Proteção Contratual. Contratos no CDC Princípios dos contratos Cláusulas Abusivas Garantia contratual



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Transcrição:

Proteção Contratual Contratos no CDC Princípios dos contratos Cláusulas Abusivas Garantia contratual

Contratos de adesão Nas últimas décadas, a produção em massa e a comercialização em grande escala geraram a estandartização dos contratos para a colocação dos produtos e dos serviços no mercado de consumo. Face a este fato, surgem os contrato de adesão, o qual estipulava previamente as cláusulas e condições e as impunha ao consumidor.

Contratos de adesão As cláusulas oriundas dos contratos de adesão não representam a manifestação da vontade da parte, mas a imposição do fornecedor. Além disso, não visavam proteger interesses do consumidor, apenas dar garantias ao fornecedor. Este desequilíbrio trouxe como conseqüências os abusos e lesões patrimoniais aos consumidores.

Contratos de adesão Em resposta a este dissonância, a jurisprudência e doutrina criaram mecanismos de proteção contratual ao consumidor, cujo objetivo foi evitar a validade de cláusulas abusivas nos contratos. O Código de Defesa do Consumidor traz artigos que protegem o consumidor no âmbito contratual, coibindo os referidos abusos.

Contratos de adesão O art. 54 do CDC define o contrato de adesão: aquele cujas cláusulas também tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente o seu conteúdo.

Contratos de adesão São considerados elementos do contrato de adesão: A)preexistência das condições gerais do contrato B)consentimento do consumidor manifestado apenas como simples adesão ao conteúdo Ao contrato de adesão se aplicam os Arts. 46 e seguintes e Art. 51 do CDC

Contratos de adesão Os contratos de adesão quando escritos serão redigidos de forma clara e legível, a fim de facilitar a sua compreensão Art. 54, parag. 3o. O contrato de adesão, em regra, consta de formulário impresso, não impedindo a inserção ou acréscimo de novas cláusulas, sem que desfigure a natureza do contrato Art.54, parag. 1o.

Contratos de adesão O contrato de adesão admite cláusula resolutória, esta pode ser de forma tácita ou expressa. Tácita- incidência dos Arts. 476 e 477 do Novo Código Civil. O inadimplemento gera a resolução contratual, não automaticamente, mas a pedido do prejudicado e ma via judicial.

Contratos de adesão Expressa- o inadimplemento gera automaticamente a extinção por resolução, de pleno direito, sem a necessidade da via judicial. O CDC determina que o consumidor poderá optar entre a rescisão de contrato com perdas e danos ou cumprimento da obrigação Art. 54,parag. 2o.

Contratos de adesão Art. 47 CDC Prevê que as cláusulas contratuais ambíguas ou de difícil compreensão deverão ser interpretadas a favor do consumidor. Art. 48 CDC Prevê que o fornecedor se vincula aos recibos ou pré- contratos devendo cumpri-los integralmente de acordo com o pactuado nestes documentos.

Contratos de adesão As cláusulas que limitam o direito do consumidor deverão ser impressas em destaque, para facilitar a sua compreensão Art. 54, parag. 4o. A nulidade da cláusula abusiva não invalida o contrato, salvo quando, de sua ausência, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes Art. 51,parag. 2o.

Os limites da liberdade de contratação A idéia de igualdade entre as partes na esfera contratual é vista no princípio da autonomia da vontade entre as partes, bem como a liberdade contratual, a qual prevê a possibilidade de discussão prévia das cláusulas a serem estabelecidas nos contratos. A verificação de abusos nos contratos mostrou a necessidade de adotar outra noção de contrato no Direito Atual.

Os limites da liberdade de contratação Algumas interferências podem ser verificadas na atualidade, as quais propiciaram a necessidade de adaptação das regras contratuais: A) A complexidade da vida social impondo aos setores nova técnica de contratação B) O dirigismo contratual, a qual restringe a liberdade de contratação, de um lado torna a liberdade contratual relativa e de outro protege o consumidor vulnerável.

Os requisitos para os contratos de consumo Em face da preocupação decorrente da ausência da livre manifestação do consumidor e da possibilidade de inserção de cláusulas abusivas nos contratos, o CDC instituiu regras para os contratos das relações de consumo. O objetivo destas normas foi a ampla proteção do consumidor,inclusive na fase pré contratual e a fixação de deveres fornecedores, visando o equilíbrio e a transparência.

Princípios dos contratos de consumo O CDC estabelece como princípios básicos aplicáveis aos contratos: A) Princípio da transparência as partes devem atuar com sinceridade, seriedade e veracidade, tanto na fase inicial quanto na contratual. B) Princípio da boa-fé é exigido que os agentes das relações de consumo estejam predispostos a atuar com honestidade e firmeza de propósito, visando a paz social e harmonia entre as partes.

Princípios dos contratos de consumo C) Princípio da eqüidade a presença de equilíbrio entre direitos e deveres,com o propósito de alcançar a justiça social. Assim, são proibidas as cláusulas abusivas que proporcionem vantagens exageradas ao fornecedor.

O princípio da função social do contrato O CDC apresenta uma significativa mudança na área contratual,pois visa resguardar os direitos do consumidores com relação aos abusos e lesões. A partir desta premissa, tem-se que o contrato possui função social,haja vista que este não preserva exclusivamente fornecedores, considerando também a figura do consumidor.

O princípio da função social do contrato As principais inclusões do CDC são: A) atenção ao princípio da obrigatoriedade dos contratos, admitindo-se a modificação de cláusulas que contenham prestações desproporcionais Art 6o. V, 1a parte B) permite a revisão de cláusulas em razão de fatos supervenientes que ocasionem onerosidade excessiva Teoria da Base do Negócio Art. 6o., V, 2a parte

O princípio da função social do contrato C)a autonomia da vontade foi reduzida mediante a previsão de nulidade de cláusulas abusivas D)a garantia passou a ser regulada por lei Art. 24 E)a garantia contratual recebeu regulação adequada Art 50, parág.único F)tipificação penal Art. 74

O controle das cláusulas gerais dos contratos As cláusulas abusivas aparecem com mais incidência nos contratos de adesão. Há dois mecanismos de controle das condições gerais dos contratos: preventivo ou abstrato e o repressivo ou concreto.

O controle das cláusulas gerais dos contratos Preventivo ou Abstrato o controle é feito na via administrativa, antes da relação de consumo, geralmente por um órgão designado para tal feito. No Brasil foi tentado através no Art.54, parag. 5o., o qual vetou a participação do Ministério Público, podendo este se manifestar através de inquérito civil.

O controle das cláusulas gerais dos contratos Repressivo ou concreto é aquele efetuado após a conclusão da relação de consumo, no decorrer da ação judicial em que se discute a abusividade da cláusula. O consumidor pode pleitear em juízo a declaração de nulidade da cláusula abusiva ou requerer ao Ministério Público idêntica providência( Art. 51,parag. 1o.)

As cláusulas abusivas O dirigismo contratual resultou na limitação da liberdade contratual com o objetivo de restabelecer o equilíbrio entre as partes contratantes e proteger o consumidor. O art. 51 do CDC apresenta o rol de cláusulas abusivas, a qual é meramente exemplificativa, admitindo a possibilidade de outras cláusulas nesta ordem.

As cláusulas abusivas A) Cláusula de não indenizar: Art. 51, I O Art. 25 veda a estipulação contratual que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar pelo fato ou vício do serviço. Na área contratual é sancionada com nulidade absoluta, bem como aquela que estipule a renúncia de direitos, admitindo-se a tarifação ou limitação do valor indenizatório se o consumidor for pessoa jurídica e ocorrer a situação que a justifique.

As cláusulas abusivas B)Impedimento reembolso:art,51,ii São consideradas abusivas as cláusulas que subtraiam do consumidor a opção de reembolso de quantia já paga, pois tal restituição, autorizada como opção ao consumidor, deve ser respeitada, sob pena de não atender a proteção jurídica.

As cláusulas abusivas C) Transferência de responsabilidade: Art. 51,III O CDC não autoriza a transferência da responsabilidade do fornecedor para terceiros, a fim de dificultar o ressarcimento ao consumidor. A responsabilidade objetiva decorre da lei, portanto o fornecedor não altera-la mediante inclusão de cláusula contratual.

As cláusulas abusivas D) Cláusulas iníquas, abusivas ou exageradas: Art. 51, IV O CDC vedou várias cláusulas iníquas(injustas, contrárias à eqüidade) e abusivas(desrespeito aos valores éticos)que sejam incompatíveis com a boa-fé e eqüidade ou coloquem o consumidor em desvantagem exagerada.

As cláusulas abusivas E) Ônus da prova: Art. 51, IV O CDC proíbe o ajuste entre as partes de cláusula que não permita a inversão do ônus da prova, ou ainda, que determine a inversão a favor do fornecedor.

As cláusulas abusivas F) Arbitragem: Art. 51 VII A utilização do juízo arbitral é uma faculdade das partes e não uma imposição. Assim, o CDC proíbe o uso compulsório a arbitragem. G)Imposição do representante:art.51 VIII Proibida a imposição de representante para concluir ou realizar negócio jurídico em nome do consumidor.

As cláusulas abusivas H) Inversão de papéis: Art. 51, IX Compete ao consumidor, concluir ou não o contrato, assumindo as obrigações decorrentes. É perceptível que o consumidor será muito prejudicado se a conclusão do negócio não depender dele. Deixem o fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando ao consumidor.

As cláusulas abusivas I) Variação unilateral de preço: Art 51,X É proibido ao fornecedor, direta ou indiretamente, de forma unilateral, a fixação do valor do contrato ou sua variação sem a manifestação e discussão do consumidor.

As cláusulas abusivas J) Cancelamento unilateral do contrato: Art. 51, XI Para desfazer o contrato é necessário a manifestação de todas as partes envolvidas no contrato. Não se autoriza ao fornecedor o cancelamento unilateral do contrato e, tampouco ao consumidor.

As cláusulas abusivas K) Ressarcimento de custos: Art. 51, XII É proibida a inclusão de cláusula que determine a obrigação do consumidor a ressarcir custos de cobrança de sua obrigação. L) Modificação unilateral do contrato: Art. 51 XIII Após firmar o contrato, este não pode ser alterado unilateralmente.

As cláusulas abusivas M) Violação de normas ambientais: Art. 51, XIV Não se permite ao fornecedor e consumidor a estipulação de cláusulas que desrespeitem ou possibilitem a violação de normas do meio ambiente. N) Desconformidade com o sistema protetivo: Art. 51, XV Não se autoriza o pacto de cláusulas que estejam em desacordo com o sistema protetivo do consumidor.

As cláusulas abusivas O) Multa de mora e liquidação antecipada: Art. 52, parag. 1o e 2o. A multa de mora pelo CDC não poderá ser superior a 2% do valor da prestação. O consumidor poderá liquidar o débito antecipadamente, com redução proporcional dos juros e demais acréscimos, sendo abusiva a cláusula que impeça este uso ou que imponha percentual superior ao limite legal.

Direito de arrependimento Art. 49 CDC Para os fornecimentos feitos no estabelecimento comercial com a presença do consumidor, prevalece a regra geral da pacta sunt servanda. Para a contratação fora do estabelecimento comercial(internet, domicílio, telefone, folders) cabe o direito de arrependimento, devendo ser exercido dentro de 7 dias, com a devolução dos valores eventualmente pagos e corrigidos. O prazo é contado excluindo o primeiro dia e incluindo o último, com efeitos ex tunc.

A garantia contratual A garantia ganhou proteção específica, mas não exaustiva. A lei garante ao consumidor a prazos para o consumidor questionar junto ao fornecedor.(arts. 12 e 18 CDC) Alguns segmentos do mercado apresentam ao consumidor a garantia contratual,por exemplo, assistência técnica, vistoria periódica no equipamento, etc.

A garantia contratual Esta garantia ofertada pelo fornecedor, foi entendida pelo CDC como complementar à garantia legal, exigindo que a mesma fosse reduzida a termo escrito (Art. 50), prestando alguns esclarecimentos, tais como: forma, prazo, lugar que a mesma pode ser exercida e os ônus de encargos do consumidor (Art. 50, parag. único)

A garantia contratual O termo de garantia padronizado deve ser preenchido pelo fornecedor e entregue ao consumidor no ato do fornecimento, sob pena de cometimento de crime (Art. 74), devendo ser acompanhado pelo manual de instruções, instalação e uso do produto em linguagem didática e com ilustrações.

Revisão dos contratos O contrato deve atender aos princípios do consumidor, quais sejam, boa-fé, transparência e eqüidade. Por muito tempo vigorou o princípio da intangibilidade do conteúdo do contrato, ou seja, a formalização do contrato faz lei entre as partes. Com a mudança da sociedade e a inclusão de contratos de adesão, houve a necessidade do questionamento dos contratos.

Revisão dos contratos Assim, o CDC estabelece no Art. 6o. V, a possibilidade do consumidor modificar cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou a sua revisão em razão dos fatos supervenientes que tornem as obrigações excessivamente onerosas. E ainda, autoriza a declaração de nulidade das cláusulas abusivas.

Revisão dos contratos A nulidade da cláusula pode ser reconhecida pleno iure e ser conduzido o seu expurgo, porém não a resolução o contrato. Há lesão de cláusula estabelecida concomitante ao contrato, a qual está previamente embutida prevendo prestação desproporcional, não surgindo de forma superveniente ao contrato. Assim, a prestação sendo excessivamente desproporcional em desfavor do consumidor enseja a sua revisão.

Revisão dos contratos As causas supervenientes ao contrato também ensejam a sua revisão, ou seja, acontecimentos posteriores a sua celebração e causem o desequilíbrio contratual entre as partes.podem ser: A) circunstâncias imprevisíveis B) quebra da base do negócio por onerosidade excessiva

Teoria da Imprevisão Alguns autores entendem que a teoria da imprevisão não foi acolhida expressamente pelo CDC. O CDC prevê a quebra do negócio por onerosidade excessiva, entendendo que os fatos sejam supervenientes ao contrato,mas não imprevisíveis.