SENTENÇA Processo nº: 0513920-15.2013.8.05.0001 Classe Assunto: Procedimento Ordinário - Reconhecimento / Dissolução Autor: B. M. P. D. C. Réu: R. C. R. P. Vistos etc. B. M. P. D. C., já qualificada às fls.01, através de advogado devidamente constituído por procuração de fls. 13, ingressou em Juízo, em face de R. C. R. P. com AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL c/c PEDIDO DE GUARDA E ALIMENTOS em favor das filhas menores do casal L. e B. P. D. C. P.. Aduz, em síntese, que conviveu com o Requerido, como se casados fossem, pelo período aproximado de 10 anos, e que da relação não adquiriram bens a partilhar, mas que da união adveio o nascimento de duas filhas, L., no ano de 2001 e B., no ano de 2007, cuja a guarda fática destas permaneceu com a genitora que, também, assumiu, sozinha, a maior parte das despesas para a manutenção das menores. Informa, ainda, a Autora que pretende contrair núpcias com pessoa residente em outro país, nos Estados Unidos da América, requerendo autorização para levar consigo as filhas do casal. Em petição de fls. 21/22, requer a Autora suprimento judicial no sentido autorizar a emissão de passaporte das menores, diante da negativa do genitor daquelas. Juntou documentos às fls. 23/27. Decisão interlocutória de fls. 32, determinando a expedição de alvará à Polícia Federal, para emissão dos passaportes das infantes, tendo em vista o caráter meramente administrativo do ato, condicionando a necessidade de nova autorização, em caso de viagem. Citado em audiência de tentativa de conciliação, às fls. 38, o Réu apresentou contestação e documentos às fls. 48/59, onde não houve pedido incontroverso quanto à união estável e o período da convivência, porém, impugnou os demais, especialmente quanto à guarda unilateral, alimentos e autorização para as filhas residirem fora do Brasil. 78/107. Manifestou-se a Autora da contestação às fls. 71/77. Juntou documentos fls. Em audiência de fls. 111, foram arbitrados em favor das filhas do casal, L. e B. P. D. C. P, alimentos provisórios, no percentual de 40% dos vencimentos e vantagens recebidos pelo Alimentante, na proporção de 20% para cada uma. Designada audiência de instrução onde foram colhidos depoimentos das partes e a oitiva de testemunha trazida pelo Réu. Encerrada a instrução, foram juntadas alegações finais pela Autora às fls.126/129 e pelo Réu às fls. 130/135. Parecer do Ministério Público às fls.. É o relatório. Tratam os presentes autos de pedido de RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO
DE UNIÃO ESTÁVEL c/c PEDIDO DE GUARDA E ALIMENTOS em favor das filhas menores do casal, pleito esse formulado por B. M. P. D. C., em face de R. C. R. P.. Inicialmente, observa-se não haver divergência do Réu, quanto ao pedido principal, formulado pela Autora, referente ao Reconhecimento e dissolução da alegada União Estável. Ambos concordam que, a união foi iniciada nos idos do ano 2000, perdurou aproximadamente por 10 anos, e que da relação, também, não amealharam bens comuns para partilhar. A Autora, já na petição inicial, renuncia ao recebimento de pensão alimentícia, alegando ter condições de mantença própria. Quanto aos demais pedidos lançados na inicial: de guarda unilateral, com autorização para as crianças residirem em outro país com a Autora e, prestação de alimentos pelo genitor em favor daquelas, foram todos impugnados pelo Réu, apresentando pedido contraposto em contestação. Em depoimento pessoal das partes, colhido em audiência de fls. 118/121, declara a Autora que, desde a separação do casal, as crianças permaneceram sob sua guarda, e que o Réu, inicialmente, assumiu com aquela as responsabilidades, como: o pagamento das despesas mensais em relação às filhas, em pequena proporção, auxiliando-a no deslocamento para a escola, deixando-as na casa da avó paterna no periodo vespertino, sempre acompanhadas de auxiliar contratada pela Autora. Que tal situação fora modificando-se com o passar do tempo, principalmente com a mudança de residência da avó paterna para o Distrito de Sauípe no Município de Mata de São João, onde possui estabelecimento comercial. A partir de então, as menores passaram a permanecer, a maior parte do tempo, com a Autora, que, também, passou a residir com sua genitora, avó materna das menores. Tais alegações foram confessadas pelo Réu, em seu depoimento pessoal, na mesma assentada, acrescentando que, mesmo diante da mudança de residência dos seus pais, jamais deixou de manter contato com as meninas, continuando a promover o deslocamento da filha mais nova para a escola, com visitas livres às duas, independentemente da situação dos avós paternos estarem residindo fora desta cidade, mantendo, apenas a convivência daquelas, com o núcleo paterno, três ou quatro vezes no mês. Confessou, ainda o Réu que, reside em casa de propriedade dos seus pais e, como não reconstituiu sua vida afetiva desde a separação com a Autora, mora em companhia de um irmão, auxiliados por uma empregada doméstica e que, também, de acordo com contracheque acostado às fls. 56, tem ganhos mensais brutos de, aproximadamente, R$ 1.570,62 (um mil e quinhentos e setenta reais e sessenta e dois centavos), continuando na dependência de seus pais para ajudá-lo nas despesas com suas filhas. Assim, observa-se que, inicialmente, sempre houve consenso entre o casal, em relação a convivência das menores com o núcleo paterno, que ocorreram sempre livremente, mediante prévio acordo com a Autora, o que demonstra também o bom relacionamento existente entre as famílias, confirmada pela oitiva da única testemunha arrolada pelo Réu. Não se verificou, porém, qualquer possibilidade de reconciliação das partes, pois a Autora, declarou ter constituído um novo relacionamento afetivo, com um Sr. J.H., residente nos Estados Unidos, com quem pretende contrair núpcias, já que o seu atual companheiro exerce o cargo de gerente de marketing da Ford Motors, no Estado
de Michigan, onde trabalha, como empregado desde o ano de 1986, conforme comprovado pelo documento de fls. 81, com salário atual de $ 11.831,78, (onze mil, oitocentos e trinta e um dólares e setenta e oito cents) e que proporcionará à Autora, as mesmas condições de trabalho, mantida neste país, onde exerce a função de secretária executiva, na mesma empresa, estabelecida no Pólo Petroquímico de Camaçari/BA. Mesmo sem contarem com a devida tradução para a língua pátria, dos documentos de fls. 94/99 e 105/107, não se pode ignorá-los e recusar da leitura daqueles, mesmo precária, diante da ausência de impugnação pelo Réu, o que traduz a intenção da Autora e do seu novo companheiro, na constituição de uma nova vida conjugal, inserindo as filhas no planejamento daquela, seja com o documento de aprovação do Serviço de Imigração Americano (fls. 106/107) ou das informações para matrícula das crianças, lançadas pela escola americana, às fls. 94/98. Está clara a pretensão da Requerente em promover para a si e às suas filhas uma condição de vida melhor, com a mudança para um país onde, notoriamente, as oportunidades econômicas e culturais são mais valoradas e, tudo isso, dentro de um contexto estável da formação de um novo núcleo familiar. A alegação do Réu de que a viagem programada constitui apenas "sonho próprio" da Autora, e que tal conduta afastará o acesso daquele às suas filhas, já que possui condições para mantê-las no Brasil, restam infundadas, especialmente por não contar com a constituição de uma nova família, vivendo ainda como solteiro, na casa dos pais, auxiliado nas tarefas diárias por uma empregada daquele; bem como, pelo baixo salário auferido mensalmente, o que dificultará, como tem ocorrido, a sua contribuição mensal, para a manutenção das filhas, com o status e dignidade que lhe serão proporcionados pela genitora em outro país. Inicialmente, comprovado nos autos, a boa relação e o zelo da genitora pelas filhas, seja: pela manutenção daquelas em escolas renomadas nesta cidade (doc. 14/15); inclusão em plano de saúde empresarial (fls. 18), traduzindo investimento de monta considerada à sua razoável condição financeira, como reconhecido em parecer do Ministério Público de fls., e do depoimento da única testemunha produzida nos autos, onde informa os cuidados maternos que sempre foram dispensados às crianças, mesmo durante às visitas ao núcleo paterno (fls. 121), não restam dúvidas, da sua capacidade de mantê-las consigo, independentemente da contribuição do genitor e do cuidado com a integridade física das filhas, mesmo diante da nova relação que está sendo por ela construída. Depois, mesmo não negando a atenção e o vínculo afetivo do genitor com suas filhas, e a sua ajuda financeira, na proporção de suas condições, não restou comprovado, expressamente, nos autos que aquele, poderá manter as crianças sob sua guarda e responsabilidade, sem a participação direta da Autora, desde que labora em turno de trabalho integral e os avós paternos, residem em município diverso desta Capital, distante portanto, do domicilio do Réu. Ainda, restou claro, sua impossibilidade de prover financeiramente as despesas das filhas menores, pois atualmente, continua contando com a ajuda de seus pais para a própria mantença, como confessado às fls. 120. Data venia do parecer Ministerial de fls., não se pode frustar a continuidade do planejamento de vida futura da Autora, em virtude das relações havidas no passado. Em que pese delicado o tema das menores fixarem residência em outro país, estarão as mesmas em companhia da genitora, sempre zelosa, que demonstra extremo cuidado com as menores, o que, não impede o contato diário e constante daquelas com o pai, através dos modernos meios de comunicação, como: redes sociais, mídias eletrônicas,
aplicativos, telefone, como sugerido pelo parquet às fls. 08 no seu judicioso parecer. Contraditório, portanto, o posicionamento, Ministerial, quando admite a possibilidade de ser estabelecida a guarda unilateral das crianças com a Autora no Brasil, e a opção de deixá-las neste país, enquanto a genitora se estabiliza nos Estados Unidos da America, pois: primeiro, porque, comprovado nos autos e defendido pelo próprio Parquet, que a guarda deva permanecer com a genitora, frusta o sonho de felicidade de vida desta, restringindo-a a residir em um determinado país, em busca de melhores condições de vida afetiva e financeira, em virtude da não aceitação do genitor, na viagem das menores; segundo, porque, nas condições em que se encontra o Réu, afetiva e financeiramente, não será razoável, e capacitante, o ideal acolhimento daquelas, desde que reside apenas com um irmão, não possui familia no domicilio, labora em turno integral, e depende, ainda, financeiramente da ajuda de seus pais para atender as despesas menores de sobrevivência, o que ao contrário, está sendo oportunizado pela genitora das crianças. Observe-se que, a mudança proposta pela Autora, não é repentina, ou abrupta, pois, planejada, no mínimo, desde o ano de 2013, quando do ajuizamento desta ação, com a preparação do seu visto para imigração, na condição de noiva de um cidadão americano, e a expedição do passaporte das menores, deferida por este Juízo em Decisão de fls. 32, sem interposição de qualquer recurso, visto que confessado que, tanto a genitora, quanto a filha mais velha L. P., dominam o idioma inglês, a primeira, por conta do exercício profissional, o que figura a preparação de um novo domicílio, contrariando o parecer Ministerial, que sugere a manutenção das crianças no país enquanto a mãe se estabeleça profissionalmente nos Estados Unidos, e que se comprove o laço de afetividade alegado com o cidadão estrangeiro, e o ambiente que encontrarão as crianças naquele país. Confessado ainda, pelo Réu, não ter demonstrado interesse em conhecer, pessoalmente, o atual companheiro da mãe de suas filhas, não há porque levantar-se suspeitas, sobre a honorabilidade e garantias por aquele oferecidas às menores, na nova família por se constituir. Comprovado nos autos está, sobre a qualidade do zelo e competência da autora no trato com as filhas, de forma a garantir-lhes, segurança e estabilidade necessárias, para com ela conviver, em qualquer parte do mundo, visto a sua disposição para o trabalho e o comportamento como pessoa, em momento algum contestado pelo Réu. Não se pode, portanto, sob as alegações apresentadas pelo Réu, e pelo Ministério Público, sustar-se o novo projeto de vida e felicidade da Autora, condicionando, a permanência das menores no Brasil, quando, poderão, continuar mantendo os laços com o núcleo paterno, durante o período de férias escolares, a serem gozados integralmente neste país, compensador do período, em que, de fato, convivem com o genitor atualmente. Ademais, vasta é a jurisprudência pátria que defende, o principio do melhor interesse da criança, para decisões da espécie em julgamento, a exemplo daqueles julgados abaixo transcritos em ementas: TJ-DF - AGRAVO DE INSTRUMENTO AG 20040020055725 DF (TJ-DF) Data de publicação: 01/02/2005 Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE SUPRIMENTO DE AUTORIZAÇÃO PATERNA. MENOR. MUDANÇA DE DOMICÍLIO EM COMPANHIA DA GENITORA PARA O EXTERIOR. PROVA DE QUE A MUDANÇA TRARÁ BENEFÍCIOS AO MENOR. 1. POR DETER A GUARDA DO MENOR, NÃO HÁ ÓBICES A QUE A GENITORA ESCOLHA AONDE FIXARÁ SEU DOMICÍLIO, DESDE QUE NÃO HAJA PREJUÍZO PARA O MENOR. 2. NÃO HAVENDO EMPECILHOS À VISITAÇÃO A QUE TEM DIREITO O GENITOR, COMPROMETENDO-SE A MÃE
INCLUSIVE COM O PAGAMENTO DAS PASSAGENS PARA QUE O INFANTE VISITE O PAI NO BRASIL, EM PERÍODO NÃO INFERIOR A 30 DIAS, DURANTE AS FÉRIAS ESCOLARES, SUPRE-SE, JUDICIALMENTE, A AUTORIZAÇÃO PATERNA. 3. RECURSO PROVIDO TJ-DF - APE 9567120058070001 DF 0000956-71.2005.807.0001 (TJ-DF) Data de publicação: 14/10/2009 Ementa: AÇÃO DE SUPRIMENTO DE AUTORIZAÇÃO PATERNA PARA RESIDIR NO EXTERIOR: NÃO HAVENDO QUALQUER INDÍCIO DE QUE A CONCESSÃO DO PLEITO PODE GERAR PREJUÍZOS À CRIAÇÃO E EDUCAÇÃO DOS MENORES E QUE OS INTERESSES DAS CRIANÇAS DEVEM SER PRIORIZADOS EM DETRIMENTO DE QUAISQUER OUTROS, DEFERE-SE A MEDIDA. Conforme reconhecido pelo Parquet, não existe qualquer indício de que a viagem, com a mudança de domicilio, possa trazer prejuízos às menores, o que confirma a convicção firmada por este Julgador, tanto pelo material já colhido nos autos, e confessado pelas partes, como também, pela experiência adquirida durante os anos de labor, como Magistrado na área de família, observado o melhor interesse das crianças, como apurado pelas circunstâncias, que impedem a negativa do pedido, a exemplo, do entendimento expressado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na ementa abaixo: TJ-MG - Apelação Cível AC 10024121140198001 MG (TJ-MG) Data de publicação: 14/06/2013 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTO PATERNO - VIAGEM DE MENOR PARA EXTERIOR EM COMPANHIA DA MÃE - PREVALÊNCIA DO INTERESSE DA CRIANÇA - RECURSO IMPROVIDO. - Nos termos do art. 84 da Lei n.º 8.069 /90 - ECA, a autorização judicial para viagem de menor ao exterior é indispensável, em especial quando há dissenso entre os genitores. É de se manter o deferimento de autorização judicial, quando as circunstancias do caso revelam que a companhia da mãe, que exerce a sua guarda, atende ao bem estar do menor e privilegia o princípio do melhor interesse da criança e quando a falta de consentimento paterna não se revela justificada. Por tais fundamentos, entendo saudável e interessante para as menores, a manutenção da guarda unilateral em favor da Autora, quanto às filhas, L. e B. P. D. C. P., suprindo o consentimento paterno para que estas residam com a genitora nos Estados Unidos da América, garantido ao Réu, entretanto, o direito de convivência com as filhas, durante os meses de férias escolares, naquele país, arcando, a genitora, com as despesas de viagem das filhas para o Brasil, como confessado nos Autos, também, através de contato direto na nova residência daquelas, se assim desejar o pai, bem como, a comunicação direta com as crianças através de telefone, redes sociais, etc., mediante a informação nos autos, do endereço, tanto residencial, tanto quanto eletrônicos, da Requerente e das menores, no seu novo domicilio. Considerado que, mesmo diante da condição financeira a ser alcançada pela Autora, em seu novo estilo de vida, a obrigação da manutenção, do laço paterno, impõe a participação do Réu, nas mínimas despesas de suas filhas, até como uma forma de demonstrar a permanência do vínculo com aquelas e, observado o principio do binômio da possibilidade x necessidade, em razão dos ganhos mensais daquele, entendo por reconsiderar os alimentos provisórios, arbitrados às fls. 111, para acolher o opinativo Ministerial, fixando, a pensão alimentícia em favor das menores, L. e B. P. D. C. P., no percentual de 30% (trinta por cento) dos vencimentos e vantagens mensalmente recebidos pelo Alimentante, recaindo também sobre o 13º salário, abatidos os descontos legais do INSS e IRPF, e excluindo-se o abono de férias, FGTS e verbas rescisórias, na proporção de 15% para cada, a ser pago mediante descontos em folha de pagamento, por seu Empregador, já informado às fls. 63 e depositados em conta bancária, em nome da genitora informada nos autos às fls. 110. Quanto à união estável alegada pela Autora, que não contou com contestação por parte do Réu, nem quanto ao período da convivência, ficou incontroverso ter existido
pelo período de 10 (dez) anos de relação fática, entre os anos de 2001 a 2011, sem a constituição de bens para partilha. Ex positis, com fulcro nos artigos 1.723, 1.694 1º, 1583 2º e 3º, 1.588, todos do Código Civil, e amparado pelo farto entendimento dos nossos tribunais pátrios acolhidos acima, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, no sentido de DECLARAR A UNIÃO ESTÁVEL havida entre B. M. P. D. C. e R. C. R. P., no período de 2001 até o ano 2011, com as implicações patrimoniais cabíveis, observando-se o disposto no art. 1.725 do Código Civil, concedendo a guarda das filhas menores L. e B. P. D. C. P., em favor da Autora, com as garantias da convivência com o núcleo paterno, conforme estabelecido acima, sob pena de ser revertida a guarda em favor do Réu. Condeno o Réu, ainda, ao pagamento de pensão alimentícia, em favor das filhas, no percentual de 30% (trinta por cento) dos vencimentos e vantagens mensalmente recebidos pelo Alimentante, recaindo também sobre o 13º salário, abatidos os descontos legais do INSS e IRPF, e excluindo-se o abono de férias, FGTS e verbas rescisórias, na proporção de 15% para cada, a ser pago mediante descontos em folha de pagamento, por seu Empregador, já informado às fls. 63 e depositados em conta bancária, em nome da genitora informada nos autos às fls. 110. Condeno o Réu, ao pagamento das custas judicias, tendo como base de cálculo, o valor correspondente às 12 (doze) prestações da pensão alimentícia arbitrada, em favor das menores, nos termos artigos 259, VI do CPC, qual seja R$ 5.654,16 (cinco mil, seiscentos e cinquenta e quatro reais e dezesseis centavos). Determino, transcorrido que seja o prazo recursal, em cumprimento à presente sentença, seja expedida uma via original desta sentença, com o devido registro pelo Cartório desta Vara, que terá efeito de Termo de Guarda, arquivada em livro próprio, devendo a Requerente, sra. B. M. P. D. C, prestar o compromisso nos termos do quanto dispõe o art. 32 da Lei 8.069/90, expedindo-se, também, Alvará de Suprimento de Autorização Paterna, ao Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, autorizando a viagem e permanência das menores fora do país, na companhia da guardiãgenitora. A expedição do alvará de suprimento de Autorização paterna, fica condicionada à juntada pela Autora, no prazo de 10 (dez) dias, da informação sobre o seu endereço, telefone e correio eletrônico, que será usado nos Estados Unidos. Ciência ao Ministério Público. Publique-se. Registre-se. Intime-se. Salvador(BA), 11 de julho de 2014. (documento assinado eletronicamente, Lei 11.419/2006 - vide lateral à direita) Alberto Raimundo Gomes dos Santos Juiz de Direito