CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO-CALENDÁRIO DE 2001



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Transcrição:

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL ASPECTOS FISCAIS E TRIBUTÁRIOS PARA ENCERRAMENTO DO ANO-CALENDÁRIO DE 2001 Porto Alegre Janeiro de 2002

Autor: Contador João Roberto Domingues Pinto 7ª edição revisada e atualizada Editor: CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL Rua Baronesa do Gravataí, 471 90160-070 Porto Alegre, RS Fone/fax (051)3228-7999 E-mail: crcrs@crcrs.org.br Internet: www.crcrs.org.br Coordenação: Contador Enory Luiz Spinelli Presidente do CRCRS Tiragem: 6.000 exemplares Os conceitos emitidos neste livro são de inteira responsabilidade do autor.

PREFÁCIO A reedição desta obra, Aspectos Fiscais e Tributários para Encerramento do Ano-Calendário de 2001, faz-se necessária devido a importância da atualização dos procedimentos tributários. Esta publicação integra as ações deste Conselho de proporcionar meios para que os Contadores e Técnicos em Contabilidade tenham a possibilidade de acompanhar a legislação tributária e suas alterações. Manifestamos ao Autor, Contador João Roberto D. Pinto, nossos agradecimentos por mais este trabalho, que constitui mais uma contribuição do CRCRS, no sentido de aprimorar e dirimir eventuais dúvidas na área fiscal. Porto Alegre, 15 de janeiro de 2002. Contador ENORY LUIZ SPINELLI, Presidente do CRCRS.

APRESENTAÇÃO Prezados Colegas: O presente livro visa a facilitar o encerramento do ano-calendário de 2001, e pode ser amplamente utilizado, independentemente da forma de apuração escolhida pelo contribuinte (Lucro Real, Presumido ou Arbitrado). O primeiro capítulo trata, em detalhes, do sistema de tributação aplicado a este ano-calendário, conforme as normas fiscais e contábeis atuais. Nos Capítulos II e III, procura-se fazer uma auditoria, sob o ponto de vista fiscal, dos procedimentos que foram ou que deveriam ter sido adotados, tanto por quem optou por Lucro Real trimestral, quanto por quem optou por Lucro Real anual, sendo, então, analisados diversos aspectos importantes. O tema desta obra é a legislação do Imposto de Renda e da Contribuição Social. Ainda assim, é conveniente lembrar que a escrituração contábil deve observar os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade editados pelo CFC. Conseqüentemente, todas as adequações para atendimento da legislação fiscal devem ser verificadas no LALUR Livro de Apuração do Lucro Real. Contador JOÃO ROBERTO DOMINGUES PINTO CRCRS nº 36.194

SUMÁRIO CAPÍTULO I FORMA DE TRIBUTAÇÃO APLICADA AO ANO-CALENDÁRIO DE 2001... 11 1 Pessoas Jurídicas Obrigadas ao Lucro Real (ou que não podem optar pelo Lucro Presumido)... 11 2 Pessoas Jurídicas que optaram pelo Critério de Lucro Presumido... 14 3 Pessoas Jurídicas que fizeram apuração pelo Critério de Lucro Real... 30 4 Lucro Arbitrado... 51 CAPÍTULO II VERIFICAÇÃO DAS CONTAS PATRIMONIAIS 61 1 Tratamento dos Valores Pagos por Estimativa... 61 2 Imposto de Renda Pago ou Retido na Fonte... 62 3 Avaliação de Estoques... 63 4 Investimentos Temporários... 67 5 Aplicação em Incentivos Fiscais FINOR, FINAM e FUNRES... 68 6 Construções e Benfeitorias em Imóveis de Terceiros... 69 7 Despesas Pré-Operacionais e Pré-Industriais... 70 8 Gastos com Reformas e Aquisição de Partes e Peças de Reposição... 71 9 Bens de Pequeno Valor... 73 10 Bens com Vida Útil Inferior a 12 Meses... 73 11 Impostos Pagos na Aquisição de Bens para o Imobilizado. 73 12 Juros sobre Impostos e Contribuições a Recuperar... 73 13 Empréstimos de Mútuo Juros... 74

CAPÍTULO III VERIFICAÇÃO DAS CONTAS DE RESUL- TADO... 75 1 Perdas no Recebimento de Crédito... 75 2 Negociações com Órgãos Públicos... 78 3 Retiradas de Pró-Labore... 80 4 Contribuição Social Sobre o Lucro Indedutibilidade... 81 5 Gratificações a Empregados... 81 6 Compensação dos Prejuízos Fiscais... 82 7 Prejuízos Não-Operacionais... 83 8 Realização do Lucro Inflacionário... 84 9 Juros Sobre o Patrimônio Líquido... 86 10 Provisões... 90 11 Arrendamento Mercantil e Aluguel de Bens Móveis ou Imóveis... 90 12 Despesas com Depreciação, Amortização, Manutenção, Reparo, Conservação, Impostos, Taxas, Seguros e Quaisquer Outros Gastos com Bens Móveis e Imóveis... 90 13 Despesas com Alimentação de Sócios, Acionistas e Administradores... 91 14 Despesas com Alimentação de Empregados... 91 15 Contribuições... 91 16 Doações... 92 17 Brindes... 94 18 Lucros, Rendimentos ou Ganhos de Capital, Oriundos do Exterior (IN SRF nº 36-96)... 94 19 Correção Monetária de Balanço... 96 20 Rendimentos de Aplicações Financeiras... 96 21 Lucros e Dividendos... 96 22 Variações Cambiais... 96 23 Emissoras de Rádio e Televisão Ressarcimento pela Propaganda Eleitoral... 96 24 Rateio de Despesas Administrativas... 97 25 Preços de Transferência (RIR/99, Art. 240)... 97 26 Depreciação, Amortização e Exaustão... 97 8

27 Bens de Pequeno Valor... 107 28 Bens com Vida Útil Inferior a 12 Meses... 107 29 Impostos Pagos na Aquisição de Bens para o Imobilizado. 107 30 Despesas de Viagem... 107 31 Prejuízos por Furtos, Desfalques e Apropriação Indébita... 107 32 Perdas Extraordinárias Bens do Ativo Permanente... 108 33 Registro de Custos ou Despesas Fora do Regime de Competência... 108 34 Participação dos Trabalhadores nos Lucros ou Resultados da Empresa (Art. 359 do RIR/99 e Lei nº 10.101-2000)... 109 35 Despesas de Propaganda (RIR/99, Art. 366)... 109 36 Multas e Juros... 111 37 Resultado de Equivalência Patrimonial (RIR/99, Art. 384).. 115 38 Alienação de Bens do Ativo Permanente (RIR/99, Art. 418).. 121 39 Reavaliação de Bens (RIR/99, Art. 434)... 125 40 Arquivos em Meio Magnético... 128 41 Livros Comerciais e Fiscais Obrigatórios... 129 42 Provisão para Imposto de Renda Lucro Real... 130 43 Escrituração do LALUR... 132 9

10

CAPÍTULO I FORMA DE TRIBUTAÇÃO APLICADA AO ANO-CALENDÁRIO DE 2001 1 PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS AO LUCRO REAL (OU QUE NÃO PODEM OPTAR PELO LUCRO PRESUMIDO) Estão obrigadas ao Lucro Real, no ano-calendário 2001, as pessoas jurídicas enquadradas em qualquer das situações abaixo descritas (Lei 8.981-95, art. 36, alterado pelo art. 1º da Lei 9.065-95, Lei 9.249-95, Lei 9.430-96, Lei 9.532-97 e Lei 9.718-98): 1.1 cuja receita total seja superior ao limite de R$ 24.000.000 no ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses (R$ 2.000.000, multiplicados pelo número de meses); 1.1.1 para fins de verificação deste limite deverá ser considerado o somatório das seguintes receitas e/ou resultados: a) receita de vendas de mercadorias e de serviços, deduzidos os impostos cujo vendedor seja mero depositário (IPI e o ICMS devido pelo vendedor como susbstituto tributário do comprador), os descontos incondicionais concedidos, as vendas e serviços cancelados; NOTA De acordo com a IN SRF 51-78, desconto incondicional é somente aquele que constar no corpo da Nota Fiscal. Portanto, qualquer desconto dado, fora da nota, não se caracteriza como incondicional. 11

b) demais receitas e ganhos de capital não incluídos no objetivo social da pessoa jurídica, tais como juros recebidos, descontos obtidos, variações monetárias ativas, aluguéis, ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo permanente, aplicações em ouro não-ativo financeiro, receitas auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que exceder ao valor já contabilizado, na forma das INs SRF 32-2001 e 33-2001; c) ganhos líquidos obtidos em operações realizadas no mercado de renda variável; d) rendimentos nominais produzidos por aplicações de renda fixa; e) juros sobre o capital próprio; NOTA Para fins de verificação do referido limite, será considerado regime de caixa ou de competência, segundo o critério utilizado no ano anterior. Ver maiores detalhes no item 2.2. 1.1.2 não deverão ser incluídos, para fins de verificação do limite em questão, os valores referentes: a) às recuperações de créditos que não representem ingresso de novas receitas; b) à reversão de provisões anteriormente constituídas, desde que não tenham sido deduzidas anteriormente do IR e da Contribuição Social; NOTA Os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, deverão ser adicionados para fins de verificação do limite acima, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual se tenha submetido ao regime de tributação com base no Lucro Real ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no Lucro Presumido ou Arbitrado. c) os lucros e dividendos recebidos; d) os ganhos com equivalência patrimonial; 1.2 cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito 12

imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização, e entidades de previdência privada aberta; 1.3 que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto de renda; 1.4 que, no decorrer do ano-calendário efetuaram o pagamento mensal por estimativa; 1.5 que auferirem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 1.6 empresas de factoring. NOTAS 1ª Até o ano-calendário de 1996, as empresas de factoring podiam optar pelo critério de Lucro Presumido. Entretanto, por força da Lei 9.430-96, a partir de janeiro de 1997, esta possibilidade não mais existe. 2ª Com base na Lei 9.718-98, passaram a ter possibilidade de optar pelo critério de Lucro Presumido, a partir de 1º de janeiro de 1999, as seguintes pessoas jurídicas, que estavam impedidas de fazê-lo até 31-12-98: constituídas sob a forma de sociedades por ações de capital aberto; que se dediquem à compra e à venda, ao loteamento, à incorporação ou à construção de imóveis, e as que se dedicam à execução de obras da construção civil; Nota: Mediante a IN SRF nº 25, DOU de 1º-03-99, foi determinado que as empresas acima não poderão optar pelo critério de Lucro Presumido, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado. Apesar do acima exposto, gostaria de acrescentar que essa determinação é bastante discutível, pelo fato de ser uma restrição que está sendo criada pelo Secretário da Receita Federal, uma vez que não consta em lei. Como bem sabemos, se a lei não determina restrições, não cabe ao órgão fiscalizador fazê-lo. Aconselho aquelas empresas que tiverem interesse no assunto a analisar a possibilidade de optar pelo critério de Lucro Presumido, mesmo não tendo concluído as obras para as quais utilizam o custo orçado. Porém, deve ficar bem claro que, se houver fiscalização, certamente a empresa corre o risco de ser autuada. Entretanto, entendo que existe grande possibilidade de haver ganho de causa para o contribuinte numa eventual discussão junto ao Conselho de Contribuintes, ou mesmo na Justiça. Evidentemente, por ocasião do encerramento dessas obras, havendo insuficiência de custo realizado, o dito valor deverá ser incluído na base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social. que se dediquem à execução de obras da construção civil; que tenham sócio ou acionista residente ou domiciliado no exterior; constituídas sob qualquer forma societária, de cujo capital participem entidades da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal; 13

que sejam filiais, sucursais, agências ou representação, no País, de pessoas jurídicas com sede no exterior; cuja receita decorrente da venda de bens importados seja superior a 50% da receita bruta da atividade, quando esta for superior a R$ 994.440,00 (1.200.000 UFIRs 0,8287). 3ª Exceto no caso das pessoas jurídicas citadas nos itens 1.2 e 1.6, acima, as demais poderão optar pelo critério de lucro presumido, independentemente de qualquer restrição, se optaram pelo REFIS. Ocorrendo a exclusão, o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro líquido serão apurados com base no critério de lucro real, a partir do trimestre seguinte ao da exclusão (IN SRF nº 16-2001, art. 5º). Entretanto, salienta-se que, no tocante às empresas da área imobiliária (compra-e-venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis), conforme manifestação da Secretaria da Receita Federal constante nas instruções de preenchimento da DIPJ-2001, estas empresas, mesmo optando pelo REFIS, não poderão utilizar o critério de lucro presumido enquanto tiverem obras em andamento para as quais adotem o custo orçado. 4ª Sociedades em Conta de Participação Com base na IN SRF nº 31, DOU de 02-04-2001, a partir de 1º de janeiro de 2001, observadas as vedações analisadas acima, as Sociedades em Conta de Participação poderão optar pelo lucro presumido. A opção da Sociedade em Conta de Participação pelo Lucro Presumido não implica a simultânea opção do sócio ostensivo, nem a efetuada por este implica a daquela. Os recolhimentos dos tributos e contribuições devidos pela sociedade em conta de participação serão efetuados mediante utilização de DARF específico, em nome do sócio ostensivo. As sociedades que exerçam as atividades de compra-e-venda, loteamento, incorporação ou construção de imóveis não poderão optar pelo lucro presumido enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado. Aplicam-se a estas sociedades os demais procedimentos de cálculo do lucro presumido, inclusive adoção do regime de caixa. 2 PESSOAS JURÍDICAS QUE OPTARAM PELO CRITÉRIO DE LUCRO PRESUMIDO As pessoas jurídicas que não estavam obrigadas ao Lucro Real (ver item 1, acima) poderiam optar pelo critério de Lucro Presumido, considerando, para tanto, os procedimentos a seguir mencionados. 2.1 Apuração Trimestral A partir do ano-calendário de 1997, as pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Presumido deverão pagar o imposto de renda por períodos de 14

apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de cálculo e do imposto de renda devido será efetuada na data do evento. Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, a apuração da base de cálculo e do imposto devido será efetuada na data desse evento. NOTAS 1ª É importante lembrar que, a partir de janeiro de 1997, a opção pelo recolhimento por estimativa é sinônimo de Lucro Real (anual), e não se confunde mais com o Lucro Presumido. Entre outras razões, porque estimativa é mensal, e presumido é obrigatoriamente trimestral. Logo, não mais se aplica o procedimento de efetuar, durante o ano-calendário, recolhimentos por estimativa, e, no final dele, decidir se apresenta declaração pelo critério de Lucro Real anual ou Lucro Presumido. Vejam-se mais adiante explicações sobre o momento da opção pelo Lucro Presumido. 2ª De acordo com a Lei nº 9.959-2000, passam a ser aplicados à pessoa jurídica incorporadora os mesmos procedimentos e prazos de levantamento de demonstrações contábeis e apresentação de declaração de rendimentos das empresas incorporadas, conforme citado acima (ver a Lei nº 9.249-95, art. 21, e a Lei nº 9.430-96, art. 1º, 1º), exceto se as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estiverem sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do evento. 2.2 Possibilidade de Utilização de Regime de Caixa Com base na IN nº 104, da Secretaria da Receita Federal, publicada no Diário Oficial da União, em 26-08-98, as pessoas jurídicas tributadas pelo critério de lucro presumido, têm a possibilidade de optar pela tributação pelo regime de caixa. Salienta-se que esta opção, se utilizada, abrange obrigatoriamente o imposto de renda, a contribuição social sobre o lucro e as contribuições para o PIS/PASEP e COFINS. De uma maneira bastante simples, se o contribuinte vender a prazo e não receber, também não terá de recolher o imposto e contribuições citados. Saliente-se, ainda, que os valores recebidos antecipadamente, por conta da venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, serão computados como receita no mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que ocorrer primeiro. A opção deverá ser mantida para todo o ano-calendário, não podendo, portanto, haver alternância entre regime de caixa e competência dentro do mesmo ano. 15

2.3 Imposto Correspondente a Período Trimestral O imposto de renda devido, apurado trimestralmente, será pago em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração. À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subseqüentes ao de encerramento do período de apuração a que corresponder. Nenhuma quota poderá ter o valor inferior a R$ 1.000,00 (um mil reais), e o imposto de valor inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração. As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de um por cento no mês do pagamento. Nos casos de incorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação, o imposto devido deverá ser pago até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento. 2.4 Momento da Opção A opção pela tributação com base no Lucro Presumido será aplicada em relação a todo o período de atividade da empresa em cada ano-calendário, e será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário, ou seja, o primeiro trimestre. A pessoa jurídica que houver iniciado atividade a partir do segundo trimestre deveria manifestar a opção com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao trimestre do início de sua atividade. NOTA Veja-se que a opção em questão passou a ser feita de forma antecipada, no primeiro trimestre ou no trimestre de início de atividade da pessoa jurídica, e não mais na entrega da declaração, como era até o ano-calendário de 1996. 16

2.5 Impossibilidade de Mudar de Opção A partir do ano-calendário de 1999, não mais é permitido mudar a opção de lucro presumido para lucro real. Logo, a opção feita nas condições citadas antes deverá ser mantida até o final do ano em curso. 2.5.1 REDARF É comum contabilistas, tendo optado pelo lucro presumido ou pelo lucro real, e concluindo, depois, que não foi a opção mais vantajosa, tentarem solucionar o problema via REDARF. Neste sentido há manifestação por parte da Superintendência Regional da Receita Federal da 6ª Região Fiscal, mediante a Decisão 46, DOU de 27-11-2000, na qual ficou determinado que, para evitar que optantes pelo pagamento mensal do Imposto de Renda e da Contribuição Social alterem sua opção de lucro real para presumido, a retificação dos DARFs será analisada caso a caso. 2.6 Livro-Caixa A pessoa jurídica que optar pelo Lucro Presumido está obrigada a manter escrituração do livro-caixa (na verdade, movimentação de caixa e bancos), exceto se mantiver escrituração contábil regular. É importante lembrar que, se a pessoa jurídica não mantiver escrituração contábil nem do livro-caixa, estará sujeita ao arbitramento do resultado, na hipótese de haver fiscalização. Lembra-se, ainda, que esta dispensa de manter escrituração contábil é procedimento puramente fiscal, pois, pela legislação comercial, toda e qualquer pessoa jurídica está obrigada a mantê-la. O livro-caixa deverá ter termo de abertura e de encerramento, numeração seqüencial de páginas e deverá ser assinado por contabilista legalmente habilitado e pelo representante legal da empresa. Não necessita ser autenticado nem registrado em nenhum órgão ou repartição. 2.7 Livro de Registro de Inventário Há obrigatoriedade de escrituração do Livro de Registro de Inventário tomando por base os estoques existentes em 31 de dezembro de cada ano. O referido livro deverá ser autenticado. 17

2.8 Cálculo do Imposto de Renda 2.8.1 Percentuais Aplicáveis sobre a Receita Bruta Os percentuais aplicáveis sobre a Receita Bruta permanecem os mesmos aplicados desde o ano-calendário de 1996, conforme segue: Percentual Ramo de atividade 1,6% Receita Bruta Auferida na Revenda, para Consumo, de Combustível Derivado de Petróleo e Álcool Etílico Hidratado para Fins Carburantes; 8% Receita Bruta Auferida nas Atividades Comerciais, Industriais, Transporte de Carga, Serviços Hospitalares, Venda de Unidades Imobiliárias, Empreitada com Fornecimento de Material, Vendas de Produtos Rurais, Industrialização, Quando a Matéria-Prima, o Material Secundário e de Embalagem Forem Fornecidos pelo Encomendante; e Outras Não Mencionadas nos Demais Percentuais; 16% Transporte de Passageiros; Exclusivamente Prestadoras de Serviços com Receita Bruta Anual não superior a R$ 120.000,00, exceto no caso de Transporte de Cargas, Serviços Hospitalares e Sociedades Civis de Prestação de Serviços Legalmente Regulamentada (veja nota a seguir); 32% Prestação de Serviços, pelas Sociedades Civis, Relativos ao Exercício de Profissão Legalmente Regulamentada; Intermediação de Negócios (inclusive Representação Comercial); Administração, Locação ou Cessão de Bens Imóveis, Móveis e Direitos de Qualquer Natureza; Construção por Administração ou por Empreitada, Unicamente de Mão-de-Obra; Prestação de Qualquer Outra Espécie de Serviço, Não Mencionada Anteriormente. NOTAS 1ª As Pessoas Jurídicas Exclusivamente Prestadoras de Serviços em Geral poderão utilizar o percentual de 16%, se a Receita Bruta do próprio ano-calendário não exceder a R$ 120.000,00. Para tanto, a pessoa jurídica poderá iniciar o ano-calendário considerando o percentual de 16%. Se, até determinado tri- 18

mestre, a Receita Bruta exceder a R$ 120.000,00, a pessoa jurídica obrigatoriamente passará a utilizar o percentual de 32%. Isso implicará, também, recalcular (utilizando 32%) o imposto de renda a partir do 1º trimestre (imposto postergado), e a diferença deverá ser recolhida até o último dia útil do mês seguinte ao trimestre em que ocorreu o excesso, em cota única, em DARF separado, com código 2089, não havendo encargos até esta data. Este tratamento aplica-se, inclusive, às pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços com intermediação de negócios; administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; construção por administração ou por empreitada, unicamente de mão-de-obra. Porém, não se aplica às sociedades civis de prestação de serviços legalmente regulamentadas. A propósito, foi publicado no DOU, em 07-11-2000, o Ato Declaratório (Normativo) nº 22, no qual o Coordenador-Geral do Sistema de Tributação declara, em caráter normativo, que as sociedades prestadoras de serviços relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas, como, por exemplo, as escolas, inclusive as creches, mesmo com receita bruta anual de até R$ 120.000,00, não poderão aplicar o percentual de 16% sobre a receita bruta para fins de determinação do lucro presumido, devendo, portanto, aplicar o percentual de 32%. Dentro desta mesma linha de entendimento, há quem diga que, em função deste mesmo Ato Declaratório, as pessoas jurídicas que praticam atividades de intermediação de negócio, tais como corretagem de seguro e representação comercial, não poderiam utilizar o percentual de 16%. Discordo totalmente desse entendimento, uma vez que a Lei 9.250-95 autoriza este procedimento, e ainda, se analisarmos as orientações de preenchimento da DIPJ, inclusive para o exercício de 2001, as referidas empresas estão autorizadas a utilizar o percentual de 16%, desde que, é claro, atendam aos demais requisitos exigidos. Veja-se, ainda, a nota 6ª, a seguir. 2ª No caso das atividades diversificadas, será utilizado o percentual adequado a cada uma delas. 3ª Mediante as Decisões 11 e 17 SRRF 1ª Região Fiscal, publicadas no DOU em 12-04-2000, foi definido que a pessoa jurídica que se dedica à atividade de prestação de serviços médico-ambulatoriais, bem como nas áreas de laboratório, citologia, anatomia e patologia, está sujeita ao coeficiente de 32%, pois, segundo entendimento daquela Superintendência Regional da Receita Federal, serviços hospitalares são aqueles em que o estabelecimento prestador promove internação e hospedagem do paciente para aplicar-lhe o tratamento. 4ª A Superintendência Regional da Receita Federal 9º Região Fiscal aprovou a seguinte ementa de sua Decisão nº 45, de 27-04-2000, publicada no DOU em 09-08-2000: a) As pessoas jurídicas que atuam no ramo de perfuração de poços artesianos podem optar pelo lucro presumido, à alíquota de 8%, para efeito da base de cálculo do Imposto de Renda, em relação ao conjunto de atividades de perfuração, tubulação e instalação de equipamentos para poços artesianos, desde que seja por empreitada, com utilização de materiais próprios. b) Não caracterizam construção as atividades de manutenção, reparos, reposição de partes, peças ou de natureza semelhante, ou mesmo aquelas exclusivamente de montagem ou instalação, ensejando tais hipóteses a aplicação da alíquota de 32%. 19

5ª Por meio do Ato Declaratório Normativo nº 16, publicado no DOU de 19-09-2000, a Coordenação do Sistema de Tributação COSIT definiu que, para fins de lucro presumido e/ou recolhimento por estimativa, as receitas brutas de prestação de serviços de suprimento de água tratada e a conseqüente coleta e tratamento de esgotos, cobradas diretamente dos usuários dos serviços, bem como as receitas brutas decorrentes da exploração de rodovia mediante cobrança de preço dos usuários, envolvendo execução de serviços de conservação, manutenção, melhoramentos para adequação de capacidade e segurança de trânsito, operação, monitoração, assistência aos usuários e outros definidos em contratos, atos de concessão ou de permissão, ou em normas oficiais, auferidas por concessionária ou subconcessionária de serviço público, estão sujeitas ao percentual de 32% para apuração da base de cálculo do Imposto de Renda. 6ª Mediante a Decisão nº 76, DOU de 03-07-2000, a Superintendência Regional da Receita Federal da 8ª Região Fiscal estabeleceu que: As Corretoras de Seguro não se confundem com as empresas de seguros privados. Estas respondem pelo pagamento de indenização aos segurados, e as primeiras são meras intermediárias legalmente autorizadas a angariar e promover contratos de seguros entre a seguradora e a pessoa física ou jurídica de direito privado. Assim, as corretoras de seguros poderão optar pela apuração do Imposto de Renda pelo critério de lucro presumido, e, uma vez que sua receita bruta não ultrapasse o limite anual de R$ 120.000,00, poderão utilizar a alíquota de 16% para determinação da base de cálculo. 7ª A Superintendência Regional da Secretaria da Receita Federal da 10ª Região Fiscal, mediante sua Decisão nº 105, DOU de 18-10-2000, determinou que, para fins de cálculo do lucro estimado ou presumido, deve ser aplicado o percentual de 32% sobre a receita bruta relativa à atividade de prestação de serviço de hemodiálise, sendo irrelevante que tais serviços sejam prestados dentro ou fora da dependência física de hospital, porque correspondem a atividade autônoma, que não se confunde com a pessoa jurídica do mesmo hospital. 8ª Atividade Gráfica De acordo com o Ato Declaratório (Normativo) COSIT nº 18, de 27-09-2000, a alíquota aplicável na apuração do lucro presumido será de 8% quando atuar nas áreas comercial e industrial, sendo aplicada a de 32% na hipótese de prestação de serviços com ou sem fornecimento de material. Consideram-se como de prestação de serviços as operações realizadas por encomenda, nos termos do art. 5º, V, e art. 7º, II, do Decreto nº 2.637-98 (Regulamento do IPI). Nos casos em que deve ser feita retenção por órgão público, o percentual será de 9,45% na hipótese de prestação de serviço sem fornecimento de material, e de 5,85% nas demais hipóteses. 2.8.2 Conceito de Receita Bruta Compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (art. 31 da Lei 8.981-95). 20

2.8.2.1 Exclusões da Receita Bruta Na receita bruta não se incluem as VENDAS CANCELADAS, OS DESCONTOS INCONDICIONAIS CONCEDIDOS E OS IMPOS- TOS NÃO-CUMULATIVOS cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos quais o vendedor ou prestador do serviço seja mero depositário (IPI e ICMS em substituição tributária, por exemplo). NOTA Em 31 de dezembro, deverão ser incluídos na receita bruta (devendo, então, ser aplicado o percentual cabível, conforme definido acima) os valores relativos às diferenças positivas verificadas entre o valor apurado de acordo com a IN SRF nº 32-2001 (que trata dos preços de transferência) e a receita de exportações efetivamente contabilizada, relativa às exportações para pessoas jurídicas vinculadas ou países com tributação favorecida. 2.8.3 Outras Receitas e Ganhos Serão acrescidos à base de cálculo e tributados direto em 15%, para efeito de incidência do imposto de renda, os ganhos de capital, demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na atividade da empresa. Exemplo rendimentos auferidos em operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas, exceto se a mutuária for instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil; ganhos líquidos auferidos na alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições; hedge; receita de locação de imóvel, quando a pessoa jurídica não exercer esta atividade; juros recebidos; descontos obtidos; variações monetárias ativas; 21

NOTA A partir de 1º-01-2000, as variações cambiais poderão ser reconhecidas, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto de renda, da contribuição social, do PIS, da COFINS e do lucro da exploração, quando da liquidação da correspondente operação (regime de caixa), ou pela competência (MP 2.158-35, art. 30). quaisquer outros ganhos ou receitas não compreendidos no objetivo social da pessoa jurídica. 2.8.4 Inclusões a partir de 1997 A partir de janeiro de 1997, na apuração da base de cálculo do Imposto de Renda pelo critério de Lucro Presumido deverão ser considerados: a) os rendimentos de aplicações financeiras renda fixa e variável; b) juros recebidos sobre o patrimônio líquido. 2.8.5 Ganhos de Capital na Alienação de Bens e Direitos do Ativo Permanente e de Aplicações em Ouro Havendo ganho de capital, este será acrescido ao Lucro Presumido, e tributado diretamente em 15%. Será calculado mediante a confrontação do valor de alienação com o respectivo valor contábil. Saliente-se que as aplicações em ouro, mencionadas, são aquelas não caracterizadas como de renda variável e que não estejam sujeitas à retenção na fonte na condição de aplicações de renda fixa. 2.8.5.1 Conceito de Valor Contábil I No caso dos Investimentos Permanentes em: participações societárias avaliadas pelo custo de aquisição, o valor de aquisição, diminuído da provisão para perdas, quando for o caso, corrigido monetariamente; participações societárias avaliadas pelo patrimônio líquido, a soma algébrica: do valor do patrimônio líquido pelo qual o investimento estiver registrado, ágio ou deságio na aquisição do investimento, corrigido monetariamente, provisão para perdas, quando dedutível, corrigida monetariamente; 22

II no caso das aplicações em ouro não considerado ativo financeiro, o valor de aquisição, corrigido monetariamente, diminuído da provisão para ajuste ao valor de mercado, quando for o caso; III no caso dos demais bens e direitos do ativo permanente, o valor de aquisição, corrigido monetariamente até 31-12-95, pela UFIR de janeiro de 1996, diminuído dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão acumulada; IV no caso de outros bens e direitos não classificáveis no ativo permanente que estavam sujeitos à correção monetária, o valor de aquisição corrigido monetariamente até 31-12-95, pela UFIR de janeiro de 1996. NOTA A não-comprovação dos custos pela pessoa jurídica implicará a tributação integral da receita. 2.8.6 Lucro Inflacionário Diferido A pessoa jurídica que optar pelo recolhimento do imposto de renda pelo critério de Lucro Presumido deverá considerar realizado, em cada trimestre, no mínimo 3/120 do lucro inflacionário diferido, corrigido até 31-12-95, pela UFIR de janeiro de 1996, devendo, portanto, acrescer este valor à base de cálculo. O cálculo deverá ser efetuado sobre o saldo existente em 31-12-95 (ADN 28-COSIT, DOU de 30-09-99). OBSERVAÇÃO IMPORTANTE A pessoa jurídica que, até o ano-calendário anterior, houver sido tributada com base no Lucro Real deverá adicionar à base de cálculo do imposto de renda correspondente ao primeiro período de apuração no qual houver optado pela tributação com base no Lucro Presumido os saldos dos valores cuja tributação havia diferido, controlados na Parte B do Livro de Apuração do Lucro Real LALUR. Como exemplo podemos citar o lucro inflacionário diferido e o lucro diferido relativo a negociações com órgãos públicos na proporção do valor faturado e não recebido. Veja-se que, neste caso, em vez de incluir na base de cálculo 3/120 do lucro inflacionário, deverá a pessoa jurídica adicionar todo o valor controlado na Parte B do LALUR. A pessoa jurídica poderia optar por liquidar o saldo do lucro inflacionário diferido à alíquota de 10%, com base na MP 2.113-30, DOU de 27-04-2001. A opção deveria ser formalizada até 30 de junho de 2001, e a liquidação efetuada em até seis parcelas mensais e sucessivas, vencendo-se a primeira em 30-06-2001. O valor de cada parcela mensal, por ocasião do pagamento, será acrescido 23

de juros equivalentes à SELIC, acumulada mensalmente, calculados a partir de 30-06-2001 até o mês anterior ao do pagamento, e de um por cento relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado. Na hipótese de pagamento parcelado, a opção seria manifestada mediante o pagamento da primeira parcela. Neste caso o imposto é considerado definitivo, não podendo ser compensado com o IRPJ devido. O cálculo deverá ser feito com base no saldo existente em 31-12-95. 2.8.7 Valores Não-Integrantes da Base de Cálculo Não deverão ser incluídos na base de cálculo recuperações de créditos que não representem o ingresso de novas receitas, reversão do saldo de provisões anteriormente constituídas, lucros e dividendos recebidos lançados como receita e ganhos com equivalência patrimonial. NOTA Os valores recuperados ou revertidos, correspondentes a custos, provisões e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, deverão ser adicionados ao Lucro Presumido para determinação do imposto de renda, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual se tenha submetido ao regime de tributação com base no Lucro Real, ou que se refiram a período no qual se tenha submetido ao regime de tributação com base no Lucro Presumido ou Arbitrado. 2.8.8 Determinação do Imposto Devido 2.8.8.1 Imposto de Renda O imposto de renda devido em cada trimestre será calculado mediante a aplicação da alíquota de 15%. 2.8.8.2 Adicional A parcela da base de cálculo, apurada trimestralmente, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) multiplicada pelo número de meses (R$ 60.000,00, no caso de um trimestre completo) ficará sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento. 2.8.9 Dedução Direta do IR Devido Poderá ser deduzido do imposto de renda devido: o IR-Fonte pago ou retido sobre as receitas que integrarem a base de cálculo, inclusive no caso de rendimentos de aplicações financeiras e juros sobre o patrimônio líquido; o IR retido por órgãos públicos. 24

NOTAS 1 a A partir de janeiro de 1998, não mais poderão ser deduzidos quaisquer incentivos fiscais pelas empresas tributadas pelo Lucro Presumido, inclusive os relativos ao Programa de Alimentação do Trabalhador, Vale-Transporte, Doações aos Fundos da Criança e do Adolescente, Atividades Audiovisuais e Atividades Culturais ou Artísticas. 2 a Quanto ao IR-Fonte a compensar, quando o mesmo for maior do que o imposto de renda devido no trimestre, o excedente poderá ser compensado nos trimestres seguintes, sendo acrescido de juros de acordo com a taxa da SELIC, acumulada a partir do primeiro dia do trimestre seguinte até o mês anterior ao da compensação, e de 1% relativo ao mês da efetiva compensação. 2.8.10 Exemplo Prático Para ilustrar os comentários acima, demonstrar-se-á a seguir um exemplo prático. Hipótese: Suponhamos uma empresa que, no primeiro trimestre de 2001, apresente a seguinte situação: Receita da Venda de Produtos R$ 189.750,00 Receita de Comissões R$ 93.750,00 Juros Recebidos R$ 1.500,00 Ganhos de Capital na Venda de Bens do Ativo Permanente R$ 5.000,00 Rend. Aplic. Financeiras R$ 10.000,00 Lucro Inflac. Realizado R$ 3.500,00 Vendas Canceladas R$ 2.000,00 IPI R$ 4.000,00 IR-Fonte s/comissões R$ 1.500,00 Logo: 1º Lucro Presumido sobre as Vendas Receita de Vendas R$ 189.750,00 ( ) Exclusões Vendas Canceladas R$ 2.000,00 IPI R$ 4.000,00 (=) Receita Bruta de Vendas R$ 183.750,00 ( ) Percentual Aplicável 8% (=) Lucro Presumido R$ 14.700,00 2º Lucro Presumido sobre Serviços Receita de Comissões R$ 93.750,00 ( ) Percentual Aplicável 32% (=) Lucro Presumido R$ 30.000,00 25

3º Base de Cálculo do IR Base de Cálculo Parcial (R$ 14.700,00 + 30.000,00) = R$ 44.700,00 (+) Outros Ganhos (Juros) = R$ 1.500,00 (+) Rendim.Aplic.Financeiras = R$ 10.000,00 (+) Ganhos de Capital Venda Perman. = R$ 5.000,00 (+) Lucro Inflacionário Realizado = R$ 3.500,00 (=) Base de Cálculo = R$ 64.700,00 ( ) Alíquota 15% (=) IRPJ = R$ 9.705,00 ( ) 10% de 4.700,00 (64.700 60.000) = R$ 470,00 ( ) IR-Fonte = R$ 1.500,00 (=) IR Devido = R$ 8.675,00 NOTA Lembre-se de que o adicional passou a incidir trimestralmente, a partir de 1997, sobre a base de cálculo do Lucro Presumido que exceder a R$ 20.000,00 multiplicado pelo número de meses (em nosso exemplo, R$ 60.000,00, já que o trimestre é completo). 2.8.11 Empresas Optantes pelo REFIS As pessoas jurídicas que optaram pelo REFIS e pelo Lucro Presumido deverão obedecer a regras específicas quando aos lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do Exterior, e aos incentivos de isenção e redução do imposto de renda (empresas situadas nas áreas da SUDAM, SUDENE e FUNRES). Estas regras estão estabelecidas na IN SRF nº 16, DOU de 16-02-2001. 2.9 Distribuição de Lucros Serão considerados como isentos os lucros distribuídos pelas empresas tributadas pelo critério de Lucro Presumido, não havendo, portanto, tributação na fonte nem na declaração do beneficiário. Para fins do cálculo da parcela de lucro isenta, deverão ser deduzidos do Lucro Presumido o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, inclusive adicional, se devido, a contribuição social sobre o lucro, PIS e a COFINS. A distribuição de lucros ou dividendos deverá ser feita na proporção da participação no capital social, exceto se houver contrato determinando percentual diferente. Não são isentos quaisquer outros 26

valores que não se refiram a lucros e dividendos, tais como: pró-labore, aluguel, etc. 2.9.1 Definição de Lucro Presumido De acordo com a Lei 9.430-96, art. 25, Lucro Presumido é o resultante da seguinte soma algébrica: Receita de Vendas e/ou Receita de Prestação de Serviços ( ) IPI, Descontos Incondicionais, Vendas Canceladas, Serviços Cancelados, ICMS em Substituição Tributária (=) Receita Bruta ( ) Alíquota Aplicável (1,6% ou 8% ou 16% ou 32%) (=) Lucro Presumido Parcial (+) Demais Receitas e Ganhos (+) Ganhos de Capital na Alienação de Bens e Direitos do Ativo Permanente e Ouro Não-Financeiro (+) Variações Monetárias Ativas (+) Aplicações de Renda Fixa e Variável (+) Juros sobre o Patrimônio Líquido (=) Lucro Presumido. Na hipótese de a pessoa jurídica tributada pelo Lucro Presumido optar por manter escrituração contábil, a parcela de lucro apurada mediante a referida escrituração que exceder a apurada na forma acima descrita poderá, também, ser distribuída livre de tributação. Os lucros, nas condições acima citadas, poderão ser distribuídos após o encerramento de cada trimestre. 2.10 Contribuição Social A base de cálculo da contribuição social sobre o Lucro Líquido, devida pelas pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Presumido, corresponderá à soma dos valores: I 12% da Receita Bruta (Lei 9.249-95, art. 20); a) Conceito de Receita Bruta: compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (art. 31 da Lei 8.981-95). b) Exclusões da Receita Bruta: na receita bruta não se incluem as VENDAS CANCELADAS, OS DESCONTOS INCONDICIONAIS CONCEDIDOS E 27

OS IMPOSTOS NÃO-CUMULATIVOS cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos quais o vendedor ou prestador do serviço seja mero depositário (IPI e ICMS em substituição tributária, por exemplo). c) Em 31 de dezembro, deverão ser incluídos na receita bruta os valores relativos às diferenças positivas verificadas entre o valor apurado de acordo com a IN SRF nº 32-2001 (que trata dos preços de transferência) e a receita de exportações efetivamente contabilizada, relativa às exportações para pessoas jurídicas vinculadas ou para países com tributação favorecida. II os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pela inciso anterior e demais valores determinados pela lei, auferidos naquele mesmo período. Exemplo rendimentos auferidos em operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas, exceto se a mutuária for instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil; ganhos líquidos auferidos na alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições; hedge; receita de locação de imóvel, quando a pessoa jurídica não exercer esta atividade; juros recebidos; descontos obtidos; variações monetárias ativas; NOTA A partir de 1º-01-2000, as variações cambiais poderão ser reconhecidas para efeito de determinação da base de cálculo do imposto de renda, da contribuição social, do PIS, da COFINS e do lucro da exploração, quando da liquidação da correspondente operação (regime de caixa) ou pela competência (MP 2.158-35, art. 30). os rendimentos de aplicações financeiras renda fixa e variável; juros recebidos sobre o patrimônio líquido; 28

ganhos de capital na alienação de bens e direitos do ativo permanente e de aplicações em ouro; quaisquer outros ganhos ou receitas não compreendidos no objetivo social da pessoa jurídica. Exemplo de Cálculo da Contribuição Social Suponhamos uma empresa que, no primeiro trimestre de 2001, apresente a seguinte situação: Receita da Venda de Produtos R$ 189.750,00 Receita de Comissões R$ 93.750,00 Juros Recebidos R$ 1.500,00 Ganhos de Capital na Venda de Bens do Ativo Permanente R$ 5.000,00 Rend. Aplic. Financeiras R$ 10.000,00 Vendas Canceladas R$ 2.000,00 IPI R$ 4.000,00 Logo: Receita de Vendas R$ 189.750,00 Receita de Comissões R$ 93.750,00 ( ) Exclusões Vendas Canceladas R$ 2.000,00 IPI R$ 4.000,00 (=) Receita Bruta R$ 277.500,00 ( ) Alíquota 12% (=) Base Cálculo Parcial R$ 33.300,00 (+) Outros Ganhos (Juros) R$ 1.500,00 (+) Rendim. Aplic. Financeiras R$ 10.000,00 (+) Ganhos de Capital Venda Perman. R$ 5.000,00 (=) Base de Cálculo R$ 49.800,00 ( ) Alíquota 9% (=) Contribuição Social Devida R$ 4.482,00 29

3 PESSOAS JURÍDICAS QUE FIZERAM APURAÇÃO PELO CRITÉRIO DE LUCRO REAL A atual legislação possibilita, a quem estiver obrigado, ou optar por apresentar declaração pelo critério de Lucro Real, a alternativa de escolher entre fazer o recolhimento do imposto de renda e da contribuição social por estimativa, ou, então, utilizar o sistema de apuração trimestral. Saliente-se que está extinto, desde o ano-calendário de 1997, o sistema de Lucro Real mensal. NOTA A adoção da forma de pagamento por estimativa ou a opção pela forma de apuração trimestral é irretratável para todo o ano-calendário e deveria ser manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou do mês de início da atividade, segundo consta na legislação. Saliente-se que a utilização do balanço de suspensão caracteriza a opção por estimativa. 3.1 Pagamento por Estimativa 3.1.1 Aspectos Gerais A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no Lucro Real poderá optar pelo pagamento do imposto e da contribuição social em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada. Antes de mais nada, é importante salientar que o sistema de recolhimento por estimativa se aplica exclusivamente às pessoas jurídicas que serão tributadas pelo Lucro Real, não havendo qualquer vinculação com Lucro Presumido. 3.1.2 Cálculo do Imposto de Renda 3.1.2.1 Percentuais Aplicáveis sobre a Receita Bruta Os percentuais aplicáveis sobre a Receita Bruta permanecem os mesmos aplicados desde o ano-calendário de 1996, conforme segue: 30

Percentual Ramo de atividade 1,6% Receita Bruta Auferida na Revenda, para Consumo, de Combustível Derivado de Petróleo e Álcool Etílico Hidratado para Fins Carburantes; 8% Receita Bruta Auferida nas Atividades Comerciais, Industriais, Transporte de Carga, Serviços Hospitalares, Venda de Unidades Imobiliárias, Obras por Empreitada com Fornecimento de Material, Venda de Produtos Agropecuários, Industrialização, Quando a Matéria-Prima, o Material Secundário e de Embalagem Forem Fornecidos pelo Encomendante; e Outras Não Mencionadas nos Demais Percentuais; 16% Entidades Financeiras e Assemelhadas, Empresas de Arrendamento Mercantil, Seguradoras, Cooperativas de Crédito, Entidades de Previdência Privada Aberta; Transporte de Passageiros; Exclusivamente Prestadoras de Serviços com Receita Bruta Anual Não-Superior a R$ 120.000,00, Exceto no Caso de Transporte de Cargas, Serviços Hospitalares e Sociedades Civis de Prestação de Serviços Legalmente Regulamentada (veja nota a seguir); 32% Prestação de Serviços, pelas Sociedades Civis, Relativo ao Exercício de Profissão Legalmente Regulamentada; Intermediação de Negócios (inclusive Representação Comercial); Administração, Locação ou Cessão de Bens Imóveis, Móveis e Direitos de Qualquer Natureza; Construção por Administração ou por Empreitada, Unicamente de Mão-de-Obra; Prestação Cumulativa e Contínua de Serviços de Assessoria Creditícia, Mercadológica, Gestão de Crédito, Seleção e Riscos, Administração de Contas a Pagar e a Receber, Compras de Direitos Creditórios Resultantes de Vendas Mercantis a Prazo ou de Prestação de Serviços (Factoring); Prestação de Qualquer Outra Espécie de Serviço, Não Mencionada Anteriormente. 31

NOTAS 1ª As Pessoas Jurídicas Exclusivamente Prestadoras de Serviços em Geral poderão utilizar o percentual de 16%, se a Receita Bruta do próprio ano-calendário não exceder a R$ 120.000,00. Para tanto, a pessoa jurídica poderá iniciar o ano-calendário considerando o percentual de 16%. Se, até determinado mês, a receita bruta exceder a R$ 120.000,00, a pessoa jurídica obrigatoriamente passará a utilizar o percentual de 32%. Isto implicará, também, recalcular (utilizando 32%), o imposto de renda a partir de janeiro (imposto postergado), e a diferença deverá ser recolhida até o último dia útil do mês seguinte àquele em que ocorreu o excesso, não incidindo nenhum encargo, se pago neste prazo. Este tratamento aplica-se, inclusive, às pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços com intermediação de negócios; administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; construção por administração ou por empreitada, unicamente de mão-de-obra; e factoring. Porém, não se aplica às sociedades civis de prestação de serviços legalmente regulamentadas, que obrigatoriamente deverão utilizar o percentual de 32%. Sobre este assunto, há o Ato Declaratório (Normativo) COSIT nº 22, DOU de 07-11-2000, no qual consta que as sociedades prestadoras de serviços relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas, como, por exemplo, escolas, inclusive as creches, mesmo com receita bruta anual de até R$ 120.000,00, não podem aplicar o percentual de 16% sobre a receita bruta para fins de determinação do lucro presumido, devendo, portanto, aplicar o percentual de 32%. Muito embora o referido Ato Declaratório mencione apenas lucro presumido, entendo que o mesmo tratamento se aplica aos recolhimentos por estimativa. Dentro desta mesma linha de entendimento, há quem diga que, em função deste Ato Declaratório, as pessoas jurídicas que praticam atividades de intermediação de negócios, tais como corretagem de seguro e representação comercial, não poderiam utilizar o percentual de 16%. Discordo totalmente desse entendimento, uma vez que a Lei 9.250-95 autoriza este procedimento, e ainda, se analisarmos as orientações de preenchimento da DIPJ, inclusive para o exercício de 2001, as referidas empresas estão autorizadas a utilizar o percentual de 16%, desde que, é claro, atendam aos demais requisitos exigidos. Veja-se, ainda, a nota 6ª, a seguir. 2ª No caso de atividades diversificadas será utilizado o percentual adequado a cada uma delas. 3ª Mediante as Decisões 11 e 17 SRRF 1ª Região Fiscal, publicadas no DOU em 12-04-2000, foi estabelecido que a pessoa jurídica que se dedica à atividade de prestação de serviços médico-ambulatoriais, bem como nas áreas de laboratório, citologia, anatomia e patologia, está sujeito ao coeficiente de 32%, pois, segundo entendimento daquela Superintendência Regional da Receita Federal, serviços hospitalares são aqueles em que o estabelecimento prestador promove internação e hospedagem do paciente para aplicar-lhe o tratamento. 4ª A Superintendência Regional da Receita Federal 9ª Região Fiscal aprovou a seguinte ementa de sua Decisão 45, de 27-04-2000, publicada no DOU em 09-08-2000, tratando de lucro presumido (logo, entendo que se aplica também à estimativa): 32