INSTITUTO BRASILEIRO DE AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS IBRAOP INSTITUTO RUI BARBOSA IRB / COMITÊ OBRAS PÚBLICAS PROC IBR EDIF 01.02.004/2014 01 - Fase Licitatória 01.02 - Análise das especificações, quantidades e preços 01.02.004 - Estrutura Primeira edição válida a partir de: / / www.ibraop.org.br irbcontas.org.br
1. OBJETIVOS/JUSTIFICATIVAS O procedimento tem por objetivo verificar se as especificações, quantidades e preços dos itens contidos em "Estrutura" da planilha orçamentária são compatíveis com o projeto arquitetônico, projeto de terraplenagem, levantamento planialtimétrico, memorial descritivo e demais projetos relacionados. A verificação se faz necessária na medida em que existe risco de sobrepreço por quantidade, por preços, por especificação ou por superdimensionamento, contrariando o art. 6º, inciso IX, alínea f; c/c art. 7º, 2º, inciso II e 4º; c/c art. 12, inciso III; c/c art. 3º, caput; todos da Lei Federal nº 8.666/93 e demais legislações aplicáveis. 2. EQUIPAMENTOS/INSTRUMENTOS NECESSÁRIOS - 3. PROCEDIMENTO 3.1. Procedimentos gerais Além dos procedimentos indicados adiante, cabe à Equipe de Auditoria verificar a aplicabilidade de normas técnicas específicas e efetuar análises complementares segundo sua experiência profissional e situação fática. a. Avaliação das especificações Verificar, dentre as opções de serviços constantes nos boletins oficiais de preços, se a opção adotada no orçamento base reflete os requisitos de economia e facilidade na execução (incisos III e V do art. 12 da Lei Federal n.º 8.666/93), bem como se propicia a contratação mais vantajosa para a Administração (art. 3º, caput, da Lei Federal n.º 8.666/93). Avaliar se a descrição do serviço indicado na planilha orçamentária corresponde à especificação contida nos projetos, memorial descritivo e caderno de encargos, caso previsto, visto que diferenças nas especificações podem resultar em preços distintos. Verificar se há alterações entre o texto (descrição) e/ou composição unitária dos serviços previstos no orçamento base e aqueles contidos no boletim oficial de preços utilizado como referência. b. Avaliação dos quantitativos Verificar a compatibilidade das quantidades de serviços existentes no orçamento base com o calculado a partir da análise dos projetos. Observar se os quantitativos do orçamento base e dos projetos estão coerentes com os critérios de medição constantes do caderno de encargos, especificações e composições unitárias, inclusive em relação às possíveis perdas de materiais. Avaliar se há o detalhamento de serviço(s) em planilha(s) auxiliar(es) ou composições, caso tenha sido utilizada alguma unidade de medida genérica (verba, gleba, percentual, conjunto, unidade, ponto, entre outros) no orçamento base. Verificar se insumos da composição unitária de um determinado serviço estão sendo novamente considerados como itens no orçamento base.
Verificar se as quantidades dos itens que aparecem mais de uma vez no orçamento base não estão superpostas, comparando-se com os respectivos projetos. c. Avaliação dos preços Observada a materialidade dos recursos envolvidos e a experiência da Equipe de Auditoria, deverá ser considerada a Orientação Técnica IBRAOP OT IBR 004/2012 que trata da Precisão do Orçamento de Obras Públicas. Avaliar para cada serviço discriminado se o preço unitário indicado no orçamento base está compatível com o preço unitário paradigma (custo paradigma + BDI paradigma) utilizado como referencial da análise, onde o preço unitário paradigma será determinado conforme OT IBR 05/2012 (itens 4.4 a 4.7). 3.2. Tipos de Estrutura a. Avaliação das especificações A Equipe de Auditoria deverá avaliar se o tipo de estrutura especificado, isto é, concreto armado moldado in loco, pré-moldado ou protendido, aço e madeira e mistas de aço e concreto armado está considerando os requisitos de economia e facilidade na execução (incisos III e V do art. 12 da Lei Federal n.º 8.666/93) e de contratação mais vantajosa para a Administração (art. 3º, caput, da Lei Federal n.º 8.666/93). 3.2.1 Concreto Armado A Equipe de Auditoria deverá avaliar se o projeto estrutural em concreto armado contém plantas de formas, cortes e detalhamentos dos elementos estruturais de forma apresentar informações necessárias para elaboração da planilha de orçamento base, tais como área de forma e escoramento de vigas, pilares, lajes, volume e resistência do concreto a ser aplicado na estrutura. A resistência do concreto especificada no orçamento base deve corresponder à resistência especificada no projeto de estruturas. Divergências implicam em sub ou sobre preços. O detalhamento das peças estruturais deve apresentar todas as informações necessárias para possibilitar uma boa quantificação, indicando os diâmetros e os tipos do aço utilizados. O consumo de concreto (volume), área de forma e quadro de aço devem ser conferidos, destacando-se que o quadro de resumo deve conferir com o somatório dos quantitativos dos detalhamentos das peças individuais. Essa quantidade levantada deve ser comparada com a indicada no orçamento base. Normalmente, a utilização de bitolas menores representam maiores custos por unidade de medida. O método indicado para o corte e dobra das ferragens (na própria obra ou na indústria) e as respectivas perdas propicia o atendimento aos requisitos de economia e facilidade na execução (incisos III e V do art. 12 da Lei Federal n.º 8.666/93) e de contratação mais vantajosa para a Administração (art. 3º, caput, da Lei Federal n.º 8.666/93). b. Avaliação dos quantitativos A Equipe de Auditoria deverá balizar-se nos projetos de estrutura de concreto armado, para quantificar os itens que compõem os serviços: concreto (característica, volume e como vai ser produzido), forma e aço do orçamento base. Para avaliação das quantidades indicadas no orçamento base, a Equipe de Auditoria deverá observar, primeiramente, o critério de medição adotado para o item que, em regra, para concreto tem-se o
volume do elemento estrutural, para forma, a área lateral do elemento estrutural e, para o aço, o peso total das ferragens. A Equipe de Auditoria deverá avaliar se há duplicidade na contabilização do coeficiente de perda de aço, por vezes presentes na composição do serviço e no quadro resumo de ferragens; situação que implica em sobrepreço. 3.2.2 Projeto de Estrutura Metálica A Equipe de Auditoria deverá observar se o projeto de estrutura metálica apresenta nível de detalhamento que possibilite a fabricação e montagem da estrutura, contendo a especificação e quantitativos dos materiais utilizados. Deve-se também indicar com clareza a sequência de sua execução de forma possibilitar o conhecimento e quantificação das ligações importantes, soldadas ou parafusadas, locação de chumbadores e demais informações necessárias à montagem da estrutura, verificando-se os elementos temporários e definitivos para execução da estrutura. Os detalhes do projeto devem indicar com precisão a especificação e quantificação dos serviços necessários para sua execução como os aços estruturais empregados necessários para fabricação e montagem da estrutura, tais como: parafusos, soldas e outros elementos integrantes, especificações relativas ao tipo de proteção contra corrosão e quanto ao tipo de proteção fogo-retardante. O plano de montagem da estrutura deve abordar a sequência e metodologia de montagem, pesos e dimensões das peças da estrutura, bem como posicionamento dos pontos de içamento e equipamentos de transporte. Deve-se avaliar se a locação para o transporte e içamento das peças está incluída nas composições das peças ou está quantificado separadamente. A Equipe de Auditoria deverá avaliar se há duplicidade na contabilização do coeficiente de perda do aço, por vezes presentes na composição do serviço e no quadro resumo; situação que implica em sobrepreço. 3.2.3 Projeto de Estrutura de Madeira A Equipe de Auditoria deverá observar se o Projeto de Estrutura em Madeira apresenta especificação dos materiais utilizados que possibilite a elaboração da planilha de orçamento de modo que se possa quantificar e estabelecer todos os serviços que serão necessários para a sua execução, bem como a locação de equipamentos para içamento e transporte das peças, devendo conter, em especial: A resistência das madeiras utilizadas a serem empregadas, especificações das emendas, uniões e ligações, e de outros elementos integrantes, necessários para a fabricação e montagem da estrutura. O quadro de madeiramento deve apresentar comprimento, tipo da madeira e quantitativos que correspondem ao projeto e que esteja compatível com os quantitativos da planilha de orçamento base. O plano de montagem da estrutura deve abordar a sequência e metodologia de montagem, pesos e dimensões das peças da estrutura, bem como posicionamento dos pontos de içamento e equipamentos de transporte. Deve-se avaliar se a locação para o transporte e içamento das peças está incluída nas composições das peças ou está quantificado separadamente. A Equipe de Auditoria deverá avaliar se há duplicidade na contabilização do coeficiente de perda da madeira, por vezes presentes na composição do serviço e no quadro resumo; situação que implica em sobrepreço.
4. POSSÍVEIS ACHADOS DE AUDITORIA a) Sobrepreço por quantidade: Os serviços de Estrutura do orçamento base da obra estão com avaliação errônea de quantitativos, ou seja, há a inclusão de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo (art. 6º, inciso IX, alínea f; c/c art. 7º, 2º, inciso II; c/c art. 7º, 4º; c/c art. 3º, caput; Lei Federal nº 8.666/93). b) Sobrepreço por preço: Os serviços de Estrutura do orçamento base da obra estão com avaliação errônea dos preços unitários (art. 6º, inciso IX, alínea f; c/c art. 7º, 2º, inciso II; c/c art. 3º, caput; Lei Federal nº 8.666/93). c) Sobrepreço por especificação antieconômica: Os serviços de Estrutura do orçamento base da obra não contemplam os requisitos de economia na execução, conservação ou operação (art. 6º, inciso IX, alínea f; c/c art. 12, inciso III; c/c art. 3º, caput; Lei Federal nº 8.666/93). d) Sobrepreço por superdimensionamento de projeto: Os serviços de Estrutura do orçamento base da obra estão fundamentados em projetos superdimensionados (art. 6º, inciso IX, alínea f; c/c art. 12, inciso III; c/c art. 3º, caput; Lei Federal nº 8.666/93). 5. DOCUMENTOS PARA A INSTRUÇÃO PROCESSUAL - Projeto básico e/ou executivo: a. Estudo de Viabilidade (Sondagens); b. Projeto Arquitetônico; c. Projeto de Terraplenagem; d. Levantamento Planialtimétrico; e. Projeto Estrutural f. Planilha orçamentária da Administração; g. Memoriais descritivos e/ou especificações técnicas. - Autos do Processo Licitatório e Edital de Licitação. 6. LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS RELACIONADAS A relação apresentada a seguir não é exaustiva, sendo necessário que a Equipe de Auditoria considere as atualizações, revisões, exclusões e inclusões de novas orientações, normas e aspectos legais. - Constituição da República Federativa do Brasil; - Lei Federal nº 8.666/93 Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências; - Lei Federal nº 10.520/2002 Institui no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências; - Lei Federal nº 12.462/2012 Institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas RDC; - Norma Regulamentadora nº 18 do Ministério do Trabalho e Emprego Segurança na Indústria da Construção; - ABNT NBR 6.118/2003 - Projeto de Estruturas de Concreto Armado; - ABNT NBR 9.062/2001- Projeto de Estruturas de Concreto Armado Pré-moldado; - ABNT NBR 7.190/1997 - Cálculo e Execução de Estruturas de Madeira; - ABNT NBR 8.800/1986 - Projeto de Estruturas de Aço de Edifícios; - ABNT NBR 14.859/2002 - Lajes pré-fabricadas unidirecionais e bidirecionais; - ABNT NBR 7.480/1996 Barras de aço destinados a armaduras para concreto armado; - ABNT NBR 9.050/2004 - Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos;
- Leis e decretos estaduais e municipais correlatos; - Orientação Técnica IBRAOP OT IBR 001/2006 Projeto Básico; - Orientação Técnica IBRAOP OT IBR 004/2012 Precisão do Orçamento de Obras Públicas; - Orientação Técnica IBRAOP OT IBR 005/2012 Apuração do Sobrepreço e Superfaturamento em Obras Públicas; - Procedimentos Gerais de Auditoria de Obras Públicas do IRB/IBRAOP; - Acórdãos e Súmulas.