Coordenação-Geral de Tributação. Art Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:

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1 Fl. 27 Fls Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta Interna nº 18 - Data 30 de julho de 2014 Origem DRF/DIVINOPÓLIS Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ementa: Com base no art. 39 da Lei Complementar (LC) nº 123, de 14 de dezembro de 2006, a manifestação de inconformidade interposta em âmbito federal contra a exclusão do Simples Nacional se enquadra no conceito de recurso administrativo admissível pelas leis reguladoras do processo tributário administrativo a que se refere o inciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional (CTN). Nos termos do 3º do art. 75 da Resolução Comitê Gestor do Simples Nacional (RCGSN) nº 94, de 29 de novembro de 2011, a impugnação do ato de exclusão do Simples Nacional tem efeito suspensivo, razão pela qual o lançamento de ofício que teve tal ato de exclusão como premissa necessária terá caráter preventivo, e, portanto, estará com a exigibilidade suspensa. Dispositivos Legais: art. 151, inciso III, do CTN; art. 39 da LC nº 123, de 2006; art. 75, 3º do da RCGSN nº 94, de Relatório e-processo nº / Em 19 de outubro de 2011, o Delegado Adjunto da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Divinópolis (DRF/DIV), encaminhou Consulta Interna dirigida à Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil na 6ª Região Fiscal (SRRF06). 1.1 Em síntese foi questionado se a apresentação de manifestação inconformidade contra a exclusão do Simples Nacional, que não teria efeitos suspensivos, suspenderia a exigibilidade do crédito tributário lançado em virtude da referida exclusão, mesmo quando não houve impugnação contra lançamento de ofício. 1.2 Como resposta à referida indagação, sustentou, com base no inciso I 1 do art. 111 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, do Código Tributário Nacional (CTN), que a Documento assinado 1 digitalmente conforme MP nº de 24/08/2001 Art Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por TATIANA DORNELES DE SOUZA CAMPANHA SANTANA, Assinado digi talmente em 31/07/2014 I - suspensão por RAIMUNDO ou exclusão JOSE do SOUSA crédito VASCONCELOS tributário; (não JUNIOR, grifado Assinado no original) digitalmente em 31/07/20 1

2 Fl. 28 Fls. 17 apresentação de manifestação de inconformidade relativa à exclusão do Simples Nacional não suspende a exigibilidade do crédito tributário lançado em virtude da referida exclusão, pois, para ter gozo da referida suspensão, a interessada teria que, obrigatoriamente, ter apresentado também a impugnação contra o lançamento de ofício. 2. Em 23 de janeiro de 2012, a Divisão de Tributação (Disit) da SRRF06, expediu a Solução de Consulta Interna (SCI) nº 1, na qual manifestou concordância com o entendimento do (DRF/DIV), com base em fundamentação na qual citou os seguintes dispositivos legais: 2.1 o art. 39 da Lei Complementar (LC) nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que em seu caput 2 diz que o contencioso administrativo decorrente da exclusão de ofício do Simples Nacional será de competência do órgão julgador integrante da estrutura administrativa do ente federativo que efetuar a respectiva exclusão e observará os dispositivos legais atinentes aos processos administrativos fiscais desse ente; 2.2 os arts. 75 e 109 da Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) nº 94, de 29 de novembro de 2011, que trazem normas processuais aplicáveis à referida exclusão de ofício; 2.3 o inciso III 3 do art. 151 do CTN, que determina que as reclamações e os recursos previstos nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo dão causa à suspensão da exigibilidade do crédito tributário; e 2.4 os arts. 14 4, 15 5 e o caput e 1º e 3º do 21 6 do Decreto nº , de 6 de março de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal (PAF), que, respectivamente, dizem que: a fase litigiosa do procedimento é instaurada pela impugnação (art. 14); 2 Art. 39. O contencioso administrativo relativo ao Simples Nacional será de competência do órgão julgador integrante da estrutura administrativa do ente federativo que efetuar o lançamento, o indeferimento da opção ou a exclusão de ofício, observados os dispositivos legais atinentes aos processos administrativos fiscais desse ente. 3 Art Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:... III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; 4 Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. 5 Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. 6 Art. 21. Não sendo cumprida nem impugnada a exigência, a autoridade preparadora declarará a revelia, permanecendo o processo no órgão preparador, pelo prazo de trinta dias, para cobrança amigável. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) 1º No caso de impugnação parcial, não cumprida a exigência relativa à parte não litigiosa do crédito, o órgão preparador, antes da remessa dos autos a julgamento, providenciará a formação de autos apartados para a imediata cobrança da parte não contestada, consignando essa circunstância no processo original. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)... Documento assinado 3º digitalmente Esgotado conforme o prazo de MP cobrança nº amigável de 24/08/2001 sem que tenha sido pago o crédito tributário, o órgão preparador Autenticado digitalmente declarará em o 30/07/2014 sujeito passivo por TATIANA devedor DORNELES remisso DE e encaminhará SOUZA CAMPANHA o processo SANTANA, à autoridade Assinado competente digi para promover a talmente em 31/07/2014 cobrança por executiva. RAIMUNDO JOSE SOUSA VASCONCELOS JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/07/20 2

3 Fl. 29 Fls tal impugnação deve ser formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, e será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência (art. 15); será declarada a revelia e terá início a cobrança amigável quando a exigência não for cumprida nem impugnada (caput do art. 21) na hipótese de impugnação parcial, poderá haver formação de autos apartados para a imediata cobrança da parte não contestada ( 1º do art. 21); o esgotamento do prazo para cobrança amigável resulta no encaminhamento para a cobrança executiva ( 3º do art. 21); 2.5 A Disit da SRRF 06 destacou, ainda, a resposta à Pergunta 7 do Perguntas e Respostas do Portal de Serviços do Simples Nacional (Como devo proceder ao receber termo de exclusão por motivo de débito?), para sustentar que o Termo de Exclusão do Simples Nacional seria um ato distinto do Auto de Infração para constituição dos créditos tributários decorrentes da exclusão. Tal distinção exigiria uma impugnação separada para o Auto de Infração, pois a impugnação de um ato não seria válida para outro ato, até mesmo porque as matérias a serem impugnadas poderiam ser de natureza diversa, dependendo da situação. 2.6 Com base nisso, concluiu 8 que quando não há impugnação do lançamento de ofício decorrente da exclusão, não há suspensão da exigibilidade do crédito, tendo em vista os termos do inciso III do art. 151 do CTN. Entendeu, ainda, que tal situação dá causa à exigência dos créditos constituídos por lançamento de ofício não impugnado nos termos do caput e do 3º do art. 23 do Decreto nº , de Em 14 de março de 2012, a SRRF08 manifestou concordância com a Solução proposta pela Disit/SRRF06 (fls 11/12). 7 Faz referência à Pergunta nº 11.7, que, na versão na página Perguntas e Respostas acessada no endereço: < em 31 de outubro de 2012, corresponde à Pergunta nº A rigor, a Conclusão proposta pela Disit/SRRF06 foi feita nos seguintes termos: Diante do exposto, soluciona-se a consulta interna respondendo à interessada que: 1. O Auto de Infração formalizado para cobrança de crédito tributário decorrente da exclusão do Simples deve ser impugnado na forma do Processo Administrativo Fiscal, para que seja suspensa a sua exigibilidade. Documento assinado digitalmente conforme MP nº de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 2. 30/07/2014 O fato de por o contribuinte TATIANA DORNELES ter impugnado DE SOUZA o Termo CAMPANHA de Exclusão SANTANA, do Simples Assinado não digisuspende a exigibilidade talmente em 31/07/2014 por do RAIMUNDO crédito tributário JOSE SOUSA constante VASCONCELOS do Auto de JUNIOR, Infração, Assinado pois são digitalmente atos distintos. em 31/07/20 3

4 Fl. 30 Fls. 19 Fundamentos 4. A Solução para a questão suscitada requer, primeiramente, uma reflexão mais aprofundada sobre o instituto da suspensão da exigibilidade do crédito tributário causada pelas reclamações e pelos recursos, nos termos das leis reguladoras do processo administrativo fiscal 9, que permita uma interpretação funcional deste Instituto. 4.1 Nesse sentido, cabe observar que uma das funções primordiais de tal suspensão é não permitir que créditos, cuja constituição seja objeto de recurso administrativo admissível pelas leis reguladoras do processo administrativo fiscal e ainda pendentes de julgamento, sejam objeto de execução fiscal, tendo em vista que tais créditos carecem de certeza. A execução fiscal demanda a existência de crédito certo Ademais, é válido lembrar que a manifestação de inconformidade contra a exclusão do Simples Nacional enquadra-se no conceito de recurso administrativo admissível pelas leis reguladoras do processo tributário administrativo a que se refere o inciso III do art. 151 do CTN, tendo em vista que o art. 39 da LC nº 123, de 2006, prescreve que o contencioso administrativo decorrente da exclusão de ofício do Simples Nacional observará os dispositivos legais atinentes aos processos administrativos fiscais do ente que praticou a exclusão. 4.3 Entre o ato de exclusão e o lançamento feito em decorrência de tal exclusão existe uma relação de causa e consequência. Assim, havendo tal relação, se o ato de exclusão for considerado inválido será também afetado por essa invalidade o lançamento de ofício que teve tal ato de exclusão como premissa necessária Não se pode negar que a consequência que tinha como fundamento necessário uma premissa considerada inválida também é inválida, razão pela qual deve-se admitir que a impugnação feita contra o ato de exclusão afeta também os efeitos do lançamento de ofício que teve tal ato como premissa necessária. 4.5 Além disso, nos termos do 3º do art. 75 da Resolução Comitê Gestor do Simples Nacional (RCGSN) nº 94, de 29 de novembro de 2011, quando ocorrer a impugnação do ato de exclusão do Simples Nacional, a efetividade desse ato dependerá de decisão 9 Inscrito no inciso III do art. 151 do CTN. 10 Nos termos do 3º do art. 2º da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, que dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública, também conhecida como Lei de Execução Fiscal (LEF), a certeza é um dos requisitos necessários para a inscrição dos créditos tributários na Dívida Ativa da Fazenda Pública, e, tal inscrição é essencial para que ocorra a execução fiscal, tendo em vista os termos do 1º do art. 6º da LEF. 11 Admitir a tese em sentido contrário seria admitir que o Ato de Exclusão do Simples e o Lançamento de Ofício que teve tal ato como premissa, poderiam estar em universos jurídicos distintos e incomunicáveis. 12 Art º Na hipótese de a ME ou EPP impugnar o termo de exclusão, este se tornará efetivo quando a decisão definitiva for desfavorável ao contribuinte, observando-se, quanto aos efeitos da exclusão, o disposto no art. 76. (Lei Complementar n º 123, de 2006, art. 39, 6 º) Documento assinado 13 Cabe digitalmente observar conforme que antes MP da nº publicação de 24/08/2001 da RCGSN nº 94, de 2011, o dispositivo equivalente ao que se comenta Autenticado digitalmente era o em 3º-A 30/07/2014 do art. 4º por da TATIANA RCGSN DORNELES nº 15, de 23 DE de SOUZA julho CAMPANHA de 2007, incluído SANTANA, pelo Assinado art. 1º digi da RCGSN nº 46, de 18 de talmente em 31/07/2014 novembro por RAIMUNDO de JOSE SOUSA VASCONCELOS JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/07/20 4

5 Fl. 31 Fls. 20 definitiva desfavorável ao contribuinte, razão pela qual não procede o entendimento de que a manifestação de inconformidade contra a exclusão do Simples Nacional não teria qualquer efeito suspensivo do crédito tributário lançado em decorrência dessa exclusão. Não é à toa que o 3º do art. 75 da Resolução Comitê Gestor do Simples Nacional (RCGSN) nº 94, de 2011, diz que o termo de exclusão só se tornará definitivo após a decisão definitiva do processo administrativo fiscal. 4.6 Embora a impugnação do ato de exclusão obste sua efetividade, deve-se fazer preventivamente o lançamento de ofício que teve tal ato de exclusão como premissa necessária e, portanto, estará com a exigibilidade suspensa até que o ato de exclusão produza efeitos. Conclusão 5. Com base no art. 39 da LC nº 123, de 2006, entende-se que a Manifestação de Inconformidade contra a Exclusão do Simples Nacional se enquadra no conceito de recurso administrativo admissível pelas leis reguladoras do processo tributário administrativo a que se refere o inciso III do art. 151 do CTN. 6. Nos termos do 3º do art. 75 da Resolução Comitê Gestor do Simples Nacional (RCGSN) nº 94, de 29 de novembro de 2011, a impugnação do ato de exclusão do Simples Nacional tem efeito suspensivo, razão pela qual o lançamentos de ofício que teve tal ato de exclusão como premissa necessária terá caráter preventivo, e, portanto, estará com a exigibilidade suspensa. À consideração superior. Assinado digitalmente RAIMUNDO JOSÉ SOUSA VASCONCELOS JÚNIOR Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (RFB) De acordo. À consideração da Coordenadora da Copen. Assinado digitalmente EDUARDO GABRIEL DE GÓES VIEIRA FERREIRA FOGAÇA Auditor-Fiscal da RFB - Chefe da Dinog De acordo. À consideração do Coordenador-Geral da. Documento assinado digitalmente conforme MP nº de 24/08/2001 Assinado digitalmente MIRZA MENDES REIS Auditora-Fiscal da RFB - Coordenadora da Copen Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por TATIANA DORNELES DE SOUZA CAMPANHA SANTANA, Assinado digi talmente em 31/07/2014 por RAIMUNDO JOSE SOUSA VASCONCELOS JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/07/20 5

6 Fl. 32 Fls. 21 Aprovo. Publique-se e encaminhe-se na forma do art. 6º da Ordem de Serviço nº 1, de 8 de abril de Assinado digitalmetne FERNANDO MOMBELLI Auditor-Fiscal da RFB - Coordenador-Geral da Documento assinado digitalmente conforme MP nº de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por TATIANA DORNELES DE SOUZA CAMPANHA SANTANA, Assinado digi talmente em 31/07/2014 por RAIMUNDO JOSE SOUSA VASCONCELOS JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/07/20 6