha família, diz o comerciante. Os Farias estão entre as cerca de 30 famílias remanejadas da área onde acontecem as obras do porto da Alcoa, parte da infra-estrutura necessária para a mina de bauxita, mineral de onde se extrai a alumina, matéria-prima básica para a produção de alumínio. Assim como eles fizeram, tornou-se ponto pacífico, entre os antigos moradores da Terra Preta, investir os recursos da indenização paga pela Alcoa em moradias e na melhoria da qualidade de vida. Realizado entre os meses de Agosto de 2005 e de 2006, o remanejamento adequado dessas pessoas expressa o compromisso social assumido pela companhia, que abrange um semnúmero de ações. Hoje, a cidade vive um processo intenso de transformação, propiciado pelo início efetivo das obras juruti sustentável 23

Resgate de espécies Um exemplo de como a Alcoa atua em Juruti consiste no resgate de fauna e flora, realizado durante os trabalhos de implementação da mina de bauxita. A equipe de Meio Ambiente da Alcoa já salvou espécies como preguiça real, porco-espinho, angelim rajado e pau-rosa. A ação ocorre no momento da supressão vegetal. Todos os trabalhadores atuam com respeito em relação à natureza. Além de biólogos, engenheiros ambientais, técnicos e outros profissionais especializados, moradores da região auxiliam no salvamento dos animais e plantas, pois conhecem bem a biodiversidade da região. Antes do salvamento, todos são treinados para lidar com os animais, principalmente com répteis, anfíbios e mamíferos espécies mais vulneráveis. Temos obtido sucesso significativo, pois encontramos algumas espécies que constam na lista vermelha de extinção, como a preguiça real, o porco-espinho e o tamanduá bandeira, animais raros de achar, avalia o superintendente de Meio Ambiente da Alcoa em Juruti, Charles Ferreira. Quando a equipe de supressão vegetal avista algum animal na área de trabalho, aciona-se um alerta, as ações de desmate são totalmente interrompidas, e a equipe de salvamento de fauna entra em ação. Em nenhum momento, a equipe de salvamento atua simultaneamente à equipe de supressão vegetal. Alguns animais costumam ficar na copa das árvores, a exemplo de primatas e porcos-espinhos. Esse é um momento delicado e importante, explica Charles. da mina, que envolvem mais de 2 mil colaboradores, em sua maioria habitantes de Juruti. As mudanças, contudo, não acontecem desenfreadamente. Elas obedecem a um intenso e meticuloso processo de diálogo com representantes da comunidade, da região e do Estado. O objetivo desse trabalho é ambicioso: fazer de Juruti o melhor projeto sustentável de mineração do mundo. Queremos que se torne uma referência global, afirma Nemércio Nogueira, Diretor de Assuntos Institucionais da companhia. O desafio do desenvolvimento Localizada no extremo oeste do Pará, na divisa com o Amazonas, Juruti abriga 37 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, dados de 2006). A geração de renda local baseia-se na produção e na comercialização de farinha de mandioca, visando à subsistência das comunidades locais. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região é de 0,630, abaixo da média nacional (0,792) e equivalente ao de países como Gabão e Namíbia (ambos na África). Idealizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o IDH avalia fatores sociais como riqueza, alfabetização, educação, expectativa de vida e natalidade, entre outros. Sua escala varia entre 0 e 1 este, o valor máximo. Na tentativa de explicar as condições do município, os habitantes contam uma história que corre nas cercanias. Em tempos antigos, guardados apenas na memória, certo padre João Braz professara a fé em Juruti. Autoritário demais, ele fora removido pela Igreja, a pedido dos fiéis, mas não sem antes limpar as sandálias de qualquer vestígio da região. Isso teria determinado um destino avesso às glórias para a cidade. Mas as coisas começam a mudar. Juruti não mais depende exclusivamente da farinha de mandioca. Até Maio de 2007, a fase de implantação da mina de extração de bauxita rendeu às empresas fornecedoras do Pará R$ 145,3 milhões. Desse montante, cerca de R$ 17 milhões foram encomendados especificamente a firmas estabelecidas no município de Juruti, e R$ 40 milhões tiveram como destino outros fornecedores da região oeste do Estado. Apenas em 2006, a Prefeitura de Juruti arrecadou quase R$ 1,5 milhão em Imposto Sobre Serviços (ISS) incidente sobre as operações da Alcoa. O espírito empreendedor dos comerciantes do município acompanhou a economia local. Segundo Otávio Barbosa, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Juruti, o comércio cresceu muito, nos últimos meses. Os setores de hotelaria e de restaurantes foram os mais favorecidos. 24 Alcoa Relatório de Sustentabilidade 2006/2007

Dois momentos de um mesmo cenário: rua e comércios que ilustraram a capa do Relatório 2005/2006 (acima) apresentam nova face com o avanço das obras da mina em Juruti

Escola flutuante Enquanto avançavam os preparativos para a instalação da mina de bauxita em Juruti, a Alcoa investia na qualificação dos moradores da região. A novidade, nesse caso, estava nas instalações usadas pelo parceiro SENAI Amazonas para ministrar os cursos de capacitação: o navio-escola Samaúma, que há mais de duas décadas navega pelos rios da região levando conhecimento às populações ribeirinhas. Alunos acompanham aula de capacitação em marcenaria ministrada pelo SENAI A Alcoa teve atuação decisiva na chegada da embarcação a Juruti, fornecendo todo o material de suporte usado nas aulas, com investimento de cerca de R$ 76 mil. No período em que esteve no município entre 8 de Maio e 8 de Junho de 2006, 18 cursos beneficiaram 528 jovens e adultos em diversos segmentos, entre os quais informática básica, marcenaria, qualidade no atendimento ao cliente, além de cursos de mecânica de motores e de eletricista. Nunca vi a cidade tão cheia de boas expectativas. O apoio da Alcoa em trazer os cursos do SENAI para o município é uma prova de que se trata de uma Empresa séria, já que sabemos que a cidade é carente de mão-de-obra e somente a qualificação pode dar chances de participar dos benefícios do empreendimento, empolga-se Tarcísio Costa Pará, jurutiense que participa da capacitação. Incentivo à mão-de-obra local 44,68% 35,33% Moradores de Juruti: 1.256 Originários de outras regiões do Pará: 993 Originários de outras regiões do país: 562 19,99% Total: 2.811 funcionários Data base: 28 de Maio de 2007 Saiba mais sobre o Projeto Juruti: http://www.alcoa.com.br/juruti Agenda positiva Educação, saúde, segurança, infraestrutura, assistência social, cultura e meio ambiente. Para realizar melhorias nessas áreas do município, Alcoa, comunidades, governos, empresas, ONGs e instituições parceiras uniram forças e instituíram a Agenda Positiva. O documento reúne compromissos voluntários assumidos pela Alcoa, em parceria com a Prefeitura de Juruti, instituições parceiras e a comunidade, abrangendo ações orçadas em R$ 50 milhões. Para debater esses assuntos e construir uma proposta conjunta para o desenvolvimento regional, a companhia mantém diálogo aberto e transparente com a sociedade local, o que inclui lideranças governamentais e as comunidades. Em parceria com as autoridades competentes, encontrase em desenvolvimento um modelo de gestão pública para setores estratégicos da economia local, inclusive as empresas de mineração. A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, reuniu-se com lideranças alcoanas e mostrou entusiasmo: Não se trata de uma relação 26 Alcoa Relatório de Sustentabilidade 2006/2007

de bravata, mas de uma relação em que as mineradoras e o povo podem mudar o paradigma do modelo de desenvolvimento do Estado. Por sua vez, o prefeito da cidade, Manoel Henrique Gomes Costa, apresentou um diagnóstico do município e propôs a ampliação dos benefícios da Agenda Positiva. Ele esclarece que assume as responsabilidades da Prefeitura, mas vê na Alcoa uma parceira para mitigar problemas históricos da cidade: Não queremos transferir à Empresa as responsabilidades do Poder Municipal. Mas gostaríamos de apresentar à Alcoa todas as deficiências que a Prefeitura encontra para desenvolver seus trabalhos, algumas acentuadas pela chegada de pessoas atraídas pelas oportunidades que a instalação do projeto oferece, e sensibilizá-la sobre a necessidade de parceria para mais investimentos cruciais à cidade. Em Março de 2007, durante uma reunião de trabalho com a Prefeitura Municipal, definiram-se seis ações prioritárias da Agenda Positiva, nas áreas de educação, saúde e infra-estrutura. Elas requerem ações imediatas para assegurar melhorias na qualidade de vida da população jurutiense. Não somente as ações emergenciais, mas todas as obras constantes na Agenda Positiva são de grande importância social, e algumas vêm resolver problemas históricos do município, afirma Tiniti Matsumoto Jr., Gerente Geral de Desenvolvimento da Alcoa Mina de Juruti. Na internet: Confira, na íntegra, a Agenda Positiva de Juruti: www.alcoa.com.br/juruti Reforma do alojamento da Polícia Militar, que faz parte da Agenda Positiva da Alcoa em Juruti O caminho da parceria Certo dia, no final de Janeiro de 2007, movido pela desconfiança e pela curiosidade, Efigênio Almeida, 68, acordou cedo. Morador de Traíra, comunidade rural distante 70 km de Juruti, ele aguardava a chegada de um ônibus, cedido pela Alcoa, que o levaria até o centro da cidade. Tomei banho cedo e vesti minha melhor roupa, como se estivesse indo para a igreja, disse Efigênio. Ele estava entre os 3.500 moradores de Juruti que passaram pelo Salão Paroquial Dom Bosco, entre 26 e 28 de Janeiro, durante o Juruti Sustentável. Realizado em parceria com a Prefeitura Municipal, o evento tinha o objetivo de divulgar as ações da Agenda Positiva e dos Planos de Controle Ambiental (PCAs), compromissos assumidos pela Alcoa para o desenvolvimento socioambiental da cidade. As conversas entre alcoanos e jurutienses começaram em 2005, quando se realizaram 70 reuniões com representantes de mais de 100 comunidades do município, além de vários setores da sociedade civil, ONGs, acadêmicos, poderes Legislativo e Executivo. Essas reuniões precederam três audiências públicas, nas cidades de Juruti-PA, Santarém-PA e Belém- PA, que contaram com a presença de aproximadamente 8 mil pessoas. Por solicitação do Ministério Público Estadual do Pará, realizaram-se novas audiências, em Maio de 2007. A companhia atendeu à solicitação imediatamente, por considerar tais debates de extrema importância. Baseada nesse processo de diálogo e nos compromissos assumidos por meio da Agenda Positiva e dos PCAs, a Alcoa lançou, em Juruti-PA, o embrião de um crescimento que se quer sustentável. Ainda assim, a postura ética reconhecida juruti sustentável 27

A força da pajiroba Em Juruti, não há puxirum sem pajiroba. Essa é apenas uma das tradições das comunidades rurais com as quais a Alcoa se familiarizou a partir do início dos trabalhos para a instalação da mina de bauxita na região. O Instituto Alcoa e parceiros realizaram um estudo da agricultura local, com o objetivo de fortalecer fontes de geração de renda que não dependam da presença da Companhia no local. O estudo descobriu que um puxirum (termo local para mutirão) da roça é sempre acompanhado por uma bebida feita com a raiz da mandioca, conhecida por pajiroba termo escolhido para batizar o projeto de geração de renda que atingiu, até o início de 2007, cerca de 450 famílias de 21 comunidades. Jurutienses plantam feijão incentivados e coordenados pelo Projeto Pajiroba O Projeto Pajiroba, reconhecido como ação de destaque na categoria Comunidades do Guia de Boa Cidadania Corporativa 2006, da revista Exame, tem como missão contribuir para a melhoria da qualidade de vida de comunidades do município de Juruti-PA e seu entorno, por meio de um processo de desenvolvimento comunitário que valoriza a produção agrícola e artesanal, bem como a cultura local e o uso de novas técnicas, em harmonia com o meio ambiente. Os trabalhos começaram com a identificação das potencialidades, necessidades e expectativas dos moradores de Juruti. Ao se conhecer a realidade das comunidades, optou-se por investir na cadeia produtiva da mandioca, pois a maioria dos agricultores do município vive desse cultivo. Dessa forma, as ações buscam a melhoria da qualidade da farinha e o aproveitamento completo da planta, com a produção de derivados, além de buscar alternativas para a comercialização da produção. A partir de um aporte inicial de US$ 75 mil, doados pela Alcoa Foundation, foram ministrados cursos de capacitação para cerca de 60 líderes comunitários, que incluíram técnicas agrícolas, gestão de produção, assessoria prática, acompanhamento, monitoramento e avaliação de produtos. Para isso contamos com parcerias com a Prefeitura Municipal, com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e o Centro de Estudos de Técnicas Rurais, diz Renata Camargo Nascimento, presidente do Conselho do Instituto Alcoa. Iniciado em 2006 e com custos de implantação de cerca de US$ 1,2 milhão, o Projeto Pajiroba terá duração de três anos. Além da Alcoa Foundation e do Instituto Alcoa, há uma série de parceiros envolvidos no seu desenvolvimento, entre eles o ICE (Instituto de Cidadania Empresarial), a Rede Américas (Rede Interamericana de Fundações e Ações Empresariais para o Desenvolvimento de Base) e o Grupo Camargo Corrêa. globalmente não evita que a chegada de uma multinacional da mineração numa cidade da Amazônia gere críticas por parte de certos segmentos da sociedade (veja box ao final desta reportagem). Algumas lideranças da região não se sentem convencidas de que Juruti se beneficiará da proposta de mineração sustentável da Alcoa. Essa, entretanto, não é a regra. Que o diga Luís Carlos Albuquerque, um dos habitantes de Juruti favoráveis ao empreendimento: O que não queremos é voltar para a roça como meio de sobrevivência, nem que nossos filhos passem por essa situação, também, por falta de oportunidades, afirma. Ele considera o empreendimento importante para o desenvolvimento da região, por gerar emprego e renda. Cada vez mais, jurutienses como Luís Carlos e Efigênio Almeida estabelecem uma relação de confiança com a Alcoa. No Juruti Sustentável, ele e muitos outros obtiveram todas as informações sobre os compromissos assumidos pela Alcoa. Tudo me agradou muito, disse Efigênio, ainda mais interessado no projeto, antes de embarcar no ônibus que o levaria de volta à comunidade Traíra. 28 Alcoa Relatório de Sustentabilidade 2006/2007

Planos de Controle Ambiental Após conversas com a Secretaria do Meio Ambiente do Pará (SEMA), a Alcoa vem realizando 35 ações de responsabilidade socioambiental, orçadas em R$ 33 milhões: os Planos de Controle Ambiental (PCAs). Trata-se de ações com benefício direto para a comunidade de Juruti, com destaque para o monitoramento constante da qualidade do ar e da água, a proteção da flora e da fauna da área de influência direta do empreendimento e cursos de capacitação da mão-de-obra e de gestão empresarial com foco nos profissionais e empresários jurutienses, além de ações de pesquisa em saúde na comunidade. A serviço da Alcoa, técnicos da CNEC Engenharia analisam qualidade da água do Lago de Juruti Velho Na internet: Saiba mais sobre o Projeto Juruti em www.alcoa.com/brazil/pt/custom_page/environment_juruti.asp Esclarecimento No dia 21 de Maio, os ministérios públicos Federal e Estadual do Pará emitiram recomendação à Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM; atual Secretaria de Meio Ambiente SEMA) para o cancelamento das licenças da Omnia Minérios, subsidiária da Alcoa para a exploração de bauxita em Juruti. De acordo com o documento, a Alcoa teria descumprido condições acordadas para o licenciamento. O relatório preliminar do Ministério Público Estadual (MPE), contudo, foi produzido a partir de uma vistoria realizada nos dias 3, 4 e 5 de Janeiro de 2007. Muitas questões levantadas estão sendo resolvidas por meio da Agenda Positiva, cujo conjunto de iniciativas (orçadas em R$ 50 milhões e que beneficiarão toda a sociedade do município) foi debatido amplamente com o Poder Público, entidades de classe local e a população, esclareceu, em Maio, o Gerente de Sustentabilidade e Assuntos Institucionais da Alcoa Mina de Juruti, Mauricio Macedo. Entre as acusações sofridas pela Alcoa, haveria uma suposta contaminação das águas dos igarapés Fifi e Maranhão, por meio do lançamento de dejetos do alojamento dos operários nas águas que abastecem a cidade. A companhia esclarece que o incidente do transbordamento ocorrido na área do sistema de tratamento de efluentes não se referiu a dejetos, mas a águas pluviais e efluentes devidamente tratados. Outro ponto de questionamento diz respeito à retirada de madeira. Tiniti Matsumoto Jr., Gerente Geral de Desenvolvimento da Alcoa Mina de Juruti, destaca que a Alcoa trabalha para reduzir esse impacto: Além de buscar diminuir essa retirada, já começamos a discutir a criação de um mecanismo de utilização dessa madeira e a construção, com esse recurso, de um fundo para o município aplicar na gestão ambiental e fortalecer a gestão social. Nós também temos pressa, porque essa madeira não pode ficar muito tempo estocada, para não estragar. A madeira é um patrimônio público, e não somos nós que definiremos seu uso, explica. Na internet: Confira, na íntegra, a nota de esclarecimento da Alcoa: http://www.alcoa.com/brazil/pt/news/releases/2007_05_02.asp?initsection=1000 juruti sustentável 29