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Transcrição:

Uma resposta conjunta ao VIH/SIDA ONUSIDA ONU/E. Debebe Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA

NUSID VIH/SIDA: Uma ameaça mundial sem igual Desde que a SIDA foi descrita pela primeira vez em 1981, já se perderam muito mais de 20 milhões de vidas, e actualmente dezenas de milhões de outras pessoas cada vez mais mulheres e jovens estão a viver com o VIH. A maioria delas enfrenta a perspectiva de doença, pobreza e morte prematura. No mundo em desenvolvimento, onde vivem 95% das pessoas com o VIH, só 7% das mais necessitadas de tratamento salvador puderam obtê-lo em 2003 um contraste flagrante com o mundo desenvolvido onde tal tratamento se tornou prática médica corrente. Nos países mais duramente atingidos, a SIDA está a reduzir de maneira espectacular a esperança de vida e o potencial económico e, criando milhões de órfãos, aumenta a vulnerabilidade de gerações futuras e diminui a capacidade dos sectores públicos e privados. Em certas partes da África, a SIDA agravou os problemas de segurança alimentar que já eram graves. Valores estimativos de adultos e crianças vivendo com o VIH/SIDA nos fins de 2003 América do Norte 790 000 1,2 milhão Antilhas 350 000 590 000 América Latina 1,3 1,9 milhão Europa Ocidental 520 000 680 000 África do Norte & Médio Oriente 470 000 730 000 África a Sul do Sara 25,0 28,2 milhões Europa do Leste & Ásia Central 1,2 1,8 milhão Ásia Oriental & Pacífico 700 000 1,3 milhão Ásia do Sul & do Sudeste 4,6 8,2 milhões Austrália & Nova Zelândia 12 000 18 000 Total: 34 46 milhões As taxas de infecção por VIH continuam a subir em muitos países da África a sul do Sara, e a propagação do vírus também continua em alguns dos países mais povoados do mundo, incluindo China, Índia, Indonésia e Rússia. Especialistas de todo o mundo 2

A ONUSIDA apoia uma resposta mundial à SIDA mais eficaz graças a: Liderança e sensibilização para agir eficazmente contra a epidemia Informação estratégica para orientar em todo o mundo os esforços de luta contra a SIDA Localização, monitorização e avaliação da epidemia e das respostas à mesma Empenho da sociedade civil e desenvolvimento de parcerias Mobilização de recursos para apoiar uma resposta eficaz pensam que a taxa de novas infecções por VIH podem aumentar de 25% ou mais em 2005. Ao mesmo tempo, verificou-se em todos os continentes o êxito de programas de prevenção e demonstrou-se ser possível o fornecimento de cuidados e tratamento eficazes a pessoas com a SIDA em países em desenvolvimento. Embora os desafios que o VIH apresenta sejam assustadores, temos à disposição meios poderosos para evitar novas infecções, fornecer tratamentos eficazes e atenuar os impactos severos da epidemia. Esta juntamente com as taxas de mortalidade associadas e efeitos sobre a sociedade está contudo a expandir-se a um ritmo muito mais rápido do que o ritmo de implementação de programas. Para enfrentar tais desafios, a resposta mundial deve ser mais rápida do que a própria epidemia. ONUSIDA: uma resposta sem igual Para enfrentar este problema mundial de múltiplas facetas, seis agências das Nações Unidas reuniram as suas forças em 1996 e estabeleceram o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA. Tais agências incluíam o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Fundo das Nações Unidas para as Populações (UNFPA), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Mundial. Mais tarde, outras três organizações co-patrocinadoras vieram juntar-se a ONUSIDA: Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC) em 1999, Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2001 e Programa Mundial para a Alimentação (PMA) em 2003. ONUSIDA é um empreendimento inovador das Nações Unidas que se apoia na energia e força de cada membro e que os leva a agir em conjunto contra a SIDA. 3

Agora, ONUSIDA tem um Secretariado com Sede em Genebra, escritórios em mais de 70 países e representação co-patrocinadora em dezenas de outros.* ONUSIDA/Shehzad Noorani ONUSIDA é orientado por um Conselho de Coordenação do Programa (CCP) que funciona como o seu órgão director e que realiza uma sessão regular pelo menos uma vez por ano. O CCP é composto de 22 representantes governamentais de todas as regiões do mundo. Os nove co-patrocinadores de ONUSIDA e cinco organizações nãogovernamentais, incluindo associações de pessoas vivendo com a SIDA, são membros sem voto. Reduzindo sobreposições, concentrando-se em resultados e favorecendo a eficácia e transparência dos seus membros, ONUSIDA é um exemplo capital de reforma concreta das Nações Unidas. Por exemplo, todas as actividades mundiais e regionais de luta contra a SIDA do Secretariado de ONUSIDA e Co-patrocinadores são coordenadas estrategicamente todos os dois anos num Orçamento e Plano de Trabalho Unificados um instrumento essencial para prestação de contas e angariação de fundos. A nível nacional, os Grupos Temáticos das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA coordenam o trabalho relacionado com a SIDA de diversas agências das Nações Unidas de maneira a que o seu impacto colectivo seja máximo. Em 2002, o CCP verificou os resultados de uma avaliação externa exaustiva dos primeiros cinco anos de existência de ONUSIDA que felicitavam o Programa Conjunto pela sua liderança mundial para aumentar o empenho e os recursos destinados a lutar contra a SIDA e pela sua orientação. Agora, ONUSIDA procura apoiar-se nestes êxitos e focalizar-se de novo no desafio central de ajudar os países a aplicar e adaptar acções de luta contra a SIDA baseadas em provas concretas. * ONUSIDA refere-se ao Programa Conjunto como um todo, incluindo o Secretariado e todos os seus nove co-patrocinadores. 4

ONUSIDA PAÍSES PATROCINADORES A maior parte do trabalho de ONUSIDA tem lugar em países que lutam para combater a epidemia. O Programa Conjunto ajuda a coordenar todas as actividades relacionadas com a SIDA empreendidas pelo sistema das Nações Unidas. Os Coordenadores Nacionais de ONUSIDA prestam apoio estratégico a Grupos Temáticos das Nações Unidas, governos e outros parceiros nos países. O Programa ajuda os governos a desenvolver e implementar planos de acção detalhados para lutar contra a SIDA com uma grande variedade de participantes. Em Dezembro de 2003, mais de 100 países tinham terminado tais planos estratégicos. Para ajudar a assegurar coordenação e liderança, ONUSIDA apoia conselhos nacionais de luta contra a SIDA estabelecidos em mais de 85 países e que são dirigidos por chefes de estado, chefes de governo ou seus representantes em 31 países. Também promove a implementação eficaz de planos estratégicos nacionais ajudando os países a seleccionar propostas de doadores, a integrar estratégias de ONUSIDA em iniciativas de desenvolvimento mais vastas tais como as Estratégias de Redução da Pobreza, e realizar estudos de programas que avaliem a eficácia de esforços relacionados com a SIDA. Os co-patrocinadores de ONUSIDA fornecem apoio financeiro directo importante para programas nacionais de luta contra a SIDA, incluindo, em 2002, mais de mil milhões de US$ do Banco Mundial e 150 milhões de US$ em assistência de outras agências das Nações Unidas. ONUSIDA apoia os países a elaborar, implementar e expandir estratégias globais de luta contra a SIDA. À medida que a epidemia evolui, ONUSIDA concentra-se cada vez mais em regiões onde a epidemia está a tornar-se um problema grave, tal como na Ásia e Europa de Leste, continuando a apoiar esforços para lutar contra a SIDA nas regiões mais duramente atingidas como a África a sul do Sara e as Antilhas. ONUSIDA negocia apoio técnico e facilita a troca de experiência entre países, ajudando estes a avaliar e reforçar os seus esforços em relação à luta contra a SIDA, e promovendo o empenho total da sociedade civil na resposta nacional à SIDA. 5

Cerca de dois terços de todas as infecções previstas para a década actual poderiam ser evitadas expandindo gradualmente as estratégias de prevenção existentes. O Programa Conjunto presta orientação técnica e apoio aos países e proporciona a expansão de programas de prevenção com bases científicas. Por exemplo, UNICEF ajuda os países a criar e expandir programas de prevenção da transmissão de mãe para filho, enquanto ONUDC ajuda os países a implementar programas globais para evitar a transmissão do VIH entre consumidores de drogas injectáveis. ONUSIDA também ajuda os países a alargar o acesso a tratamentos eficazes contra o VIH e a serviços de apoio que fizeram diminuir de maneira espectacular as taxas de mortalidade e morbilidade relacionadas com o VIH em países industrializados. O Programa Conjunto patrocinou investigação prática rápida demonstrando ser possível receitar medicamentos anti-retrovirais em países pobres tais como a Costa do Marfim e Uganda. Negociações levadas a cabo por ONUSIDA resultaram em baixas superiores a 90% dos preços de anti-retrovirais desde 2001. A OMS oferece orientação e apoio profissionais aos países para lançar e expandir programas globais de cuidados e tratamento para pessoas vivendo com o VIH. Por exemplo, no Malaui, ONUSIDA está a apoiar os esforços nacionais de expansão de programas de aconselhamento e detecção voluntários e de tratamento anti-retroviral, assim como serviços de prevenção da transmissão de mãe para filho. Recentemente, a OMS lançou a iniciativa 3 em 5 para levar a terapia anti-retroviral a três milhões de pessoas até 2005. ONUSIDA/S. Noorani 6 O Secretariado e Co-patrocinadores de ONUSIDA estão, cada vez mais, a introduzir tais iniciativas em actividades nacionais globais de desenvolvimento tais como Estratégias de Redução da Pobreza de acordo com a necessidade de enfrentar os efeitos plurifacetados da epidemia. Na África Austral, onde os países enfrentam a ameaça tripla de insegurança alimentar, grande impacto da SIDA e menor capacidade de organização devido à epidemia, o impacto incapacitante da SIDA tem sido flagrante. O Programa Conjunto está a colaborar activamente com o Programa Mundial para a Alimentação, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola para intensificar a resposta à crise na África Austral.

ONUSIDA LIDERANÇA O Programa Conjunto trabalha para manter a SIDA no primeiro lugar das agendas mundiais e nacionais, promovendo liderança efectiva e reforçando empenho a todos os níveis. ONUSIDA serviu de Secretariado para a primeira Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA em 2001 e que resultou na aprovação unânime da Declaração de Empenho sobre o VIH/SIDA por todos os 189 Estados Membros. Esta Declaração estabeleceu alvos de resultados na luta contra a SIDA com prazos determinados, com critérios específicos para responsabilidade financeira. O Secretariado e os Co-patrocinadores de ONUSIDA procuram continuamente obter a colaboração de responsáveis de todas as profissões na luta contra a epidemia. Durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em 2003, ONUSIDA permitiu a primeira discussão mundial por Estados Membros das NU sobre o progresso conseguido rumo às metas estabelecidas. Apesar de progressos importantes, muitos Estados Membros não atingirão os objectivos básicos de prevenção e cuidados se os esforços não forem multiplicados de maneira espectacular. Juntamente com o Secretário-Geral das Nações Unidas Kofi Annan, para quem a SIDA é uma prioridade, o Secretariado e Co-patrocinadores de ONUSIDA continuam a obter a colaboração de responsáveis políticos, religiosos, culturais e sociais em todo o mundo para lutar contra a SIDA. No contexto da África, ONUSIDA apoia a Comissão Económica das NU para a África (CENUA) e a Comissão sobre o VIH/SIDA e Governação na África com o fim de promover boa governação na resposta à SIDA. No Pacífico, o objectivo do Foro de Liderança para a Ásia e o Pacífico é influenciar responsáveis de decisões políticas e nãopolíticas para que tomem a chefia na luta contra o VIH/SIDA. Nas Antilhas, ONUSIDA trabalha no âmbito da Parceria Pancaraíba de Luta contra o VIH/SIDA (PANCAP) 7

apoiando os esforços da Comunidade das Caraíbas para aumentar o acesso a tratamento anti-retroviral. Na Europa de Leste, ONUSIDA apoia o desenvolvimento do Programa de Resposta Urgente dos Estados Membros de CIS à Epidemia de VIH/SIDA que dá prioridade a uma resposta plurissectorial e parcerias largas. % de prevalência de VIH 35 30 25 20 15 10 Prevalência média de VIH entre mulheres grávidas Prevalência média de VIH entre mulheres grávidas em três países: 1990-2001 em três países: 1990-2001 Camboja Tailândia Uganda 5 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Source: US Census Bureau ANO O Programa Conjunto dedica muita energia a reforçar a liderança relacionada com o VIH/SIDA em muitas áreas. Por exemplo, a sensibilização levada a cabo pelo UNFPA fez tomar consciência do impacto da epidemia sobre os jovens e a importância de integrar perspectivas específicas segundo o sexo e acesso a saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais. O UNICEF trabalha continuamente para aumentar o empenho por uma resposta eficaz capaz de atenuar o impacto da epidemia em crianças e famílias, incluindo os mais de 14 milhões de órfãos que, em fins de 2002, tinham perdido um ou os dois progenitores devido à SIDA. Os programas de orientação do PNUD ajudam os países a resolver dificuldades convencionais, reforçam a prestação de serviços e estabelecem parcerias de luta contra a SIDA entre participantes governamentais e nãogovernamentais. O PMA, como a maior agência humanitária do mundo, concentra-se em lutar contra o VIH e a SIDA através dos seus programas de assistência alimentar pois a boa nutrição é essencial tanto para as pessoas que vivem com o VIH como para as famílias pobres afectadas por tal vírus. ONUSIDA organizou bons programas de prevenção do VIH em todas as operações das NU de pacificação, incluindo a disseminação de cartões de sensibilização para o VIH/SIDA em 11 idiomas destinados a pacificadores e outro pessoal de serviços de uniforme. 8

ONUSIDA ONUSIDA/Leyla Alyanak ONUSIDA faz regularmente a primeira página dos meios de comunicação social graças a acontecimentos públicos, novas publicações e outras tais como a Actualização sobre a Epidemia de SIDA que é publicada anualmente. A Campanha Mundial contra a SIDA, que nos últimos anos se concentrou em certos tópicos como estigma associado a SIDA e importância do ser humano na diminuição da propagação da infecção, ensina a milhões de pessoas a necessidade de evitar a transmissão do VIH e a importância de uma resposta mundial mais vigorosa. Uma campanha recente na televisão, apoiada por ONUSIDA em 2003, atingiu 938 milhões de agregados familiares (74% da penetração da televisão em todo o mundo) e foi transmitida em 88% dos 50 países mais afectados pelo VIH/SIDA. ONUSIDA lançou uma Aliança Mundial sobre Mulheres e SIDA reunindo mulheres e homens de renome empenhados em melhorar as vidas de mulheres e raparigas em todo o mundo. Os seus esforços irão concentrar-se em evitar novas infecções por VIH entre mulheres e raparigas, promover acesso igual a cuidados e tratamento para VIH, acelerar a investigação microbicida, proteger os direitos femininos a propriedade e herança e reduzir a violência contra as mulheres. A REFERÊNCIA MUNDIAL PARA POLÍTICA DE LUTA CONTRA A SIDA Em Dezembro de 2003, a OMS e ONUSIDA publicaram um plano detalhado e concreto para fornecimento de tratamento anti-retroviral a três milhões de pessoas vivendo com a SIDA em países em desenvolvimento até fins de 2005. Isto é um passo vital rumo ao objectivo fundamental que é de fornecer acesso universal a tratamento contra a SIDA 9

a todas as pessoas que o desejem. O Programa Conjunto trabalha para assegurar que as respostas nacionais à SIDA e as decisões de financiamento de doadores se baseiam em informações oportunas e precisas e nas melhores provas científicas disponíveis. Quando se cria uma certa incerteza devido a questões difíceis ou circunstâncias variáveis, ONUSIDA convoca especialistas de renome para ajudar a interpretar resultados de investigação e orientar o desenvolvimento de políticas. A OMS tem acelerado esforços para expandir o acesso a tratamento publicando directivas sobre terapia anti-retroviral em contextos de recursos limitados. As Directivas Práticas sobre o VIH/SIDA e o Mundo do Trabalho (OIT), elaboradas em consultação com patrões, organizações de trabalhadores e governos, identifica boas práticas no local de trabalho em relação à SIDA. UNESCO dirigiu os esforços do Programa Conjunto para elaborar orientação política sobre VIH/SIDA e educação, e o Programa Conjunto colaborou com outros para abordar questões de política relativas ao impacto da epidemia sobre o sector da agricultura e segurança alimentar. ONUSIDA mantém e divulga amplamente informações actualizadas sobre o VIH/SIDA desde a sua Colecção de Melhores Práticas a relatórios técnicos e perfis de países. ONUSIDA mantém e divulga amplamente informações actualizadas sobre o VIH/SIDA desde a sua Colecção de Melhores Práticas a relatórios técnicos e perfis de países. As informações emanando do Programa Conjunto, disponíveis em muitas linguagens na Web, são utilizadas por audiências diversas pessoal de ministérios e parlamentares, agências doadoras, planificadores de programas, investigadores e especialistas científicos, jornalistas, activistas e pessoas leigas interessadas. Num estudo recente sobre 32 países realizado pela Rede Internacional de SIDA e Economia, ONUSIDA foi designado como a melhor fonte de informações sobre a epidemia de SIDA. Como guia dos esforços mundiais para antecipar e enfrentar alterações possíveis da epidemia, o Programa Conjunto prevê as necessidades futuras em recursos para programas de luta contra a SIDA e avalia o impacto provável de uma expansão das estratégias disponíveis. ONUSIDA e organizações das Nações Unidas tais como CENUA e companhias do sector privado como Shell também estão a realizar um projecto ambicioso para delinear cenários futuros possíveis sobre o impacto da SIDA na África, com o objectivo de desenvolver estratégias oportunas destinadas a atenuar os efeitos da epidemia. 10

ONUSIDA A fim de acelerar a pesquisa para uma vacina preventiva, um departamento conjunto OMS/ONUSIDA de vacinas publicou directivas para a realização ética de experiências com vacinas. ONUSIDA também presta orientação política considerável sobre todos os aspectos de direitos humanos da epidemia de SIDA. ONUSIDA/G. Pirozzi MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO O Programa Conjunto é a principal fonte no mundo de dados epidemiológicos sobre o VIH/SIDA. Por exemplo, o seu Relatório sobre a Epidemia Mundial de VIH/SIDA, bienal e publicado antes da Conferência Internacional sobre a SIDA, fornece informações detalhadas sobre tendências da infecção por VIH em populações alvo e em regiões e países específicos. ONUSIDA é também o principal fornecedor mundial de informações sobre as fontes, a natureza e o nível de despesas relacionadas com a SIDA. ONUSIDA faz esforços para monitorizar e notificar o progresso mundial na implementação das metas estabelecidas pela Declaração de Empenho sobre o VIH/SIDA da Assembleia Geral das NU. Medidas nacionais e mundiais, elaboradas por ONUSIDA para avaliar o progresso conseguido rumo aos objectivos da Declaração, foram largamente adoptadas e, em 2003, cerca de 100 países forneceram informações completas sobre o nível das respostas nacionais. Por exemplo, o Sistema de Informações sobre as Respostas Nacionais (CRIS) é o primeiro mecanismo mundial para seguir as respostas nacionais segundo indicadores padrão. Por exemplo, a Equipa de Apoio de Monitorização e Avaliação da SIDA no Mundo (GAMET), instalada no Banco Mundial, ajuda a harmonizar diversos esforços de monitorização e avaliação e a criar capacidades de monitorização e avaliação em países em desenvolvimento. 11

UM ESFORÇO CONJUNTO Se fosse preciso uma só palavra para descrever a abordagem do Programa Conjunto ao seu trabalho, tal palavra seria simplesmente parceria. Como a epidemia mundial não pode ser enfrentada por uma única agência ou abordagem, ONUSIDA trabalha com uma vasta gama de participantes governos em todo o mundo, organizações não-governamentais (ONG), investigadores e especialistas técnicos, e responsáveis económicos, religiosos e artísticos. ONUSIDA/G. Pirozzi, R. Bowman ONUSIDA comunica regularmente com os meios de comunicação social, grupos de jovens, associações femininas, organismos de direitos humanos, organizações económicas, sindicatos e organizações religiosas. Colabora activamente com redes de ONG, tal como o Conselho Internacional de Organizações de Serviços contra a SIDA, e especialmente as que são constituídas de pessoas vivendo com o VIH/SIDA. ONUSIDA também tem estado a trabalhar com a Fundação Bill & Melinda Gates desde 2002. ONUSIDA ajuda igualmente a obter a participação de empresas na resposta à SIDA através de trabalho considerável com a Aliança Mundial de Empresas contra o VIH/SIDA, os Conselhos Nacionais de Empresas contra a SIDA e o Foro Económico Mundial. Tem servido de intermediário em acordos com a comunidade económica com o fim de sensibilizar para a questão da SIDA e oferecer tratamento para o VIH no local de trabalho. Tem servido igualmente de instrumento na negociação de acordos com a indústria farmacêutica para fazer baixar o preço de medicamentos anti-retrovirais. 12

ONUSIDA Embora a experiência em todo o mundo tenha mostrado que respostas à epidemia são reforçadas com o empenho activo de pessoas vivendo com o VIH, tais indivíduos continuam a ser o recurso menos utilizado na epidemia e o Programa Conjunto está a promover a sua participação a todos os níveis da resposta à SIDA. Graças a iniciativas inovadoras em todo o mundo, ONUSIDA dirige esforços para abolir discriminação e estigma relacionados com a SIDA. MOBILIZAR RECURSOS Desde a criação de ONUSIDA, as despesas institucionais anuais com programas de luta contra o VIH/SIDA em países de renda baixa e média mais do que decuplou de menos de 300 milhões de US$ em 1996 a mais de 3 mil milhões de US$ em 2002. Contudo, há necessidade de muitos mais recursos para estabelecer uma resposta global eficaz: pelo menos 10,5 mil milhões de US$ anualmente até 2005 e 15 mil milhões de US$ até 2007 de todas as fontes nacionais e internacionais. ONUSIDA é o principal recurso para análise das necessidades e utilização dos recursos para a SIDA elementos essenciais na tomada de decisão de recursos financeiros. 13

O Banco Mundial, Co-Patrocinador de ONUSIDA, é um dos maiores fornecedores de assistência financeira para programas de luta contra a SIDA em países em desenvolvimento. Através do seu Programa Plurinacional de Luta contra a SIDA (MAP), o Banco atribuiu mais de mil milhões de US$ para assistência na África a sul do Sara e mais de 150 milhões de US$ a países nas Antilhas, tendo o apoio para os países mais pobres a forma de subsídios a 100%. ONUSIDA está a coordenar esforços para conseguir recursos adicionais para programas de luta contra o VIH/SIDA em países em desenvolvimento. Os esforços desenvolvidos pelo Secretariado e Co-Patrocinadores foram cruciais para o estabelecimento oportuno, em Dezembro de 2002, do Fundo Mundial de Luta contra a SIDA, a Tuberculose e o Paludismo como um novo mecanismo financeiro para levantar recursos adicionais para a luta contra a SIDA. Em Junho de 2003, o Fundo Mundial tinha recebido promessas de 4,6 mil milhões de US$. Além de ajudar os países a desenvolver e apresentar propostas ao Fundo Mundial, o Programa Conjunto presta importante apoio e aconselhamento técnicos ao Secretariado do Fundo. ONUSIDA também ajuda os países quando estes procuram mobilizar os seus recursos humanos, reorganizar sistemas convencionais, desenvolver políticas que integrem o VIH/SIDA em Estratégias de Redução da Pobreza, e reunir as capacidades e os conhecimentos técnicos de que necessitam para enfrentar eficazmente a epidemia. 14

ONUSIDA Verbas institucionais com o VIH/SIDA, 1996-2002 3,000 Despesas em milhões de US$ 2,500 2,000 Bilateral ONG internacionais 1,500 1,000 Banco Mundial* Sistema das NU Nacional 500 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 * Parte subvenção de empréstimos 'concessionais' O orçamento unificado do Programa Conjunto é financiado por contribuições voluntárias. O próprio sistema das NU aumentou de maneira importante as dotações do seu orçamento ordinário em programas de luta contra o VIH/SIDA. Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA (ONUSIDA) 2004 Produzido com materiais não nocivos para o ambiente 15

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA, ONUSIDA, é o principal promotor de acção global contra a epidemia. Dirige, reforça e apoia uma resposta alargada destinada a impedir a transmissão do VIH, fornecendo cuidados e apoio, reduzindo a vulnerabilidade de indivíduos e comunidades ao VIH/SIDA, e atenuando o impacto da epidemia. ONUSIDA/G. Pirozzi Para mais informações sobre ONUSIDA e suas publicações: E-mail: unaids@unaids.org Internet: http://www.unaids.org Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA (ONUSIDA) 20 avenue Appia 1211 Genebra 27 Suíça Telefone: (+41) 22 791 36 66 Fax: (+41) 22 791 41 87 Na página da frente, o edifício das Nações Unidas em Nova Iorque iluminado com a fita vermelha na ocasião da Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA, Junho de 2001.