Anexo Diretrizes Técnicas e Parâmetros do Arrendamento 1. Introdução 1.1. O presente Anexo Diretrizes Técnicas e Parâmetros do Arrendamento tem por objetivo tratar dos seguintes aspectos do Arrendamento: (i) Área, equipamentos e edificações; (ii) Acesso à área; (iii) Atividades; (iv) Parâmetros de Desempenho; (v) Parâmetros de Dimensionamento e de Operação; (vi) Parâmetros Técnicos; (vii) Prazo Limite para Início das Atividades e (viii) Requisitos mínimos do Plano Básico de Implantação. 2. Definições 2.1. Para os fins do presente documento e sem prejuízo das definições já existentes no Contrato e outros Anexos, as expressões seguintes são assim definidas: 2.1.1.Ano: referência ao decurso de prazo sempre contado a partir do início da vigência do Contrato de Arrendamento, salvo quando possuir referência expressa em outro sentido. 2.1.2.Berço: local a ser utilizado para atracação das embarcações que pretendem realizar embarque e desembarque de Cargas destinadas ao Arrendamento 2.1.3.Cais: plataforma a ser utilizada para embarque e desembarque de Cargas destinadas ao Arrendamento 2.1.4.Capacidade Efetiva: quantidade de carga movimentada durante um certo período de tempo e em um nível adequado de serviço 2.1.5.Capacidade Estática: quantidade máxima de carga que pode ser armazenada a qualquer tempo 2.1.6.Cargas: carga referida no presente anexo que esteja incluída no rol de Atividades do Arrendamento 2.1.7.Embarcação-tipo: embarcação de referência a ser considerada para fins de dimensionamento dos investimentos 2.1.8.Movimentação Mínima Garantida: movimentação mínima anual de cargas, conforme proposta apresentada na licitação 2.1.9.Parâmetros de Desempenho: Critérios técnicos definidos para mensurar o desempenho da Arrendatária 2.1.10. Parâmetros de Dimensionamento: referências a características técnicas mínimas que definirão o dimensionamento do projeto e dos investimentos a serem realizados pela Arrendatária.
2.1.11. Parâmetros de Operação: referências a características técnicas operacionais mínimas que definirão o dimensionamento do projeto, os investimentos e as Atividades a serem desempenhadas pela Arrendatária. 2.1.12. Parâmetros Técnicos: especificações técnicas mínimas a serem observadas pela Arrendatária na execução das obras e das Atividades do Arrendamento. 3. Área, equipamentos e edificações. 3.1. A área total do Arrendamento cujo código de identificação é SSA04 possui aproximadamente 36.600 m² (trinta e seis mil e seiscentos metros quadrados), sendo constituída pelos terrenos nos quais estão os equipamentos e edificações a serem utilizados na armazenagem de cargas gerais acondicionadas ou não em contêineres e compatíveis com essas instalações e equipamentos. 3.2. Todas as áreas estão localizadas dentro da área do Porto Organizado. 3.3. A Arrendatária será responsável por todos os investimentos, benfeitorias adicionais e serviços não especificados, mas que venham a ser necessários para alcançar os Parâmetros de Desempenho, de Dimensionamento e Operação. Os projetos e construções deverão observar os Parâmetros Técnicos. 4. Acesso à área 4.1. Acesso terrestre: rodoviário, por meio da Rodovia BR-324, Rua Engenheiro Oscar Pontes e Avenida da França. Não há acesso ferroviário disponível no Porto Organizado para o Arrendamento. 4.2. Acesso marítimo: Não há. 5. Atividades 5.1. O Arrendamento será utilizado apenas para movimentação e armazenagem de cargas gerais acondicionadas ou não em contêineres admitidos pelo PDZ do Porto Organizado. 5.2. A Arrendatária deverá movimentar durante todos os anos do Arrendamento ao menos 120.000 toneladas de carga por ano. 5.3. Somente serão contabilizadas para a verificação anual referida na cláusula 5.2 as Cargas desembarcadas de navios atracados no Porto de Sant os ou embarcados nesses navios, em operações que utilizem o Arrendamento. 5.4. A Arrendatária poderá realizar serviços complementares, inclusive embalagem ou outra forma de beneficiamento das mercadorias movimentadas, desde que as movimentações sejam prévia e formalmente permitidas pelas autoridades competentes, em especial a Autoridade Aduaneira.
6. Parâmetros de Dimensionamento e de Operação 6.1. A Arrendatária deverá realizar os investimentos e desempenhar as Atividades de forma a cumprir os Parâmetros de Operação a seguir indicados. As figuras anexas fornecem uma representação indicativa das instalações a serem implantadas pela Arrendatária. 6.1.1.Instalações de Armazenagem 6.1.2.Equipamento A Arrendatária deverá implantar melhorias nas instalações de armazenagem necessárias para atingir os Parâmetros de Desempenho; deverá manter uma capacidade estática de armazenagem de no mínimo 1.400 (mil e quatrocentos) TEUs. 6.1.2.1. Deverá ser disponibilizado equipamento móvel que for necessário às operações de embarque e desembarque de acordo com os Parâmetros de Desempenho. 7. Parâmetros Técnicos 7.1. Parâmetros de Projeto 7.1.1.A Arrendatária será exclusivamente responsável por todos os estudos técnicos, incluindo mas não se restringindo às investigações de campo, aos estudos de viabilidade, aos projetos conceituais e finais, aos documentos de planejamento e aos documentos de licitação/construção referentes às benfeitorias e implantações necessárias ao desempenho das Atividades no Arrendamento. 7.1.2.Os projetos de implantação de todas as benfeitorias e obras no Arrendamento obedecerão a todos os códigos e regulamentos municipais, estaduais e federais aplicáveis, bem como aos padrões de projeto indicados pelas organizações abaixo (no caso de conflito entre os padrões abaixo indicados, o código mais restritivo será aplicado): ABNT ISO IMO MARPOL Padrões de quaisquer Fornecedores de Serviços Públicos: Autoridade Portuária; Fornecedores Externos de Serviços Públicos, em conformidade com Códigos de Edificação e Construção nacionais e internacionais. Além disso, o projeto obedecerá às normas vigentes de todos os códigos e padrões de projeto aplicáveis estabelecidos pelas seguintes organizações:
European Committee for Standardisation (Eurocode) Permanent International Association of Navigation Congress (PIANC) BS 6349: Maritime Structures ASTM International (antiga American Society for Testing and Materials) Oil Companies International Marine Forum (OCIMF) International Safety Guide for Oil Tankers and Terminals (ISGOTT) 7.1.3.Os investimentos em obras civis a serem realizados pela Arrendatária para o desempenho das Atividades previstas para o Arrendamento devem considerar uma vida útil de 50 (cinquenta) anos. 7.1.4. A Arrendatária deverá realizar rotinas de manutenção preventiva nos equipamentos conforme recomendado pelos respectivos fabricantes em sua documentação técnica, ou, em caso da ausência dos mesmos, conforme as melhores práticas internacionais. 7.2. Parâmetros de construção 7.2.1.Quaisquer instalações construídas obedecerão aos padrões e códigos abaixo: o Os padrões produzidos pela ABNT, ou quando esses não estiverem disponíveis, padrões apropriados e internacionalmente reconhecidos, incluindo os listados acima sob o título Parâmetros de Projeto o Códigos Nacionais, Estaduais e Municipais de Edificação e Construção. 8. Prazo Limite para início das Atividades 8.1. A Arrendatária deverá iniciar as operações na Data de Assunção. Todavia, a Arrendatária terá o prazo máximo de 3 (três) anos a contar do início da vigência do Contrato de Arrendamento para disponibilizar a área, infraestrutura, instalações portuárias e Atividades com os Parâmetros de Desempenho, Dimensionamento, Operação e Técnicos exigidos no Contrato e em seus Anexos. 8.2. Os quantitativos de movimentação anual de cargas indicados no item 5.2. deste Anexo deverão ser assegurados pela Arrendatária nos prazos ne le indicados, não se aplicando o prazo máximo previsto neste item para essa finalidade. 9. Requisitos Mínimos do Plano Básico de Implantação ( PBI ) 9.1. Sem prejuízo do atendimento às disposições legais e regulamentares aplicáveis, bem como às demais disposições do Contrato e seus Anexos relacionados ao tema, o P lano Básico de Implantação a ser apresentado pela Arrendatária, nos termos do Contrato, deverá conter os requisitos do Apêndice A.
Apêndice A Requisitos do Plano Básico de Implantação O Plano Básico de Implantação ( PBI ) deverá contemplar o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para demonstrar a viabilidade técnica, operacional e ambiental do empreendimento. O PBI deverá também caracterizar as instalações portuárias a serem utilizadas pela Arrendatária, integrantes ou não do Arrendamento, existentes ou a serem por ela implantadas, bem como a sua adequação aos requisitos especificados neste Anexo e sua consistência com os serviços que serão presta dos. Os itens a seguir estabelecem o conteúdo mínimo a ser apresentado no PBI. A.1. Documentação Introdutória: A.2.1. Descrição do local do Arrendamento e dos locais nos quais serão realizadas as Atividades, com identificação das interferências físicas e/ou operacionais com os arrendamentos e áreas públicas, e propostas de mitigação; A.2.2. Relação de ativos arrendados e avaliação preliminar do estado físico e condições de uso dos mesmos; A.2.3. Descrição do fluxo operacional e fluxograma de massa das Atividades a serem realizadas no Arrendamento, evidenciando os equipamentos, os principais elementos de infraestrutura, e suas principais características técnicas, incluindo capacidade estática e nominal de movimentação, bem como os caminhos que as diferentes cargas deverão realizar no Arrendamento utilizando esses equipamentos e elementos de infraestrutura no desenvolvimento das Atividades; A.3.1. Apresentação, por meio de desenhos técnicos em plantas e cortes, em escala adequada, com legendas e cotas, do arranjo geral do Arrendamento, apresentando: a) Mapa de localização do arrendamento dentro do Porto Organizado; b) Elementos de infraestrutura, superestrutura e principais equipamentos, existentes e a serem implantados; c) Acessos rodoviários, ferroviários, hidroviário e dutoviários, existentes e a serem implantados, e conforme o caso; d) Sistemas de prevenção ambiental (gases, despoeiramento, remoção de lixo, ruídos, entre outros), existentes e a serem implantados; e) Sistemas de coleta de águas pluviais, de esgotamento sanitário e de águas de lavagem, disposição de efluentes e aspectos ambientais, existentes e a serem implantados. A.3.2. Apontamento dos responsáveis técnicos pelo PBI, no que tange aos aspectos de engenharia e arquitetura, incluindo as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) cabíveis. A.2. Plano comercial do Arrendamento:
A.2.1. Descrição dos serviços a serem prestados no Arrendamento e especificação das cargas atendidas; A.2.2. Projeções de movimentação e armazenagem de cargas ao longo de todo o período do Arrendamento; A.2.3. Avaliação de oferta e demanda por instalações portuárias que justifique as projeções acima, incluindo avaliação da região de influência do Arrendamento em função dos centros de origem e destino das cargas e da malha nacional de transportes atual e futura; A.2.4. Descrição das estratégias e ferramentas a serem empregadas pela Arrendatária para a captura dessas cargas, em consonância com a proposta apresentada; A.3. Viabilidade técnica e operacional do Arrendamento: A.3.3. Descrição dos equipamentos arrendados ou a serem adquiridos pel a Arrendatária, incluindo, para aqueles a serem adquiridos: a) modelo, fabricante, dimensões, alcance, capacidade nominal e de pico, eficiência esperada (se fornecido pelo fabricante), tempo de instalação, e preço de venda b) rotinas de manutenção preventiva recomendados pelo fabricante; A.3.4. Comprovação, por meio de memorial de cálculo, que as instalações portuárias e equipamentos existentes e/ou a serem implantados no Arrendamento são suficientes para o atendimento à demanda projetada. a) Estimativa da capacidade dinâmica dos sistemas de embarque e desembarque, armazenagem, e recepção e expedição terrestre, considerando níveis de serviço adequados; b) Na definição da capacidade dinâmica dos sistemas de embarque e desembarque deverá ser considerado uma taxa máxima de ocupação de berço não superior a 65%, medida como o porcentual do tempo do ano com Embarcação atracada nos berços utilizados pelo Arrendatário; A.3.5. Comprovação, por meio de memorial de cálculo, que as instalações portuárias e equipamentos existentes e/ou a serem implantados no Arrendamento são suficientes para o atendimento aos Parâmetros de Desempenho. a) A comprovação do atendimento aos parâmetros de e ficiência no embarque e desembarque de Embarcações deverá levar em consideração as estimativas de disponibilidade dos berços e equipamentos, das capacidades nominais e eficiências dos equipamentos, dos tempos pré - operacionais e pós-operacionais e dos tempos de parada durante a operação, por motivos diversos; b) Os valores adotados para os itens acima deverão ser compatíveis com aqueles usualmente observados em terminais e situações análogas ou boas práticas internacionais. Caso contrário, as diferenças deverão ser justificadas e explicitadas no memorial de cálcul o; A.3.6. Comprovação, por meio de memorial descritivo, que as instalações portuárias e equipamentos existentes e/ou a serem implantados pela Arrendatária são suficientes para o atendimento dos Parâmetros de Dimensionamento e de Operação.
A.3.7. Demonstração, em caso de obras de implantação ou de melhorias no sistema de embarque e desembarque, que as mesmas são viáveis do ponto de vista de manobrabilidade, e que não interferem no acesso aquaviário às demais instalações portuárias do entorno, inclusive fora do Porto Orga nizado; A.3.8. Apresentação do cronograma físico e financeiro do empreendimento, que deverá respeitar aos prazos máximos indicados no Contrato e em seus Anexos, em especial no Anexo Diretrizes Técnicas e Parâmetros do Arrendamento. A.4. Viabilidade ambiental do Arrendamento: A.4.1. Avaliação, por meio de memorial descritivo, dos impactos do Arrendamento sobre o tráfego terrestre de caminhões e composições ferroviárias no entorno, bem como caracterização das medidas mitigadoras, incluindo a constituição ou o uso de pátios reguladores que minimizem esses impactos; A.4.2. Avaliação, por meio de memorial descritivo, dos impactos ambientais da realização das Atividades, bem como medidas mitigadoras a serem adotadas, como soluções de engenharia e medidas de gestão para controle de emiss ão de particulados, tratamento de efluentes e resíduos sólidos, entre outros. A.4.3. Atestação da eficácia das medidas a serem implantadas por meio da comparação com terminais e situações análogas, bem como pela adoção de melhores práticas internacionais.