2. Segmento de Alto Nível da Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas: 6 a 9 de Dezembro;



Documentos relacionados
A Declaração recomenda prudência na gestão de todas as espécies e recursos naturais e apela a uma nova ética de conservação e salvaguarda.

I REUNIÃO DE MINISTROS DA ENERGIA DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA. Cascais, 23 de junho de Declaração de Cascais

Cimeira do Fórum Índia África

Contextos da Educação Ambiental frente aos desafios impostos. Núcleo de Educação Ambiental Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Documento em construção. Declaração de Aichi-Nagoya

VI REUNIÃO DE MINISTROS DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA. Maputo, 15 de Abril de 2014

Cooperação científica e técnica e o mecanismo de intermediação de informações

COMUNICADO FINAL. XXIXª Comissão Bilateral Permanente Washington 5 de Maio de 2011

Tratados internacionais sobre o meio ambiente

Política Ambiental janeiro 2010

XVIII REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO DE MINISTROS DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA

IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA. A VISÃO DO GOVERNO PARA A COP 21

Reportar o desempenho de sustentabilidade de uma empresa: O caso EDP

ACORDO DE COOPERAÇÃO ENTRE OS ESTADOS MEMBROS DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA SOBRE O COMBATE AO HIV/SIDA

EFIÊNCIA DOS RECURSOS E ESTRATÉGIA ENERGIA E CLIMA

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar

MENSAGEM N o 557, DE 2006

CARTA ABERTA AO BRASIL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA 2015

Mais clima para todos

CAPÍTULO 3 PROTOCOLO DE KIOTO

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. site do programa, comunicou a suspensão, a partir de 11 de Fevereiro de 2011, de

IX Colóquio Os Direitos Humanos na Ordem do Dia: Jovens e Desenvolvimento - Desafio Global. Grupo Parlamentar Português sobre População e

49 o CONSELHO DIRETOR 61 a SESSÃO DO COMITÊ REGIONAL

Rio de Janeiro, 5 de Dezembro de 2003

MÓDULO I: Mudança do Clima e Acordos Internacionais. Efeito Estufa. Fontes de Emissões. Impactos. Acordos Internacionais

Direitos das Pessoas Idosas e a Implementação da Convenção

ESTRUTURA ORGÂNICA E FUNCIONAL

Povos Indígenas e Serviços Ambientais Considerações Gerais e Recomendações da Funai

DE QUIOTO A CANCÚN A UE NA LIDERANÇA A DAS PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para

Marcio Halla

Em ambos os casos estão em causa, sobretudo, os modos de relacionamento das empresas com os seus múltiplos stakeholders.

Excelência Senhor presidente da COP 19 Excelências distintos chefes de delegações aqui presentes Minhas senhoras e meus senhores (1)

PAZ, FRAGILIDADE E SEGURANÇA A AGENDA PÓS-2015 E OS DESAFIOS À CPLP

Iniciativas Futuro Verde" do Japão

Sessão Divulgação LIFE Tipologias de projetos

Plataforma de Cooperação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) na Área Ambiental

PROJETO de Documento síntese

Política Ambiental do Sistema Eletrobrás

Agenda 21 Local em Portugal

OCPLP Organização Cooperativista dos Povos de Língua Portuguesa. Proposta de Plano de Atividades e Orçamento

EEUM Plano de Atividades e Orçamento Escola de Engenharia

Senhor Presidene Senhor Alto Comissário para os Direitos Humanos, Suas Excelências Senhores Ministros, Distintos delegados, Minhas e meus senhores,

UNESCO Brasilia Office Representação no Brasil Declaração sobre as Responsabilidades das Gerações Presentes em Relação às Gerações Futuras

Promover um ambiente de trabalho inclusivo que ofereça igualdade de oportunidades;

Criar Valor com o Território

IV Fórum da Terra. " Mudança Climática o Desafio do Século XXI

Celebrado em Brasília, aos 20 dias do mês de março de 1996, em dois originais, nos idiomas português e alemão, ambos igualmente válidos.

Caixa Mais - Gestão de Atuação Comercial Política de Sustentabilidade

EMISSOR: Presidência do Conselho de Ministros e Ministério da Economia e do Emprego

ENCONTRO DE MINISTROS DA AGRICULTURA DAS AMÉRICAS 2011 Semeando inovação para colher prosperidade

O que é o Portugal 2020?

O Ministério da Justiça da República Portuguesa e o Ministério da Justiça da República democrática de Timor - Leste:

PLANO TECNOLÓGICO DE EDUCAÇÃO. Artigo 1.º

São três os objetivos do Diálogo:

Resumo. O caminho da sustentabilidade

Pequenas e Médias Empresas no Chile. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

COP21 Perguntas frequentes

COOPERAÇÃO SUL SUL INSPEÇÃO DO TRABALHO. Brasília, 7 de dezembro de 2010

M ERCADO DE C A R. de captação de investimentos para os países em desenvolvimento.

Resumo do Acordo de Parceria para Portugal,

Fórum Crédito e Educação Financeira 25 de Janeiro de António de Sousa

PROJETO DE REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NOTA JUSTIFICATIVA

TRABALHO DECENTE COM BAIXAS EMISSÕES DE CARBONO

Em Crise Profunda no Mercado Interno. Em Expansão Acelerada nos Mercados Externos

A cooperação Canadá - Brasil: INTERNACIONALIZAÇÃO PARA A INOVAÇÃO

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL PARECER N.

Apoio à Empregabilidade e Inclusão dos Jovens

EDP. PREPARAR A ECONOMIA DO CARBONO Eficiência energética em alerta vermelho EMPRESA

Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento. ( ) ENED Plano de Acção

CONCLUSÕES DO XI CONGRESSO MUNDIAL DE FARMACÊUTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Problemas Ambientais

PARLAMENTO EUROPEU. Documento de sessão B6-0000/2008 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO. apresentada nos termos do artigo 81.

Presente à reunião proposta do Vereador José Maria Magalhães do seguinte teor:

CPLP VII REUNIÃO DE MINISTROS DA EDUCAÇÃO DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA. Luanda, 30 de Março de 2012 DECLARAÇÃO FINAL

Fundos Estruturais e de Investimento

Posição da indústria química brasileira em relação ao tema de mudança climática

CONSULTA PÚBLICA Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima Plano Indústria

SESSÃO DE PARCERIA. Sexta-feira, 14 de Setembro (09:00/12:50) INTERVENÇÃO

Portugal Inovação da Agricultura, Agroindústria. Pedro Cilínio

DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997

Proposta de Alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo

Instrumento que cria uma Rede de Cooperação Jurídica e Judiciária Internacional dos Países de Língua Portuguesa

ESTATUTO DA ASSEMBLEIA PARLAMENTAR DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA

TERMOS DE REFERÊNCIA

Declaração de Brasília sobre Trabalho Infantil

PROGRAMA RESPONSABILIDADE SOCIAL EDUCAÇÃO. Regulamento do Programa de Bolsas de Educação. Introdução

A crise financeira mundial e os países da CPLP

REU IÃO I FORMAL DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVER O DE 7 DE OVEMBRO VERSÃO APROVADA

AICEP Portugal Global

S.O.S TERRA. Associated Press

Desenvolvimento e Meio Ambiente: As Estratégias de Mudanças da Agenda 21

MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS. Coerência das Políticas: O Desafio do Desenvolvimento. Sessão Pública ABERTURA

Governo da Região Administrativa Especial de Macau - Governos Provinciais e Regionais do Grande Delta do Rio das

PROJECTO DE LEI N.º 757/X ESTABELECE MEDIDAS DE INCENTIVO À PARTILHA DE VIATURAS

REPÚBLICA DE ANGOLA MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

+COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

Transcrição:

RelatóriodaDelegaçãodaAssembleiadaRepúblicaPortuguesaà ConferênciadasNaçõesUnidasparaasAlteraçõesClimáticas(COP 17/CMP 7)emDurban,ÁfricadoSul I)Membrosdadelegação: DeputadoAntónioLeitãoAmaro(GPPSD) DeputadoFernandoJesus(GPPS). II)Duraçãodamissão:5a10deDezembrode2011 III)Sumáriodasatividadesprincipaisdadelegação: 1. ReuniãodaUniãoInterparlamentar(UIP):5deDezembro; 2. Segmento de Alto Nível da Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas:6a9deDezembro; 3. ReuniõescomaDelegaçãoGovernamentaldePortugalàConferênciadasNações Unidas(diáriasde6a9deDezembro) 4. Reunião com os parceiros institucionais e empresariais para discussão das respectivas candidaturas ao programa Fast Start (apoio do Estado português a projetosdemitigaçãodeemissõesdegeeempaíseslusófonos):9dedezembro; 5. EncontroscomoEmbaixadoreoutrosdiplomatasportuguesesnaÁfricadoSul 6. VisitaaoConsuladoportuguêsdeDurban:6deDezembro; 7. Almoço com cerca de 50 membros da comunidade portuguesa na África do Sul (noclubeportuguêseacademiadobacalhau):10dedezembro. IV)Documentosrelevantes: A. Declaração aprovada na reunião da União Interparlamentar sobre alterações climáticasecop 17/CMP 7; B. Declaração aprovada pelos Estados da CPLP sobre alterações climáticas e a COP 17/CMP 7; C.DocumentosaprovadospelaCOP 17/CMP 7. RelatórioDelegaçãoA.R.:UNFCCCOP 17Durban 1

V)Descriçãodasprincipaisatividadeseconclusões 1. Antecedentes A 17ª Conferência das Nações Unidas para as alterações climáticas realizada em Durban,ÁfricadoSul,segueasequênciadeváriasconferênciasanuaissobreomesmo tempoqueserealizaramanteriormente. O agravamento dos impactos e da percepção pública do fenómeno das alterações climáticas, a aproximação do período de vigência do Protocolo de Quioto (em final 2012) e o relativo sucesso das conferências anteriores (em particular as de Copenhagaem2009eCancunem2010)contribuíramparaagrandeimportânciaque esta17ªconferênciaassumeparaacomunidadeinternacionaleparaahumanidade emgeral. Importa destacar que o 5º relatório publicado em 2011 pelo Painel IntergovernamentalparaasAlteraçõesClimáticas(IPCC)confirmaaresponsabilidade antropológica pelo agravamento das alterações climáticas e as conclusões de que deveserevitadoumaumentodatemperaturaglobalsuperiora2ºcedeque,casotal nãosejaconseguido,severosimpactosirãofustigarasváriasáreasdoplaneta. Importa reconhecer, contudo, que apesar do dramatismo reconhecido à evolução desteproblema,asexpectativasgeneralizadasquantoaodesfechoda17ªconferência dedurbannãoeramparticularmentepromissoras.comefeito,desdeháváriosanos têm sido evidentes as perspectivas contrastantes de vários Estados ou grupos de Estados(designadamente,doladodospaísesmaisdesenvolvidosaposiçãodaUnião Europeia contrasta significativamente com a dos Estados Unidos da América; as pretensões dos países em desenvolvimento divergem quer entre si, quer relativamenteamuitosdospaísesmaisdesenvolvidos). Importa talvez destacar as posições e apelos mais dramáticos e assertivos à ação feitos pelos pequenos Estados ilhas cuja própria existência pode ser colocada em causapeloaumentodoníveldomar(resultantedodegeloárticoeexpansãodamassa hídrica,emresultadodoaumentodatemperaturaglobal)epelospaísesdeáfricacuja sensibilidadeedificuldadesnaadaptaçãoàsalteraçõesclimáticasémaisforte. Sea15ªConferênciadeCopenhagahaviafrustradocompletamenteasexpectativas,e a 16ª Conferência em Cancun tinha alcançado alguns resultados, embora modestos, eraocepticismoquemaisdominavaasexpectativasdacomunidadeinternacional. 2. ReuniãodaUniãoInterparlamentar RelatórioDelegaçãoA.R.:UNFCCCOP 17Durban 2

Navésperadoiníciodo SegmentodeAltoNível dacop 17,nodia5deDezembro, realizou se em Durban uma reunião da União Interparlamentar (UIP) reunindo parlamentaresdetodoomundo. OParlamentoportuguêsfoirepresentadonestareuniãoporumadelegaçãocomposta pelosdeputadosantónioleitãoamaroefernandojesus. Do programa da reunião merecem destaque os seguintes momentos especiais: discursos de abertura, Painel de discussão Sentindo o calor: compromissos financeiros fast track e de longo prazo, Painel de discussão Criando um círculo virtuoso de puxar e empurrar para projetos de baixo carbono e de energias renováveis, Painel de discussão Ação concertada para a mitigação e adaptação climática:opapeldoslegisladoresnacionaisedaadministraçãolocal. NoprimeiroPaineldediscussãoplenáriaoDeputadoAntónioLeitãoAmarointerveio na sessão em nome da delegação portuguesa. Nesta intervenção o Deputado portuguêsafirmouqueasconhecidasdificuldadesfinanceirasqueportugalatravessa não podem justificar que o País abdique da sua responsabilidade no combate às alterações climáticas, muito em particular no que diz respeito à cooperação com os paísesmenosdesenvolvidoslusófonosnosseusesforçosdemitigaçãoedeadaptação às alterações climáticas, assim como na sua estratégia para mudança do respectivo paradigmaenergético.segundoodeputadoantónioleitãoamaro,asituaçãodecrise deverá ser aproveitada por Portugal como oportunidade para fazer melhor nesse esforço de combate às alterações climáticas e para o fazer de forma mais transparente,eficienteesustentável. NopartefinaldareuniãodareuniãodaUIPosparlamentaresdiscutirameadoptaram porconsensoumadeclaraçãoconjuntacom17pontosquefoidepoisenviadaàcop 17. OtextointegraldestaDeclaraçãoconjuntadaUIPencontra seemanexo. 3. EncontroeDeclaraçãoCPLP NoâmbitodaCOP 17decorreramdiversosencontrosentreEstadoslusófonossobreo problema das alterações climáticas e com vista a concertar posições para a COP 17. ParaalémdeencontrosbilateraisdoGovernoportuguêscomosváriosGovernosdos EstadosmembrosdaComunidadedosPaísesdeLínguaPortuguesa(CPLP),importa destacar a reunião multilateral da CPLP que resultou numa inédita declaração conjuntadosestadosdacplpsobreasalteraçõesclimáticas. RelatórioDelegaçãoA.R.:UNFCCCOP 17Durban 3

FoioseguinteoconteúdoresolutivodaDeclaraçãoCPLPde8deDezembrode2011 sobre alterações climáticas na qual os Governos dos Estados da CPLP se comprometema: 1. Intensificar a colaboração para o reforço do Comité de Coordenação da respostaàmudançadoclima,comvistaapromoveraçõesdecooperaçãoentre os membros da Comunidade, que reúne países distribuídos em quatro continentes,incluindoumestadopartedoanexoidaunfccc. 2. Reiterar a sua determinação para, no âmbito da Convenção Quadro das NaçõesUnidasSobreMudançadoClimaedoProtocolodeQuioto,prosseguirem os seus esforços no sentido de contribuírem para que a Conferência de Durban possa vir a constituir um passo importante para o reforço do sistema multilateralemaçõesrelacionadascomamudançadoclima. 3. Encorajar todas as Partes a darem a sua máxima contribuição na luta contra a mudança do clima no âmbito das suas responsabilidades comuns, porémdiferenciadasdeacordocomasrespectivascapacidades. 4. Reconhecer que o Protocolo de Quioto é um elemento central do regime climáticoglobal. 5. Salientar a necessidade de redobrar esforços, por todas as Partes à Convenção, para dar resposta adequada aos desafios que a mudança do clima impõem a todos, e em particular aos países menos avançados, pequenas ilhas insulareseáfrica. 6. Como expressão de responsabilidades comuns, porém diferenciadas, continuar os esforços de cooperação entre os países da CPLP no âmbito da implementação imediata do fast start em matéria de mudança do clima designadamente no apoio à preparação e implementação de programas, projetos e ações nas áreas de adaptação, mitigação, desenvolvimento e transferência de tecnologias e capacitação institucional, reconhecendo nomeadamente nesse âmbito a importância da integração da Sustentabilidade do Ambiente nos programas de Desenvolvimento particularmente para o combate a pobreza, programas de agricultura sustentável e aplicação de tecnologiaslimpasedaeficiênciaenergéticaparaaedificaçãodeumaeconomia debaixocarbonoeprosseguirosesforçosmútuosdeintegraçãodestasmatérias naspolíticaseestratégiasdedesenvolvimento. 7. Apelarparaqueda17ªConferênciadasPartesresulteumfortalecimentodo regimeclimáticoatravésdeumroteiroabrangenteevinculativoquedêpassos firmes necessários para assegurar o objetivo de limitar o aumento da temperaturamédiaglobal. ImportadestacarnãoapenasqueoacordoparaumadeclaraçãoCPLPénãoapenas um facto histórico, como representa um marco importante nas relações internacionaisportuguesasvistotersidopossívelpelaprimeiravezqueoconjuntode RelatórioDelegaçãoA.R.:UNFCCCOP 17Durban 4

países CPLP tenham atuado publicamente unidos e concertados no plano internacionalemmatériadealteraçõesclimáticas. 4. Intervenção de Portugal no Plenário da Conferência das Nações Unidas COP 17/CMP 7 DeentreosvárioseventosreuniõesoficiaisdaCOP 17,sejamplenáriosousectoriais, importadestacaraintervençãodogovernoportuguêsnoplenáriodacop 17. ParaalémdoconteúdodaintervençãodaSra.MinistradaAgricultura,Mar,Ambiente e Ordenamento do Território de Portugal, é de ressaltar o facto inédito de tal declaraçãotersidoproferidaemportuguêsede,emconsequência,osministrosdos países africanos de língua portuguesa e de Timor Leste terem também proferido as suasintervençõesemlínguaportuguesa. ComoprincipaisnotasdaintervençãodePortugalnoPlenáriodaCOP 17podemser apontadas:oapeloaumresultadoambiciosonestacop 17emDurban,emlinhacom as posições da União Europeia sobre o combate às alterações climáticas; o compromissodeportugalemcumprirassuasmetasdereduçãodegeeprevistasno Protocolo de Quioto; o compromisso do País em, apesar dos seus constrangimentos financeiros presentes, concretizar os apoios financeiros de 36 milhões de euros a projetosdereduçãodeemissões,adaptaçãoàsalteraçõesclimáticasecapacitaçãoem execuçãoouaexecutarempaísesdelínguaportuguesamenosdesenvolvidos. 5. OscompromissosFastStartdePortugal Num dos eventos paralelos à COP 17, a Comissão para as Alterações Climáticas do Portugal organizou uma sessão pública para discutir os compromissos fast start de Portugal. Emconcretizaçãodoprincípiodas responsabilidadescomunsmasdiferenciadas,os paísesmaisdesenvolvidoscomprometeram senacop 15emCopenhagaadoistipos de financiamento a países menos desenvolvidos para o combate às alterações climáticas: faststart (financiamentoimediato)efinanciamentodelongoprazo. NessaocasiãoPortugalcomprometeu seaumfinanciamentoimediato/faststartde 36milhõesdeeurosnoperíodo2010 2012. Ora, esta sessão pública consistiu quer numa intervenção da Sra. Ministra da Agricultura,Mar,AmbienteeOrdenamentodoTerritóriodePortugalsobreasituação RelatórioDelegaçãoA.R.:UNFCCCOP 17Durban 5

doscompromissosfaststartdeportugal,queremintervençõesdeváriospromotores de projetos candidatos ou já em curso, todos localizados em países lusófonos de África. Os promotores intervenientes foram instituições públicas e governamentais daqueles países, ou empresas portuguesas que estão a candidatar se ou a executar projetosnaquelespaíses. NocursodessareuniãooDeputadoAntónioLeitãoAmarointerveiopara,emnomeda Delegação parlamentar portuguesa, transmitir publicamente as seguintes ideias principais:(i) embora em contexto de dificuldade financeira e austeridade no País, Portugal deve cumprir os seus compromissos fast start no contexto do combate às alteraçõesclimáticas,(ii)devendoorientaresseesforçofinanceiroemparticularpara os países lusófonos menos desenvolvidos e (iii) procurando envolver empresas portuguesasnesseesforçodecooperação.odeputadochamouaindaaatençãoparaa necessidadedetransparência,rigoreeficácianaconcessãoeexecuçãodestesapoios financeiros fast start que, naturalmente, resultam dos impostos pagos pelos portugueses. NestasequênciaaComissãoparaasAlteraçõesClimáticasdePortugalorganizouuma reunião de trabalho conjunta entre a Delegação da Assembleia da República e os vários promotores que intervieram naquela sessão. Nesta reunião de trabalho os Deputados António Leitão Amaro e Fernando Jesus questionaram os vários promotores sobre vários aspectos dos projetos que cada um ali representava e particularmente: sobre os custos globais do projeto, sobre o respectivo ponto de situação dos projetos, sobre o envolvimento de entidades (empresariais, científicas ououtras)deportugalnaconcepçãoeexecuçãodoprojeto,sobreaformadeseleção das entidades envolvidas, sobre as perspectivas de oportunidades subsequentes geradasporaquelesprojetos. Destacam se os projetos: da empresa portuguesa Self Energy em Moçambique para criação de mini redes de geração renovável de eletricidade em aldeias remotas e isoladas;daempresaportuguesagestoparadesenvolvimentodoatlasdasfontesde Energia Renovável em Moçambique; da autoridade nacional de São Tomé para o desenvolvimento, em parceria com a empresa portuguesa CAOS, de estratégias de desenvolvimento com baixo carbono em quatro países africanos lusófonos, designadamente,caboverde,sãotomé,moçambiqueeguiné Bissau. 6. AsconclusõesdaConferênciadasNaçõesUnidasCOP 17/CMP 7 Os Estados chegaram a um acordo na Conferência das Nações Unidas de Durban apenasnanoitededia10paradia11dedezembrode2011. RelatórioDelegaçãoA.R.:UNFCCCOP 17Durban 6

Da perspectiva mais exigente (v.g. União Europeia, Aliança dos Pequenos Estados Ilhas,paísesmenosdesenvolvidos,organizaçõesambientalistas),asconclusõesdesta COP 17sãoinsuficientes. Comefeito,devereconhecer sequenãofoicumpridooobjectivoprincipalparaesta Conferência, o de encontrar um acordo vinculativo para o controlo das emissões de GEE que sucedesse ao Protocolo de Quioto embora alargando o seu âmbito de aplicação e vinculação aos vários grandes emissores de GEE que não se encontram atualmenteabrangidospeloprotocolodequioto. Contudo, conhecendo se a natureza multilateral destas negociações e as pretensões menos ambiciosa de vários Estados que representam uma parte muito significativa das emissões de GEE (v.g. EUA, China, Canadá, Rússia, Japão, Índia), parece justo afirmar que o acordo alcançado na COP 17 em Durban é muito relevante e abrangente. Podem destacar se o seguintes pontos essenciais do acordo de Durban (cuja documentaçãopodeserencontradaemhttp://unfccc.int/2860.php): 1) SegundafasedevigênciadoProtocolodeQuioto; DadoqueoProtocolodeQuiotopreviaasuavigênciaaté2012,amelhoralternativa à improvável assinatura de um novo acordo vinculativo global em Durban seria a extensãodavigênciadoprotocolodequiotoparaumsegundoperíodo. Ora, as partes à COP 17 acordaram numa segunda fase de vigência do protocolo de Quioto com esse segundo período de compromisso para a redução de emissões de GEEafuncionarentre1deJaneirode2013eofinalde2017. Assim,foiacordadaaextensãodoprotocolodeQuiotopormais5anos. 2) Umplanodeação(roadmap)comprazosespecíficosparaumnovoacordo globalvinculativoquelimiteasemissõesdegee; NãotendoalcançadoumnovoacordoglobalparareduçãodeemissõesemDurban,os Estadosacordaramnumplanodeaçãocalendarizadoparaaassinaturaeentradaem vigorfuturasdessenovoacordo. Assim,aspartesnaCOP 17acordaramqueoacordoglobalparareduçãodeemissões deverá (i) ser preparado por um procedimento regulado designado por Durban PlatformforEnhancedAction,(ii)serconcluídoeassinadoaté2015(iii)portodasas partesdaconvençãodasnaçõesunidasparaasalteraçõesclimáticas(cercade190 países),(iv)entraremvigorem2020(v)sendoumacordovinculativo(emboracom RelatórioDelegaçãoA.R.:UNFCCCOP 17Durban 7

divergênciasquantoaograudevinculação)(vi)queestabeleçametasquepermitam alcançaroobjectivodeconteroaquecimentoglobalabaixodos2ºc. 3) Estabelecimento do Fundo Verde Climático ( Green Climate Fund ) para financiamentodocombateàsalteraçõesclimáticas; AconcretizaçãodoFundoVerdeClimático(GCF GreenClimateFund )eraumadas matériasemquemaisseesperavadacop 17.Trata sedeuminstrumentoacordado nacop 16deCancunpeloqualospaísesmaisdesenvolvidosdeverãocanalizarpara os países menos desenvolvidos até 100 mil milhões de USD por ano até 2020 para apoiaroseu desenvolvimentolimpo eesforçodeadaptaçãoàsalteraçõesclimáticas. OresultadodaCOP 17nestamatériaémisto.Comoaspectonegativonote sequenão foialcançadoacordosignificativoquantoàorigemdaqueledinheiroquealimentaráo GCF. Comoaspectopositivoregiste sequeaspartesacordaramnoregimedegestãodeste GCF.FoiacordadoqueoGCFserágeridocomoorganizaçãoautónomadaUNFCC,será utilizado nos países em desenvolvimento quer em medidas de mitigação quer de adaptaçãoeconformeas políticassectoriais decadapaís. 4) Outrasmatériasacordadas: a) As partes acordaram em desenvolver durante os próximos 12 meses um novo quadroregulatórioparanovosmecanismosdemercadoparareduçãodeemissõesde GEEquedeveráseraprovadonaconferenciaseguintenoQatarem2012.Essasnovas regras deverão impedir a contagem dupla de reduções e alcançar uma redução líquidadeemissõesdeco2. b) As partes acordaram também novas regras (Measurement, Reporting, and Verification MRV) para assegurar a transparência na monitorização dos esforços e açõesdosváriospaíses maisoumenosdesenvolvidos nareduçãodeemissões. c) As partes acordaram em aceitar a consideração da captura e sequestro de carbono (CCS carbon capture and storage ) para efeitos de créditos de carbono. Contudo, ficou previsto que os promotores de projetos de CCS deverão manter em reserva5%doscréditosdecarbonogeradosporestesprojetosatéqueosinspetores das instalações confirmem que não houve fugas de dióxido de carbono do local de sequestrodurante20anos. d) As partes acordaram em permitir a consideração quer de investimento privado quer de mecanismos de mercado no financiamento do programa REDD (Reduced RelatórioDelegaçãoA.R.:UNFCCCOP 17Durban 8

Emissions From Deforestation And Degradation) para a redução das emissões resultantesdadesflorestaçãoedegradaçãodeflorestas. Emconclusão,ecomoresultarádopresenterelatório,asquestõesrelacionadascomo combateàsalteraçõesclimáticastratadasnacop 17/CMP 7realizadaemDurbansão da maior importância para o futuro da humanidade e a salvaguarda do planeta relativamente aos efeitos nocivos causados pelas alterações climáticas e o aquecimentoglobal Em Durban estiveram reunidos Chefes de Estado e de Governo, Ministros e Altos RepresentantesdepraticamentetodososPaísesdoMundo,nãotendofaltadomuitos membros da sociedade civil, organizações empresariais, académicas e de defesa do ambiente,assimcomomeiosdecomunicaçãosocialdetodoomundo. Nocasoportuguêspoderálamentar seque,apesardeopaísseterfeitorepresentar por uma delegação composta pela Senhora Ministra e Secretario de Estado do Ambiente e de uma representação do Parlamento composta por dois deputados, a comunicação social portuguesa, em especial a televisão e rádio pública, não tenha estadopresentenesteimportantíssimoeventomundial. PaláciodeSãoBento,12deDezembrode2011 OsDeputados AntónioLeitãoAmaro FernandoJesus RelatórioDelegaçãoA.R.:UNFCCCOP 17Durban 9