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Transcrição:

Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 0601255-93.2018.6.22.0000 em 24/11/2018 20:01:45 por Procurador Regional Eleitoral Documento assinado por: - LUIZ GUSTAVO MANTOVANI Consulte este documento em: https://pje.tre-ro.jus.br:8443/pje-web/processo/consultadocumento/listview.seam usando o código: 18112420014546900000000505285 ID do documento: 525587

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ RELATOR DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL NO ESTADO DE RONDÔNIA Processo n. 0601255-93.2018.6.22.0000 Prestador de contas: Mauro Nazif Rasul PARECER MINISTERIAL Trata-se de prestação de contas de MAURO NAZIF RASUL, candidato ao cargo de deputado federal nas Eleições de 2018, em cumprimento às determinações previstas nos arts. 28 a 32 da Lei n. 9.504/97 e na Resolução TSE n. 23.553/2017. Os autos foram instruídos com a documentação apresentada pelo candidato/prestador e, ato contínuo, submetidos ao exame do setor técnico do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, que emitiu parecer final apontando a subsistência dos seguintes vícios, aptos a implicar a rejeição da contabilidade de campanha (ID 486137): i) recebimento de recursos de fonte vedada (item 9.3) artigo 33, inciso III, da Resolução TSE n. 23.553/2017; e ii) recebimento de recursos de origem não identificada (item 9.4) artigo 34 da Resolução TSE n. 23.553/2017. Registra-se, por conseguinte, que o prestador de contas, embora notificado a apresentar informações e/ou documentação complementar, não esclareceu/sanou integralmente as falhas detectadas.

No tocante à irregularidade elencada no item i) - tópico 9.3 do relatório técnico na unidade técnica, o prestador de contas sustenta que houve um equívoco quanto ao lançamento da doação no sistema, pois na realidade havia uma intenção dele de fazer a doação ( ), mas que não foi efetivada, visto que o mesmo era permissionário de serviços públicos (moto taxi). Diante ao exposto retiramos da prestação de contas do candidato. Em análise conclusiva, a unidade técnica do TRE/RO apontou que o recebimento de recursos de origem vedada pessoa física que exerça atividade decorrente de permissão pública (inciso III, artigo 33, da Resolução TSE n. 23.553/2017 1 ) consiste em irregularidade de natureza grave, apta a ensejar a desaprovação de contas. No mais, aponta a unidade técnica que a irregularidade constatada se mostra ainda mais gravosa ante o fato do prestador de contas ter retirado a doação de sua prestação de contas, sob a ótima de um equívoco no lançamento das contas, caracterizandose omissão de receitas, requisito essencial para a confiabilidade das contas. De fato, há nos autos documentos capazes de demonstrar a efetiva doação omitida pelo prestador de contas, comprovada a através do Contrato de Prestação de Serviços, devidamente assinado, e da emissão de Recibo Eleitoral, identificado sob o n. 010100600000RO000059E, que configura 0,87% dos recursos estimáveis arrecadados por cessão de veículos. Assim, constatado o efetivo recebimento de doação de fonte vedada, e ausente a demonstração de restituição ou devolução do bem ao doador, mostra-se necessária a rejeição de contas do candidato, ante a inobservância do artigo 33, inciso III e 3º, da Resolução TSE n. 23.553/2017. Cortes Regionais: Nesse sentido, é firme o posicionamento seguido pelas Egrégias 1Art. 33. É vedado a partido político e a candidato receber, direta ou indiretamente, doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de: ( ) III - pessoa física que exerça atividade comercial decorrente de permissão pública. 2º O recurso recebido por candidato ou partido oriundo de fontes vedadas deve ser imediatamente devolvido ao doador, sendo vedada sua utilização ou aplicação financeira.

RECURSO ELEITORAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. ELEIÇÕES 2016. DESAPROVAÇÃO. Doação oriunda de fonte vedada. Permissionário de serviço público. Vício Insanável. DESPROVIMENTO. (TRE/SP Recurso n 20243, Relator(a) MARCELO COUTINHO GORDO, Publicado em 19/07/2018) [grifo nosso] RECURSO ELEITORAL - PRESTAÇÃO DE CONTAS - CANDIDATO ELEIÇÕES 2016 - RECURSO DE FONTE VEDADA - DESAPROVADAS - RECOLHIMENTO DA QUANTIA AO TESOURO NACIONAL - PRELIMINAR DE PRECLUSÃO CONSUMATIVA DE MÉRITO - AFASTADA - PRELIMINAR DE VIOLAÇÃO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL - AFASTADA - DOAÇÃO DE PERMISSIONÁRIO DE SERVIÇO PÚBLICO (TÁXI) CARACTERIZADA - RECURSO DESPROVIDO. 1. Nos termos do inciso III do art. 25 da Resolução TSE nº 23.463/2015, é vedado ao candidato/partido receber, direta ou indiretamente, doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, procedente de "pessoa física que exerça atividade comercial decorrente de concessão ou permissão pública". 2. De acordo com o inciso IV do art. 113 da Lei Orgânica do Município de Aracruz/ES, cabe ao município "a permissão para exploração do serviço de transporte de passageiros em veículos automóveis e utilitários de aluguel, denominados táxi". 3. Inconteste, portanto, conforme estabelece a Lei Orgânica de Aracruz, que a atividade de taxista é exercida por permissionário de serviço público. O fato da atividade de táxi, no município referido, ser exercida mediante simples autorização, sem necessidade de licitação, não tem o condão de afastar a natureza vedada da doação recebida. Precedente TRE/ES. 4. No que tange à tese de que o doador não exerce a atividade de taxista, embora a permissão conste em seu nome, tal circunstância não o isenta de responsabilidade, posto que, como titular do direito de permissão, é quem responde pelo convênio formalizado com o município. 5. Dado o caráter objetivo da regra insculpida no 1º do art. 25 da Resolução TSE nº 23.463/2015, que, expressamente, veda a utilização de recurso de fonte vedada, não há falar-se em dolo ou culpa do candidato/partido, uma vez utilizado o recurso vedado na campanha eleitoral, a quantia correspondente deve ser recolhida ao Tesouro Nacional. 6. Consoante jurisprudência assente no TSE, a determinação de recolhimento aos cofres públicos do valor correspondente aos recursos recebidos pelo candidato de fonte vedada ou de origem não identificada, atende aos princípios e às regras constitucionais que regem a prestação de contas, a transparência do financiamento eleitoral e a normalidade e legitimidade das eleições. ( ) (TRE/ES Recurso Eleitoral n 59634, Acórdão n. 117/2018, Relator(a) DESEMBARGADOR RONALDO GONÇALVES DE SOUSA) [grifo nosso] Recursos. Prestação de Contas. Desaprovação. Fonte vedada. Eleições 2016. Prefeita. a) Ausência de lançamento na prestação de contas parcial de algumas receitas e despesas. Mero erro formal. b) Doação estimável em dinheiro por doador diverso do proprietário do bem. Não se pode presumir que a venda de veículos não tenha ocorrido. A cessão deve ser considerada válida. Questão que não é grave a ponto de, por si só, levar à desaprovação das contas.

c) recebimento de doação de fonte vedada de serviço público. Falha grave. Art. 25, III, da Resolução do TSE nº 23.463/2015. d) Cessão de veículo de propriedade de empresa. Fonte vedada. Art. 25, I, da Resolução do TSE 23.463/2015. Falha grave. ( ) (TRE/MG Recurso Eleitoral n. 57955, Relator(a) CLÁUDIA APARECIDA COIMBRA ALVES, Publicado em 24/04/2017) [grifo nosso] De outro giro, no tocante à irregularidade constante no item ii) - tópico 9.4 do relatório conclusivo, sustenta o prestador que infelizmente ao salvar os documentos referentes às doações estimadas cessão de veículos, não foi incluído toda a documentação, como os documentos pessoais e de propriedade dos veículos. Assim, pugna pelo recebimento dos documentos complementares, apresentados em prestação de contas retificadora. Contudo, após análise, a unidade técnica do TRE/RO opinou pela desaprovação das contas, apontando que, sobrevindo a documentação apresentada pelo candidato, constatou-se que inúmeros veículos registrados pelo candidato possuem erros nos documentos de propriedade, não sendo os veículos de propriedade do doador. Cita-se a conclusão da unidade técnica: Trata-se de inconsistência, que reflete um erro material nos registros, e que compromete a higidez das contas. Em virtude destas impropriedades na cessão de veículos no montante R$ 15.679,00, - representarem 22,73% do total dos gastos realizados pelo candidato (R$ 70.712,00), entendemos que neste caso, tal ocorrência não pode ser relevada devido a sua alta materialidade. Portanto, a ausência de comprovação de propriedade dos veículos, constitui-se irregularidade grave que enseja opinião pela DESAPROVAÇÃO das presentes contas, nos termos art. 77, III, da Resolução TSE n. 23.553/2017. Com efeito, dispõe o artigo 22, inciso II, da Resolução TSE n. 23.553/17 que as doações ou cessões estimáveis em dinheiro apenas poderão ocorrer com a demonstração de que o doador é proprietário do bem ou é o responsável direto pela prestação de serviços. No que tange à gravidade da presente irregularidade, nota-se que o valor total das doações apontadas inconsistentes pela unidade técnica atingem a monta total de R$ 15.679,00 (quinze mil, seiscentos e setenta e nove reais), que equivale à proporção de 22,73% (vinte e dois inteiros e setenta e três centésimos por cento) do valor total gasto/recebido pelo candidato mediante doações estimáveis.

Assim, nota-se que a irregularidade perpetrada pelo prestador de contas mostra-se de suma relevância, uma vez que atinge elevado percentual do montante total de recursos recebidos, comprometendo a regularidade e a transparência da movimentação financeira de campanha, razão pela qual faz-se necessária a rejeição das contas prestadas pelo candidato. Pelo exposto, a PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL manifesta-se pela desaprovação das contas do candidato MAURO NAZIF RASUL, nos termos do artigo 77, inciso III, da Resolução TSE n. 23.553/2017. [ASSINADA ELETRONICAMENTE] LUIZ GUSTAVO MANTOVANI PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL Porto Velho/RO, 24 de novembro de 2018.