GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS



Documentos relacionados
GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

Publicado no Diário Oficial n o 4.412, de 10 de julho de

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

O processo é encaminhado pela julgadora singular à assessoria técnica do CAT para verificação dos documentos acostados pela impugnante.

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

NORMA DE EXECUÇÃO Nº 03, DE 21 DE JUNHO DE 2011

Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda, CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTARIO CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOSTRIBUTÁRIOS

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

RESOLUÇÃO N ^ /2006 Ia CÂMARA SESSÃO DE 17/07/2006

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DA TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES PRIMEIRA CÂMARA. Processo nº / Recurso nº

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DA TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS

Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Fazenda Conselho de Contribuintes RECURSO Nº ACÓRDÃO Nº 13.

,." \,J ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOSTRIBUTÁRIOS

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA CONSELHO DE CONTRIBUINTES. - Junta de Revisão Fiscal

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /11/3ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOSTRIBUTÁRIOS

EsTADO DO CEARÁ Secretaria,la Fazellda, CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTARIOS

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA Contencioso Administrativo Tributário Conselho de RecursosTributários 1a Câmara de Julgamento

RELATÓRIO VOTO DO RELATOR (VOTO VENCIDO)

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

RECURSO Nº ACORDÃO Nº

Desobrigado do Recurso Hierárquico, na expressão do artigo 730, 1, inciso II, do RICMS, aprovado pelo Decreto nº /97.

ARQUIVO ATUALIZADO ATÉ 29/11/2011

MINISTÉRIO DA FAZENDA

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO. CONAT CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS - CRT

Gestão do Malha Fina GMF - Procedimentos Gerais

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIOTRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIADA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DE TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda Contencioso Administrativo Tributário Conselho De Recursos Tributários 2" Câmara

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA E CONTROLE GERAL CONSELHO DE CONTRIBUINTES. - Junta de Revisão Fiscal. - Conselheiro Sylvio de Siqueira Cunha

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

~1&i~ ;. \ I. ~",~ ~/ GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DA TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - CONAT CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS - CRT

ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA CONSELHO DE CONTRIBUINTES

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /14/1ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais Superintendência de Tributação Diretoria de Orientação e Legislação Tributária

GoVERNO 00 EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda,

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA CONSELHO DE CONTRIBUINTES JUNTA DE REVISÃO FISCAL

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Diferencial de alíquota para produtos com destino industrialização

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DA TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS

Redução Juros sobre Multa Punitiva. Redução Multa Punitiva. Parcela Única 60% 60% 75% 75% - N/A

RIO GRANDE DO NORTE CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

Secretaria da Fazenda. CONTENCIOSO ADMINSTRATIVO TRlBUTARlO CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

ROZINETE ARAÚJO DE MORAIS GUERRA Conselheira Relatora

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

SIMPLES NACIONAL DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS TRATAMENTO FISCAL

Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO CARTILHA DO ADVOGADO

DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS.

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DA TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Transferência de Crédito de ICMS de Fornecedor Optante do Simples Nacional

DIVISÃO DE PROCEDIMENTOS ADM. FISCAIS

ICMS DÉBITO DE ICMS DIFERENÇA DE ALÍQUOTA RELATÓRIO. Adoto o elaborado pelo Sr. Auditor Tributário, a fls. 34,

Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

VARGAS CONTABILIDADE ORIENTAÇÃO

DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO

67. As ME e EPP, optantes ou não pelo Simples Nacional, podem emitir que tipo de nota fiscal?

~"<V' ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA Contencioso Administrativo Tributário Conselho de Recursos Tributários la Câmara de Julgamento

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda,

GoVERNO DO EsTADO DO CEARÁ Secretaria da Fazenda

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /15/2ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

Referência: Resolução CGSN nº 122/15 - Simples Nacional - esocial, supressão de atividades permitidas, ativos intangíveis Alterações.

DECADÊNCIA E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS

1º O acesso ao Sistema deverá ser feito por meio de Senha Web ou certificado digital.

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOSTRIBUTÁRIOS

RIO GRANDE DO NORTE CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS

CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - CONAT CONSELHO DE RECURSOSTRIBUTÁRIOS- CRT

SECRETARIA DE ESTADO DA RECEITA CONSELHO DE CONTRIBUINTES

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /11/3ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS R E L A T Ó R I O

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS

GOVERNO DA PARAÍBA. Secretaria de Estado da Receita. Conselho de Recursos Fiscais

ESTADO DA PARAÍBA SECRETARIA DE ESTADO DA RECEITA 28576_ LEI GERAL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS LEI COMPLEMENTAR Nº 123, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2006

Coordenação-Geral de Tributação. Art Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DA BAHIA PROCESSO- A.I. Nº /00-5 RECORRENTE- JEQUITAIA TECIDOS LTDA.

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /14/3ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Transcrição:

GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS SECRETARIA DA FAZENDA CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS ACÓRDÃO N o : 039/2014 RECURSO VOLUNTÁRIO N o : 8.161 PROCESSO N o : 2011/6640/510030 AUTO DE INFRAÇÃO N o : 2011/002580 RECORRENTE: M. TEREZA PRADO CAUHI INSCRIÇÃO ESTADUAL N o : 29.370.958-0 RECORRIDA: FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL EMENTA ICMS. REGIME DE TRIBUTAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL. OMISSÃO DE SAÍDAS DE MERCADORIAS TRIBUTADAS E NÃO REGISTRADAS EM LIVRO PRÓPRIO. PRESUNÇÃO DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR DE IMPOSTO. PROCEDENTE É legítima a reclamação tributária que exige ICMS decorrente das operações de vendas de mercadorias liquidadas por meio de cartão de crédito, débito ou similar, sem a emissão de documento fiscal correspondente. RELATÓRIO A Fazenda Pública Estadual constituiu crédito tributário por meio do auto de infração nº 2011/002580, contra o sujeito passivo já devidamente qualificado na peça inaugural, referente às saídas de mercadorias tributadas não registradas nos livros próprios. O sujeito passivo depois de intimado do auto de infração, por via postal (fls.312), apresentou impugnação (fls. 314/320), tempestivamente, com as seguintes alegações: Que é obrigatória a notificação do contribuinte, mediante termo por escrito, acerca do procedimento administrativo que poderá ocasionar um lançamento; que o AFRE III não tem competência para instaurar procedimento fiscal; que o auto de infração é nulo, uma vez que não preenche os requisitos legais de instrução e lavratura. O processo foi devolvido ao autor do procedimento (fls. 324) que fez juntada de levantamentos (fls. 326/328) e lavrou termo de aditamento às fls. 330/333 retificando os contextos descritos nos campos 4.1, 5.1 e 6.1, as infrações tipificadas 1

nos campos 4.13, 5.13 e 6.13 e as penalidades sugeridas nos campos 4.15, 5.15 e 6.15 do auto. O contribuinte foi intimado do termo aditivo por via postal às fls. 338 apresentando impugnação tempestiva com as seguintes alegações: Que a base de calculo está totalmente em desacordo com a legislação em vigor porque não considerou os valores declarados; que não se aplicou a alíquota correspondente a receita bruta acumulada nos últimos doze meses, bem como não houve a individualização de cada mês supostamente infringido; que a auditoria analisou a conta corrente da empresa, desconsiderando a conta caixa; que os anos de 2008 e 2009 tem os mesmos lançamentos e não houve consideração dos valores declarados; que as receitas são condizentes com a escrituração da conta caixa e todos os valores recebidos foram tributados; que a auditoria aplicou penalidade de 150%, sendo que a multa prevista na legislação é de 75%. Sobreveio a sentença de primeira instância às fls. 360/363, a qual em análise inicial acerca das preliminares invocadas pelo sujeito passivo, negou-lhe provimento pelas razões abaixo: [...] a ação fiscal é sempre precedida de notificação ao contribuinte para apresentação dos livros e documentos fiscais. Contudo, sua ausência no auto de infração não acarreta nulidade do lançamento, visto não ser documento comprobatório dos ilícitos praticados. No auto de infração está informado que a empresa pertence ao Grupo 3, portanto dentro dos limites estabelecidos na legislação estadual. Além disso, com promulgação da Lei nº 2,668/12, deve-se ressaltar que o valor da referida receita bruta anual foi aumentada para o limite máximo estabelecido na Lei Complementar Federal nº 123/2006. Portanto, o AFRE 3ª Classe tem capacidade para constituir créditos tributários da impugnante. No mérito, a ilustre julgadora monocrática firmou entendimento no seguinte sentido: Na elaboração dos levantamentos especiais às fls. 326/328, os valores das vendas com cartão de crédito e débito não foram abatidos dos valores declarados nos livros caixa e no DASN, simplesmente porque tais valores não foram registrados pela autuada em seus livros fiscais e contábeis, uma vez que para as referidas vendas não foram emitidos documentos fiscais. Nos citados levantamentos, os valores foram individualizados mês a mês e a alíquota aplicada está de acordo com o extrato emitido pelo Simulador PGDAS (fls. 08/13). Também não foi utilizada a conta corrente da empresa, mas sim os relatórios de movimentações financeiras emitidas pelas empresas Redecard e Cielo. O percentual de multa de 150%, aplicado pelo autuante, está previsto no art. 44, inciso I, 1º da Lei 9.430/96 com redação dada pela Lei nº 11.448/07 e está de acordo com os ilícitos fiscais descritos. O entendimento da auditoria na constituição do crédito tributário não foi pela falta de lançamentos nos livros razão diário da conta banco. 2

E tampouco pelas vendas com cartão de crédito ou de débito, que segundo o impugnante, foram registradas do equipamento Emissor de Cupom Fiscal ECF. Desta forma, a ilustre julgadora de primeira instância conhece da impugnação apresentada negando-lhe provimento para julgar procedente o auto de infração nº 2011/002580 condenando a autuada ao pagamento dos créditos tributários constantes nos campos 4.11, 5.11 e 6.11 do referido auto. O sujeito passivo voltou a se manifestar por meio de recurso voluntário às fls. 369/375, reiterando os termos da defesa anteriormente apresentada. A Representação Fazendária REFAZ, em parecer às fls. 378/379 destaca que o sujeito passivo não aduziu razões, nem carreou provas em contrário, capazes de afastar a reclamação tributária. Ressalta que alegações genéricas ou de negação geral não se prestam no âmbito do contencioso e que a prova em favor do contribuinte seria a escrituração fiscal e contábil encontrar-se em consonância com a legislação e aos princípios e normas da lei tributária, como também, não admite a desoneração fiscal não prevista em lei. Diante das assertivas acima, a Representação Fazendária recomenda pela manutenção da decisão a quo. VOTO Visto, analisado e discutido o presente processo que exige crédito tributário por meio do auto de infração nº 2011/002580, referente às saídas de mercadorias tributadas não registradas nos livros próprios Analisando os autos verifica-se que a ilustre julgadora a quo julgou procedente o auto de infração nº 2011/002580 condenando a autuada ao pagamento dos créditos tributários constantes nos campos 4.11, 5.11 e 6.11 do referido auto Segundo a insigne julgadora: Na elaboração dos levantamentos especiais às fls. 326/328, os valores das vendas com cartão de crédito e débito não foram abatidos dos valores declarados nos livros caixa e no DASN, simplesmente porque tais valores não foram registrados pela autuada em seus livros fiscais e contábeis, uma vez que para as referidas vendas não foram emitidos documentos fiscais. Nos citados levantamentos, os valores foram individualizados mês a mês e a alíquota aplicada está de acordo com o extrato emitido pelo Simulador PGDAS (fls. 08/13). Também não foi utilizada a conta corrente da empresa, mas sim os relatórios de movimentações financeiras emitidas pelas empresas Redecard e Cielo. O percentual de multa de 150%, aplicado pelo autuante, está previsto no art. 44, inciso I, 1º da Lei 9.430/96 com redação dada pela Lei nº 11.448/07 e está de acordo com os ilícitos fiscais descritos. 3

O entendimento da auditoria na constituição do crédito tributário não foi pela falta de lançamentos nos livros razão diário da conta banco. E tampouco pelas vendas com cartão de crédito ou de débito, que segundo o impugnante, foram registradas do equipamento Emissor de Cupom Fiscal ECF. Com efeito, de plano verifico que a decisão de primeira instância se fundamenta no disposto no art. 26, inciso I da Lei Complementar 123/ 2006 c/c art. 3º da Resolução CGSN nº 10/07, assim como as penalidades aplicadas estão previstas no art. 44, inciso I, e 1º, da Lei 9.430/96 com redação dada pela Lei 11.448/07. Neste sentido, insta trazer à colação o que dispõe nos artigos 34 e 39 caput, 2º, da Lei Complementar nº 123, bem como na conformidade da resolução CGSN nº 94, de 29 de maio de 2011, nos artigos 82 caput, 2º, e 83 caput, vejamos: Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 Art. 34. Aplicam-se à microempresa e à empresa de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional todas as presunções de omissão de receita existentes nas legislações de regência dos impostos e contribuições incluídos no Simples Nacional. Art. 39. O contencioso administrativo relativo ao Simples Nacional será de competência do órgão julgador integrante da estrutura administrativa do ente federativo que efetuar o lançamento, o indeferimento da opção ou a exclusão de ofício, observados os dispositivos legais atinentes aos processos administrativos fiscais desse ente. ( Redação dada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) 2º No caso em que o contribuinte do Simples Nacional exerça atividades incluídas no campo de incidência do ICMS e do ISS e seja apurada omissão de receita de que não se consiga identificar a origem, a autuação será feita utilizando a maior alíquota prevista nesta Lei Complementar, e a parcela autuada que não seja correspondente aos tributos e contribuições federais será rateada entre Estados e Municípios ou Distrito Federal. Resolução Comitê Gestor do Simples Nacional nº 94, de 29 de novembro de 2011 4

Art. 82. Aplicam-se à ME e à EPP optantes pelo Simples Nacional todas as presunções de omissão de receita existentes nas legislações de regência dos tributos incluídos no Simples Nacional. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 34) 2º Nas hipóteses em que o lançamento do ICMS decorra de constatação de aquisição, manutenção ou saídas de mercadorias ou de prestação de serviços sem documento fiscal ou com documento fiscal inidôneo, nas atividades que envolvam fiscalização de trânsito e similares, os tributos devidos serão exigidos observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas não optantes pelo Simples Nacional, consoante disposto nas alíneas "e" e "f" do inciso XIII do 1º do art. 13 da Lei Complementar nº 123, de 2006. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 13, 1º, inciso XIII, alíneas "e" e "f"; art. 33, 4º) Art. 83. No caso em que a ME ou EPP optante pelo Simples Nacional exerça atividades incluídas no campo de incidência do ICMS e do ISS e seja apurada omissão de receita de que não se consiga identificar a origem, a autuação será feita utilizando a maior das alíquotas relativas à faixa de receita bruta de enquadramento do contribuinte, dentre as tabelas aplicáveis às respectivas atividades. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 39, 2º) No caso dos autos, depreende-se que o sujeito passivo deixou de recolher ICMS referente a saídas de mercadorias tributadas e não registradas em livro próprio conforme foi constatado por meio de levantamento especial de cartão de crédito, tal procedimento caracteriza a presunção de ocorrência do fato gerador do imposto, conforme estabelece o art. 21, inciso I, alínea f da Lei 1.287/01 senão vejamos: Art. 21. Presume-se ocorrido o fato gerador do imposto, salvo prova em contrário: I o fato de a escrituração indicar: f) valores inferiores às informações fornecidas por instituições financeiras e administradoras ou operadoras de cartão de crédito, débito ou similar; (Redação dada pela Lei 2.006 de 17.12.08). Assim, com base na legislação supramencionada, a meu entender é procedente a reclamação tributária que exige ICMS decorrente das operações de vendas de mercadorias liquidadas por meio de cartão de crédito, débito ou similar, sem a emissão de documento fiscal correspondente. De outro lado, em resposta ao questionamento ventilado pelo sujeito passivo quanto à aplicação do percentual de multa de 150%, a nobre julgadora aduz 5

que o referido percentual se deu em razão do estabelecido no 1º da Lei 9.430/96 com redação dada pela Lei 11.448/07, abaixo transcrito: 1º O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502 de 30 de novembro de 1961, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Neste sentido, cumpre trazer a colação o que dispõe os artigos 71,72 e 73 da Lei nº 4.502 de 30 de novembro de 1961, senão vejamos: Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. (grifo nosso) Desta forma, à luz da legislação acima transcrita somente será aplicado o percentual de multa previsto no 1º da Lei 9.430/96 com redação dada pela Lei 11.448/07 quando ocorrer sonegação, fraude ou conluio, que por sua vez necessitam da comprovação da conduta dolosa do agente, vez que o dolo não se presume, deve ser provado. Neste diapasão, entendo que a presunção de ocorrência de omissão de saídas de mercadorias tributadas não prescinde da comprovação de conduta dolosa do contribuinte caracterizadora de sonegação, fraude ou conluio. Assim compulsando os autos, em que pese haver a presunção de ocorrência de omissão de saídas de mercadorias tributadas, denota-se que a autoridade fiscal não comprovou a ocorrência de conduta dolosa do contribuinte caracterizadora de sonegação, fraude ou conluio, capaz de impor o percentual de multa encartado no 1º da Lei 9.430/96 com redação dada pela Lei 11.448/07. Portanto, decido pela confirmação da decisão de primeira instância, que julgou procedente a reclamação tributária constante do auto de infração n o 2011/002580, com alteração do percentual da multa aplicada para 75% (setenta e cinco por cento), com base no art. 44 da Lei 9.430/96 com redação dada pela Lei 11.448/07. 6

É como voto. DECISÃO Decidiu o Conselho de Contribuintes e Recursos Fiscais, no mérito, por unanimidade, conhecer do recurso voluntário e negar-lhe provimento para, confirmando a decisão de primeira instância, julgar procedente a reclamação tributária constante do auto de infração n o 2011/002580 e condenar o sujeito passivo ao pagamento dos créditos tributários nos valores de R$ 4.985,71 (quatro mil, novecentos e oitenta e cinco reais e setenta e um centavos), R$ 5.201,26 (cinco mil, duzentos e um reais e vinte e seis centavos) e R$ 9.039,17 (nove mil, trinta e nove reais e dezessete centavos), referentes aos campos 4.11 a 6.11, respectivamente, mais os acréscimos legais e com alteração da penalidade para 75% prevista no art. 44, inciso I, da Lei 9.430/96. O Senhor Rui José Diel fez sustentação oral pela fazenda pública. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Valcy Barboza Ribeiro, Kellen Crystian Soares Pedreira do Vale, Evaniter Cordeiro Toledo e João Alberto Barbosa Dias. Presidiu a sessão de julgamento aos 11 dias do mês de agosto de 2014, o conselheiro Edson Luiz Lamounier. PLENÁRIO DO CONSELHO DE CONTRIBUINTES E RECURSOS FISCAIS, em Palmas, TO, aos 22 dias do mês de agosto de 2014. Edson Luiz Lamounier Presidente Valcy Barboza Ribeiro Conselheiro Relator 7